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Competências Funcionais e

Particularidades de (Algumas)
Carreiras Jurídicas
Prática Jurídica I – Módulo: Carreiras Jurídicas
Profª: Michele Nóbrega Elali
Monitor: João Vinícius S. Oliveira
Carreiras abordadas
• Advocacia privada e pública
• Defensoria Pública
• Ministério Público
• Magistratura
• Diplomacia
• Carreiras policiais (civis)
Advocacia
• Ordenada pela Lei n. 8.906/94 (Estatuto da
Advocacia)

• A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também


é organizada pela lei supra em seu Título II
(arts.44 a 87)
Aspectos Gerais
• Advocacia estatuída como serviço
público e função social (art.2º, §1º Lei
n. 8.906/94).

• Pleiteia sempre, sob a máxima ética e


probidade, decisão judicial favorável ao
seu constituinte (ponto relevante no
processo penal, v.g.)
Aspectos Gerais
• Ausência de hierarquia em relação a outras
carreiras (art.6º)

• Exercício livre e desembaraçado do ofício (mesmo


em inquéritos policiais que envolvam seus
constituintes)

• Direitos específicos à Advogada (inovação trazida


pela Lei n. 13.363/16), como entrada em
tribunais sem revista por detector de metais ou
aparelhos de raio X quando gestante.
(Algumas) Funções Gerais
da OAB
• “Sindicato” da Classe: dever exclusivo
de representação e defesa dos
advogados (art.44, II)

• “Cartório” da Classe: as sociedades de


advogados e unipessoais de advocacia
só adquirem personalidade jurídica
após aprovação do registro de seus
atos constitutivos pela Ordem (art.15,
§1º)
Ingresso na carreira
• Requisitos (art.8º)
a) Capacidade civil
b) Bacharelado em Direito
c) Regular situação eleitoral e militar (se brasileiro)
d) Não exercer atividade incompatível com a
advocacia
e) Prestar compromisso perante o conselho
f) Aprovação no Exame de Ordem
Exame de Ordem
• Primeira Fase: Prova objetiva com 80
(oitenta) questões sobre variadas áreas,
como filosofia do direito e ética e disciplina da
OAB.

• Segunda Fase: Redação de peça profissional


e resposta a 04 (quatro) questões subjetivas,
ambas em área de concentração escolhida
pelo candidato.
Advocacia Pública

• Objeto de atuação: representação


judicial e consultoria jurídica dos
órgãos da Administração Pública
direta e indireta.
Advocacia Pública

• (Re)fundação constitucional: Capítulo


IV (Funções Essenciais à Justiça),
Seção II – Arts. 131 e 132.

• Previsão expressa para advogados da


União e procuradores dos Estados e
DF.
Advocacia Pública
• Procuradorias municipais? Aplicam-se a elas as
mesmas diretrizes para as demais (vide ADI 881-
1 ES)

• PEC 17/2012 – intenta incluir as procuradorias


dos Municípios de forma expressa na previsão
constitucional à advocacia pública

• Motivo: vinculação inequívoca da constituição de


procuradorias municipais aos requisitos para as
demais
Advocacia Pública
• Requisitos
a) Bacharelado em Direito
b) Inscrição na OAB
c) Tempo de Atividade Jurídica? Pode variar
entre cada ente federado e cada concurso.
Último concurso para AGU exigiu 02 (dois)
anos

• No RN: também se exige “idoneidade moral”


e “ausência de antecedentes criminais” dos
candidatos
Advocacia Pública
• A Advocacia-Geral da União está
organizada em sua Lei Orgânica, a Lei
Complementar n. 73/1993

• No RN, a procuradoria do estado está


organizada na Lei Complementar
Estadual n. 240/2002, que também é o
Estatuto da carreira
Advocacia Pública
• Divisão da AGU:
a) Advogado-Geral da União
b) Corregedoria-Geral da Advocacia da União
c) Conselho Superior da Advocacia-Geral da União
d) Procuradoria-Geral da União
e) Consultoria-Geral da União
f) Consultorias Jurídicas
g) Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
h) Procuradorias Federais
Advocacia Pública
• Divisão da PGE/RN:
a) Procurador-Geral do Estado
b) Procuradoria do Contencioso
c) Procuradoria Administrativa
d) Procuradoria de Licitações, Contratos e
Convênios
e) Procuradoria do Patrimônio e Defesa Ambiental
f) Procuradoria Fiscal e da Dívida Ativa
AGU: Regras gerais de
evolução na carreira
• Regulamentação na Resolução AGU n.2/2000
• Promoção: por merecimento e antiguidade
• Frequência: a cada 06 (seis) meses
• Por antiguidade: maior tempo de classe; carreira; de serviço
público federal; de serviço público; por idade.
• Por merecimento: por acúmulo de pontuação atribuída às
atividades realizadas pelo membro, como pós-graduação e
lotação em local de difícil acesso
Defensoria Pública

