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Lusíadas vs Mensagem

Semelhanças e Diferenças

VS

Trabalho realizado por: André Simões e Natacha Silva


Introdução

“A Mensagem é algo mais, muito mais, que uma


mera viagem temporal e espacial pela mitologia,
pré-história e história de Portugal. É
essencialmente uma viagem pelo mundo
labiríntico dos mistérios e dos enigmas e dos
símbolos e dos signos secretos, em demanda da
verdade.”
Relação intertextual
Lusíadas  narrativa épica que analisa acontecimentos
futuros.

Mensagem  Poema épico-lírico. Portugal está “mal” e


precisa de uma nova força anímica (época de
decadência)

Povo Português  Sujeito de acção heróica.


Camões  Perpetuação dos heróis.
Pessoa  Descobre a pré-destinação. “Novo heroísmo”.
Relação intertextual
 Semelhanças:

۰ Concepção mística e missionária da história portuguesa,


preocupação arquitectónica: ambas obedecem a um
plano cuidadosamente elaborado, o reverso da vitória
são as lágrimas e o sofrimento.
Relação intertextual
 Diferenças:

۰ Os Lusíadas foram compostos no início do processo de


dissolução do império e Mensagem publicada na fase
terminal de dissolução do império;

۰ Os Lusíadas têm um carácter predominantemente


narrativo e pouco abstracto, enquanto que Mensagem
tem um carácter menos narrativo e mais interpretativo e
cerebral;

۰ Nos Lusíadas o Adamastor é sinónimo de lágrimas e


mortes, sofrimento e audácia que as navegações
exigiram, enquanto que na Mensagem simboliza os
medos e terrores vencidos pela ousadia;
Relação intertextual
 Diferenças:

۰ Nos Lusíadas o tema é o real, o histórico, o factual (os


acontecimentos, os lugares), na Mensagem o tema é a
essência de Portugal e a necessidade de cumprir uma
missão;

۰ Para Camões os deuses olímpicos regem os acidentes e


as peripécias do real quotidiano, para Pessoa os deuses
são superados pelo destino, que é força abstracta e
inexorável;
Relação intertextual
 Diferenças:

۰ Nos Lusíadas os heróis são pessoas com limitações


próprias da condição humana, mesmo se ajudados nos
sonhos pela intervenção divina cristã ou pelos deuses do
Olimpo, em Mensagem os heróis são mitificados e
encarnam valores simbólicos, assumindo proporções
gigantescas;

۰ Lusíadas: narrativa comentada da história de Portugal,


Mensagem: metafísica do ser português; Lusíadas: heróis
e mitos que narram as grandezas passadas. Mensagem:
heróis e mitos que exaltam as façanhas do passado em
função de um desesperado apelo para grandezas
futuras.
Os Lusíadas: A Mensagem

o Homens reais com o Heróis mitificados,


dimensões heróicas carregando
mas verosímeis;
dimensões simbólicas
o Heróis de carne e
osso, bravos mas o Heróis individuais
nunca infalíveis; exemplares (símbolos)
o Herói colectivo: o
povo português
o Virtudes e manhas
Os Lusíadas: A Mensagem:

o D. Sebastião (rei o D. Sebastião mito “loucura


menino) a quem Os sadia”
Lusíadas são o Sonho, ambição (D.
dedicados; “tenro e Sebastião é a última figura
novo ramo” da história a ser
mencionada, como se se
quisesse dizer que Portugal
mergulhou, depois do seu
desaparecimento num
longo período de letargia)
Relação intertextual

Em ambas as obras há uma referência muito especial a D.


Sebastião
Modelo a
seguir
Corajoso jovem
Batalhador trazia
esperança
Exemplo visto como um herói

Defensor da pátria

Exemplo a seguir
Relação intertextual

 A atitude heróica é importante parar aproximação de


deus, mas o herói não pode esquecer que o poder
baseado na justiça, na lealdade, na coragem, e no
respeito é mais valioso do que o poder exercido
violentamente pelo conquistador – a opção clara pelo
poder espiritual, pelo poder moral, pelos valores…
Relação intertextual
 Na mensagem a voz narrativa da épica tradicional dá,
constantemente, lugar a voz lírica, num discurso analítico
– critico, que reflecte sobre o passado heróico de
conquistas, vibrando com o espírito do povo português,
e expressa a visão e as emoções do “eu” face ao
acontecer histórico, muitas vezes num tom profético. Os
poemas, em geral breves, apresentam uma linguagem
metafórica e musical, bastante sugestiva, com frases
curtas, apelativas e, frequentemente, aforísticas, onde
abundam a pontuação expressiva e as perguntas
retóricas.
Símbolos e Mitos
 Camões vê Portugal como cabeça da Europa; Fernando
Pessoa valoriza o seu papel na civilização ocidental ao
coloca-lo como o rosto “ com que fita” o mundo (“O dos
Castelos”);

 O épico fala dos heróis que construíram e alargaram o


Império Português, para que a sua memória não seja
esquecida, enquanto Pessoa escolhe aquelas figuras
históricas predestinadas a essa construção imperial mas,
através delas, procura simbolizar a essência do ser
português que acredita no sonho e se mostra capaz da
utopia para a realização de grandes feitos;
Símbolos e Mitos
 N´Os Lusíadas há a viagem à Índia; Na Mensagem temos
a avaliação do esforço, considerando que a gloria advêm
da grandeza da alma humana, apesar das vidas perdidas
e toda a espécie de sacrifícios dos nautas mas também
de mães, filhos e noivas;

 A fantasmagoria do Adamastor mostra que o homem


tem de superar-se para ultrapassar os problemas com
que depara, enquanto o Mostrengo permite contrapor o
medo com a coragem que permite que o homem
ultrapasse os limites;
Símbolos e Mitos

 Camões fala do Ulisses e de outros mitos, mas Pessoa


mostra a importância do mito como um nada capaz de
gerar os impulsos necessários á construções da realidade
(“Ulisses”); Os mitos permitem a Pessoa fazer a apologia
da sua missão profética. Pessoa considera-se investido
no cargo de anunciador do Quinto Império.

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