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Departamento de Ciências Exatas e Engenharia -

DECEEng
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio
Grande do Sul - UNIJUÍ
Curso de Engenharia Elétrica - EGE

AULA 1
MOTORES SÍNCRONOS

Disciplina: Conversão Eletromecânica de Energia II


Prof. Douglas de Castro Karnikowski
douglasdecastrok@gmail.com
Conversão Eletromecânica de Energia II

Ementa:

 Motores Síncronos;

 Máquina de Indução Trifásica;

 Máquina de Indução Monofásica;

 Motores de Passo;
11/02/2018 Tópicos Especiais em Automação 2
Conversão Eletromecânica de Energia II

Avaliações:

Avaliação 20 pontos: Trabalhos

Avaliação 30 pontos: Prova Individual

Avaliação 50 pontos: Prova Individual


11/02/2018 Tópicos Especiais em Automação 3
1. Máquina Síncrona
1.1. Revisão Geral

• Máquinas Síncronas: São máquinas rotativas que


convertem energia elétrica em energia mecânica
(Motor) ou vice-versa (Gerador).

• Enrolamento da armadura: Localizado no estator


e alimentado por fonte de corrente alternada;

• Enrolamento de campo: Localizado no rotor e


alimentado por fonte de corrente contínua
(responsável pela criação e manutenção do
campo magnético;
1. Máquina Síncrona
1.1. Revisão Geral

• Rotação (n): A rotação do rotor de uma


máquina síncrona é dependente da
frequência (f) da tensão em seus terminais
(enrolamento da armadura) e do número de
polos (P), acompanhando a velocidade e o
sentido do campo magnético girante
(velocidade síncrona);

120𝑓
𝑛= RPM
𝑃
1. Máquina Síncrona
1.1. Revisão Geral

• Campo Magnético Girante: O campo girante


em uma máquina síncrona trifásica é formado
através do posicionamento das bobinas
trifásicas no enrolamento da armadura
defasadas em 120° mecanicamente e
excitadas por uma fonte de tensão trifásica
simétrica defasadas 120° eletricamente;
1. Máquina Síncrona
1.1. Revisão Geral

• Campo Magnético Girante


+A

-B 120º -C
N

S
240º
+C +B

-A
1. Máquina Síncrona
1.1. Revisão Geral

• Campo Magnético Girante


1. Máquina Síncrona
1.1. Revisão Geral

• Campo Magnético Girante


1. Máquina Síncrona
1.1. Revisão Geral

• Campo Magnético Girante


1. Máquina Síncrona
1.1. Revisão Geral

• Sentido de giro: O sentido de giro do campo


girante depende da sequência de fase da
fonte de tensão (ABC ou ACB);
1. Máquina Síncrona
1.1. Revisão Geral

• Atenção: No caso das máquinas síncronas e


assíncronas apenas as trifásicas possuem
campo magnético girante. As máquinas
monofásicas não possuem campo girante, e
sim campo pulsativo;
1. Máquina Síncrona
1.2. Aspectos construtivos

• Estator: Construído através de chapas de


aço magnético (núcleo estatórico) e de
bobinas de cobre instaladas nas ranhuras
do núcleo.
Sua construção é igual tanto nas
máquinas síncronas quanto nas máquinas
assíncronas;
1. Máquina Síncrona
1.2. Aspectos construtivos

• Estator:
Núcleo: Chapas de aço magnético
1. Máquina Síncrona
1.2. Aspectos construtivos

• Estator:
Enrolamento trifásico: Bobinas de cobre
1. Máquina Síncrona
1.2. Aspectos construtivos

• Rotor: Núcleo, enrolamento de campo e


enrolamento amortecedor;

Polos Salientes Polos Lisos


1. Máquina Síncrona
1.2. Aspectos construtivos
• Enrolamento amortecedor: Alojado em ranhuras localizadas
nas sapatas polares do rotor de polos salientes ou a superfície
externa do rotor de polos lisos. É constituído de barras que
atravessam a ranhura e são curto-circuitadas nas
extremidades formando uma gaiola.

Barras
Anéis
1. Máquina Síncrona
1.2. Aspectos construtivos
• Enrolamento amortecedor: tem como finalidade
atuar na partida do motor síncrono, como também
garante estabilidade de velocidade perante a
variações bruscas de carga.
2. Motores Síncronos
2.1. Vantagens

• Custo de fabricação e de manutenção


menor em relação as máquinas de
corrente contínua (não possui comutador
mecânico);
• Alto rendimento;
• Velocidade constante sob variação de
carga;
• Corrigir o fator de potência da rede;
2. Motores Síncronos
2.2. Aplicação
• Aplicação em cargas que necessitam de velocidade
constante, pois a velocidade de um dado motor
síncrono depende exclusivamente da frequência da
sua tensão de alimentação.

