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Ciência dos Materiais II

Materiais Cerâmicos

Prof. Vera Lúcia Arantes


Propriedades de produtos cerâmicos

Propriedades mecânicas

Propriedades térmicas

Propriedades termo-mecânicas

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Materiais Cerâmicos e Vidros
Comparação de propriedades com os materiais metálicos
-São mais duros e resistentes ao desgaste
-São materiais, que quando isentos de defeitos, apresentam altos
valores de σf
-Em lâminas de corte requerem afiamento depois de tempos em
serviço 1 a duas ordens de grandeza superiores aos metais.
-São mais resistentes a temperaturas elevadas sofrendo de menores
problemas de fluência.
-As temperaturas máximas de serviço são consideravelmente mais
elevadas: Zircônia – 2077 ºC, Alumina – 1949 ºC, Carbeto de silício –
1649 ºC.
-Não se deformam plasticamente e tem baixa tenacidade a fratura
-Em geral, são isolantes térmicos e elétricos.

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Materiais Cerâmicos e Vidros
Curvas de ensaios de tração

f
latão
f

Ductilidade inferior
a 0.1%
Ductilidade
de 35% f

f = Tensão na ruptura antes de ser atingida a


tensão máxima

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Ruptura – superfícies de fratura

A – Fratura dútil – metais macios tais como Au, Cu, polímeros e vidros a alta
temperatura
B – Fratura moderadamente dútil – a maior parte dos metais
C – Fratura frágil 5
Propriedades Mecânicas de
cerâmicas
• Tenacidade a fratura (fratura frágil)
Apresentam pouca ou nenhuma absorção de
energia durante a fratura (ausência de
deformação plástica)
• Os valores de LTR (resistência a fratura) são
bastante inferiores aos estimados pela teoria a
partir das forças de ligação interatômicas. Isso
se deve à presença de defeitos críticos, que
atuam como “amplificadores de tensão”.
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FATOR DE INTENSIDADE DE TENSÃO E TENACIDADE
À FRATURA
Para ocorrência da fratura:
1) necessidade de tensão: em algum ponto no sólido, a
tensão local deve ser alta o suficiente para superar a força
de coesão do sólido; isso pode ser alcançado pela
concentração de tensão devido à presença de defeitos tais
como microtrincas pré-existentes.

2) necessidade de energia: deve ser fornecida energia


potencial suficiente para superar a resistência ao aumento
do comprimento da trinca (isto é, conversão de energia
elástica armazenada em energia de superfície); isto pode ser
alcançado pelo trabalho realizado pelas forças externas.

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1

 2 E  2

f  
 a 
Por esse critério, a tensão de ruptura depende de:

a) Módulo de Young, propriedade intrínseca do


material
b) Energia de superfície, propriedade intrínseca
c) Comprimento do maior defeito

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• O grau de amplificação depende do
comprimento da trinca, assim como do raio de
curvatura da “ponta da trinca”.

• São fatores microestruturais “amplificadores de


tensão”: trincas de superfície, microtrincas
internas, poros e arestas de grão.

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Tenacidade à fratura:
• KIc = tenacidade à fratura em deformação plana

KIC = Y.σ.(a)1/2,

onde Y é um fator adimensional, que depende da amostra e


geometria da trinca;
σ= tensão aplicada;
a = comprimento de uma trinca na superfície ou metade
do comprimento de uma trinca interna
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Tensão de ruptura X tamanho da
trinca para vidros

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Tratamento Estatístico da Fratura Frágil
Variabilidade de valores de LRT

P(s) = 1-exp(-[s/so]m), onde m é


o módulo de Weibull.

Distribuição de Weibull:

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• A grande variação de valores de tensão de ruptura
apresentado pelos materiais cerâmicos está
relacionada com a probabilidade da amostra
apresentar um defeito crítico (que, por sua vez, é
influenciado pelo processo de fabricação)

Influência do volume da amostra: quanto


maior o volume da amostra, maior a probabilidade
de se encontrar um defeito crítico

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Comportamento em tração X
Compressão
• Para tensões de compressão, não há
amplificação de tensões com a presença de
defeitos. Assim, as cerâmicas apresentam
valores de tensão máxima em ensaios de
compressão superiores aos mesmo valores
obtidos em ensaios de tração.

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Comportamento tensão-deformação
• Por razões práticas e racionais, o ensaio
empregado para se estudar o comportamento 
X ε de materiais cerâmicos é o de flexão em 3
ou 4 pontos.

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• Para uma seção transversal reta:

rf=3.Ff.L/2.b.d2, onde :
F é a força no momento da fratura,
L é a distância entre os apoios.

