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PSICOPATOLOGIA

A VIDA PARA ALÉM


DO EGO
1
A psicopatologia do CID X
Nos apresentar um “indivíduo” que sofre,
que pode ser incapacitado,
que está exposto a um risco maior a dor,
deficiência, ou perda da liberdade.

E uma patologia (transtorno mental) que


faz sofrer, que restringe ou limita este.

2
Mas quem é este indivíduo?
Para a psicopatologia Arquetípica
Indivíduo é visto como:

um personagem que se internalizou de


forma literal, através de um processo
histórico;
Um dos complexos na psique
O Ego

3
Psicopatologia Arquetípica

o Ego ao encarnar, como padrão de


consciência, os atributos do sujeito
moderno vira
Ego heróico
Ego heróico é o estilo de consciência, que
encarna o processo de unificação de tudo
que é diverso.

4
Os atributos do sujeito moderno
Ego heróico são:
Autodeterminação;
Independência;
liberdade em relação à necessidade,
à religião e à tradição
Senhor na dominação da natureza
seja externa ou interna.
Aproximação inicia-se pelo
Pathos

Tudo o que nos faz sofrer, sentir, o que


conduz; o que fala de tudo o que nos
atravessa e nos move.
Tudo que nos faz rir, chorar, pensar desta
ou daquela maneira.

6
Para a psicopatologia Arquetípica

É através dos ferimentos (patologia) é que


podemos nos deparar com o que está nos
movendo para além do suposto controle
egóico.

“é através dos ferimentos na vida humana


que os deuses entram”
James Hillman

7
James Hillman

Como diante dos limites, do


desconhecido, a psique
constantemente construiria fantasias
explicativas, que vistas literalmente,
nos apresentariam as patologias.

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Reimaginar, metaforicamente,
os “transtornos mentais”.
Metáfora como uma forma de ver que se
aproxima do que aparece como constelação
de atributos aglutinados e não como
unidades totalizantes.

“Doença” como enigma.


Se apresenta não para ser resolvido ou
decifrado, mas para ser dissolvido. Para
multiplicar sentidos.
9
pensar por constelações como pensar por
metáforas

Revisitar as “doenças” como problemas


que podem, ser dissolvidos na
multiplicidade de configurações, nas
constelações que os sustentam.

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Padrões Arquetípicos

Podemos nos aproximar do que nos move


como nos aproximamos de constelações.

A qualidade dos padrões que organizam


os eventos em constelações é que
chamamos de arquetípicas.

11
A psicopatologia atual fundamenta-se na idéia
de um indivíduo genérico abstrato,

Todo o conteúdo particular que estiver associado


a pessoa deve ser esvaziado ou desprezado.
Classifica-se os transtornos como forma
conceitual genérica e vazia de particularidades
pessoais.
Aqui a ciência médico/psiquiátrica em afinidade
com a matemática eliminou todas as diferenças
entre as pessoas e transformou os sintomas em
objetos quantificáveis dispostos em um espaço
aqualitativo, uniforme.
A psicopatologia do indivíduo se
organiza para múltiplos contextos

Isto permite que a multiplicidade, as


contradições e conflitos particulares,
possam ser homogeneizados e se
submetam as regras de equivalência e
cálculo.
Adorno e Horkheimer
Temos a repressão a tudo que não se
submete à forma lógica geral do “Eu”.
A técnica (saber que a razão instrumental)
age com o objetivo de transformar os
homens em senhores da natureza,
retirando os medos em relação a esta,
através da dominação.
Adorno e Horkheimer
Como a gênese deste sujeito já está
vinculada ao medo de que não possa
controlar ou prever, a dominação aparece
como peça fundamental.
Pela interversão, a razão moderna, ao
tentar realizar seu projeto de constituição,
passa ao oposto.
Adorno e Horkheimer
O controle é auto-controle, uma vez que a
experiência da multiplicidade e da
diferença, resistente à submissão pela
forma e pela identidade, é algo que se
manifesta, inicialmente, no interior da
relação a si mesmo.
Temos a socialização como submissão à
unificação e à normatização da vida.
Adorno
é através das operações de construção de
unidades e identidades, onde torna-se igual o
desigual, que se instala um sistema de
equivalências;
tudo pode ser transformado em unidade e
visto como uma coisa (reificação) e adquire
uma forma que permite trocas (forma
mercadoria);
o princípio da unificação do diverso da
intuição sensível, sob a forma de um objeto,
que é dado pelo próprio eu, leva a
coisificação do mundo.
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Ego heróico
Evita os mistérios e o desconhecido
reduzindo a multiplicidade de sentidos em
uma definição.
Diante do diverso, do múltiplo, da tensão
busca unificar.
Constitui “uma” representação diante do
diverso da existência.
Diante de uma questão vê problemas
literais a serem resolvidos.
18
Literalismo
É a Função deste ídolo, chamado aqui de ego
heróico :
– Procura manter estável o que está em
constante movimento;
– Procura esquecer as diferenças entre os
múltiplos na construção das idéias, conceitos
e representações;
– Funciona como se conhecimento só pudesse
ser síntese da multiplicidade; Uma ordem de
sucessão, de causalidade, de categorias que
unifiquem.

