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Ônibus metropolitano

Licitação, contratos e tarifa

Marina e Paulo | Observatório das Metrópoles


Competências e entes federativos

- Governo do Estado: responsável pelo transporte metropolitano e


intermunicipal:
- SETOP: gestão, acompanhamento e controle

- DEER: fiscalização

- Sete consórcios operam as linhas metropolitanas (cerca de 27 empresas)

- BHTrans, TransNeves, Transcon, TransBetim etc: linhas municipais


- Governo Federal: através da CBTU, é responsável pela gestão do Metrô
Quatro momentos da gestão do transporte
metropolitano

1. Surgimento dos primeiros operadores


2. Início do processo de concentração

3. Atuação da METROBEL

4. Reestruturação do sistema: Licitação de 2007


Câmara de Compensação Tarifária

- Criada em 1982, a CCT diferencia a tarifa de remuneração ao operador da


tarifa cobrada ao usuário
- Modelo “Receita Pública” - controle das receitas pelo poder público, que
repassa às empresas segundo os custos de operação
- Subsídio cruzado: linhas com altos custos e menos passageiros
(deficitárias) são subsidiadas por linhas cujo número de passageiros
garante receitas superiores aos custos (superavitárias)
- Havia preocupação social, mas, na prática, empresas aumentam os custos
do serviço para maximizar lucros
Perspectiva neoliberal e incentivos à licitação
- Década de 1990: maior abertura ao mercado e Estado como regulador
- Gomide e Orrico Filho: “Entende-se que a ameaça de entrada de novos
concessionários é um dos instrumentos capazes de conduzir o mercado de
transporte coletivo urbano por ônibus à eficiência e à qualidade”
- Santos e Aragão, 2000: “abertura ao mercado é exigência política
incontornável”; reconhecem: “a validade lógica do mercado, defendendo o
seu pleno e consequente desenvolvimento
- Aragão et al, 2000: “os tempos modernos exigem a competição como
instrumento de eficiência econômica e até como valor moral”
Licitação de 2007

- Concorrência do tipo técnica e preço:


- Critérios: maior valor pela outorga e
pontuação por capacidade técnica

- Linhas regionalizadas em 7 Redes


Integradas de Transporte (RITs)
- Apenas um consórcio compete para
cada RIT - Fraude?
Consórcios e empresas vencedores
- RIT 1: Consórcio Via Amazonas - RIT 3: Consórcio Metropolitano
- Bela Vista de Minas - Novo Retiro - Santa Edwiges
- Turilessa - Juatuba - Viação Sidon
- Santa Edwiges - Santafel - Transmoreira
- Viação Sidon - Expresso lagoense - Expresso Unir
- Viação Transmoreira - Turilessa

- RIT 2: Usiminas Consórcio - RIT 4: Consórcio Estrada Real


- Eldorado - Urca - Territorial
- São Gonçalo - Viação Fenix - Turilessa
- Laguna - Viação Brasília
- Transimão - Cuiabá
- Transvial - Vianel
Consórcios e empresas vencedores

- RIT 5: Consórcio Linha Verde - RIT 7: Consórcio Cidade


- Alcino Gonçalves Cotta Industrial
- Expresso Unir - São Gonçalo
- Gavea transportes - Transimão
- S&M - Transvia
- Turilessa - Santa Edwiges
- Viação Buião - São Geraldo
- Transmoreira

