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A Escola de Frankfurt

• A fundação, em 1924, do Instituto para a Pesquisa


Social, vinculado à Universidade de Frankfurt, na
Alemanha reunia intelectuais preocupados com os
caminhos da civilização ocidental

• Theodor Adorno (1903-1969), Herbert Marcuse (1898-


1979), Leo Lowenthal (1900-1993), Erich Fromm
(1900-1980), Otto Kirchheimer (1900-1965), Walter
Benjamin (1892-1940) e Max Horkheimer (1895-1973)
são alguns dos estudiosos frankfurtianos.
É importante registrar que os frankfurtianos possuem
em comum a preocupação com a civilização
ocidental, procurando entender por que a mesma não
realizou as promessas iluministas de emancipação
dos homens e, simultaneamente, identificar as
possibilidades de realização de uma modernidade em
que os homens sejam livres. Deve-se acrescentar
que, embora a filosofia de Marx seja o ponto de
partida desses estudiosos, as mais diferentes
influências intelectuais são incorporadas de maneira
bastante original pelos frankfurtianos.
Essa posição teórica foi desenvolvida tendo
como pano de fundo as experiências terríveis e
contraditórias da república de Weimar, do
nazismo, do stalinismo e da guerra fria.
A finalidade desta escola era fazer uma
investigação social sobre a industrialização
moderna.
salientando a necessidade de não se
estabelecer privilégio especial para esta ou
aquela concepção, orientação científica ou
opinião de partido. Estavam convencidos de
que qualquer unidade de pontos de vista
entre os colaboradores prejudicaria os fins
críticos e intelectuais da própria iniciativa.
Este Instituto nasceu com uma inspiração
marxista. No entanto adotou uma postura crítica
ao marxismo, não levando em conta as idéias
como, a "infra-estrutura econômica", "luta de
classes". Fundamentalmente todos se colocam
dentro de uma inspiração marxista. Entretanto,
adotam uma atitude crítica sobre o pensamento
de Marx, enriquecendo-a com teorias de outros
campos (economia, sociologia, psicologia, etc.)
nascendo um assim, um socialismo
democrático.
Pontos comuns
• Crítica da sociedade burguesa
• Crítica aberta ao marxismo
• Crítica da filosofia tradicional
• Crítica da razão
• Por que a sociedade moderna não realizou suas
promessas iluministas?
• Quais são as possibilidades de efetivação de uma
sociedade verdadeiramente racional?
• Max Horkheimer: condenação da teoria tradicional e
elaboração da teoria crítica.
Teoria crítica
Horkheimer faz da teoria crítica um contrapeso
ao que chamaram de teoria tradicional. A teoria
tradicional tem suas raízes no pensamento
platônico e se caracteriza pela pura
contemplação desinteressada com a realidade,
operando a partir de princípios gerais. Deste
modo, a verdade adota uma forma de
adequação com as coisas e tem a dimensão
instrumental e positiva. Horkheimer tratou em
sua teoria crítica de construir um saber racional
que denuncie o irracional que existe na história
e na sociedade.
• Em A dialética do esclarecimento (1947), Adorno e
Horkheimer constatam que a razão, originariamente
associada à expectativa de enriquecimento do ser
do homem, culmina em uma razão desumana e
instrumentalizada.

• A razão subjetiva, formalizada e instrumentalizada


nega aos homens a sua autonomia.
• Max Horkheimer, em O Eclipse da razão (1955),
observa que a forma assumida pela razão ocidental
nega aos homens o livre pensamento.

• Razão subjetiva: simples ajuste entre meios e fins,


sem o questionamento da legitimidade dos objetivos.

• Razão subjetiva: razão formalizada, que não discute


os aspectos éticos dos fins a que serve.
• Razão subjetiva solapando as bases de sua
subjetividade: anulação do sujeito.

• Absorvida nos termos do processo industrial, a razão


se instrumentaliza, sendo que os objetivos dos
indivíduos são prefixados por sua funcionalidade ao
mercado.

• Dissociação entre razão e ética.

• Os fenômenos totalitários como autênticas


expressões da civilização moderna.
• Reificação das relações entre
os seres humanos e razão
convertida em meio de
adaptação dos indivíduos à
sociedade.

• A Indústria cultural e a
transformação da cultura em
mercadoria.
• Jürgen Habermas,
principal representante da
segunda geração dos
frankfurtianos, examina
conceitos como esfera
pública, mundo do
sistema, mundo da vida,
razão sistêmica, razão
comunicativa, ética do
discurso e razão
deliberativa.
• Constatação da colonização do mundo da vida
pelo mundo do sistema.

• Proposta de restituição de uma esfera pública


assentada na razão comunicativa.

• A ética do discurso e a moral sustentada


racionalmente.