19
A unidade / identidade
como questão
O que é “uma coisa” ou o que é sua
identidade?
Só conseguimos determinar alguma coisa
quando ela se apresenta em um contexto.
Toda determinação é sempre um processo
relacional.
Determinamos as coisas através do acesso a
suas qualidades.
Mas toda qualidade também é relacional.
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É preciso uma crítica que atinja a diferença
entre igual e diferente
(o princípio da não contradição).

Aristóteles
– “Efetivamente, é impossível a quem
quer que seja acreditar que uma mesma
coisa seja e não seja"
– dada uma proposição e sua negação,
não podem ser ambas verdadeiras

21
Crítica ao
princípio da não contradição.
Sem esta crítica não é possível resgatar a
ambivalência e as contradições que os
processos de universalização procuraram
excluir de conceitos como: indivíduo
(sujeito moderno), doença etc..
Sem ela o “individuo” (sujeito moderno),
não pode portar em si a contradição e
tudo que se opor a ele aparecerá na forma
doença.

22
Ego heróico / sujeito moderno
Foi constituído como a base nos princípios
de liberdade dominação de natureza,
autonomia, autodeterminação, etc.,
tudo que se apresentar portando
elementos contraditórios em relação a
estes aspectos será aglutinado na
doença.

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Ego heróico e a contradição
Para manter o Ego heróico como pólo
saudável, o recurso é evitar a contradição
deslocando tudo o que não se encaixa na
forma sujeito moderno/identidade para a
doença (incapacitação, deficiência, restrição,
sofrimento, perda de liberdade etc.).
E como isto elimina-se também todo
indeterminado, diverso, fluxo, conflito,
contradição e instabilidade.

24
Literalismo
O literalismo realiza sua tarefa de
coagular o múltiplo em significados
singulares que chamamos fatos, dados,
problemas, realidade.
A menos que as coisas sejam coaguladas
não há necessidade de vermos através,
não há necessidade de insight.
É a configuração coagulada que vai entrar
em conflito com a inquietação e
indeterminação.

25
Se a vida é tensão e a contradição
orienta
O que pode ser a realidade material?
A realidade material não pode ser o que se
apresenta através do mundo como o vemos, nem
da intuição sensível, nem da observação direta
dos objetos, nem em mim e nem no mundo.
Não pode ser os fatos, dados, problemas,
realidade!
Também não pode ser o resultado
estatisticamente comprovado pela descrição
neutra de um sem número de observadores que
homogeneizaram e submeteram tudo às regras de
equivalência e cálculo.
26
Realidade material
pode aparecer como:
Tensão entre determinação e
indeterminação.
Na resistência entre a forma configurada,
determinada e a pulsação, a inquietude
presente em todo ser.
No excesso que indica como toda
estruturação de objeto vai ser sempre
assombrada pela indeterminação.
No confronto com a negação no interior das
qualidades que parecem mais identitárias.
27
Ruptura com a imediaticidade e
realidade material
Ruptura com a imediaticidade em qualquer coisa
não se faz pela distância, nem negando as
particularidades.
Rompe-se sim aprofundando na particularidade;
reconhecendo e valorando o que resiste àquela
configuração particular e, através das
resistências, abrir as contradições.
O aprofundamento da particularidade no
movimento da vida vai levar ao confronto com o
excesso, com o que resiste e esta pode então
dissolver-se, ser devolvida à realidade material
que a sustenta.
28
Realização do particular como fracasso
Como toda determinação é um processo
relacional.
Só se determina algo quando este algo é posto
em uma situação, em um contexto próprio a
existência;
Mesmo as qualidades mais próprias que
determinam aquele forma, em particular, também
são relacionais.
Por isso a realização de toda e qualquer
particularidade é o necessariamente o seu
fracasso.
É a partir deste fracasso que podemos pensar
outra noção de liberdade.
29
Liberdade
Como a realização do meus desejos e vontades?

