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Adriana Martini

Iconografia – A Arte Sacra


Apresentação
O Mundo dos Ícones
Mundo dos Ícones
O ícone é uma imagem, mas nem toda imagem é um ícone.
É muito mais que uma livre representação de um mistério, deixada por conta da imaginação do artista,
não se trata daquele espiritual fruto da sensibilidade, não é um retrato no sentido moderno.
Ao contrário, sua linguagem é simples e visa somente a glorificação do mistério.
De fato, o ícone é celebração do mistério de nossa salvação – Encarnação, Morte, e Ressurreição;
É instrução aos fiéis como uma glorificação e cântico nas suas cores, verso que se
proclama na ponta do pincel, se ligado às regras.
No ícone há vida e
movimento interno,
majestade, tranquilidade,
harmonia e interior perfeito
,e isso faz a diferença entre
ele e as pinturas
tradicionais.

O ícone tem o intuito de


transmitir a profundidade
celeste.
Cada quadro tem sua
individualidade,
destacando-se o estilo de
cada artista nos diversos
países onde se divulgou a
iconografia.
Iconografia Cristã
Por sua natureza, é semelhante a uma escola de oração e purificação interior que tem por objetivo favorecer
um encontro sempre mais claro e sincero com Jesus e sua Igreja.
A técnica da pintura bizantina é somente o terreno onde se cultiva e se desenvolve o mistério de tal encontro..
Trabalho do Iconógrafo
Ele nunca deverá esquecer que, com o seu ícone, ele serve ao Senhor, comunicando e cantando sua glória; e
para os fiéis, o ícone serve para a contemplação dos mistérios.
Para destacar o Belo é preciso ir além do olhar, atingir a perfeita harmonia e, em última análise, suscitar a
oração.
A tarefa do iconógrafo sempre foi comparada à do sacerdote, mesmo porque ambos pregavam a Palavra de
Deus; o Iconógrafo, com a pintura e as cores, o sacerdote, mediante a Palavra ou a Escritura.

Preparava-se para o seu trabalho por


meio de jejum e de oração.
Ícones não são considerados como
uma mera obra artística.
A missão do iconógrafo é a de tornar
visível a “Verdadeira Beleza”,
escondida no mistério silencioso das
Escrituras

Segundo a Igreja oriental, o


iconógrafo é chamado a tornar
sagrado tanto o conteúdo quanto a
forma de sua pintura;

A obra que sai de suas mãos deve


encontrar afinidade nas Escrituras e
na Tradição dos Santos Padres

Ele nunca deverá esquecer que ele


serve ao Senhor, e portanto deve
comunicar a glória deste.

Para destacar o belo é preciso ir além


do olhar e atingir a perfeita harmonia
e promover a oração.
Os ícones são uma mescla de cultura, arte, história, fé, mas não são
considerados uma mera obra artística
O ocidente expressa sua própria experiência e os próprios
sentimentos de fé, pintando com total e absoluta espontaneidade
qualquer motivo religioso que lhe é sugerido, solicitado ou que,
simplesmente, expresse o que ele sente ou experimenta.
No oriente, os iconógrafos, seguindo os ensinamentos do mestre, as
determinações da igreja, buscam reproduzir as mesmas passagens dos
evangelhos, omitindo qualquer experiência ou sentimento pessoal
vivido, tratando simplesmente de uma profunda vida de oração,
expressando-se no conteúdo dos evangelhos.
As tarefas de um Iconógrafo:
Ela é comparada a de um

sacerdote, pois ambos pregam a
palavra de Deus.
 Iconógrafo - A pintura e as
cores.
 Sacerdote - A palavra e a
escritura.
 Os ícones eram pintados na
têmpera em ovo, misturada com
pigmentos naturais como
vinagre e água de poço.
Devemos esclarecer alguns fatos, primeiramente que
são relevantes para melhor compreensão sobre o
tema.
Precisamos entender o contexto histórico das épocas.
Tivemos várias inundações, erupções de terra,
tsunamis que impulsionaram grupos humanos a
empreitarem longas viagens em busca de
sobrevivência.
Havia muitos mistérios a serem desvendados, e assim
aos poucos nossos antepassados vão criando a cultura.
Egípcios -Politeístas Sumérios - Cerca de 3000 Deuses

Hicsos - Deus Baal

Pérsia - Zoroastro – Primeiro monoteísta


Viriam a influenciar o judaísmo,
o cristianismo e o islamismo.

