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A arte na Grécia Antiga:

A arte na Grécia
escultura e arquitetura
História Geral da Arte
A arte grega atingiu o seu apogeu nos séculos V e IV a.C. (período
clássico), época em que as obras atingiram tal perfeição que se tornaram um
modelo para muitos artistas de outras épocas.

Características:
Harmonia (dos elementos decorativos)- concilia os ideais estéticos e
éticos;

Equilíbrio (das proporções) – abandona o monumentalismo egípcio;

Sentido humanista (valorização do Homem)- o Homem é a medida


de todas as coisas;

Ligada à vida religiosa, a arte foi colocada ao serviço da vida pública


enquanto expressão da comunidade e do cidadão;
Arquitetura
A religião e o culto representam um fator de união em todo o mundo
grego, o que se expressa na arquitetura, particularmente na
construção dos templos – o monumento por excelência.

Tipo de templos segundo a distribuição das colunas

Completamente Quando uma ou Só tem colunas na Tem colunas na


rodeado de mais filas de fachada fachada principal e
colunas colunas está posterior
embebida nas
paredes do Naos
Tipo de templos segundo o número de filas de colunas

Tipo de templos segundo o número de colunas na fachada


Templo: modelo de perfeição e ordem

abriga a estátua da divindade;


materializa a relação entre o homem e os deuses;
simboliza a pólis, a união do povo heleno;
testemunha a ideia de ordem, perfeição e equilíbrio;
mantém a mesma estrutura em toda a Hélade;
agrega os princípios construtivos, técnicos e estéticos que
serviram de modelos aos restantes edifícios da época;

planta simples, normalmente retangular;


A Acrópole de Atenas
Sistema trilítico
Duas pedras verticais (colunas) e uma horizontal (entablamento) que
tem como função nivelar e unir as colunas, aio mesmo tempo que
descarrega sobre elas o seu peso e o do telhado. As colunas orientam
esse peso para o envasamento no qual estão assentes.
Elementos estruturais do templo

- Envasamento Estes elementos estão estruturados a partir


- Coluna de um conjunto de regras fixas – cânone –
- Entablamento que define as medidas de cada um dos seus
- Frontão elementos, a proporção e as relações entre
as partes.

A vontade de construir obras perfeitas


levou à criação de ordens arquitetónicas:
A ordem Jónica

. coluna com fuste


canelado, mais delgado
assente numa base;

. capitel de volutas;

. friso com decoração


contínua;
Templo de Atena
Niké (420 a.C.)

Templo
anfiprostilo
(colunas na
fachada frontal e
posterior) e
tetrástilo (4
colunas frontais)
Erecteion
A ordem Coríntia

. variante da ordem
jónica;

. capitel decorado com


folhas de acanto;

Templo de Zeus, em Atenas


(Grécia)
A ordem dórica

. simples e maciça;

. fuste de arestas vivas;

. capitel sóbrio e sem enfeites;

. coluna apoiada diretamente


sobre a plataforma do templo;

. friso onde alternam tríglifos e


métopas;

. frontão com esculturas;


Esta ordem era a mais utilizada, pois as métopas no friso, permitiam aplicar
a técnica do relevo (normalmente usadas para contar uma história).
O TEMPLO DÓRICO

Plant e alçado do
Planta A fachada do Templo da Concórdia coberta por
templo dórico um painel que simula o seu aspeto original
* Peristilo (Agrigento, Sicília)
TEMPLO DA CONCÓRDIA (550-530 a. C.)
Frontão

Tríglifo Cornija

Métopa Friso
Arquitrave

Capitel

Fuste
Templ o Períptero
Templo Períp
isto é,
hexástilo, isto
hexástilo,
com colunas
c aa toda
t
a volta e 6 ccolunas
frontais

Com seis colunas frontais e treze nos lados maiores, o templo, tal
como o Pártenon, apresenta correção ótica das linhas retas
(entasis).
Parténon (447 - 438 a.C.)
Nos tímpanos dos frontões conjuga-se o trabalho do arquiteto e
do escultor – as figuras mais importantes ocupam o centro e
estão representadas de pé adaptando-se as restantes à
distribuição do espaço.

Os temas são, inicialmente, mitológicos, mas a partir do séc. VI


a.C. quase todos os frontões abordam as batalhas, procissões,
cenas de caça, corridas…
Reconstituição das cores originais do Templo do Pártenon
(http://www.class.uh.edu/classes/arth1380/artconceptpages/ParthenonMetopes/index.htm)

A brancura
brancura do templo
templo contrastava
contrastava com as
as cores
cores vivas
vivas tais
tais como
comoo
vermelho, o azul ee oo dourado,
dourado, dos
dos capitéis,
capitéis, tríglifos,
tríglifos, métopas
métopas e
tímpanos dos frontões.
A decoração esculpida
(relevos escultóricos)
encontrava-se nos frisos,
nas métopas e nos
tímpanos dos frontões.
Lápitas contra os
Centauros(méto-
pas do lado
meridional do
friso exterior do
Templo do
Pártenon, c. 440
a.C.)