Sabe-se que: 𝑃 = τω
t
tmax Reg. de 3𝑉𝑡 Egf send
velocidade = 0%
Logo: 𝑃=
𝑋𝑠
tnom 3𝑉𝑡 Egf send 3𝑉𝑡 Egf
τ= τ𝑚𝑎𝑥 =
ω𝑋𝑠 ω𝑋𝑠
Ns N
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2. Motores Síncronos
2.2. Aplicação

• Compensador síncrono, podendo gerar ou


absorver reativos (controle do fator de
potência);
• O fator de potência dos motores síncronos
pode ser facilmente controlado devido ao fato
de possuírem uma fonte separada de
excitação no enrolamento de campo;

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2. Motores Síncronos
2.2. Aplicação

• Diagrama esquemático do sistema de


excitação de uma máquina síncrona.

REGULADOR SISTEMA
EXCITATRIZ CAMPO
DE TENSÃO ELÉTRICO
MOTOR Subestação
SÍNCRONO

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2. Motores Síncronos
2.3. Circuito equivalente: Motor x Gerador

• Gerador

Ia

𝑉𝑡 = 𝐸𝑔𝑓 − 𝑅𝑎 𝐼𝑎 − 𝑗𝑋𝑠 𝐼𝑎 𝑉𝑡 = 𝐸𝑔𝑓 − 𝑗𝑋𝑠 𝐼𝑎


2. Motores Síncronos
2.3. Circuito equivalente: Motor x Gerador

• Motor

Ia

𝑉𝑡 = 𝐸𝑔𝑓 + 𝑅𝑎 𝐼𝑎 + 𝑗𝑋𝑠 𝐼𝑎 𝑉𝑡 = 𝐸𝑔𝑓 + 𝑗𝑋𝑠 𝐼𝑎


2. Motores Síncronos
2.4 Diagrama fasorial – Rotor de polos lisos

𝑉𝑡 = 𝐸𝑔𝑓 + 𝑗𝑋𝑠 𝐼𝑎
Ia
Vt

d
Egf send  X sIa cos 
jXsIa

Egf

𝑃 = 3𝑉𝑡 𝐼𝑎 cosθ 𝑄 = 3𝑉𝑡 𝐼𝑎 senθ

3𝑉𝑡 Egf send onde: d = ângulo entre o campo magnético


𝑃= e o campo magnético produzido
𝑋𝑠 pelo estator (ângulo de torque)

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2. Motores Síncronos
2.5. Fluxo de potência ativa

• Característica de conjugado x ângulo de carga


(δ)

Conjugado máximo
de sincronismo

δ=90°
2. Motores Síncronos
2.6 Fluxo Potência Reativa

Vt
Motor subexcitado
𝑃𝑟𝑜𝑗𝑒çã𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑔𝑓 < 𝑉𝑡 IA
FP em atraso (Indutivo)
Egf
Consome Reativos

IA

Vt Motor sobre-excitado
𝑃𝑟𝑜𝑗𝑒çã𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑔𝑓 > 𝑉𝑡
FP em avanço (Capacitivo)
Egf Fornece Reativos
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2. Motores Síncronos
2.7 Quadrantes de Operação

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2. Motor Síncrono
2.8 Efeito do Aumento de Carga

1. Com o acréscimo de carga, ocorre uma frenagem do rotor


2. O ângulo δ entre o campo magnético do rotor e o campo
magnético produzido pelo estator aumenta
3. O torque eletromagnético aumenta (portanto, a corrente Ia
também aumenta)
4. O rotor volta à velocidade síncrona

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2. Motores Síncronos
2.8 Efeito do Aumento de Carga
• Diagrama Fasorial
IA1
IA2 IA3 Vf
IA4
α P1
α P2
Egf1 α P3
𝑃 = 3𝑉𝑡 𝐼𝑎 cosθ α P4
Egf2

Egf3
3𝑉𝑡 Egf send
𝑃=
𝑋𝑠 Egf4

Com o aumento da carga (potência ativa), o ângulo de torque d aumenta e a queda de


tensão jXsIa também deve aumentar (devido a um aumento de Ia). O fator de potência
11/02/2018
se modifica, tornando-se mais indutivo.
Conversão Eletromecânica de Energia II 30
2. Motor Síncrono
2.9 Efeito da variação da corrente de campo
Como a corrente de campo não afeta a velocidade do rotor e a carga no eixo do
motor é se mantém constante, a potência ativa fornecida ao motor é a mesma
αP

IA4
Ia cos   constante
IA3
IA2 Vf
Egf send  constante
αP
IA1

Egf1 Egf2 Egf3 Egf4

A corrente Ia diminui até um ponto mínimo e depois torna a crescer. Para valores
reduzidos de Egf o motor se comporta como uma carga indutiva (consome potência
11/02/2018
reativa). Com Conversão
o aumento de Egf se
Eletromecânica
torna capacitivo.
de Energia II 31
3. Exemplo 1
Um motor síncrono de rotor cilíndrico, 2300V
(tensão de linha), trifásico, ligação estrela, tem
Xs=2 ohms por fase e Ra= 0,1 ohms por fase. O
motor opera com fator de potência 0,866
adiantado, enquanto consome um corrente de
linha de 350 A. Determine a tensão interna (E) e
o ângulo de carga (δ).