Romanos Gregos
Deuses antropomórficos e
representados de forma Minóica – Atual Creta Perun Deus Eslavo
Hebreus – Anjos (guardiões ) humana
Primeira Comunidade da Igreja Cristã - Jerusalém

O Apóstolo André Apóstolo Pedro


Jesus de Rublov
Apóstolo Pedro:
 “Tu és pedra, e
sobre essa pedra,
edificarei a minha
igreja”... Disse
Jesus a Pedro.
Grécia e Criméia: Rio Dnieper Novgorod
Cristianismo Considerado Como Seita

 Prevaleceu sobre o paganismo


porque oferecia uma doutrina
muito mais atraente e os líderes
da igreja lidavam com
necessidades humanas melhor
que os pagãos.

Nossa Sra Do Século II


Igreja da Santa Priscila
Nômades em
Regiões
Orientais:
Conflito Entre o Povo Rus:

Conhecido por:
 Barbaridades
 Ferocidade
 Crueldade
Dinastia Rurik: Principado de Kiev (882 d.c)

Rurik, Truvor, Sineos – Varegues de Rus


Cidade de Bizâncio:

 Nunca foi uma grande cidade


estado, mas teve paz relativa.
 Crescimento Constante
 Cidade comercial prospera.
Constantinopla: 324 d.c

 Imagem imperador

Constantinopla

Imperador Constantino
Ano de 380 d.c
 Imperador Romano Teodózio I
 Fundou a igreja estatal romana.
 Cristianismo a religião oficial do
império
 Praticantes agora também ricos e de
alta linhagem.
 Arte bizantina com influências de
Roma, Grécia e Oriente interligando
elementos culturais.
Imperador Leão III:
Século 8-9
Iconoclastia: devido a ameaça do
Islamismo imagens e não respiravam

Imperatriz
Teodora das Bonecas:
Irmão Cirilo e Metódio: Imperador Miguel III:

Deter a expansão do Judaísmo:


Criação do Alfabeto
Com tradução do evangelho.
Ano 912 – 945 963 - 972
Santa Olga: Igor De Kiev: Sviatoslav De Kiev:
Principado de Kiev
Escola de Kiev, características:

o Evidente seleção de cores.

o Dimensão de Imagens.

o Expressão de Figuras Ano de 980 d.c


o Exemplos: Cristos Pantocrático,
de aspecto benevolente e
humano do que o padrão
original.
Toten Deus Perum Catedral de Santa Sofia

Catedral do Dizimo
Hilário - No ano
1051 pela primeira
nomeação do
escritor eclesiástico
para cidade de Kiev.
Centro Cultural
começou
possivelmente
iniciou o movimento
de pintores gregos e
eslavos
bizantinados
formando uma
escola local de
pintura.
Escola de Kiev:
 Distingue são a intensidade das cores,
 Aplicadas sem mistura ou gradações de tons
 Um sombreado mínimo
 O desenho enérgico e preciso, e uma preferência
pela composição clara com uma simbologia simples
e facilmente legível pelo povo.
 Se nota na assimilação de elementos da arte
folclórica local, no aspecto menos hierárquico e
mais humanizado das figuras, que já eram menos
estereotipadas e se pareciam à gente russa.
 E na passagem de seu olhar fixo e penetrante, que
estabelecia um contato direto com o espectador,
para uma expressão mais sonhadora, indireta e
introspectiva.
Diferença entre Obras:

Bizantina Escola de Kiev:


Alipio, O Santo Estilista
Alipio – Um dos primeiros iconográfos russos, discipulo
de São Nicon.