Afinal se já entendemos que:


não existe indivíduo enquanto unidade isolada,
mas apenas como suporte de um processo
histórico.
Em momento algum o indivíduo age como alguém
que tem um interesse isolado.
Mesmo nos interesses mais egoístas dos
indivíduos há algo da ordem da necessidade
histórica que se coloca.
Se há sempre algo que deseja através dele a
realização destes desejos não poderia ser
liberdade.
30
Liberdade
seguindo uma ética grega?
Se, para os gregos, os desejos que aparecem em
mim são manifestações dos deuses, (Afrodite, Ares
etc.) seguir, desmedidamente, a um deus (a ago que
nos move) é ser escravo deste deus.
Caberia ao homem honrado o controle de si. Viver na
medida. O metron!
Livre seria aquele que podendo fazer, não faria.
Sabendo-se mortal (necessariamente limitado)
deveria agir na medida do humano. Não misturar-se
com os deuses (hybris); não perder o limite.
A ação livre seria resultado do controle de si,
realizada na medida adequada à aquele momento e
circunstância.
A liberdade seria a internalização do controle de si,
tão bem criticada nos textos de Foucault.
31
Liberdade
Na relação com o devir
Ao realizar qualquer ato, qualquer enunciação há
sempre uma submissão à uma determinação, um
conteúdo particular, mas todo particular vai
sempre fracassar por só poder ser algo quando
em relação.
É na realização do fracasso que se tem a
possibilidade do confrontar-se com algo que é
incondicionado, indeterminado e de cunho
impessoal.
Esta resistência, isto que escapa na aplicação da
lei ao caso, no mundo que insiste em não ser
como idealizamos, não mais se confronta com
algo lhe nega, mas pode aparecer como a
possibilidade de ser no mundo como devir.
32
Liberdade
Na relação com a morte.
Morte como o que traz o abalo necessário
para que as determinações se dissolvam;
No limite, na morte do sujeito como conjunto
de atributos, de predicados ou propriedades
particulares.
Liberdade na vida como tensão entre
determinação e indeterminação não mais se
opõe ao que resiste, mas tem no
desconhecido, indeterminado, inquieto que
resiste a forma unitária a maneira de acesso
a liberdade no devir.
33
Todas as coisas vem a ser segundo
discórdia e necessidade

Não afirmar a existência de uma solução


para a tensão dos opostos que vá
dissolver a tensão, mas afirmar que esta
tensão é harmonia.
Heráclito

34
O contrário é convergente.
Harmonia de tensão contrárias como de
arco e lira.
Todas as coisas aparentemente múltiplas
e distintas estariam unidas.
Pode se dizer que há unidade na oposição
dos contrários.
Há uma medida nos processos de
alternância dos opostos. A justa
ordenação
35
Logus
em Heráclito
Logus é sempre e segundo o qual todas
as coisas vêm a ser.
Logus como medida, cálculo ou
proporção, razão.
Logus não como o discurso, mas como
algo que está no discurso.
O logus da physis (das coisas )

36
O particular em
Heráclito
Os homens vivem como se possuíssem
um particular.
Tomam por particular o que é comum.

A unidade/identidade como um visão


particularista do que está em conflito,
tensão, em relação num contexto.
37
A aproximação metafórica
quebra a vivência de unidade ou de
imediaticidade de qualquer coisa.
Porque para o olhar metafórico uma coisa
nunca é uma coisa apenas.
Ela é sempre muitas coisas ao mesmo tempo
sem deixar de ser ela.
Ela é todos os seus atributos e todos eles
sempre estão em posição de relação com
outros que também são múltiplos.
Uma coisa pode ser não só várias coisas
mas ser coisa opostas, contraditórias ao
mesmo tempo, sem deixar de ser.
38
Olhar metaforicamente, através
dos diagnósticos
Diagnósticos como particularidades que não
vamos eliminar, mas mostrar que estas só se
mantém como e onde estão num contexto
com contradições que os mantêm.
Só podem se apresentar na tensão. E, para
que a tensão se apresente é necessário que
configurações resistam.
Diagnósticos como configuração onde a
indeterminação, a falta, a inquietação, a
instabilidade como modos de manifestação
da realidade material só podem aparecer.
39
Se, como já vimos:
Os problemas, assim como as
verdades, são metáforas que se
literalizaram, se unificaram, pelo Ego
heróico através das operações de
construção de unidades e
identidades.
Precisamos de
outras formas de aproximação

