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SISTEMA NACIONAL DE

VIGILÂNCIA EM SAÚDE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ-UFPI


DISCIPLINA: VIGILÂNCIA EM SAÚDE
PROFa: NAYLA ANDRADE BARBOZA
PROFa: LIANA VASCONCELOS
PROF. JOSÉ RICARDO DE SOUSA NETO
Por recomendação da 5ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1975, o
Ministério da Saúde instituiu o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica
(SNVE), por meio
de legislação específica (Lei nº 6.259/75 e Decreto nº 78.231/76). Esses
instrumentos legais
tornaram obrigatória a notificação de doenças transmissíveis selecionadas,
constantes de relação estabelecida por portaria. Em 1977, o Ministério da Saúde
elaborou o primeiro Manual
de Vigilância Epidemiológica, reunindo e compatibilizando as normas técnicas então
utilizadas para a vigilância de cada doença, no âmbito de programas de controle
específicos.
O atual Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou o SNVE, definindo em seu texto legal (Lei nº
8.080/90) a vigilância epidemiológica como “um conjunto de ações que
proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de
recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”. Além de
ampliar o conceito, as ações de vigilância epidemiológica passaram a ser operacionalizadas
num contexto de profunda reorganização do sistema de saúde brasileiro, caracterizada pela
descentralização de responsabilidades e integralidade da prestação de serviços. O Anexo 1
deste capítulo traz maiores informações sobre a atual organização do SNVE.
Quais são os componentes da vigilância
em saúde?

São as ações de :
vigilância,
promoção,
prevenção e controle de doenças e agravos à saúde,

Devendo-se constituir em espaço de articulação de conhecimentos e técnicas.

O conceito de vigilância em saúde inclui:


a vigilância e o controle das doenças transmissíveis;
a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis;
a vigilância da situação de saúde,
a vigilância ambiental em saúde, vigilância da saúde do trabalhador
a vigilância sanitária
Onde devem ser desenvolvidas as ações
da vigilância em saúde?

A vigilância em saúde deve estar cotidianamente inserida em todos os níveis de atenção da saúde.

A partir de suas específicas ferramentas as equipes de saúde da atenção primária podem desenvolver
habilidades de programação e planejamento, de maneira a organizar os serviços com ações programadas de
atenção à saúde das pessoas, aumentando-se o acesso da população a diferentes atividades e ações de saúde
Quais são as ações de cada componente
da vigilância em saúde?

A vigilância epidemiológica é um “conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou


prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual ou
coletiva, com a finalidade de se recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças
ou agravos”.

Seu propósito é fornecer orientação técnica permanente para os que têm a responsabilidade de decidir
sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos.

Tem como funções, dentre outras:


- coleta e processamento de dados;
- análise e interpretação dos dados processados;
- divulgação das informações;
- investigação epidemiológica de casos e surtos;
- análise dos resultados obtidos;
- e recomendações e promoção das medidas de controle indicadas.
A vigilância da situação de saúde

- Desenvolve ações de monitoramento contínuo do país/estado/região/município/território, por meio


de estudos e análises que revelem o comportamento dos principais indicadores de saúde, priorizando
questões relevantes e contribuindo para um planejamento de saúde mais abrangente.

A vigilância em saúde ambiental

- Visa ao conhecimento e à detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes
do ambiente que interferiram na saúde humana;
- Recomendar e adotar medidas de prevenção e controle dos fatores derisco, relacionados às doenças e outros agravos à
saúde, prioritariamente a vigilância da qualidade da água para consumo humano, ar e solo;
- Desastres de origem natural, substâncias químicas, acidentes com produtos perigosos, fatores físicos, e ambiente de
trabalho.

A vigilância em saúde do trabalhador

- Caracteriza-se por ser um conjunto de atividades destinadas à promoção e proteção, recuperação e reabilitação da
saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho.
A vigilância sanitária

- É entendida como um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de
intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, na produção e circulação de bens e na
prestação de serviços de interesse da saúde.

- Abrange o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde,
compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e o controle da prestação de
serviços que, direta ou indiretamente, se relacionam com a saúde
Outro aspecto fundamental da vigilância em saúde é o cuidado integral com a saúde das
pessoas por meio da promoção da saúde.