Ele restaurava ícones, se alguém dava dinheiro ele


doava para caridade e reservada de doações para
compras de suprimentos para iconografia, e o restante
para as próprias necessidades.

Tinha o dom do milagre (taumaturgo) e usava material


nas pinturas dos ícones como instrumento de cura.
Muitos ícones dele se tornaram milagrosos, e reza a
lenda que os anjos ajudam ele, e que no dia da sua
morte foi encontrado, ele estava doente e pintou para
ele o ícone da dormição de Theotokos, e encontraram
seu corpo com a mão direita fazendo o sinal da cruz.
Alexandre Puskin
 “Nos tomamos de Bizâncio o evangelho e a
tradução, de maneira alguma seus costumes
foram corrompidos.
 O ícone é a autentica teologia o talento é
sustentado por uma grande pureza da alma.
 Preparava para seu trabalho por meio de
jejum e oração.
 “Santifica e ilumina a alma do teu servo,
conduz a minha mao para que ela apresente,
digna e perfeitamente o sagrado ícone”
Escola de Kiev-Yaroslav: Grande Panagia

No século XII também se formam outras escolas


regionais em Vladimir, Suzdal,Yaroslavl e Pskov, todas se
desenvolvendo ligadas à tradição bizantina.

Entretanto, no século XIII a invasão mongol devasta a


Rússia e rompe seus laços históricos com Bizâncio,
arruinando muitos dos centros produtores de ícones,
salvo Novgorod e Pskov, que não foram conquistadas, e
onde a tradição de pintura de ícone pôde continuar viva.

Menos sofisticada que Novgorod, considerada sua "irmã


maior", a Escola de Pskov se distinguiu pela iconografia
formalista e arcaizante, pela intensa expressão Escola de Tyver: Santa
emocional de suas figuras e pelo uso de tonalidades de Paraskeva e cenas de
cor diferenciadas, em especial quanto ao verde, laranja e sua vida, século XVI
vermelho.

Escola de Pskov: São Jorge, século XVI.


Entretanto, no século XIII a invasão mongol devasta a Rússia e rompe seus laços históricos com Bizâncio, arruinando
muitos dos centros produtores de ícones, salvo Novgorod e Pskov, que não foram conquistadas, e onde a tradição de
pintura de ícone pôde continuar viva.

Embora menos sofisticada que Novgorod, considerada sua "irmã maior", a Escola de Pskov se distinguiu pela iconografia
formalista e arcaizante, pela intensa expressão emocional de suas figuras e pelo uso de tonalidades de cor diferenciadas,
em especial quanto ao verde, laranja e vermelho.

Em 1240 Kiev foi tomada e


completamente incendiada
pelos mongóis, e a atividade
artística principal moveu-se
para Novgorod.