40
Metáfora como outra
perspectiva,outra forma de ver.
O olhar metafórico pode ser uma forma de
ver que olha para os atributos aglutinados
no que se apresenta e não como unidades
literais.
não unifica tudo.
Mantêm a tensão com a multiplicidade.
não literaliza.
Sustenta-se no uso da imaginação.
41
Trabalho da psicologia começa com
o processo de imaginação
Análise vai na alma da
imaginação!
É isto que torna possível significar os
acontecimentos tornando-os em
eventos

42
O trabalho da psicologia necessita
do processo de imaginação’.

Imaginar, dar imagem, neste


contexto quer dizer ver através do
olhar metafórico.
O próprio olhar mitopoético

43
O “trabalho da psicologia começa
com o processo de imaginação”
Porque:
as fantasias se apresentam primeiramente
projetadas como problemas literais.
Problemas são fantasias literalizadas.
Problemas são efeitos do ego heróico (Eu)
sobre o que se apresenta como
desconhecido, descontrolado etc.
A literalização é resposta de um olhar
heróico sobre os acontecimentos.

44
James Hillman
Se o ego heróico é o estilo de
consciência, que encarna o processo de
unificação

Ego Imaginal
É aproximação que multiplica sentidos.
Caminha em direção ao aprofundamento
nas imagens sempre desdobrando nas
metáforas que se apresentam.
45
Psicologizar
É mover-se através do literal em direção
ao metafórico.
Desliteralizar as questões e os problemas.
Dissolver o que aparece como problema
nos múltiplos que se coagularam na
imagem.

46
Os problemas, assim como as
verdades e a psicopatologia,
são metáforas que se
literalizaram pelo uso num
padrão heróico unificador
literalizante.

47
James Hillman
propõe o "patologizar" definido como:
"a autonomia da psique de criar doença,
morbidez, desordem, anormalidade e
sofrimento em qualquer aspecto do seu
comportamento e de experienciar e imaginar a
vida através desta perspectiva deformada e
aflita“
As imagens patologizadas apresentar-se-
iam, literalmente ao ego, como doenças
que precisariam ser enfrentadas e
removidas.
48
James Hillman
Olhando-se através das imagens
patologizadas , metaforicamente, é
possível desdobrá-las e dissolvê-las.
Metaforicamente uma coisa pode ser
muitas coisas ao mesmo tempo, sem
deixar de ser nenhuma delas; pode ter
atributos, que são contraditórios, sem se
destruir ou se anular.
Se a palavra é o assassinato da coisa, a
metáfora é a traição da palavra!
49
O personificar
Assim como os gregos personificaram
poderes como a fama, a insolência,
noite, esperança, volúpia, harmonia...etc.

Legitimar a multiplicidade de “Quems”


que habitam a alma personificando cada
complexo. Cada estilo de consciência,
cada forma de ver como um
personagem!
50
Quem ou o que está sofrendo?
O sofrimento de algo em relação a outra
coisa que pede sua mudança, sua
transformação.
Um sofrimento nunca é um único sofrimento,
ele presentifica infinitos outros.
Aglutina em si uma infinita multiplicidade de
atributos que vistos metaforicamente
remetem a infinitos outros.
Há uma espécie de síntese no que se olha
metaforicamente, mas nunca é possível
representá-la numa forma única.
51
No olhar subjetivista
o que sofre é o ego
na figura da pessoa!
Pessoa :
Constituída em sua unidade interna a
partir de vivências, experiências que se
particularizaram em sua história de vida
pessoal.
Conjunto de atributos singulares, com
suas qualidades individuais, que
determinam sua identidade.
Cidadão jurídico de direitos e deveres.
52
Adorno na dialética negativa
Propõe pensar por constelações (as
idéias estão para as coisas, assim como,
as constelações estão para os planetas)
Algo muito próximo a pensar por
metáforas;
interpreta a existência individual por
constelações para evitar definições;
busca uma síntese não totalizante, síntese
que só pode ser posta no interior de
relações ou com a noção de constelação
53
formaliza a tensão expondo o que vai
chamar de contradição objetiva: conceito
que é, ao mesmo tempo, idêntico a si e
contrário a si, impossível de ser
representado pelas estruturas categoriais
do entendimento.

