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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Conceituação de Lógica Simbólica


Breve histórico da Lógica Moderna
Conceitos básicos
Proposições simples e compostas
Símbolos
INTRODUÇÃO
LÓGICA SIMBÓLICA

A lógica matemática é a lógica moderna


apresentada através de símbolos
matemáticos. Sua história começa no
século XIX com George Boole.
SURGIMENTO DA LÓGICA
SIMBÓLICA
Porém, a primeira aproximação entre
lógica e matemática se dá com Leibniz.
Ele aplicou à lógica o modelo de cálculo
algébrico de seu tempo. A sua intenção
era a de adotar uma notação exata e
universal que representasse o
pensamento.
No século XIX, George Boole iniciou um
processo de matematização da lógica.
Surgindo assim uma lógica algébrica. A
formulação ocorreu em sua obra The
Mathematical Analysis of Logic de 1847.
John Venn e Charles Peirce adotaram e
desenvolveram esse sistema em suas
investigações lógicas.
As contribuições de Leibniz ficaram
desconhecidas até o início do século XX.
O reviver da lógica ocorreu, de fato, no
final do século XIX.
Immanuel Kant afirmou explicitamente
que a lógica não tinha dado qualquer
passo importante, para frente ou para
trás, desde Aristóteles, e parecia, sob
toda aparência, estar acabada e
completa.
 George Boole (1815 - 1864)
foi
um matemático, filósofo bri-
tânico, criador da álgebra
booleana, fundamental para
o desenvolvimento da
computação moderna.
Iniciador da lógica
simbólica.
• Gottlob Frege procurou utilizar a notação
da aritmética para uma lógica que
representasse o pensamento puro.
Giuseppe Peano também fez uso deste
sistema.
A partir da obra de Frege, a lógica
clássica adquiriu forma quase definitiva,
extensa e consistente nos Principia
Mathematica de Whitehead e Russell.
CONCEITOS BÁSICOS

• Proposição é uma sentença declarativa.


São objetos de estudo da lógicas
somente as sentenças que podem ser
reconhecidas como verdadeiras ou falsas.

• Ex.: Hipácia é filósofa.


Não são objetos da lógica:

 Sentenças exclamativas: “Caramba!” ; “Feliz


aniversário!”
 Sentenças interrogativas: “como é o seu
nome?” ; “o jogo foi de quanto?”
 Sentenças imperativas: “Estude mais.” ; “Leia
aquele livro”.
Geralmente, uma proposição é
representada pela letra p.

A proposição é verdade que Hipácia é filósofa


é representada por VL(P)=V, o valor lógico de
p é verdadeiro.
A proposição é falso que Nero é filósofo é
representada por VL(Q)=V, o valor lógico de q
é falso.
A veracidade das proposições se assentam
sobre princípios básicos:

 Uma proposição verdadeira é verdadeira; uma


proposição falsa é falsa. (Princípio da
identidade);
 Nenhuma proposição poderá ser verdadeira e
falsa ao mesmo tempo. (Princípio da Não-
Contradição);
 Uma proposição ou será verdadeira, ou será falsa:
não há outra possibilidade. (Princípio do Terceiro
Excluído).
SÍMBOLOS LÓGICOS
PROPOSIÇÕES SIMPLES
E COMPOSTAS

• As proposições constituídas por mais de


uma sentença declarativa são compostas.
Elas exigem conectivos lógicos. Estes são
expressões que servem para unir duas
proposições.
• Uma proposição é representada por p (r,
s, t..). p equivale a qualquer afirmação,
argumento ou enunciado.

• p: Deus existe.
NEGAÇÃO
No caso de uma proposição simples, não poderia
ser mais fácil: basta pôr a palavra não antes da
sentença, e já a tornamos uma negativa.
Exemplos:

 o João é médico. Negativa: João não é médico.


 o Maria é estudante. Negativa: Maria não é
estudante.

Símbolo: ~
TABELA DE VERDADE - NEGAÇÃO
CONJUNÇÃO

• As proposições que são unidas pelo


conectivo “e” são chamadas de
conjuntivas. A conjunção “mas” também
confere este sentido.

• Marcos é professor e Júlia é aluna.


p˄p
Na conjunção o elemento absorvente é
F. A conjunção será verdadeira se ambas
as proposições foram verdadeiras. Se
uma delas for falsa, a conjunção será
falsa. Confira as variações possíveis:
TABELA DE VERDADE - CONJUNÇÃO
EXERCÍCIO

p˄q = V Conjunção (e)

Clemente é bispo e Estêvão é diácono.


Clemente não é bispo e Estêvão é diácono.
Clemente é bispo e Estêvão não é diácono.
Clemente não é bispo e Estêvão não é diácono.
EXERCÍCIO

(SADPE/2008/FGV) Leonardo disse a Fernanda: - Eu jogo


futebol ou você não joga golfe.
Fernanda retrucou: - isso não é verdade.