• Objeto de atuação: assistência jurídica,


judicial e extrajudicial, integral e
gratuita, aos necessitados, assim
considerados na forma da lei
Defensoria Pública

• Objetivos regentes: primazia da dignidade da


pessoa humana, afirmação do Estado
Democrático de Direito, efetividade e
prevalência dos direitos humanos, garantia
plena à ampla defesa e contraditório
Defensoria Pública

• Funções institucionais: orientação jurídica e


defesa dos necessitados, prioritária solução
extrajudicial dos litígios, difusão e
conscientização dos direitos humanos,
atendimento interdisciplinar, entre outros
Defensoria Pública

• Organização: Lei Complementar n. 80/1994 –


também lança diretrizes gerais para as
defensorias públicas estaduais

• No RN: Lei Complementar n. 251/2003


Defensoria Pública

• Competência de atuação da DPU: junto à Justiça


da União e Tribunais e Cortes Superiores

• Competência de atuação das DPE’s: junto à


Justiça Estadual e Tribunais Superiores, quando
possível
Divisão da DPU (a
DPE/RN se alinha)
• Órgãos da administração superior (como Defensor
Público-Geral da União)

• Órgãos de atuação
a) Defensorias Públicas da União nos Estados, DF e
Territórios
b) Núcleos da Defensoria Pública da União

• Órgãos de execução
a) Defensores Públicos Federais nos Estados, DF e
Territórios
Ingresso e níveis de
carreira na DPU
• Requisitos: inscrição na OAB, 02 (anos) de
atividade jurídica e aprovação em concurso
público (arts.24 e 26 da LC 80/94)

• Defensor Público de 2ª Categoria (1ª instância)

• Defensor Público de 1ª Categoria (2ª instância)

• Defensor Público de Categoria Especial (Cortes


Superiores)

• A DPE/RN também conta com o Defensor Público


de 3ª Categoria (em atenção ao critério das
entrâncias)
Promoção na DPU
(DPE/RN se alinha)
• Regulamentação na Resolução DPU n.53/2011
a) Por antiguidade e merecimento, alternadamente,
de acordo com a vacância dos cargos

a) Antiguidade: critérios idênticos ao da AGU, com


a classificação no concurso de aprovação como
último critério

a) Merecimento: lista tríplice montada a partir do


primeiro quinto da lista de antiguidade,
considerando-se pontos atribuídos à serviços
administrativos, relevantes e atividade
acadêmica
Ministério Público

• Objeto de atuação: a defesa da ordem jurídica,


do regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis; o respeito dos Poderes
Públicos e dos serviços de relevância pública aos
direitos assegurados pela Constituição ; controle
externo da atividade policial
Ministério Público

• Organizado pela Lei n. 8.625/1993, sua Lei


Orgânica

• O Ministério Público do RN está regulamentado na


Lei Complementar Estadual n. 141/1996, que
também é seu Estatuto
Separação federativa da
atuação do Ministério
Público
• Ministério Público da União (regulamentado pela
Lei Complementar n. 75/1993)

• Ministério Público dos Estados


Ramos do Ministério
Público da União
• Ministério Público Federal
• Ministério Público do Trabalho
• Ministério Público Militar
• Ministério Público Eleitoral
• Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
Ministério Público de Contas
• Também conhecido por Ministério Público Especial
(ADI 789 e 328/SC STF)

• Tem atuação junto aos Tribunais de Contas


estaduais e da União

• Assim como as Cortes de Contas, o MPC é órgão


auxiliar do Poder Legislativo

• Goza das mesmas prerrogativas do Parquet.