- RIT 6: Consórcio Esmeraldas


Neves Sistema é formado por
- Transimão -> Saritur grandes grupos e por
- Novo Retiro operadores locais menores
Parecer AGE Minuta do edital (2005)
Licitação 2007
1. Prazo contratual: 30 anos
2. Remuneração ao operador: “Modelo Tarifa” - não há controle público
3. Controle de qualidade: indicadores verificados a cada 15 anos
4. Cálculo tarifário: planilha de custos
5. Controle operacional: consórcios propõem organização do sistema no
momento da licitação; alterações são condicionadas à eficiência econômica e
rentabilidade
Contratos de concessão
Contratos: sobre tarifas
- Estabelecem que a tarifa é fixada pela SETOP (cláusula quinta) e que
“deve ser revista sempre que forem criados, alterados ou extintos
tributos/encargos legais” ou “quando houver modificação de coeficientes”.
- 5.3. “A tarifa fixada pela SETOP será reajustada anualmente observados
os critérios estabelecidos em legislação e a variação dos parâmetros que
compõem a base do cálculo tarifário”.
- 5.5. “A tarifa inicialmente estabelecida poderá ser alterada em função de
exigência, pela SETOP, da oferta de serviços diferenciados, bem como
de modificações operacionais das características técnicas das linhas”.
Produção quilométrica e passageiros
transportados
Contratos - serviço adequado
- Cláusula sexta: definição de Serviço Adequado: “deve satisfazer condições
de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade,
generalidade, cortesia e modicidade das tarifas”.
- Eficiência: “execução dos serviços de acordo com as normas técnicas
aplicáveis em padrões satisfatórios, que busquem, em caráter permanente, a
excelência dos serviços, e que assegurem, qualitativa e quantitativamente, o
cumprimento dos objetivos e das metas de concessão”.
- Modicidade da tarifa: justa correlação entre custos e indenização aos
usuários.
Contratos - competências
- Cláusula nona: define competências SETOP e DEER:
- 9.1.3. É competência da SETOP “garantir à concessionária tarifas justas, remuneratórias
do serviço concedido” e “propiciar o equilíbrio econômico-financeiro do serviço
concedido”.

- Ao mesmo tempo, a SETOP deve “gerenciar o serviço concedido, visando o pleno


atendimento dos usuários, de forma a satisfazer as condições de regularidade,
continuidade, eficiência (...)” e “alterar o quadro de características operacionais do serviço
concedido, visando o melhor e adequado atendimento ao usuário e o bem-estar social”.

- Cláusula décima: obrigações e direitos da Concessionária: “ter garantida a


manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do serviço concedido”.

Cláusula de equilíbrio econômico-financeiro é determinação da Lei 8789/1995.


Contratos - transferência de concessão
- Dispositivo previsto na Lei 8.789/95: “a transferência da Concessão ou do
controle societário da Concessionária dependerá da prévia anuência da
SETOP, sob pena de caducidade da Concessão”.
- Para obter a anuência, o pretendente deverá:
- 16.1.1: “atender as exigências de capacidade técnica, idoneidade financeira
e regularidade jurídica e fiscal exigidas em Legislação Específica.
- 16.1.1.2. comprometer-se a cumprir integralmente as obrigações contratuais.

Em 2013, após manifestações de junho, Transimão deixa de operar linhas da RIT 6 em Ribeirão
das Neves, que são transferidas para a Saritur. A decisão é feita em reunião a portas fechadas,
entre SETOP e SINTRAM.
Aspectos Técnicos
Proposta Técnica
O Projeto Básico foi desenvolvido a partir dos dados do Diagnóstico do Sistema
obtidos através da análise da oferta (itinerários e quadros de horários) e da
demanda (quantificação e qualificação)

• Transformação dos serviços atuais da Região Metropolitana de Belo Horizonte


em 07 (sete) Redes Integradas de Transporte

• Racionalização e otimização através da implantação de sistema tronco


alimentado, operando com bilhetagem eletrônica, terminais de integração e
interligação entre terminais
Proposta Técnica
“o sistema será formado por
uma rede tronco-alimentada
nos períodos de menor
demanda, onde os usuários de
algumas linhas realizariam
transbordos para uma linha de
maior capacidade e
freqüência, nos terminais de
bairro"
Proposta Técnica
Proposta Técnica
1. Conhecimento do Sistema (2800 pontos)

Comprovação de visita aos itinerários das linhas: tipo de piso e número de pontos
de embarque e desembarque
Experiência da empresa, de qualquer empresa participante do consórcio ou de
qualquer um de seus sócios