Após a invasão mongol a


Rússia estava sufocada
culturalmente, Kiev está
enfraquecida.
Príncipe Dimitri Donskoi
 Venceu a batalha de Kulikovo, a batalha não foi
somente por disputa de território mas sim, uma
luta contra o islamismo e o catolicismo. Após 150
inicia-se o processo de libertação.
A Rússia começa então constituir em Estado unificado em torno de um esquecido principado sediado
em Moscou, onde então será alicerçado o núcleo futuro da cultura russa.
As Cores
A cor azul une o caráter em geral à divindade.
É normalmente reservado ao Cristo e à Mãe
de Deus. A contusão pálida nas roupas de
santos indica a grande devoção à Mãe de
Deus, e também a deificação, a união com
Deus, a meta da vida Cristã. Cada um dos três
anjos do ícone da Trindade tem uma peça do
seu vestuário azul que expressa a sua
divindade.
A peça de vestuário azul no anjo do centro,
demonstra que o mistério da encarnação é a
grande teofania, a Manifestação de Deus; a
divindade de Cristo é o mistério central da fé
Cristã. A divindade dos dois outros anjos está
escondida debaixo das outras vestimentas e
bastante misteriosa; sendo que iremos
descobrir isto na fé. A fé identifica o Cristo
como o Filho de Deus, e está com Cristo
aquele que conhece o Pai pela fé.
O vermelho é o que representa o sangue
de Cristo que deu todo o seu sangue para
a vida do mundo; é também o dos
mártires, ou a efusão da mente
santificada no fogo de Pentecostes. Por
exemplo: A Mãe de Deus é representada
frequentemente nos ícones vestida com
um manto de cor vermelho escuro, quase
dourado.
Esse mesmo manto vermelho foi
colocado sobre o ombro da hipóstase do
lado esquerdo do quadro; “O Espírito
Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo
vai te cobrir com a sua sombra” (Lc 1,35).
O manto da vestimenta de Maria é
representação do Espírito Santo que a
envolve.
O fundo de um ícone é
de ouro ou de cor
amarela, simboliza
que a pessoa do ícone O amarelo é a cor de luz. Normalmente,
está iluminada. são representadas as características dos
ícones em um fundo neutro, amarelo.
Da luz que é a Alguns iconógrafos recuperam o fundo
resposta à morte. O completamente de ouro, mas
tema da luz é muito frequentemente as pessoas põem ouro
presente em nossas para a áurea, porque a cabeça é a parte
liturgias e na mais luminosa da pessoa.
cerimônia fúnebre.
Quando a pessoa falar de iluminação,
Diz-se: "Faça compreensão, inteligência, recebe a fé e
deslumbrar neles a luz ao mesmo tempo a compreensão em seu
divina sem fim"; coração. A cabeça é o elemento principal
quando rezamos no da pessoa; assim a cabeça da pessoa é
funeral essa oração, cercada com ouro, que tem três reflexos
pedimos permissão em forma de cruz muito luminosos.
para que nós também
entremos na luz divina.
O vermelho é o que representa o sangue
de Cristo que deu todo o seu sangue para
a vida do mundo; é também o dos
mártires, ou a efusão da mente
santificada no fogo de Pentecostes.
Por exemplo: A Mãe de Deus é
representada frequentemente nos ícones
vestida com um manto de cor vermelho
escuro, quase dourado. Esse mesmo
manto vermelho foi colocado sobre o
ombro da hipóstase do lado esquerdo do
quadro; “O Espírito Santo virá sobre ti e o
poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua
sombra” (Lc 1,35). O manto da
vestimenta de Maria é representação do
Espírito Santo que a envolve.
O verde representa vida. O Espírito
Santo no ícone da Trindade é
representado numa hipóstase com o
vestuário verde porque é o que vivifica.
No ícone da ressurreição ou a descida ao
inferno, Jesus vai à procura de Adão e
Eva; Adão é revestido frequentemente
com verde; Adão o primeiro homem e a
origem da raça humana.
Jesus desce ao inferno para devolver a
vida a quem era a origem da raça
humana."O Adão deu a morte a esses
que o buscam e o Cristo deu vida a esses
que morreram antes dele
Figura Humana
A Figura Humana e Sua Exaltação:
A partir da Grécia clássica, a arte ocidental pretendeu exaltar a beleza da figura
humana.
Eram escolhidos os modelos que eram arquétipos da beleza e perfeição anatômicas,
para, dessa forma, estabelecer as proporções perfeitas para cada parte do corpo
humano.
A pintura de tradição bizantina difere radicalmente desse conceito, que se baseia na
beleza física.
Nos ícones a figura humana apresenta uma carência total de realismo, pretendendo
antes de tudo transmitir uma mensagem espiritual através dessas pinturas, posto que
a beleza interior tem primazia sobre a estética, pois o ícone pretende somente
cumprir com sua função evangélica.
A Cabeça Humana:
Nos ícones, a cabeça não mantém nenhuma
proporção com o resto do corpo, pois nela
reside a inteligência e a sabedoria, assim
também é a receptora das luzes de Deus.
A cabeça feminina sempre é representada
coberta por um manto ou algum outro
toucador, ocultando completamente os cabelos.
Em ícones do Menino Jesus e de alguns santos,
como São Nicolas e São Basílio, suas cabeças
são representadas em tamanho muito maior em
relação ao corpo, significando serem detentores
de uma inteligência superior inspirada pelo
Espírito Santo.
As cabeças de Cristo, da Virgem anjos e santos
se encontram sempre rodeadas de uma auréola
geralmente dourada, que representa a «Luz de
Deus».
O Rosto:

O rosto das imagens é o centro espiritual do ícone.


