UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

EMBRAPA AMAZÔNIA ORIENTAL

DISCIPLINA: SISTEMAS AGROFLORESTAIS
PECUÁRIOS NO TRÓPICO ÚMIDO

MODELO FISICO E ECONÔMICO DE SISTEMA

AGROSILVIPASTORIL PARA PROPRIEDADES
LEITEIRAS, INSERÇÃO NO SISTEMA DE
PRODUCAO

ELIANA MARIA ACIOLI DE ABREU

 1- INTRODUÇÃO

 Os sistemas silvipastoris têm sido considerados como uma

alternativa promissora para aliar os benefícios
ambientais proporcionados pelos plantios arbóreos à
produção animal.

 O sucesso desses sistemas vai depender do equilíbrio das

interações entre os seus principais componentes( árvore,
pastagem e animal

 Raças melhoradas de ruminantes de aptidão leiteira

(pouco tolerantes ao ambiente tropical), quando mantidos
em SSP,apresentam melhor produtividade (Veiga, J.B,
1999).
 Sistemas pecuários alternativos que levam em consideração as
peculiaridades ecológicas e socioeconômicas regionais devem
ser concebidos e testados, visando tornar a atividade pecuária
mais produtiva, mais sustentável e menos danosa
ecologicamente (Veiga et al; 2000).

 O estabelecimento de sistema silvipastoril à ser viabilizado

neste modelo, objetiva contribuir na solução de um dos
grandes problemas da cadeia produtiva primária de bovino de
leite no Estado do Pará, que é a baixa produtividade leiteira e
buscar difundir esta forma alternativa entre pequenos
produtores.
 2. ÁREA SELECIONADA
• O produtor conta com uma área de 100 ha, cuja capacidade
de uso é da seguinte maneira:

• Área de bosque de reserva 60 ha.

• Área de cultivos agrícolas 30 ha.

• Área modelo SSP para gado leiteiro, 10 ha (capoeira onde

antes foi cultivos, com 3 anos de descanso). O sistema a
utilizar será sistema extensivo rotacional.
 3. COMPONENTES DO SISTEMA
3.1. Árvores.
•Serão utilizadas as seguintes espécies:
• Paricá (Schizolobium amazonicum Huber ex. Ducke)
• Teca (Tectona grandis L. f.)
• Mogno africano (Khaya ivorensis A. Chev. )

* Espaçamento das árvores, em faixas compostas de linhas

triplas distando 20 m uma da outra, com espaçamento
entre árvores de 5 m x 5 m x 10m. Orientadas em sentido
de leste-oeste para permitir insolação as pastagens .

* Serão utilizadas: 120 árvores / ha (40 árvores de cada

espécie)
 Cuidados na escolha das árvores em SSP
 Copas capazes de propiciar
uma sombra de pelo menos
20m². (paricá, teca, mogno) e
boa ventilação, de modo que o
solo sombreado seque
rapidamente, evitando o
acúmulo de umidade e barro,
reduzindo assim a incidência
de bernes e afecções nos
cascos dos animais.(Montoya
et al., 1994).

 Uso de árvores de rápido

crescimento para que os
animais não as danifiquem.
3.COMPONENTES DO SISTEMA
 3.2- Agrícola
 Caupi (Vigna unguiculata)
 Milho (Zea mays)

 Plantio dos cultivos agrícolas em arranjos. (milho e

caupí em espaçamentos 0.50 x 0.30 m entre as linhas de
árvores). Para cada seqüência haverá rotação de
cultura para aproveitar a fertilidade da leguminosa.

 Manejo durante 2 anos, objetivando favorecer o

crescimento das árvores, reduzindo os custos de
implantação do sistema e aproveitando a adubação
residual para o componente arbóreo e pastagem.
FIGURA 2 . ESQUEMA AGROFLORESTAL INICIAL DO PROJETO SILVIPASTORIL
(1º e 2º ANO)


 LEGENDA
 Parica 
Teca 
 Mogno 
 Milho
 Feijão





20 m



 5m.





10m.
 3. Componentes do sistema.
 3.3. Componente animal:
 1. GADO LEITEIRO:
 1UA= 450kg (vaca e touro).
 1/2UA=225kg (novilhos e
novilhas).
 1/4UA=112,5kg(terneiros).
 2. DIAS DE PASTEJO:
 8 dias por parcela.
 3. CARGA ANIMAL:
 CA=1.2 UA/ha/ano, que
 corresponde:
1.2UAx450kgx10ha=5.400kg/
ha/ano
4. NUMERO DE PARCELAS:
• NP = Dd + 1 32 d. + 1 = 5 parcela
• Dp 8
5. TAMANHO DE CADA PARCELA (TP):
• TP = Área de pastagens = 10 ha = 2 ha/ parcela
• Nº parcelas 5
6. NUMERO DE UNIDADES ANIMAL :
NUA = CA X Área de pasto = 1.2UA x 10ha = 12UA
7. TIPO DE PASTO: forrageira (Brachiaria brizantha.)

