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ABDOME AGUDO

VASCULAR
Definição
• “Redução súbita do fluxo sanguíneo em determinada parte ou em todo o
intestino de tal intensidade que não seja possível manter sequer o
metabolismo basal, havendo consequentemente morte celular e necrose”
Etiologia
• Doença grave com mortalidade atingindo 80% (maioria dos estudos)
• Diagnóstico quase sempre tardio
• Acomete principalmente pacientes idosos que já apresentam várias doenças crônicas, por si sós graves
• Causas oclusivas:
• Embolia da A. Mesentérica superior
• Trombose da A. Mesentérica superior
• Trombose da V. Mesentérica superior
• Causas não oclusivas :
• Isquemia mesentérica aguda
• Infarto esplênico
• Colite isquêmica
• Torção de omento
• Torção de pedículo de cisto ovariano
Fatores de risco
• Maiores de 60 anos
• Portadores de doença aterosclerótica
• Infarto agudo do miocárdio recente
• Arritmias cardíacas, em especial a fibrilação atrial,
• Passado de eventos tromboembólicos em outros segmentos do organismo,
• Situações de baixo débito cardíaco - insuficiência cardíaca congestiva, estados
hiperdinâmicos com má perfusão periférica, como na sepse, uso de
vasoconstritores
• Nutrição enteral - pelo aumento não regulável do consumo de oxigênio no
intestino
Fisiopatologia
• Não há tempo para o desenvolvimento de uma rede de circulação colateral
• A mucosa intestinal, principalmente do delgado, é a primeira e mais gravemente afetada
• Isquemia acima de uma hora pode produzir edema da submucosa seguido de desprendimento da
mucosa, ulcerações e sangramento das vilosidades intestinais.
• Há perda da barreira entre o conteúdo intestinal e o sangue, produção de fatores inflamatórios
locais que agravam as lesões
• Havendo a manutenção da isquemia, há piora do edema, que, associado ao processo inflamatório
iniciado localmente, piora o ambiente celular local
• A camada muscular afetada não cumpre sua função de peristalse normal, determinando assim
estase do conteúdo e aumento de pressão local
• O último estágio desse processo mórbido compreende a gangrena de toda a parede intestinal,
perda de sua estrutura física culminando em perfuração com extravasamento do conteúdo
intestinal e, consequente, peritonite fecal.
Quadro clínico
• A dor abdominal é o sintoma inicial, geralmente muito intensa, súbita, fora de
proporções com os achados clínicos, que são inespecíficos
• Vômitos, alteração nas características das fezes e distensão abdominal são
sintomas frequentes.
• A ausculta abdominal pode ser aumentada, nos casos de isquemia segmentar em
que a porção acometida funciona como uma obstrução, ou diminuída, quando a
extensão comprometida for muito extensa, não sendo assim de muito valor
prático.
• Alteração nas características das fezes - O toque retal eventualmente traz como
dado adicional sugestivo de necrose a presença de fezes com aspecto de “geleia
de amoras”, consequência da necrose de regiões da mucosa intestinal
• Dor abdominal difusa com distensão após cateterismo da aorta deve levantar a
suspeita imediata de dissecção ostial ou embolia por deslocamento de um trombo
de placa.
• Passada a fase inicial de dor abdominal, vem a fase intermediária, caracterizada
por peritonite, que frequentemente confunde o quadro clínico com outras causas
de abdome agudo inflamatório.
• Na terceira fase, acentuam-se os sinais abdominais, surgindo a instabilidade
hemodinâmica, o choque refratário e o óbito.

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