Essa política objetiva a promover a qualidade de vida, empoderando a população para


reduzir a vulnerabilidade e os riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e
condicionantes
- modos de viver,
- condições de trabalho
- habitação,
- ambiente,
- educação,
- lazer,
- cultura e acesso a bens e serviços essenciais.

As ações específicas são voltadas para:

- alimentação saudável,
- prática corporal/atividade física,
- prevenção e controle do tabagismo,
- redução da morbimortalidade em decorrência do uso de álcool e outras drogas,
- redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito,
- prevenção da violência e estímulo à cultura da paz,
- além da promoção do desenvolvimento sustentável.
vigilância em saúde e o planejamento
A vigilância em saúde detém conhecimentos e metodologias que auxiliam a gestão para o conhecimento da
realidade, identificação de problemas, estabelecimento de prioridades de atuação e melhor utilização dos
recursos em busca de resultados efetivos, fundamentais para a elaboração do planejamento.

A análise da situação de saúde permite a identificação, descrição, priorização e explicação dos problemas de
saúde da população, por intermédio da:

• caracterização da população: variáveis demográficas (número de habitantes com distribuição por sexo, idade,
local de residência, fluxos de migração, etc.); variáveis socioeconômicas (renda, inserção no mercado de
trabalho, ocupação, condições de vida, etc.); variáveis culturais (grau de instrução,hábitos,comportamentos,etc.);
• caracterização das condições de vida: ambientais (abastecimento de água, coleta de lixo e dejetos,
esgotamento sanitário, condições de habitação, acesso a transporte, segurança e lazer); características dos
sujeitos (nível educacional, inserção no mercado de trabalho, tipo de ocupação, nível de renda, formas de
organização social, religiosa e política);
• caracterização do perfil epidemiológico: indicadores de morbidade;
indicadores de mortalidade;
• descrição dos problemas: O quê? (problema); Quando? (atual ou potencial); Onde? (territorialização); Quem?
(que indivíduos ou grupos sociais).
Recomenda-se, para análise da situação de saúde, utilizar:

- os sistemas de informação disponíveis,

- indicadores de saúde,

- fontes diversas de dados,

- processamento estatístico,

- construção de séries temporais,

- desagregação por grupos e distribuição territorial, considerando valores e culturas locais.


Como ocorre a programação das ações
de vigilância em saúde?

A Programação das Ações de Vigilância em Saúde (PAVS) é um conjunto de ações que devem subsidiar a
programação das SES e SMS para o alcance das metas do Pacto pela Saúde e demais prioridades de
relevância para o Sistema Nacional de Vigilância em Saúde, eleitas pelas esferas
federal,
estadual
e municipais.

Deve, portanto, compor a Programação Anual de Saúde, respeitando-se

- a premissa do planejamento ascendente


- e permitindo flexibilidade na definição de ações e parâmetros nos espaços locorregionais

Em relação às ações do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, devem ser elaboradas com base no Elenco
Norteador de VISA e assim como a PAVS, devem compor a Programação Anual de Saúde. O Elenco Norteador
foi construído a partir das diretrizes do PDVISA, aprovadas por meio da Portaria n° 1.052/GM/MS, de 8 de maio
de 2007, e do Pacto pela Saúde, regulamentado pela Portaria n° 399/GM/MS, de 22 de fevereiro de 2006
Para a construção da integralidade em saúde exige-se que a programação das ações de VS ocorra de forma
articulada com outras áreas da atenção à saúde, particularmente a Atenção Primária.

As secretarias de saúde, com base nos parâmetros definidos na PAVS,


elaboram a programação de suas ações, podendo acrescentar algumas de interesse sanitário municipal ou
estadual.

A Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde (SVS/MS), realiza o monitoramento das ações da
PAVS junto às secretarias estaduais de saúde, as quais monitoram seus respectivos municípios.
A SVS/MS, em conjunto com as secretarias estaduais de saúde, também pode realizar este monitoramento junto
às secretarias municipais de saúde.

Assim como a SVS/MS, a Anvisa/MS desenvolve mecanismos de acompanhamento da descentralização das


ações de vigilância sanitária, atendendo à sua atribuição regimental, regulamentada na Portaria n° 354/GM/MS, de
11 de agosto de 2006.

Os gestores municipais, estaduais e federal devem realizar avaliações anuais da execução da PAVS e das ações
de vigilância sanitária, incluindo-as em seu Relatório de Gestão Anual.

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