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ENSAIO

Prof. Dr. Nunes

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CONCEITOS/CARACTERÍSTICAS
Um conceito que busca ser objetivado numa definição, a mais completa
possível, pode apresentar, entre outras, as seguintes características:
Estudo, investigação, reflexão etc. Contém o caráter de provisoriedade, de
proposta, de algo que não possui a pretensão de acabamento;
Estudo formalmente desenvolvido, dentro de padrões mais ou menos
formais; mais flexível que um tratado. É elaborado, isto é, não é o
espontâneo nem o caótico, mas formalmente apresentado a partir de
determinados padrões;
Como texto, pode ser de natureza literária, científica e filosófica. Entre
todos os gêneros textuais, é aquele que melhor possui trânsito entre a
filosofia, a ciência e a crítica;
Deve a exposição do assunto ser lógica, mesmo adotando o estilo livre, isto
é, sem seguir os passos de uma análise detalhada ou uma demonstração
exaustiva, expõe a matéria com racionalidade;
CONCEITOS/CARACTERÍSTICAS
Tem algo em comum que é o rigor de argumentação, de demonstração. O
rigor, que não se confunde com a exatidão;

O rigor típico do ensaio aparece aliado, quase sempre, ao


estilo de interpretação e de julgamento pessoal;
O rigor, a interpretação e o julgamento pessoal do autor pressupõem que
haja maior liberdade de expressão, liberdade que a maioria dos gêneros
não possuem. A liberdade consiste em poder defender uma posição sem o
apoio empírico, documentos ou outros recursos metodológicos;

Requer, tendo em vista esse conjunto de características, que o autor tenha


informação cultural e maturidade intelectual. Nesse sentido, é um gênero
difícil de elaborar, pois, a liberdade de estilo, de ritmo, de expressão exige
sutileza e equilíbrio.
EXEMPLO DE ENSAIO
ENSAIO :“O DEGUSTADOR DE VINHO E A INTERAÇÃO DOS NÍVEIS DE
LEITURA (POR VIVIAN C. JUKEMURA)”
É uma maravilha saborear cada passo ao se ler um livro. É como saciar a sede
por conhecimento . Cada pequeno passo até o último pingo no final de cada frase. Ler
é um grande ritual, no qual o leitor, às vezes pratica sem saber. O que me faz lembrar
de um degustador de vinhos, quando saboreia seu vinho até a última gota. Assim, este
ensaio pretende mostrar uma comparação entre um degustador de vinho e um leitor,
com base na interação dos três níveis de leitura: sensorial, emocional e racional.
O degustador também passa por níveis. Em seu primeiro nível ele vê a garrafa
do vinho, sente o cheiro e movimenta o líquido dentro da taça, que lhe causará ou não
interesse. O leitor por sua vez, diante de um livro, olha, apalpa, até mesmo “cheira” um
livro que nunca leu. Isso é o primeiro nível de leitura, a leitura sensorial.
Na segunda etapa, o vinho deve conter a temperatura certa. Nesta ocasião,
uma decisão de temperatura é inteiramente pessoal, onde cada degustador tem sua
temperatura. Da mesma forma, o leitor quando lê um livro ou texto, se envolve numa
calorosa jornada de emoções, sejam elas tristes ou felizes. Cada leitor sente de forma
individual o que se lê, se identificando emocionalmente. Chamamos essa segunda
etapa de leitura emocional.
Alguns leitores , ainda no segundo nível, conseguem incitar emoções,
assim como provar um vinho.O paladar libera sensações, o livro nos traz
emoções. Lembrando que o estado emocional do leitor e o paladar do
degustador mudam a cada dia, tornando a segunda leitura diferente, com
novos sentimentos e sabores,. Por isso, reler sempre se torna parte do
exercício da leitura.
No terceiro nível, o degustador decifra os aromas, o que dependerá da
forma que lhe é servido o vinho, numa taça de boca larga ou não. Tais
características poderão afetar no aroma, seja pela evaporação ou pela falta
dela. O final desta etapa será então o veredito do degustador, que
teoricamente culmina em um bom vinho para servir na ocasião. O leitor
também reage ao conteúdo racionalizado de um livro ou poema. Essa leitura
racional é a interpretação com o julgamento crítico de uma leitura. Nesta
parte, a análise do leitor, juntamente com a interação da leitura sensorial e
emocional, lhe trará um amplo entendimento e então, será capaz de um
mágico aproveitamento do ato de ler, podendo recomendar ou não aquilo que
leu.
Assim como o degustador, que busca intensamente os sabores de um
vinho, o leitor deve cumprir os níveis de leitura para aproveitar intensamente de
um livro ou texto. Deve ser observador primeiramente, tocar, cheirar, ver e então
seguir um grande ritual como se fosse a primeira vez que estivessem lendo. Em
seguida, deve maravilhar-se de cada passo, emocionar-se com cada palavra
calorosa ou gélida ao tomar a leitura e por fim, analisar criticamente, não se
embriagar nas ideias, nem ficar perdido. Só assim, a leitura se torna inteiramente
completa, uma interação dos níveis da leitura. Isso lhe tornará digno de dizer
quando um livro é ou não um bom livro. E, mesmo que nada lhe apeteça, assim
como um vinho provado, o livro, a partir daquele momento, fará parte integrante do
seu conhecimento. Não é preciso ser um especialista para ler, mas é preciso ler
de forma especial. Confúcio escreveu: “Todos os homens se nutrem, mas poucos
sabem distinguir os sabores.”
Sugestão de bibliografia : O que é leitura (Maria Helena Martins)

ATIVIDADE: FAZER UM ENSAIO DO TEXTO “Ensaio: noções gerais”.

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