You are on page 1of 40

Saúde preventiva e promoção

da saúde

Professor:
Rumão B. Nunes de Carvalho
De uma forma simplista “saúde” pode ser definida como
“ausência de doença” e “doença” como falta ou
perturbação da saúde.

Encontramos ainda conceitos mais elaborados:

“Saúde é um completo estado de bem-estar físico, mental e


social, e não meramente ausência de doença” (OMS).

“Saúde é o estado do indivíduo cujas funções orgânicas,


físicas e mentais se acham em situação normal” (Dicionário
Aurélio).
“Saúde é o resultado do equilíbrio dinâmico entre o
indivíduo e o seu meio ambiente”.
A Saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantindo mediante políticas sociais e econômicas que
visem à redução do risco da doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação
(Constituição Federal, 1988).
Doença:
Está relacionada com a dificuldade do corpo humano
em permanecer em equilíbrio, podendo ser verificado
por intermédio de algumas ciências, como anatomia,
fisiologia, dentre outras.
Na prática a informação sobre a falta de
saúde é a mais utilizada. É mais frequente
encontrarmos referências a coeficientes de
mortalidade e morbidade, e raramente a
coeficientes de bem estar físico, mental ou
social.
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA

Modo pelo qual ocorre, na coletividade, o


processo biológico de desgaste, e
consequentemente reprodução
(desencadeamento), destacando como momentos
particulares a presença de um funcionamento
biológico diferente, com consequências para o
desenvolvimento regular de um evento →
doença.
Fatores
Fatores psicológicos
sociais Fatores
ambientais

Fatores
genéticos
Fatores
educacionais

Fatores
ecológicos
Fatores
culturais
Fatores
Fatores
políticos
econômicos
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

Conjunto de processos interativos compreendendo


as inter-relações do agente, do susceptível e do
meio ambiente que afetam o processo global e
seu desenvolvimento, desde as primeiras forças
que criam o estímulo patológico no meio
ambiente, passando pela resposta do homem ao
estímulo, até às alterações que levam a um
defeito, invalidez, recuperação ou morte.
A História Natural da Doença aponta os
diferentes métodos de prevenção e
controle, servindo de base para a
compreensão de situações reais e
específicas, tornando operacionais as
medidas de prevenção.
FASES DA HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

Fase Inicial (suscetibilidade): ainda não há


doença propriamente dita, no sentido clássico de
fase patológica, mas já existem condições que
favorecem o seu aparecimento.
Fase Patológica Pré-clínica: a doença ainda está
no estágio de ausência de sintomatologia,
embora o organismo já apresente alterações
patológicas. Vai desde o início do processo
patológico até o aparecimento de sintomas ou
sinais da doença. O seu curso pode ser subclínico
e evoluir para a cura, ou progredir para defeitos
permanentes, cronicidade ou morte.
Fase Clínica: a doença se encontra em estágio
adiantado, podendo a manifestação ser leve, mediana,
grave, de evolução aguda ou crônica.

OBS: A assistência prestada a muitas doenças, traduz


apenas a “ponta do iceberg”, correspondente à
demanda espontânea por serviços de saúde. As
informações estatísticas produzidas pelos registros de
estabelecimentos de saúde referem-se a parte visível
deste iceberg e, por esta razão, fornecem um perfil de
morbidade que nem sempre coincide exatamente com o
padrão de doenças incidentes na comunidade.
Fase de Incapacidade Residual: a doença
não progrediu até a morte ou não houve
cura completa, deixando muitas vezes,
sequelas.
Etiologia e Prevenção de uma doença

São aspectos muitos relacionados, o melhor


conhecimento da etiologia indica melhores
caminhos para concretizar a prevenção.
ETIOLOGIA
Na vertente epidemiológica (período pré-patogênico):
nesta fase, estão os eventos que ocorrem na fase
anterior à resposta biológica inicial do organismo.
Para que possamos escolher as melhores medidas de
prevenção é importante conhecer as relações causais
sobre as características dos agentes e fatores de risco
envolvidos, a intensidade das exposições, a
susceptibilidade do organismo frente às agressões e as
condições do ambiente onde estas situações ocorrem.
ETIOLOGIA

Na vertente patológica (período de patogênese):


encontram-se as reações que ocorrem no interior
do corpo humano e que se sucedem da resposta
orgânica da afecção. O conhecimento desta fase
da doença permite a melhor escolha dos critérios
para diagnósticos e tratamentos, com o objetivo
de detectar e interromper a evolução da doença
já instalada no organismo e, se possível, fazê-la
regredir.
PREVENÇÃO

Medidas Preventivas: são aquelas utilizadas para evitar


as doenças ou suas consequências, quer ocorram sob
forma esporádica, quer de modo endêmico ou epidêmico.
Ex.: cloração da água de abastecimento público,
pasteurização do leite, controle de vetores, imunização
dos suscetíveis, educação em saúde da população, etc.