Estes rostos são representados quase sempre frontalmente, pois a frontalidade significa presença e dessa
maneira tem um contato direto em relação a quem observa.
Se encontram sempre em atitude de oração, já que seu pensamento está posto no altíssimo e parecem
igualmente estar interrogando permanentemente quem se aproxima.

Algumas vezes os rostos se encontram em uma posição de «três quartos», quer dizer, se dirige até o centro
do motivo principal do ícone.
Entretanto, sua vista permanece voltada para frente. Este é o caso de alguns ícones representando a Virgem,
cuja cabeça está direcionada para o menino Jesus, mas seu olhar está voltado àqueles que o observam.

Alguns rostos são representados de perfil e sua explicação iconográfica seria a de que os personagens
representados não alcançaram a santidade.
Um exemplo disso é o chamado ícone da «Natividade», em que os rostos dos pastores adotam essa posição.

A iconografia rechaça terminantemente pintar-se a parte posterior do rosto, isto é, a nuca.


Simbologia do Rosto:
Esta simbologia se baseia em um versículo do Evangelho
de São Lucas que diz
«aquele que por a mão no arado e olhar para trás não
é digno do Reino de Deus.
.

significa que uma vez que o homem passa a ser


«o homem novo» de que fala São Paulo para os
olhos de Deus não existe diferença alguma entre
seus filhos.
As partes do rosto

Os olhos
Os olhos das figuras que aparecem nos ícones são extremamente
grandes e se encontram marcados por sobrancelhas muito arqueadas.
Comparando-os com o tamanho da cabeça estão completamente
fora de proporção
os olhos, como todos os órgãos sensoriais do rosto,
levam claramente um símbolo baseado no texto evangélico de São
Lucas que textualmente diz:
«meus olhos hão visto tua Salvação».
Esses olhos parecem sempre estar imóveis, entretanto, não
somente vigiam e interrogam, como penetram até o mais profundo da
alma do espectador.
Pretendiam revelar a Verdade, pois nesses olhos de tamanho
descomunal, seguem ao pé da letra o indicado pelo Evangelho:
«Teu olho é uma lâmpada. Se teu olho é luz, tudo em ti será luz,
porém se teus olhos forem trevas, que grandes trevas serão.»
O Nariz:
Órgão olfativo e início das vias respiratórias, e nos ícones se
apresenta de forma muito estreita e comprida.

É pintado dessa maneira para impedir o acesso ás fragrâncias do


mundo material e captar apenas o olor do sagrado, servindo de
condutor ao hálito do espírito.
A Boca:

Alguns filósofos gregos afirmavam que a boca é a parte mais


sensual do corpo.
Nela habita os sentidos do gosto que permitem saborear os
mais sofisticados manjares e evitar os que causam mal estar.
Dela brotam as palavras que louvam ou insultam.
Com ela, se dá uma das carícias mais apreciadas pelo ser
humano: o beijo.
Os iconógrafos a anulam como órgão sensorial, pintam-na
extremamente fina, quase como uma linha com dois pequenos
triângulos que simulam os lábios.
Permanecerá invariavelmente fechada, porque a verdadeira
oração se faz em silêncio. Zacarias, no Antigo Testamento
expressa:
«Que todo se cale ante Yahvé».
As Orelhas:
As orelhas, delas há quem diga que são a única parte do corpo
humano que não cessa de crescer.
Nas figuras dos ícones são representadas de diferentes
maneiras: extraordinariamente grandes, particularmente nas
imagens de alguns santos, para indicar que estão atentos a
escutar o chamado divino.
Na maioria dos casos são quase invisíveis, pois o lóbulo ou está
coberto pelo manto ou pelo cabelo.
Dessa maneira, a imagem permanece alheia aos ruídos do
mundo e somente atende a voz interior.
O Queixo e O Colo:
O Queixo:
Se apresenta forte e enérgico, mesmo nas figuras
femininas.
Nas masculinas apresenta ainda invariavelmente uma
grande barba.