2. Plano Operacional (3600 pontos)

Idade média da Frota


Prazo para disponibilização da frota
Proposta Técnica

3. Estrutura Organizacional e Física (600 pontos)

Pessoal técnico
Pessoal não técnico
Número de setores da licitante
Proposta Técnica
4. Metodologia e Execução (3000 pontos)

Projeção da demanda por linha


Dimensionamento dos quadros de horários a partir da demanda projetada
Proposta Técnica - Projeção da Demanda
Proposta Técnica - Projeção da Demanda
Proposta Técnica - Projeção da Demanda
Proposta Técnica - Nível de Serviço
Nível de Serviço

Medida qualitativa de influência de diversos fatores sobre a qualidade da via


e conforto do usuário, entre eles: velocidade e o tempo de percurso,
frequência das interrupções de tráfego, liberdade de manobras, segurança,
comodidade e custos de operação.
Proposta Técnica - Nível de Serviço
Nível de Serviço

“A ocorrência de ocupação superior em 5% (cinco por cento) ou mais das


viagens no mês determinará a reprogramação do quadro de horário, a
reespecificação da frota ou seu redimensionamento, se for o caso.”
Proposta Técnica
“As premissas para a criação de uma linha, por iniciativa da SETOP ou por
solicitação do interessado, deverão atender aos seguintes requisitos:
I - intercâmbio entre os pontos extremos no contexto econômico e social da
região;
II - capacidade de geração de transporte nas localidades a serem atendidas;
III - caráter de permanência da ligação, em função do interesse público e de sua
viabilidade econômica; e
IV - inexistência de possibilidade de prejuízo ou desequilíbrio econômico-
financeiro de outros serviços já existentes.”
Tarifa - Estrutura da Planilha de Custos

A - CUSTOS VARIÁVEIS

B - CUSTOS FIXOS

C - IMPOSTOS E TAXAS
Tarifa - Estrutura da Planilha de Custos

A - CUSTOS VARIÁVEIS

• Combustível

• Lubrificantes

• Rodagem

• Peças e Acessórios
Tarifa - Estrutura da Planilha de Custos

B - CUSTOS FIXOS

• Depreciação do Veículo • Remuneração do Veículo • Remuneração do Elevador


• Remuneração de Instalações e Equipamentos • Remuneração de Almoxarifado •
Custo com Sistema de Bilhetagem Eletrônica • Pessoal de Operação • Vale
Alimentação • Plano de Saúde • Plano Odontológico • Seguro de Vida em Grupo •
Seguro Obrigatório (DPVAT) • IPVA • Seguro de Responsabilidade Civil
Facultativo (RCF) • Taxa de Licenciamento • Despesas Fixas
Tarifa - Estrutura da Planilha de Custos

C - IMPOSTOS E TAXAS

• Programa de Integração Social – PIS

• Contribuição para Seguridade Social – COFINS

• Custo de Gerenciamento Operacional – CGO ou verba equivalente


Tarifa - Estrutura da Planilha de Custos

CPT = CT/PT

CPT = custo por passageiro transportado;

CT = custo total mensal do sistema; e

PT = média mensal de passageiros transportados


(passageiros/mês);
Tarifa - Estrutura da Planilha de Custos

TPU = (CT - SUB)/PE

TPU = Tarifa pública;

CT = custo total mensal do sistema;

SUB =subsídio;

PE = média mensal de passageiros equivalentes


(passageiros/mês);
Tarifa - Estrutura da Planilha de Custos
Tarifa - Estrutura da Planilha de Custos

“A Demanda Média Mensal de Passageiros do Sistema que servirá de


parâmetro para as revisões tarifárias, será aquela apurada mensalmente a
partir de janeiro do oitavo ano anterior ao ano em curso, até o ano vigente.”

● Aumentar produtividade (apropriação ilícita?), fraudar preço


● Difciculdade em estabelecer parâmetros de remuneração “justa” ou
diferenciar práticas empresariais lícitas e ilícitas
● Ciclo de piora de serviço
Tarifa - integração

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