Sabendo que Fernanda falou a verdade, é correto concluir


que:
a) Leonardo joga futebol e Fernanda joga golfe.
b) Leonardo joga futebol e Fernanda não joga golfe.
c) Leonardo não joga futebol e Fernanda joga golfe.
d) Leonardo não joga futebol e Fernanda não joga golfe.
e) Leonardo não joga futebol ou Fernanda joga golfe.
• A notação lógica pretende representar
simbolicamente as expressões da linguagem,
porém, há que se observar:
• João pulou do edifício e morreu.
• Lógica: a V b. Ambas são V. Mas se inverter
b V a, na língua gera um problema:
• João morreu e pulou do edifício. F
NEGAÇÃO DE PROPOSIÇÕES COMPOSTAS

• Para negar uma conjunção, procedemos


assim:
Não é verdade que Demóstenes é
cafeicultor e Marcelo é caminhoneiro.

1. Nega-se a 1ª parte (~p): Demóstenes não é


cafeicultor.
2. Nega-se a 2ª parte (~q): Marcelo não é
caminhoneiro.
3. Troca-se “e” por “ou” e o resultado:
Demóstenes não é cafeicultor ou Marcelo não é
caminhoneiro.
P˄q ~p˅~q
EXERCÍCIO
Faça a negação das seguintes conjunções e
represente as proposições na notação lógica:
DISJUNÇÃO

• As proposições que são unidas pelo


conectivo “ou” são disjuntivas. Símbolo:
V.

Marcos é professor ou Maria é estudante.


pVp
A disjunção pode ser:

a) inclusiva: Quando o sentido do “ou” admite


as duas possibilidades. Ex.: Ou chove ou faz
sol. vel em latim.

a) exclusiva: Quando o sentido do “ou” não


admite as duas possibilidades. Ex.: Ou Trump
será presidente dos EUA, ou será Hillary. aut
em latim.
• As proposições que são unidas pelos
conectivos “ou” “ou” são disjunções
exclusivas. Símbolo: V.

Ou te darei uma bola ou te darei um livro


pVp
Na disjunção, ao contrário da conjunção,
o V é o elemento absorvente. Se as duas
proposições forem verdadeiras, a
disjunção é verdadeira. Se uma delas for
verdadeira, a disjunção é verdadeira. Ela
só será falsa quando as duas forem
falsas.
TABELA DE VERDADE - DISJUNÇÃO

Na disjunção exclusiva, V e V são F.


NEGAÇÃO DE UMA PROPOSIÇÃO DISJUNTIVA

• Para negar uma disjunção, procedemos


assim:
Não é verdade que Demóstenes é
cafeicultor ou Marcelo é caminhoneiro.

1. Nega-se a 1ª parte (~p): Demóstenes não é


cafeicultor.
2. Nega-se a 2ª parte (~q): Marcelo não é
caminhoneiro.
3. Troca-se “e” por “ou” e o resultado:
Demóstenes não é cafeicultor e Marcelo não é
caminhoneiro.
FORMAS NEGATIVAS
• CONJUNÇÃO NEGATIVA: Troca-se e por ou.
• DISJUNÇÃO NEGATIVA: Troca-se ou e.

• CONJUNÇÃO NEGATIVA = DISJUNÇÃO


• DISJUNÇÃO NEGATIVA = CONJUNÇÃO

Bento é papa e Francisco é papa.


Bento não é papa ou Francisco não é papa
João lê Veja ou lê O Globo.
João não Veja e não lê O Globo.
Exemplo 1 : Conjunção
Afirmação: Vou ao cinema e vou ao teatro.
Negação: Não vou ao cinema ou não vou ao
teatro.

Exemplo 2: Disjunção
Afirmação: Eu te ensino Lógica ou meu
nome não é Guilherme.
Negação: Não te ensino Lógica e meu nome
é Guilherme.
1. Transforme as conjunções e as
disjunções abaixo na forma negativa:

a) O professor é exigente e rigoroso. p˄q.


b) Marcos é vegetariano ou é carnívoro.pvq
c) Ou uso celular ou assisto à tv. rvs
d) João é paulista e Marcos é fluminense.a˄b
e) Maria não é inteligente e esperta.b˄c
f) João não de gosta sair ou está doente.bvc
1. Transforme as conjunções e as disjunções
abaixo na forma negativa:
RESOLUÇÃO:
a) O professor não é exigente ou não é
rigoroso.~pV~q
b) Marcos não é vegetariano e não é carnívoro.~r
^~s
c) Não uso celular e não assisto à tv. ~q^~p
d) João não é paulista ou Marcos não é fluminense.
~pv~q
e) Maria é inteligente ou não é esperta. ~pv~q
f) João de gosta sair e não está doente.~p^~q
PROPOSIÇÕES CONDICIONAIS

Estamos agora falando de proposições como as


que se seguem:

o Se Pedro é médico, então Maria é dentista.


o Se amanhecer chovendo, então não irei à
praia.