A prevenção tem também um sentido mais amplo, o de


evitar o aparecimento do estágio seguinte da história
natural da doença.
CLASSIFICAÇÃO DAS MEDIDAS
PREVENTIVAS

Medidas Prevenção
específicas e primária,
inespecíficas secundária e
terciária

Medidas
Prevenção (5 universais,
níveis) seletivas e
individualizadas
Inespecíficas: medidas amplas que
promovem o bem-estar das pessoas.

Específicas: medidas restritas, que incluem


técnicas próprias para lidar com cada dano
à saúde em particular.
Classificação de Leavell e Clark
Prevenção Primária: Conjunto de medidas dirigidas à
população sadia, evitar a ocorrência de novos casos,
reduzir ou evitar exposição a fatores de risco que são
associados com doenças.
o ação aplicada em fase pré-patogênica, ou seja, no
início biológico da doença dirigida para a manutenção
da saúde.
Promoção da Saúde (nível 1): moradia adequada,
escolas, lazer, alimentação adequada, educação,
emprego, saneamento, etc.
Proteção Específica (nível 2): imunização, higiene
pessoal e do lar, saúde ocupacional, aconselhamento
genético, proteção contra acidentes, controle de vetores,
exames pré-natal.
Prevenção Secundária: Conjunto de medidas dirigidas à
população doente, Detecção precoce das doenças em
programas de rastreamento.
oatenção voltada para o período patológico, enquanto a
doença ainda está progredindo, seja em fase subclínica,
seja de evolução clinicamente aparente, visando à
prevenção da evolução do processo patológico.
Diagnóstico Precoce (nível 3): aplicação de inquéritos na
comunidade, exames periódicos individuais para
constatação de casos, isolamento para evitar a
propagação da doença, tratamento para evitar a
progressão da doença, intervenções médicas e cirúrgicas.
Limitação do dano (nível 4): evitar futuras complicações,
sequelas, acesso facilitado a serviços de saúde,
tratamento médico e cirúrgico adequado e hospitalização
necessária.
Prevenção Terciária: atenção voltada à
prevenção da incapacidade através de medidas
de reabilitação para atenuação da invalidez,
cujas consequências proporcionaram sequelas
(poliomielite, AVC, etc.).
-Promover o ajustamento do paciente
-Estender o conceito de prevenção ao campo da
reabilitação
-Medidas que visam prevenir complicações
durante o tratamento.
Reabilitação (nível 5): fisioterapia, terapia
ocupacional, educação do público para
aceitação do deficiente e emprego para o
reabilitado.
Níveis de
prevenção
AÇÕES PREVENTIVAS:

Intervenções orientadas a evitar o


surgimento de doenças específicas,
reduzindo sua incidência e prevalência.

As ações preventivas e as que visam


melhorar a qualidade de saúde da
população têm origem na ação integrada
com diversas outras áreas.
Classificação das Medidas Preventivas

Medidas Universais: dieta balanceada, exercícios


regulares, higiene dental.

Medidas Seletivas: aconselhadas a grupos específicos


da população, identificados por faixa etária, sexo,
ocupação ou outra característica.

Medidas Individualizadas: aplicadas unicamente na


presença de uma condição que coloca o indivíduo em
alto risco para o desenvolvimento futuro da doença. Ex.:
controle da hipertensão e da hipercolesterolemia.
PREVENÇÃO PRIMÁRIA