8. REBANHO: Girholando (1/2 Holstein x 1/2 Gir)

•9 Vacas 450 x 9 = 4050 kg
•1 Touro 450 x 1 = 450 kg
•2 Novilhas 225 x 2 = 450 kg
•4 Terneiros 112.5x4 = 450 kg
• 5.400 kg
9. DESENHO DO SISTEMA: (10ha)

2ha 2ha 2ha 2ha 2ha

12 UA. 12 UA 12 UA 12 UA. 12 UA
8 dias 8 dias. 8 dias. 8 dias 8 dias
32 desc. 32desc. 32desc. 32 desc. 32 desc.
FIGURA 2 . ESQUEMA FINAL DO SISTEMA SILVIPASTORIL. (3 ano)


 LEGENDA
 Parica 
Teca 
 Mogno 
 Pasto















 4. MANEJO DO SISTEMA
* Primeiro e segundo ano:
 Preparação do terreno evitando a queima.

 Plantio das espécies florestais (Paricá, Teca e Mogno

africano) em faixas compostas de linhas triplas, distando

20m uma da outra, com espaçamento entre árvores de 5m
x 5m x 10m.
 Plantio dos cultivos agrícolas em arranjos. (milho e caupí
em franjas 0.50 x 0.30 m ).
 O controle das invasoras não será através de queima,

serão mantidas como mulch, e limpeza das plantas

florestais.
* Terceiro ano:
 Plantio de pastagem. (Brachiaria brizantha) espaçamento

0.30 m x 0.30 m. Controle de invasoras.

 4. MANEJO DO SISTEMA
* Final terceiro ano:
 Entrada de animais no inicio da floração da
pastagem para aproveitar o valor nutritivo do
pasto neste período.
 Será ministrado sal mineral a vontade.
 A água servida aos animais deverá ser de boa
qualidade e servida à vontade.
 Efetuar o manejo do sistema rotativo indicado no
projeto, com o número de animais de acordo com
a carga animal estabelecida, dando o descanso
necessário à pastagem para sua recuperação.
 Controle de invasoras depois de cada pastejo.
 5. VANTAGENS DO SISTEMA
 Sistema que favorece a interação animal-árvore-
pastagem, apresentando uma diversidade de produtos
como cultura anual, produtos madereiros carne e leite.
 Sistema que evita estresse climático favorecendo a
produção leiteira (Veiga et al., 2000)
 Aceleração da ciclagem de nutrientes da biomassa
através da deposição das fezes e urina.
 Ciclagem de nutrientes e água das camadas mais
profundas do solo para as camadas mais superficiais
pela decomposição de folhas, galhos e raízes das
árvores, melhorando a fertilidade dos solos e
qualidade das pastagens.
 Sistema que funciona como proteção do solo (Frank
& Furtado (2000).
 A água que se infiltra no solo carrega os nutrientes
para baixo.Os nutrientes são absorvidos pelas raízes
evitando que se percam em profundidade. Água e
nutrientes sobem para as folhas.As folhas caem, se
decompõem liberando nutrientes.
 SSP, houve aumento de 10% na produção de leite no
verão e uma melhora na taxa de concepção em vacas
que tiveram acesso à sombra (Buffington & Collier,
1983).
 Vacas leiteiras com acesso a sombra produziram 20%
a mais de leite, com maior teor de sólidos não
gordurosos (Carvalho, 1991).
 6. RETÔRNO FINANCEIRO
 Produção leiteira:
 A média de 8 litros de leite/ vaca.
 Total diário= 8litros x9 vacas= 72 litros por dia
 A média de leite para produzir 1 kg de queijo
corresponde a 7 litros de leite.
 Produção: 72 lit / 7 = 10,28 kg de queijo.
 Custo do queijo= R$ 5,00 kg.
 Rendimento por dia:
10.28 kg x R$ 5,00 = R$ 50,00/ dia
 Sem incluir as entradas por venda de terneiros,
novilhos que nascem anualmente.
 Os plantios intercalares de milho e feijão podem
amortizar os custos de estabelecimento dos
sistemas silvipastoris em até 70% ( Veiga et al.,
2000).
 A variável saida são as árvores (produção de
madeira), são ingressos a longo prazo:
 Paricá a ser usado na indústria de compensado.
 Teca, e mogno africano, madeira nobre de alto
valor no mercado internacional.
SISTEMA NO 3° ANO.
 Consulta bibliográfica
BAGGIO,A J. Pesquisa revela: árvores no pasto beneficiam a produção pecuária.
Folha da Floresta, n. 10, p. 4-6, julho. 1997.

BARBOSA, T.M.L.; Carvalho, F.C. de & Cavalcante, A.C.R. Sistema de Produção

Agrossilvipastoril para o semi-árido Nordestino. In: Congresso Brasileiro em
Sistemas Agroflorestais. Anais. Belém: Embrapa-Cpatu. 1998. 238 p.
CARVALHO, M. M. Arborização de pastagens cultivadas. Juiz de Fora: Embrapa-
CNPGL, 1998. 37p. (Embrapa- Documentos, 64).
FRANKE, I.L. & Furtado, S.C. Sistemas Silvipastoris: Fundamentos e
Aplicabilidade. Rio Branco: Embrapa Acre. 2001. 51p.
MACEDO, R. L.et al., Caracterização e manejo dos principais sistemas
silvipastoris e agrossilvipastoris. In: MACEDO, R.G. Princípios básicos para o
manejo sustentável de sistemas agroflorestais. Lavras: UFLA/FAEP, 2000. p.
90-137.
REVISTA DOS CRIADORES- Orgão Oficial de Divulgação da Associação
Brasileira de Criadores. Ano LXVIII n. 824 Março/99 pg 32-35 e Ano LXVI n
799/800 Dez/96 e Jan/ 97 pg. 30, 31.
VEIGA, J. B. da; Alves, C.P.; Marques, L.C.T. & Veiga, D.F. da. Sistemas
Silvipastoris na Amazônia Oriental. Belém: Embrapa Amazônia Oriental.
2000. 62 p.
 OBRIGADO
 A
 TODOS