𝑉𝑡 = 𝐸𝑔𝑓 + 𝑅𝑎 𝐼𝑎 + 𝑗𝑋𝑠 𝐼𝑎
3. Exemplo 1
𝑉𝑡 = 2300 < 0° 𝑉 (𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎)

𝑋𝑠 = 𝑗2 𝛺

𝑅𝑎 = 0,1 𝛺

cos 𝜃 = 0,866 𝑐𝑎𝑝 (𝒇𝒑 𝒂𝒅𝒊𝒂𝒏𝒕𝒂𝒅𝒐 − â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝒑𝒐𝒔𝒊𝒕𝒊𝒗𝒐)

𝜃 = +30°

𝑉𝑡𝑓 = 𝐸 + 𝑅𝑎 + 𝑋𝑠 (𝐼𝑎 )

2300 < 0°
= 𝐸 + 0,1 + 𝑗2 (350 < 30°)
3
𝑬 = 𝟏𝟕𝟔𝟏, 𝟕 < −𝟐𝟎, 𝟕𝟒° 𝑽 = 𝟏𝟔𝟒𝟔, 𝟔 − 𝒋𝟔𝟐𝟑, 𝟕 𝑽

𝜹 = −𝟐𝟎, 𝟕𝟒°
3. Exemplo 1

IA = 350<30°

Vt = 1327,9<0°

E = 1761,7<-20,74°
3. Exemplo 2
Um motor síncrono opera com fator de potência
0,7 capacitivo. Se a carga mecânica não se alterar e
a corrente de excitação aumentar, o fator de
potência:

a) Não se alterará.
b) Diminuirá, mantendo-se capacitivo.
c) Aumentará, mantendo-se capacitivo.
d) Tenderá para o valor unitário.
e) Tenderá para o valor indutivo.
3. Exemplo 2
Fator de potência 0,7 capacitivo.
Carga mecânica constante.
Aumenta a corrente de excitação.
αP

IA4
IA3
IA2 Vf

αP
IA1

Egf1 Egf2 Egf3 Egf4


3. Exemplo 2
Um motor síncrono opera com fator de potência
0,7 capacitivo. Se a carga mecânica não se alterar e
a corrente de excitação aumentar, o fator de
potência:

a) Não se alterará.
b) Diminuirá, mantendo-se capacitivo.
c) Aumentará, mantendo-se capacitivo.
d) Tenderá para o valor unitário.
e) Tenderá para o valor indutivo.
3. Exemplo 3

O diagrama fasorial acima corresponde a uma


máquina síncrona que, para fins de simplificação,
teve desprezado o efeito da sua resistência de
armadura.
Com base na figura, analise as seguintes afirmativas
a respeito do diagrama:
3. Exemplo 3
I. Trata-se de um gerador síncrono subexcitado;
II. Trata-se de um gerador síncrono, que fornece energia
reativa à rede;
III. Trata-se de um motor síncrono sobre-excitado, que fornece
energia reativa à rede;

É (são) correta(s) APENAS a(s) afirmativa(s)


a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) I e III
3. Exemplo 3
I. FALSO. O fluxo de potência ativa é uma questão de
fase, onde ângulo de torque (δ) é negativo , logo
concluímos que é o diagrama fasorial é de um
MOTOR;
II. FALSO. Pela motivo anterior, podemos eliminar esta
afirmação também;
III. VERDADEIRO. O fluxo de potência reativa é uma
questão de módulo da projeção de Egf, a tensão
maior entrega reativos à tensão menor. No
diagrama a tensão interna (Egf) é maior e desta
forma a máquina esta superexcitada (sobre-
excitada).
3. Exemplo 3
I. Trata-se de um gerador síncrono subexcitado;
II. Trata-se de um gerador síncrono, que fornece energia
reativa à rede;
III. Trata-se de um motor síncrono superexcitado, que fornece
energia reativa à rede;

É (são) correta(s) APENAS a(s) afirmativa(s)


a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) I e III
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

• FITZGERALD, A. E. Máquinas Elétricas. São Paulo:


McGraw-Hill, 1975.
• KOSOW, I. Máquinas Elétricas e Transformadores.
São Paulo: Globo, 1995.
• SANTOS M. Apresentações – Conversão
Eletromecânica de Energia - Máquinas Elétricas. Ijuí:
Unijuí, 2012.

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