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CAUSA GINECOLÓGICA E
OBSTÉTRICA
Ana Reynolds
2005
HEMORRAGIA GENITAL DE CAUSA GINECOLÓGICA
Adolescência
• Hemorragia disfuncional
• Iatrogénicas (hormonoterapia)
• Alterações hematológicas
Idade reprodutora
•Iatrogénicas (hormonoterapia)
• Hemorragia disfuncional
• Fibromiomas uterinos
• Pólipos endometriais
• Cervicite
• Disfunção tiroideia
• Neoplasias ginecológicas
Pós-menopausa
• Iatrogénicas (hormonoterapia)
• Atrofia genital
•Patologia endometrial (incluindo maligna)
Hemorragia uterina anormal (H.U.A) - Definição
Hemorragia genital com origem uterina que sai do
padrão normal do ciclo menstrual.
Hipermenorreia/Menorragia
Cataménio com perda sanguínea excessiva em quantidade
e/ou número de dias.
Metrorragia
Hemorragia genital com origem uterina, fora do período
menstrual.
Menometrorragia
Hemorragia genital com origem uterina, irregular e
prolongada, que não é possível classificar como uma das
anteriores.
Hemorragia uterina disfuncional (H.U.D.)
História Clínica
• Idade, actividade sexual, medicação habitual,
antecedentes ginecológicos e obstétricos
• Caracterização da hemorragia e sintomas associados
• Pesquisa de factores de risco de carcinoma endometrial
(história de infertilidade, S.O.P.C., história familiar de ca. do endométrio ou do cólon,
tratamento com tamoxifeno)
Exame físico
Exames Auxiliares de Diagnóstico:
Hemograma
Estudo da coagulação
Estudo da função hepática e função renal
Culturas cervicais para N. Gonorreia e Clamydia...
Citologia cervical
Doseamentos séricos hormonais (FSH, LH, Estradiol, PRL,
Testosterona, Androstenediona, SDHEA, Estrona,17-OHP , TSH, T3 e T4
livre, progesterona)
• > 40 anos
• Factores de risco para carcinoma do endométrio
• Sem melhoria após 3 meses de tratamento
TRATAMENTO H.U.A.
- Desejo de preservar a fertilidade
- Doenças associadas
TRATAMENTO MÉDICO
Anti-inflamatórios não esteróides (ácido mefenâmico)
Progestativos
Estroprogestativos
Estrogéneos
DIU com progestativo
Análogos GnRH
Agentes antifibrinolíticos (ácidos tranexâmico e aminocapróico)
TRATAMENTO CIRÚRGICO
ETIOLÓGICO
Polipectomia
Miomectomia
Destruição ou ablação do endométrio
Histerectomia
Curetagem uterina hemostática (emergência)
HEMORRAGIA GENITAL DE CAUSA OBSTÉTRICA
1º trimestre da gravidez
• Abortamento espontâneo
• Gravidez ectópica
• Doença neoplásica do trofoblasto
2º e 3º trimestres da gravidez
• Placenta prévia
• Descolamento prematuro de placenta normalmente inserida
Hemorragia pós-parto
Abortamento espontâneo
• História clínica
• Exame físico
• Ecografia transvaginal
TRATAMENTO
Atitude expectante – 60% sucesso às 4 semanas
Esvaziamento uterino instrumental
Resolução médica com misoprostol c/ ou s/ mifepristona
AMEAÇA DE ABORTAMENTO
• Hemorragia vaginal com ou sem dor abdominal
• Colo uterino inteiro e fechado
TRATAMENTO
Repouso no leito
Abstinência sexual
Reavaliação ecográfica posterior
TRABALHO DE ABORTAMENTO
• Hemorragia vaginal
• Dor abdominal intensa, tipo cólica e geralmente rítmica
• Colo dilatado
TRATAMENTO
Atitude expectante em regime de internamento
Vigilância de perda hemática genital
Analgesia
ABORTAMENTO INCOMPLETO
• Hemorragia vaginal com ou sem dor abdominal
• Colo fechado ou dilatado
• Conteúdo uterino heterogéneo na ecografia
TRATAMENTO
Se hemorragia e dor ligeiras → atitude expectante em
ambulatório
Se hemorragia moderada a abundante ou dor relevante→
esvaziamento uterino
ABORTAMENTO COMPLETO
• Hemorragia vaginal escassa com ou sem dor abdominal
• Colo fechado
• Ausência de conteúdo intra-uterino significativo na
ecografia
TRATAMENTO
Alta
Gravidez ectópica
DEFINIÇÃO
Implantação do blastocisto noutro local que não o
endométrio, na cavidade uterina.
INCIDÊNCIA
1-2% das gravidezes.
Exame físico
Ecografia
Curetagem uterina
Laparoscopia e Histologia
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
• muito variável.