• Citações constitucionais: art.73, §2º, I e art. 130


Ministério Público

• Competência de atuação do MPU: junto à Justiça


da União, respeitado o recorte temático

• Competência de atuação do MPE: junto à Justiça


Estadual, de acordo com a divisão orgânica desta
Organização do MPU
• Procuradoria-Geral da República (chefia o MPF)
• Conselho de Assessoramento Superior do MPU
• Colégios de Procuradores (exceto MP eleitoral)
• Conselhos Superiores (exceto MP eleitoral)
• Câmaras de Coordenação e Revisão (exceto MP
eleitoral)
• Corregedorias (exceto MP eleitoral)
• Subprocuradores-Gerais (MPDFT: Procurador-
Geral)
• Procuradores Regionais e de Justiça Militar
(MPDFT: Procurador de Justiça)
• Procuradores da República, do Trabalho e
Promotor da Justiça Militar (MPDFT: Promotor de
Justiça)
Organização do MP-RN
• Órgãos de Administração (inserem-se, entre
outros, o Conselho Superior e a Corregedoria)

• Órgãos de Execução (os próprios membros do


MP-RN)

• Órgãos Auxiliares (CEAF, CAOP, Estagiários, entre


outros)

• Divisão de membros entre as entrâncias e


instâncias
Ingresso no MPU
• Requisitos: comprovada idoneidade moral, no
mínimo 02 (dois) anos como bacharel em Direito,
03 (três) anos de atividade jurídica, aprovação
em concurso público

• Provas do concurso (em geral): prova objetiva,


subjetiva, oral e avaliação de títulos
Evolução da carreira no MPU

• Promoções por antiguidade e merecimento,


alternadamente

• Antiguidade: lista elaborada dentre os membros,


de acordo com o tempo de serviço no MPU, no
serviço público federal, no serviço público, pela
idade e pela classificação no concurso de
aprovação

• Merecimento: lista tríplice elaborada dentre os


membros integrantes da primeira quinta parte da
lista de antiguidade, e a seleção obedecerá
critérios formulados pelo Conselho Superior de
cada ramo
Ingresso no MP-RN

• Requisitos: bacharelado em Direito, 03 (três)


anos de atividade jurídica, aprovação em
concurso público

• Provas do concurso (em geral): prova objetiva,


subjetiva, oral e avaliação de títulos
Divisão da carreira no MP-
RN
• Promotores de Justiça Substitutos

• Promotores de Justiça de 1ª, 2ª e 3ª entrâncias

• Procuradores de Justiça
Evolução da carreira no MP-RN

• Promoções por antiguidade e merecimento,


alternadamente

• Antiguidade: mais tempo de exercício na


entrância, o mais antigo na carreira, mais tempo
no serviço público

• Merecimento: lista tríplice elaborada dentre os


membros integrantes da primeira quinta parte da
lista de antiguidade, e a seleção obedecerá
critérios como desempenho acadêmico
Magistratura

• Objeto de atuação: resolução de lides e conflitos,


afastamento de ameaças e lesões a direitos
trazidos ao apreço do Judiciário, constituindo,
extinguindo ou reconhecendo obrigações ou
situações jurídicas
Magistratura

• Regulamentada pela Constituição (Capítulo III,


arts.92 a 126); Lei Complementar n. 35/79
(dependendo de atualização por proposta do
STF), sua Lei Orgânica; Código de Ética da
Magistratura Nacional
Magistratura
• Divisão entre magistratura federal, estadual e
Cortes Superiores

• Magistratura federal: Justiça do Trabalho, Militar,


Eleitoral e Federal

• Magistratura estadual: juízes de direito e


desembargadores estaduais

• Cortes Superiores: Superior Tribunal de Justiça e


Supremo Tribunal Federal
Magistratura Federal Comum

a) Primeira instância: varas federais e juizados


especiais federais

a) Segunda Instância: tribunais regionais


federais, turmas recursais e turmas
regionais de uniformização (TRU)

• Nota: a Turma Nacional de Uniformização


(TNU) é órgão competente para unificar
interpretação de lei federal divergente entre
turmas recursais de diferentes regiões e
adequar decisões das turmas às súmulas ou
jurisprudência do STJ
Magistratura Estadual Comum

• Primeira instância: juizados especiais e varas de


justiça, organizados em comarcas

• Segunda instância: tribunais de justiça e turmas


recursais

• Nota: a Justiça Estadual no RN está organizada


na Lei Complementar n. 165/1999; a CF prevê a
Justiça Estadual nos arts. 125 e 126
Ingresso na Magistratura

• Requisitos: bacharelado em Direito, 03(três) anos


de atividade jurídica e aprovação em concurso
público

• Provas do concurso (em geral): prova objetiva,


subjetiva, processual (elaboração de sentenças
penal e civil), oral e avaliação de títulos
Evolução de carreira na
Magistratura
• Promoções por antiguidade e merecimento,
alternadamente