• A democracia deliberativa e a efetiva participação


dos cidadãos na esfera pública.
Adorno e a indústria cultural

• “O fato de não serem mais que negócios –


escreve Adorno – basta-lhes como
ideologia”.Enquanto negócios, seus fins
comerciais são realizados por meio de
sistemática e programada exploração de bens
considerados culturais. Tal exploração Adorno
chama de “indústria cultural”.
• Para Adorno, a indústria cultural, ao aspirar à
integração vertical de seus consumidores, não
apenas adapta seus produtos ao consumo das
massas, mas, em larga medida, determina o
próprio consumo. Interessada nos homens
apenas enquanto consumidores ou
empregados, a indústria cultural reduz a
humanidade, em seu conjunto, assim como
cada um de seus elementos, às condições que
representam seus interesses.
• A indústria cultural nas palavras do próprio
Adorno “impede a formação de indivíduos
autônomos, independentes, capazes de julgar e
de decidir conscientemente”. O próprio ócio do
homem é utilizado pela indústria cultural com o
fito de mecanizá-lo, de tal modo que, sob o
capital capitalismo, em suas formas mais
avançadas, a diversão e o lazer tornam-se um
prolongamento do trabalho.
• Tolhendo a consciência das massas e
instaurando o poder da mecanização sobre o
homem, a indústria cultural cria condições cada
vez mais favoráveis para a implantação do seu
comércio fraudulento, no qual os consumidores
são continuamente enganados em relação ao
que lhes é prometido mas não cumprido.
• A indústria cultural não sublima o instinto sexual, como
nas verdadeiras obras de arte, mas o reprime e sufoca.
Ao expor sempre como novo objeto de desejo (o seio
sob o suéter ou o dorso nu do herói desportivo), a
indústria cultural não faz mais que excitar o prazer
preliminar não sublimado que, pelo hábito da privação,
converte-se em conduta masoquista. Assim, prometer e
não cumprir, ou seja, oferecer e privar, são um único e
mesmo ato da indústria cultural.
• Criando “necessidades” ao consumidor (que
deve contentar-se com o que lhe é oferecido), a
indústria cultural organiza-se para que ele
compreenda sua condição de mero consumidor,
ou seja, ele é apenas e tão-somente um objeto
daquela indústria.
• Walter Benjamin (1890-1942)
confere importância à arte,
avaliando-a em suas
possibilidades de reconciliação
do homem com a natureza e com
a história.
• Embora pertencente ao grupo dos frankfurtianos,
Benjamin não partilhava de seu pessimismo quanto
às possibilidades da arte na sociedade moderna.

• Recusa de uma filosofia da história que possa ser


classificada como progressista ou conservadora.
• Filosofia da história não como sistema, mas como
ensaios que narram de forma crítica e literária o
desenrolar da história.

• Inspiração no materialismo dialético e em Luckács.

• Perspectiva pessimista como ponto de partida para a


ações que evitem a catástrofe.
• Objetivo de aprofundar a oposição entre o marxismo
e as filosofias burguesas, denunciando o perigo
contido na ideia de progresso.

• A história do ponto de vista dos vencidos.


• Aplicação da noção de alegoria no campo estético,
como via para a revelação de verdades ocultas.

• A alegoria como versão que fertiliza a imaginação,


diferenciando-se do símbolo, que lida com
representações prontas.

• A alegoria atestando a limitação da linguagem para


penetrar nas coisas.
• A alegoria impondo o reconhecimento da limitação da
razão para enunciar o ser tal como ele é.

• A alegoria abrindo espaço para uma inesgotável


criação de imagens que sempre serão renovadas,
pois nunca serão a tradução plena do ser.

• Destaque para a dramaticidade do real e para as


lacunas explicativas da linguagem.
Walter Benjamin
• O ponto central desse estudo encontra-se na
análise das causas e consequências da
destruição da “aura” que envolve as obras de
arte, enquanto objetos individualizados e únicos.
Para Benjamin, a partir do momento em que a
obra fica excluída da atmosfera aristocrática e
religiosa, que fazem dela uma coisa para
poucos e um objeto de culto, a dissolução da
aura atinge dimensões sociais
Cinema e revolução.
• Adaptado adequadamente ao proletariado que se
prepararia para tomar o poder, o cinema tornar-se-ia,
em consequência, portador de uma extraordinária
esperança histórica. Em suma, a análise de Benjamin
mostra que as técnicas de reprodução das obras de
arte, provocando a queda da aura, promovem a
liquidação do elemento tradicional da herança cultural;
mas, por outro lado, esse processo contém um germe
positivo, na medida em que possibilita outro
relacionamento das massas com a arte, dotando-as de
um instrumento eficaz de renovação das estruturas
sociais.

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