• tríade sintomática clássica
Atraso menstrual
Hemorragia vaginal
Dor abdominal
HEMORRAGIA VAGINAL
Geralmente escassa (spotting), acastanhada, contínua ou
intermitente (descamação endometrial devida ao declínio
da produção hormonal do corpo amarelo e do trofoblasto)
DOR
Geralmente nos quadrantes abdominais inferiores
Se rotura a dor pode ser abdominal difusa
LAPAROSCOPIA
História natural da GE tubária
• Abortamento tubário
Acumulação de sangue no fundo de saco de Douglas ou
Formação de hemato-salpinge, se trompa impermeável
• Rotura tubária
espontânea ou traumática
alterações hemodinâmicas e hemoperitoneu
TRATAMENTO
CIRÚRGICO
MÉDICO
ATITUDE EXPECTANTE
Circunstâncias clínicas
Recursos disponíveis.
Gravidez ectópica tubária rota - abdómen agudo
Laparotomia e salpingectomia
Gravidez ectópica tubária não-rota
Estabilidade hemodinâmica
Ausência de sinais de anemia
Dor abdominal apenas ligeira
Tratamento conservador
• Cirurgia Conservadora
Salpingostomia
laparoscópica
• Atitude expectante
Laparoscopia versus Laparotomia
VANTAGENS
• Diminuição do tempo operatório
• Menor perda sanguínea
• Diminuição do tempo de internamento
• Redução da necessidade de analgésicos
• Menor custo
• Menos aderências pós-cirúrgicas
• Menos morbilidade
• Melhor resultado estético
DESVANTAGENS
• Maior taxa de persistência trofoblástica
• Necessidade de laparoscopistas experientes
Salpingostomia versus salpingectomia
SALPINGOSTOMIA SALPINGECTOMIA
Num. Gravidez Ectópica Gravidez Ectópica
doentes intra-uterina recorrente intra-uterina recorrente
CLASSIFICAÇÃO:
• central total (recobre totalmente o OCI)
• central parcial (recobre parcialmente o OCI)
• marginal (bordo da placenta junto ao OCI)
• de inserção baixa (perto mas sem atingir o OCI)
Placenta prévia nos 1º e 2º trimestres
• RISCOS ESPECÍFICOS:
acretismo placentário (5-25%), hemorragia
antenatal e hemorragia pós-parto
Marginal
OCI
OCI
Central Parcial
Central Total
Placenta prévia
(central total, central parcial, marginal ou a < 2cm do OCI)
• abstinência sexual
• repouso no leito no 3º trimestre
• se hemorragia moderada repouso no leito com hospitalização no 3º
trimestre
• se hemorragia abundante cesariana emergente
Cesariana de risco
• cirurgião experiente
• sangue disponível no bloco
DPPNI – descolamento prematuro de placenta
normalmente inserida
incidência ± 0,4%
INCIDÊNCIA AUMENTADA
• doença hipertensiva da gravidez (50%)
• multiparidade
• rotura prematura de membranas
• DPPNI anterior
• traumatismo abdominal
• tabaco, alcoól, cocaína
• fibromioma retro-placentar
RISCOS ESPECÍFICOS
• morte fetal e neonatal, sequelas neurológicas RN
• hemorragia feto-materna
• anemia e choque hipovolémico maternos
• coagulação intravascular disseminada
• coagulopatia de consumo
SINTOMAS MAIS FREQUENTES
• hemorragia genital nos 2º ou 3º trimestres
- intensidade não indicadora da gravidade
- 25% sem hemorragia (Hematoma retro-placentário,
descolamento de placenta com membranas aderentes, polo
cefálico apoiado)
• dor hipogástrica
• diminuição dos movimentos fetais
SINAIS
• hemorragia uterina
• contractura uterina (formas graves)
DIAGNÓSTICO
•Ecografia transabdominal
(visualização difícil de
hematomas retroplacentários)
•Exame da placenta após o
nascimento
•Cardiotocografia
(avaliação do estado fetal)
TRATAMENTO
• hemorragia abundante transfusões e cesariana emergente
• hemorragia moderada:
• > 34 sem indução imediata do parto
• 25- 33 sem
• se feto morto indução imediata do parto
• se estado fetal não tranquilizador cesariana
• se estado fetal normal atitude expectante
Etiologia
• Atonia uterina
• Retenção parcial ou total da placenta + frequentes
• Lesões do tracto genital inferior
• Rotura uterina
• Inversão uterina
raras
• Acretismo placentário
• Coagulopatia materna
Atonia uterina 5% dos partos
Factores de risco
Factores de risco
• Cesariana anterior
• Outras cicatrizes uterinas
• Placenta prévia
Inversão uterina
(muito rara)
Medidas imediatas perante hemorragia pós-parto grave:
• Pontos de B-Lynch
• Pontos intramiometriais hemostáticos
• Laqueação arterias uterinas
• Laqueação das ilíacas internas (hipogástricas)
• Histerectomia total ou sub-total
Pontos de B-Lynch
Pontos intramiometriais hemostáticos
Laqueação bilateral das artérias hipogástricas
Laqueação bilateral das artérias hipogástricas