• Se o corpo de prova for circular:


rf=Ff.L/R3

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Efeito da porosidade
Módulo de Young

E  E o (1  1.9P  0.9P )
2
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Efeito da porosidade na resistência
a flexão

   e  nP
mr o 20
Dureza

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Fadiga estática

• Causada pela propagação lenta e estável de uma


trinca no material até o tamanho crítico

• Em alguns materiais cerâmicos (porcelanas, vidros,


cimento portland, cerâmicas com alto teor de Al2O3,
titanato de bário, nitreto de silício), o aumento do
comprimento de uma trinca pode ser causado pelas
condições ambientais (temperatura e umidade!)
Processamento
Mistura/Moagem

Secagem

Conformação

Secagem

Acabamento a verde

Sinterização

Usinagem/acabamento
Conformação por colagem de barbotina
• Verte-se a mistura de água com a
argila num molde poroso (ex. gesso).
• A água é retirada da mistura atávés
do molde poroso. A parte restante
tem alguma resistência mecânica
devido a forças de capilaridade
• Remove-se o molde.
• Retira-se uma maior quantidade de
água por aquecimento em forno.

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Aumento de retração
Materiais Cerâmicos e Vidros

Prensagem uniaxial

Preenchimento Prensagem Ejecção

Pressões entre 0,1 e 0,5 GPa 27


Prensagem isostática a frio
Introdução do pó num molde (camisa ou manga) fechado e sujeito a P.
isostática por intermédio de um fluido.

Compactação uniforme em todas as direcções

Peças complexas e de grandes dimensões com a forma do


molde
Fluido

Os pós são introduzidos por


gravidade pela parte de cima
do molde e comprimidos com
P = 20 a 40 GPa. O fluído
líquido ou gasoso entra através Molde para produção de peça isoladora
dos orifícios que se mostram de vela de ignição.
em corte.

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Extrusão

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Injeção
Pós cerâmico + ligante (normalmente misturas de polímeros)
(exemplo: mistura proveniente de extrusão)

Necessidade de eliminação do ligante e posterior sinterização


Redução das dimensões da peça aquando
da eliminação do ligante
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Materiais Cerâmicos e Vidros
Sinterização
• Egb<Esurface

 Se é dada energia aos átomos para se


movimentarem (aquecimento) haverá
difusão ao longo das fronteiras de grão
levando ao progressivodesaparecimento
dos poros.

 O processo é baseado na difusão no


estado sólido, não num processo de fusão.

 No entanto, em certos casos a sinterização


pode ser feita em fase líquida, p.ex.
introduzindo elementos que formam
compostos de baixo ponto de fusão, ou
adicionando mesmo uma fase de baixo
ponto de fusão. Neste caso há uma
combinação de dois processos.
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Sinterização - Densificação
• Processo de ligação entre as • Redução da energia de superfície
partículas por difusão de pela redução da área exposta
átomos entre elas entre as partículas de pó que se
unem no processo
acompanhada de uma
remoção de poros entre as
• Crescimento de grão
partículas e de uma diminuição
de volume.

• Há retração das peças


Sinterização - Densificação
• Estágios da sinterização:
• Primeiro estágio:
Rearranjo: leve movimento de rotação das
partículas adjacentes para aumentar os
pontos de contato
Formação do pescoço: Difusão nos pontos
de contato
• Segundo estágio:
Crescimento do pescoço: os tamanhos dos
pontos de contato cresce e a porosidade
decresce.
Crescimento de grão: Partículas maiores
agora chamadas de grão crescem
consumindo os grãos menores.
• Terceiro estágio:
Sinterização final: Remoção final da
porosidade por difusão de vazios ao longo
dos contornos de grão
Sinterização - Densificação
Fotografia do MEV (microscópio eletrônico de
varredura)
Sinterização em fase líquida
• Algumas composições cerâmicas, podem formar uma fase líquida,
durante a sinterização, quando os elementos presentes se combinam
com os aditivos incorporados mistura cerâmica ou cujos
componentes formem eutético ou ainda quando um dos
componentes apresenta ponto de fusão inferior aos demais. Essa fase
líquida é capaz de eliminar grande parte da porosidade residual. No
entanto a resistência à fluência cai muito nesses compostos, pois essa
massa plástica cede pela presença de pequena carga quando a
temperatura é alta.

• Si3N4 e SiC são exemplos de cerâmicos que podem receber aditivos


de sinterização (MgO; Al2O3 ; Y2O3 óxido de Itrio) para criar silicatos
(vidros) nos contornos de grão durante a sinterização para reduzir a
porosidade.
Materiais Cerâmicos e Vidros
Microestrutura
• Alguns poros permanecem
• Há fusão entre muitas partículas.
• A presença de poros pode ser prejudicial para as
propriedades mecânicas ao funcionarem como
iniciadores de fissuras

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Materiais Cerâmicos e Vidros
Microestrutura

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