Busca assim expressar a força interior do espírito.

O Colo:
É a união da cabeça com o resto do corpo.

A iconografia o representa muito alargado, pois é o meio


pelo qual o corpo recebe o alimento vivificador do espírito.
O Corpo Humano:
Nos ícones todos os corpos são representados altos e longilíneos,
desprovidos de todo volume, o que é proporcionado pela ampla
roupagem que oculta qualquer aparência sexual.
A magreza do corpo indica a superioridade do espírito sobre a carne,
uma vez que acentua a renúncia das coisas materiais e de todos os
assuntos terrenos.
A ausência de movimentos quer dizer a Santa Paz.

Os movimentos bruscos expressam, ao contrário, o estado


pecaminoso do homem.
Nenhuma sombra é projetada sobre esses corpos , tão somente
porque o ícone está imerso na luz, sinal de que para Deus não há
sombras nem lugares ocultos.
Braços e Mãos:
Os braços geralmente aparecem cobertos pelo manto, a túnica ou as
vestiduras litúrgicas, até a altura das mãos.
Somente no ícone da «Natividade da Virgem», aparecem duas figuras
femininas com os braços descobertos e sem nenhum manto sobre os
cabelos, indicando que essas mulheres estão à serviço da figura principal
do ícone.
Da manga do manto surgem as mãos, dependendo da posição destas
ou de seus dedos será seu significado. Os dedos sempre serão sumamente
compridos e finos, pois simulam ser os cabos condutores da energia
espiritual. Neles também está o poder, pois com o dedo indicador
assinalamos, apontamos e ordenamos.
No ícone da «Virgem da Paixão» ou «Virgem do Perpétuo Socorro»
como é conhecida no Ocidente, os dedos de sua mão esquerda aparecem
juntos e apontando o Menino. Essa mão alongada representa o
«Caminho» pois indica o Menino Jesus, manifestando desta maneira as
palavras do Evangelho: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida».
Quando as mãos aparecem mostrando sua palma, simboliza uma
súplica, uma oração. Quando um mendigo nos solicita uma ajuda sempre o
faz mostrando a palma de sua mão estendida..
Nas pinturas de tradição bizantina o campo e as montanhas são reduzidos à simples decorações localizadas em
um campo secundário e não estão sujeitas a nenhuma proporção em relação às imagens centrais.

As montanhas, quase sempre desprovidas de vegetação, possuem uma acumulação desordenada de rochas que
desafiam a lei da gravidade.

As árvores e arbustos são pequenos e de escassa folhagem. As casas e edifícios não mantêm nenhuma escala
com o resto da pintura e suas portas e janelas estão localizadas de forma desordenada.

Os interiores, geralmente, são apresentados como se fossem feitos por cortinados decorados com diversos
desenhos.

Todo o anterior simboliza que as coisas terrenas não têm nenhuma ordem ou organização e que, portanto,
perecerão.
Em todos os ícones, os nomes dos personagens
aparecem escritos em caracteres gregos ou cirílicos,
segundo seu lugar de procedência, sobre o fundo
dourado e nas costas da imagem.
A imagem de Cristo sempre estará acompanhada pelas letras
IC XC que é a abreviatura de seu nome.
O auréola do «Pantokrátor» inclui ainda as letras gregas O W N
que são as iniciais da frase «Eu Sou o que Sou».
Quando se trata da figura da Virgem se colocam as letras MP
OY, a abreviatura de «Mãe de Deus».