• Por antiguidade: aquele que figurar três vezes


seguidas ou cinco alternadas em lista de
merecimento; o que tiver mais tempo de
exercício na entrância; o mais antigo na carreira

• Por merecimento: lista tríplice elaborada dentre


os membros integrantes da primeira quinta parte
da lista de antiguidade, com a seleção ocorrendo
mediante critérios elaborados pelo Tribunal
correspondente
Diplomacia
• Objeto de atuação: representação de Estado
perante um país estrangeiro ou organismo
internacional, com atuação nas searas política,
econômica, geopolítica, entre outros

• Diferencia-se do cônsul porque este representa


politicamente as autoridades de seu país, e
encampa os interesses dos compatriotas, como
emissão de passaportes no exterior
Diplomacia
• Regulamentação: Lei n. 8.829/1993

• Um dos pilares do Serviço Exterior Brasileiro,


junto com os Oficiais de Chancelaria e a
Assistência de Chancelaria
Ingresso na Diplomacia
• Requisitos: ser brasileiro nato; estar no gozo dos
direitos políticos; quitação eleitoral e militar (para
homens); diploma de conclusão de curso
superior; aprovação no Concurso de Admissão à
Carreira de Diplomata (CACD)

• O ingresso se dará para o cargo de terceiro


secretário da carreira de diplomata, e gerará a
matrícula no Curso de Formação do Instituto Rio
Branco
Estrutura do CACD

• Prova objetiva sobre Língua Portuguesa, História


Geral e do Brasil, Política Internacional,
Geografia, Inglês, Noções de Economia, Direito e
Direito Internacional Público

• Redação e dois exercícios de interpretação e


análise de textos, em Português

• Provas escritas de História do Brasil, Inglês,


Geografia, Política Internacional, Noções de
Direito, DIP e Economia

• Provas objetivas de Línguas Espanhola e Francesa


Evolução geral na carreira de
Diplomata
• Regulamentação: Decreto n. 6.559/08

• Por antiguidade: ao menos 03 (três) anos de


serviço na classe e de acordo com a ordem de
classificação no CACD

• Por merecimento: formação de Quadro de Acesso


por meio de votações, horizontais e verticais, nas
Câmaras de Avaliação I e II. Serão promovidos os
diplomatas eleitos para o Quadro de Acesso
Classes da Diplomacia

• Terceiro-Secretário
• Segundo-Secretário
• Primeiro-Secretário
• Conselheiro
• Ministro de Segunda Classe
• Ministro de Primeira Classe
Carreiras Policiais (Civis)
a) Delegado de Polícia Federal (DPF)

• Objeto de atuação: direção das atividades da


Polícia Federal e funções de natureza jurídica e
policial (tal como conduzir legal e juridicamente a
atuação da Polícia Federal)
• Regulamentação: Lei n. 9.266/1996
Carreiras Policiais (Civis)
a) Delegado de Polícia Federal (DPF)

• Requisitos de ingresso: bacharelado em Direito,


três anos de atividade jurídica e aprovação em
concurso público
Carreiras Policiais (Civis)
b) Agente de Polícia Federal (APF)
• Requisitos de ingresso: diplomação em nível
superior e aprovação em concurso público de
provas ou provas e título

• Ingresso se dá na terceira classe, evoluindo-se na


carreira até a primeira classe, via curso de
aperfeiçoamento, desempenho satisfatório de
atividades e tempo de exercício em cada classe
(Decreto n. 7.014/09). O mesmo vale para o DPF.
Carreiras Policiais (Civis)
c) Delegado de Polícia Civil (RN)
• Objeto de atuação: direção das atividades da
respectiva unidade de Polícia Civil e funções de
natureza judicial e a consecução dos fins de
Estado a ele tocantes

• Regulamentação: Lei Complementar Estadual n.


270/2004
Carreiras Policiais (Civis)
c) Delegado de Polícia Civil (RN)

• Requisitos de ingresso: bacharelado em Direito,


aprovação em concurso público
Carreiras Policiais (Civis)
d) Agente de Polícia Civil (RN)
• Requisitos de ingresso: diplomação em nível
superior, quitação militar (homens) e eleitoral,
temperamento adequado À função policial
(averiguado em exame psicotécnico), aprovação
em concurso público, entre outros
Carreiras Policiais (Civis)
e) Agente e Delegado de Polícia Civil (RN)
• O ingresso se dá como Agente e Delegado
Substitutos avançando até a Classe Especial, por
meio de antiguidade e merecimento, alternados,
nos termos dos arts. 69 e 74 da LCE n. 270/2004

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