Promoção à Saúde
Não são voltadas para determinada
doença, mas destinadas a aumentar a
saúde e o bem-estar gerais (BUSS, 2003).
Em 1986, ocorreu a I Conferência Internacional sobre
Promoção da Saúde, que originou a Carta de Ottawa. De
acordo com esse documento,
“promoção da saúde é o nome dado ao
processo de capacitação da comunidade para
atuar na melhoria de sua qualidade de vida e
saúde, incluindo uma maior participação no
controle desse processo. Para atingir um estado
de completo bem-estar físico, mental e social (...)
Nesse sentido, a saúde é um conceito positivo, que
enfatiza os recursos sociais e pessoais, bem como
as capacidades físicas. Assim, a promoção da
saúde não é responsabilidade exclusiva do setor
saúde, e vai para além de um estilo de vida
saudável, na direção de um bem-estar global”
(CARTA DE OTTAWA, 1986).
Promoção à Saúde
Moradia adequada
Escolas - Educação sexual
Áreas de lazer
Alimentação adequada
Educação em todos os níveis
Desenvolvimento Econômico e Social
Implementar Políticas Públicas
TEMAS PRIORITÁRIOS DA POLÍTICA NACIONAL DE
PROMOÇÃO DA SAÚDE – PNAPS/ 2014
I. Formação e Educação permanente
Mobilizar, sensibilizar e promover capacitações para
gestores, trabalhadores da Saúde e de outros setores
para o desenvolvimento de ações de educação em
promoção da saúde e incluí-las nos espaços de educação
permanente.
TEMAS PRIORITÁRIOS DA POLÍTICA NACIONAL DE
PROMOÇÃO DA SAÚDE – PNAPS/ 2014
II. Alimentação adequada e saudável
Promover ações relativas à alimentação adequada e
saudável, visando à promoção da saúde e à segurança
alimentar e nutricional, contribuindo com as ações e
metas de redução da pobreza, com a inclusão social e
com a garantia do direito humano à alimentação
adequada e saudável.
TEMAS PRIORITÁRIOS DA POLÍTICA NACIONAL DE
PROMOÇÃO DA SAÚDE – PNAPS/ 2014
III. Práticas corporais e atividades físicas
Promover ações, aconselhamento e divulgação de
práticas corporais e atividades físicas, incentivando a
melhoria das condições dos espaços públicos,
considerando a cultura local e incorporando
brincadeiras, jogos, danças populares, entre outras
práticas.
TEMAS PRIORITÁRIOS DA POLÍTICA NACIONAL DE
PROMOÇÃO DA SAÚDE – PNAPS/ 2014
IV. Enfrentamento ao uso do tabaco e seus derivados
Promover, articular e mobilizar ações para redução e
controle do uso do tabaco, incluindo ações educativas,
legislativas, econômicas, ambientais, culturais e
sociais.
TEMAS PRIORITÁRIOS DA POLÍTICA NACIONAL DE
PROMOÇÃO DA SAÚDE – PNAPS/ 2014
V. Enfrentamento do uso abusivo de álcool e outras
drogas
Promover, articular e mobilizar ações para redução do
consumo abusivo de álcool e outras drogas, com a
corresponsabilização e autonomia da população,
incluindo ações educativas, legislativas, econômicas,
ambientais, culturais e sociais.
TEMAS PRIORITÁRIOS DA POLÍTICA NACIONAL DE
PROMOÇÃO DA SAÚDE – PNAPS/ 2014
VI. Promoção da mobilidade segura
Buscar avançar na articulação intersetorial e
intrasetorial, envolvendo a vigilância em saúde, a
atenção básica e as redes de urgência e emergência do
território na produção do cuidado e na redução da
morbimortalidade decorrente do trânsito.
Orientar ações integradas e intersetoriais nos territórios,
incluindo ações de saúde, educação, trânsito,
fiscalização, ambiente e nos demais setores
envolvidos, além da sociedade, a fim de definir um
planejamento integrado, parcerias, atribuições,
responsabilidades e especificidades de cada setor para
a promoção da mobilidade segura.

Avançar na promoção de ações educativas,


legislativas, econômicas, ambientais, culturais e
sociais, fundamentadas em informação qualificada e
em planejamento integrado, para que garantam o
trânsito seguro, a redução de morbimortalidade e a paz
no trânsito.
TEMAS PRIORITÁRIOS DA POLÍTICA NACIONAL DE
PROMOÇÃO DA SAÚDE – PNAPS/ 2014
VII. Promoção da cultura da paz e dos direitos
humanos
Promover, articular e mobilizar ações que estimulem a
convivência, a solidariedade, o respeito à vida e o
fortalecimento de vínculos.
TEMAS PRIORITÁRIOS DA POLÍTICA NACIONAL DE
PROMOÇÃO DA SAÚDE – PNAPS/ 2014
VIII. Promoção do desenvolvimento sustentável
Promover, mobilizar e articular ações governamentais
e não governamentais, incluindo o setor privado e a
sociedade civil, nos diferentes cenários
(cidades/municípios, campo, floresta, águas, bairros,
territórios, comunidades, habitações, escolas, igrejas,
empresas e outros), permitindo a interação entre
saúde, meio ambiente e desenvolvimento sustentável
na produção social da saúde, em articulação com os
demais temas prioritários.
E para alcançarmos bons resultados
na busca destas prioridades e de
outras fundamentais à nossa saúde...
Usamos, entre outras fundamentais, a
EDUCAÇÃO EM SAÚDE!

You might also like