59
Teófilo, O Grego:
Gregório Palamás - Monge estudioso da Grécia, o
Livro: Teoria do Silêncio sem movimentos –
Iconógrafo deve orar em silêncio, concentrado...
consegue ver a luz divina, sente a presença de Deus.
Para Gregório o ícone não é o traço o detalhe a cor e
sim os sentimentos de amor, humildade, que é
concedido por Deus com seu seus olhos, é a cor de
deus, representaram a cor de Palamas, através de
seu olhar.
O Icone Transfiguração de Jesus, representa através
da cores a Monte Tabor.

“o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas


vestes tornaram-se brancas como a luz”
Virgem de no alto de uma montanha representa o ponto onde
Vladmir a natureza humana se encontra com Deus: o
encontro do temporal com o eterno, com o próprio
A Transfiguração do Senhor
Jesus fazendo o papel de ponte entre o céu e a
terra.
Iconostase :

Parede coberta de ícones, que


esconde o altar, isolando a
congregação.
.
Apóstolo Paulo:
 Paulo é representado como pensador,
seu pensamento não nasce de um
esforço espiritual mas sim, da
recordação, da importância da fé, isso
se reflete no rosto concentrado e
vestimentas que demonstram sua
qualidade, Paulo mostra:
 Inteligência, por ter escrito o
evangelho.
 O vermelho escuro representando o
amor divino.
São Miguel Arcanjo:
 A beleza mostrada no rosto do arcanjo tem linhas fluentes, cabeça
inclinada, traduz perfeição ideal, de um espirito que tomou o
aspecto de um homem que expressa:
 Delicadeza
 Forma angelical
 Tranquilidade
 Verdade
E Beleza.

A sequência das cores se transpõe combinando com a cor dourada
brilhante fazendo do ícone uma magnífica obra artística
induz a um sentimento profundo, porém não emocional, contendo
delicadeza sem se degenerar, tendo suavidade mesclada com
solidez, em linhas invisíveis que carregam consistência e
densidade.
Cristo Pantocrator:
 Rosto estreito, olhas e bocas pequeno, nariz fino, face
não é acentuada.
 Serenidade de um olhar atento
 Traços retos
 Sobrancelhas e Pálpebras apertadas.
 O rosto do Cristo é atento, misericordioso, prometedor
e com uma capa de pintura fina e transparente da
impressão de movimento.
 Este ícone é de tão alta expressão espiritual que não
pode ser comparada com nenhum outro. Só quem
viveu verdadeiramente a vida de monge consegue
representar este ícone que simboliza
 Humildade e perdão.
Os três anjos reunidos ao redor da mesa,
ao redor do alimento celeste, regozijam-
se no apaziguamento, na serenidade e no
sentimento de tranquilidade e de paz que
brotam do seu ser.
O cálice que carrega a imagem do
cordeiro é o principal motivo de sua
atenção, e está presente no coração da
Trindade desde a eternidade, por isso há
um sentimento de tristeza que se forma
nas suas faces combinado com o da
alegria.
Suas asas douradas encobrem a maior
parte da superfície do quadro.

O azul em excesso, chamado de


o azul do Rublev, representa a
Realidade celestial.
Curiosidades dos Três Anjos:
Octógono - Símbolo da Eternidade e vida eterna
Cabeça do pai inclinada – reflete a tristeza
cordeiro sacrificado (Jesus)

Cálice – Símbolo do sacrifício de Cristo, eucaristia

Três anjos personificam a essência da divindade trinaria


Filho reflete e medita expressa opinião com sentimento.
Se unirmos I H E – Triangulo de simetria, significa pessoas
de mesma essência em união.

Mesa – Simboliza o Altar

Estão dentro de um círculo, símbolo do céu ou do Sol

Pés nus – a natureza divina


Henri Matisse: Boris Rauschenbach:

Interessado na iconografia russa e compreender Pesquisou o ícone e encontrou as leis da matemática


O segredo das cores Superior na obra.
Catedral Da
Anunciação em
Kremlin
Mosteiro de São Sérgio:

1420 – Afrescos
Mosteiro de Salvador Andrônico, Moscou.

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