(http://commons.wikimedia.org/wiki/
Category:Metopes_of_the_Parthen
on_(south))
Dioniso (tímpano do frontão oriental do Templo do Pártenon, c.
438-432 a.C.)
(http://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Pediments_of_the_Parthenon)
Escultura
A escultura grega é conhecida através das cópias romanas em
mármore, que não têm a policromia que os gregos aplicavam aos
seus trabalhos.
Características gerais:

a) Destinada a honrar e glorificar deuses, heróis e atletas;

b)Tinha uma dimensão humana e procurava atingir a harmonia e


perfeição;

c) Era idealista, uma vez que pretendia retratar um ideal de beleza


(o homem atleta, guerreiro - retocando, se necessário, as
imperfeições);

d) Dominada pelos temas mitológicos e pela figura humana;

e) Evidencia conhecimento da anatomia humana (representada


de forma harmoniosa, ainda que idealizada);
f) Obedecia a dois cânones (regras/normas):

- O de
Policleto
que define
como
proporção
ideal que a
cabeça
corresponda
a 1/7 do
corpo
(estátuas
elegantes,
mas
robustas);
Doríforo (lanceiro), de Policleto
(cópia romana em mármore, o original grego data de 440 a.C.)
- O de Lisipo cuja proporção ideal é que a cabeça corresponda a
1/8 do corpo (estátuas mais esguias);

Ex. Apoxiómeno

Apoxiómeno de Lisipo,
cópia romana em mármore.
Período arcaico (sécs. VII-VI a.C.)
Características:

- Rigidez e ausência de movimento;

- Convencionalismo nas formas e posições;


- As figuras apresentavam um aspeto pouco
natural, com formas rígidas denotando a
influência da escultura egípcia.

- Podem representar um Deus na plenitude


da sua juventude, soldados, ou atletas/heróis;

Kouros (pl. Kouroi) 600 a. C.


Kore (pl.Korai), Museu da Acrópole, Atenas Kore (reconstituição pintada),
Glyptothek, Munique

- Podem representar uma Deusa;


- Eram pintadas com cores vivas;
- O corpo era coberto por vestidos longos;
Materiais utilizados:

Madeira (?) Mármore; Bronze;


Período severo (sécs. VI-V a.C)

Características:

- Período de transição para a época


clássica;

- Introdução da noção de movimento;

- Desaparecimento da frontalidade;

- Introdução dos cânones na escultura;

Auriga de Delfos (475 a.C.)


Museo Arqueológico de Delfos, Grécia
Detalhes:

Fragmentos de bronze dispostos sobre a


reconstrução hipotética da escultura original
Posidon (ou Zeus ?) (460 a.C)
estátua majestosa com o braço
direito estendido para lançar o
tridente (?) e o esquerdo ao
nível do ombro.

Museu Nacional de Arqueologia de Atenas


Período clássico (sécs. V-IV a.C)

Características:

- Cânones de Policleto e Lisipo;

- Harmonia, perfeição, rigor do


pormenor, beleza, serenidade e ideia
de movimento;

- Introdução do nu feminino;

- Realismo e idealismo;

“Afrodite de Melos”, ou “Vénus de Milo” na designação


romana. (autor desconhecido, embora haja quem a atribua
a Alexandros de Antióquia) – Museu do Louvre
Ideia de movimento;

Músculos definidos;

Rosto inexpressivo
(parece alheio ao
esforço/ tensão que o
corpo revela);

Torso em arco;

Discóbolo, Míron, cópia romana em mármore - Museu


Nacional Romano, Roma
Período helenístico (sécs. III-I a.C.)

Características:

- Grupos escultóricos;

- Realismo expressivo e dramático, de efeito teatral;

Preocupação em mostrar a realidade física, mas também as


sentimentos (paz, amor, liberdade, vitória, etc).

- Expressão do Pathos que implica:

Paixão Excesso Sofrimento Emoção


Durante a guerra, o soldado
grego prepara-se para o suicídio
depois de matar a mulher, para
não ter de entregá-la ao inimigo.
O soldado olha para trás,
observando o inimigo, já com a
espada sobre o pescoço.
Segura, ao mesmo tempo, um
dos braços do corpo da mulher
que, sem vida, escorrega para o
chão.
Esta escultura evidencia alguns
contrastes: vida e morte,
homem e mulher, o nu e as
vestes, força e debilidade.
“O Soldado Gálata e sua Mulher”
(cópia romana, o original grego perdeu-se e
datava do século III a.C.) – Museu Nacional
Romano, Roma
Laooconte e os filhos são
devorados pelas serpentes (tema
mitológico);

Grupo escultórico;

Ideia de movimento e tensão;

Realismo expressivo;

Dramatismo (reforçado pela


composição
desequilibrada);

Fealdade (abandono da
serenidade e do “realismo
idealista”;

Conjunto Laooconte e seus filhos - Cópia romana possivelmente de Hagesandro, Atenodoro e Polidoro de Rodes – Séc. I d.C.
Museus do Vaticano, Roma
Três figuras
humanas
atacadas por
duas serpentes,
que se enrolam
nos seus corpos.

Rosto de
pessoa com
uma idade
avançada que
contrasta com o
corpo
musculado,
característico
dos mais
jovens;
A tensão muscular no corpo de Laoconte evidencia o estado
de dor e sofrimento.
A escultura grega assume um conjunto alargado de
inovações estéticas e formais impulsionadas pela cultura
grega, nomeadamente pela religião antropomórfica e
humanista, pelos valores filosóficos e estéticos e pelo
desenvolvimento da vida pública e cívica.

Do conjunto de inovações destacam-se: o naturalismo das


formas (embora a figura humana surja muitas vezes
idealizada); as regras de representação dos corpos (rigor
anatómico e os cânones), a quebra da lei da frontalidade e o
nu.

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