54
As descrições sempre guardam o sujeito
proposicional como opaco as descrições
dos transtornos não nos explicitam a partir
de quem a fala está sendo feita.
Cabe-nos ler nas figuras inscritas o que
permanece opaco.
É exatamente quando conceito vai se
realizar, ao se aplicar ao caso, que as
contradições que não puderam
permanecer no conceito vão surgir
55
Na realização do conceito na experiência,
na efetivação do conceito em objeto é que
ele fracassa e que aparecem as
contradições.
Porque o princípio de unificação do
diverso do sensível, sob a forma de
objeto, é dado pelo próprio eu.

56
No olhar subjetivista
o que sofre é “Eu”, o ego
na figura da pessoa!
Pessoa :
Constituída em sua unidade interna a
partir de vivências, experiências que se
particularizaram em sua história de vida
pessoal.
Conjunto de atributos singulares, com
suas qualidades individuais, que
determinam sua identidade.
Cidadão jurídico de direitos e deveres.
57
Os dois olhares podem manter
ou preservar:
a idéia de uma unidade determinada quer
seja:
Em oposição a um objeto externo (doença) ;
Como identidade constituída interna e ou
externamente;
Como “Eu”- unidade sintética de todas as minhas
representações.
Como um “Eu” vazio de representações.
Esta unidade funciona como suporte das
expectativas de autonomia, liberdade e
autodeterminação.
58
A unidade / identidade
como questão
O que é “uma coisa” ?
Só conseguimos determinar alguma coisa
quando ela se apresenta em um contexto.
Portanto toda determinação é sempre um
processo relacional.
Determinamos as coisas através do
acesso a suas qualidades.
Mas toda qualidade também é relacional.

59
A unidade / identidade como questão
Heráclito
As coisas são como são porque opostos
estão sustentando entre si uma relação de
tensão.
Harmonia visível esconde uma tensão de
contrários, não visível.
como de arco e lira.
Esta tensão sendo harmonia e justiça só se
dá na discórdia.
Todas as coisas vem a ser segundo
discórdia e necessidade

60
A unidade / identidade como questão
Heráclito
O combate (pólemos) é de todas as
coisas pai de todas rei.
A guerra é mãe de tudo e rainha de tudo
O combate é o que é comum
Os homens vivem como se possuíssem
um particular.
Tomam por particular o que é comum.

61
Princípio da não-contradição
sustentando a unificação
Parmênides
O ser é e não pode não ser;
O não-ser não é e não pode ser de modo algum.
Aristóteles
– “Efetivamente, é impossível a quem quer que
seja acreditar que uma mesma coisa seja e não
seja"
– dada uma proposição e sua negação, não
podem ser ambas verdadeiras

62
Ego pode ser entendido como:
Indivíduo em suas expectativas de
autonomia, liberdade e autodeterminação;
Como expressão de “pessoa” que se
reconhece em seus atributos, em suas
qualidades individuais. Qualidades que
determinam sua identidade.
Como cidadão de direitos.
campo de atributos singulares de um
sujeito.
63
Pathos pode ser visto como:
Causa de conduta, e não como doença que aliena e que
necessita especificamente de cuidados individualizados;
não como um obstáculo, que se opõe a ser senhor de si.

64
a psicopatologia tem se
polarizado entre
Olhares empírico/objetivo,
Categorias dos transtornos mentais
“doença” identificada como realidade
concreta e literal.
Olhares subjetivistas
Enfatizam os sofrimentos psíquicos
vinculados as singularidades e
particularidades das histórias de vida
pessoal.

65
No olhar empírico/objetivo
o que sofre é o ego
na figura do indivíduo.
No CID -10
Transtorno mental é uma síndrome,
que ocorre em um indivíduo;
associado com
sofrimento ou
incapacitação ou com
risco significante aumentado de sofrimento atual,
morte, dor, deficiência, ou uma perda importante da
liberdade. ...
(CID-10 Organização Mundial da Saúde, 1993) p.5
66
a psicopatologia tem se
polarizado entre
Olhares empírico/objetivo,
Categorias dos transtornos mentais
“doença” identificada como realidade
concreta e literal.
Olhares subjetivistas
Enfatizam os sofrimentos psíquicos
vinculados as singularidades e
particularidades das histórias de vida
pessoal.

67

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