A sentença condicional “Se p, então q” será


representada por uma seta: p ͢ q.
As proposições condicionais são
chamadas de implicação.
Elas se dividem em duas partes:
antedecente

Se o califa Omar não queimou a


Biblioteca de Alexandria, então alguma
outra pessoa o fez.
consequente
TABELA DE VERDADE - IMPLICAÇÃO
EXERCÍCIO
(TRT/2004/FCC) Leia atentamente as proposições simples P e Q:
P: João foi aprovado no concurso do Tribunal.
Q: João foi aprovado em um concurso.

Do ponto de vista lógico, uma proposição condicional correta em


relação a P e Q é:
a) Se não Q, então P.
b) Se não P, então não Q.
c) Se P, então Q.
d) Se Q, então P.
e) Se P, então não Q.
EXERCÍCIO
Se não chover, então o céu não tem nuvens e nem tem
nevoeiro.
Se chover então não irei à praia.

VV = Se Pedro sabe grego então lê o Órganon. V


VF = Se Pedro sabe grego então não lê o Órganon. F
FV= Se Pedro não sabe grego então lê o Órganon. V
FF = Se Pedro não sabe grego então não lê o Órganon. V
BI-IMPLICAÇÃO

• A estrutura dita bicondicional apresenta


o conectivo “se e somente se”,
separando as duas sentenças. Se alguém
disser:
• “Eduardo fica alegre se e somente se
Mariana sorri”. Símbolo: ͍
BI-IMPLICAÇÃO

• A Terra terá superaquecimento


se e somente se houver o
efeito estufa.
BI-IMPLICAÇÃO - Exemplos

• A Terra terá superaquecimento


se e somente se houver o
efeito estufa.
• O Lula só será candidato se e
somente se ele não for preso.
TABELA DE VERDADE - BI-IMPLICAÇÃO
NEGAÇÃO DE UMA PROPOSIÇÃO CONDICIONAL

• Para negar uma condicional, procedemos


assim:
Se chover, então levarei o guarda-chuva.

1. Mantém a 1ª parte: Chove e.


2. Nega-se a 2ª parte : não levo o guarda-chuva.
3. O resultado é:
Chove e eu não levo o guarda-chuva.
EXERCÍCIO
2. Transforme as condicionais na forma negativa:

a) Se ele jogar bem, então, o time será campeão. p͢ q


b) Se a Coreia do Norte avançar com seu programa
nuclear, então, haverá uma terceira guerra mundial.
c) Se Maria gosta de malhar, então, irá emagrecer.
d) Se Pedro vai a Roma, então, verá o papa.
e) Se Marta aprender lógica, então, ela dominará as
tabelas de verdade.
EXERCÍCIO
2. Transforme as condicionais na forma negativa:

a) Ele joga bem e o time não será campeão. p˄~q


b) A Coreia do Norte avança com seu programa nuclear e
não haverá uma terceira guerra mundial.
c) Maria gosta de malhar e não irá emagrecer.
d) Pedro vai a Roma e não verá o papa.
e) Marta aprende lógica e não domina as tabelas de
verdade.
VALORAÇÃO

• A valoração é a atribuição de verdade a


todas as fórmulas atômicas. Valor de
verdade é dizer se é V ou F.
TABELAS DE VERDADE

• A tabela de verdade para uma


proposição composta de dois enunciados
terá quatro linhas. Regra geral, o número
de linhas será = 2 x o número de
proposições.
A tabela de verdade constituirá das
possíveis combinações valorativas das
proposições.
Para começar é preciso identificar, se ela
é uma conjunção, uma disjunção, uma
condicional ou uma bicondicional.
Se tiver parênteses, começamos a
resolver por eles.
A tabela de verdade constituirá das
possíveis combinações valorativas das
proposições.
Para começar é preciso identificar, se ela
é uma conjunção, uma disjunção, uma
condicional ou uma bicondicional.
Se tiver parênteses, começamos a
resolver por eles.
Esta é a ordem:
EXERCÍCIO:
P(q,p) = (p˄~q) ˅ (q˄~p):
EQUIVALÊNCIA LÓGICA

• As proposições são classificados segundo


seu valor lógico:
A) Se a expressão assumir sempre um
valor de V é uma tautologia.
B) Se assumir sempre o valor de F é uma
contradição.
C) Se a expressão assumir o valor de V
em alguma interpretação é chamada de
consistência.
D) Se assumir o valor de F em alguma
interpretação é chamada de inválida.
REFERÊNCIAS

MORTARI, Cezar A. Introdução à Lógica. São


Paulo: UNESP, 2001, p. 129-144.

COPI, Irving M. Introdução à Lógica. São


Paulo: Mestre Jou, s.d, p. 225-240.

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