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Segurança do Trabalho – Ergonomia

1.0 – Histórico da Ergonomia

1.1. Considerações preliminares: trabalho e condições de


Trabalho

A primeira definição conhecida de trabalho está escrita nas


Sagradas Escrituras em Gênesis 3: 17b , 19 " Disse, pois, o
Senhor Deus ao ser humano: maldita é a terra por tua causa; em
fadiga comerás dela todos os dias da tua vida. Do suor do teu
rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela
foste tomado; pois és pó, e ao pó tornarás".

Podemos deduzir, então, que o trabalho está relacionado a noção


geral de sofrimento e pena (BIBLIA,1995).
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O Dicionário Larousse de Língua Portuguesa (1992), dá as


seguintes definições para trabalho:

- palavra derivada do latim tripaluim que significa instrumento de


tortura composto de três paus; sofrimento; esforço; luta;

- atividade humana aplicada à produção, à criação ou ao


entretenimento;

- produto dessa atividade; obra.

- atividade profissional regular e remunerada.

- exercício de uma atividade profissional; lugar onde essa


atividade é exercida.
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DAVIES e SHACKLETON (1977), define o trabalho como uma


"atividade instrumental executada por seres humanos, cujo
objetivo é preservar e manter a vida, e que é dirigida para uma
alteração planejada de certas características do meio-ambiente
do ser humano". Eles referenciam, também, a definição ainda
mais ampla dada por O'TOOLE, que diz que "o trabalho é uma
atividade que produz algo de valor para outras pessoas".

LEPLAT e CUNY (1977), definem condições de trabalho como "o


conjunto de fatores que determinam o comportamento do
trabalhador. Estes fatores são, antes de mais nada, constituídos
pelas exigências impostas ao trabalhador: objetivo com critérios
de avaliação (fabricar determinado tipo de peça com estas ou
aquelas tolerâncias), condições de execução (meios técnicos
utilizáveis, ambientes físicos, regulamentos a observar)".
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Por outro lado, MONTMOLLIN (1990), define condições de


trabalho como tudo o que caracteriza uma situação de trabalho e
permite ou impede a atividade dos trabalhadores. Deste modo,
distinguem-se as condições:

- físicas: características dos instrumentos, máquinas, ambiente do


posto de trabalho(ruído, calor, poeiras, perigos diversos);
- temporais: em especial os horários de trabalho;
- organizacionais: procedimentos prescritos, ritmos impostos, de
um modo geral, "conteúdo" do trabalho;
-as condições subjetivas características do operador: saúde,
idade, formação;
- e as condições sociais: Remuneração, qualificação, vantagens
sociais, segurança de emprego, em certos casos condições de
alojamento e de transporte, relações com a hierarquia, etc.
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Segundo SELL (1994), entende-se por trabalho "tudo o que a


pessoa faz para manter-se e desenvolver-se e para manter e
desenvolver a sociedade, dentro de limites estabelecidos por esta
sociedade. E, o conceito de condições de trabalho inclui tudo que
influencia o próprio trabalho, como ambiente, tarefa, posto, meios
de produção, organização do trabalho, as relações entre
produção e salário, etc.".

A mesma autora explica que boas condições de trabalho


significam, em termos práticos:
- meios de produção adequados às pessoas - o que pressupõe o
projeto ergonômico das máquinas, dos equipamentos, dos
veículos, das ferramentas, dos dispositivos auxiliares, usados no
sistema de trabalho;
- objetos de trabalho, materiais e insumos inócuos às pessoas
que com elas entram em contato;
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-postos de trabalho ergonomicamente projetados, o que inclui


bancadas, assentos, mesas, a disposição e a alocação de
comandos, controles, dispositivos de informação e ferramentas
fixas em bancadas;
-controle sobre os fatores ambientais adversos, como por
exemplo, iluminação, ruídos, vibrações, temperaturas altas ou
baixas, partículas tóxicas, poeiras, gases, etc. reduzindo-se o
efeito destes sobre as pessoas no sistema de trabalho;
- postos de trabalho, meios de produção, objetos de trabalho sem
perigos mecânicos, físicos, químicos ou outros que representem
riscos para as pessoas, isto é, sem partes móveis expostas, sem
ferramentas cortantes acessíveis ao trabalhador, sem emissão de
gases, vapores, poeiras nocivas, etc.
- clima social sem atritos, bom relacionamento com colegas,
superiores e subalternos.
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- organização do trabalho que garanta a cada pessoa uma tarefa


com conteúdo adequado as suas capacidades físicas, psíquicas,
mentais e emocionais, que seja interessante e motivante;

- organização temporal do trabalho (regime de turnos) que


permita ao trabalhador levar uma vida com ritmo sincronizado
com seu ritmo circadiano, comprometendo ao mínimo a sua
saúde, bem como o seu convívio familiar e social;

- quando necessário, um regime de pausas que possibilitem a


recuperação das funções fisiológicas do trabalhador, para, a
longo prazo, não comprometer a sua saúde;

- sistema de remuneração de acordo com a solicitação do


trabalhador no seu sistema de trabalho, considerando-se também
sua qualificação profissional;
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SELL (1994), afirma que com vistas à “melhoria das condições


de trabalho, tanto de forma corretiva - melhorias em sistemas já
existentes - quanto de maneira prospectiva - melhorias nos
sistemas de trabalho em fase de concepção e projeto - é
necessário avaliar o trabalho humano existente, por critérios bem
definidos, aceitos e que obedeçam a uma hierarquia de níveis de
valoração relacionados com o trabalhador". Assim:
- trabalho deve ser realizável, isto é, as cargas provenientes da
tarefa e da situação de trabalho não podem ultrapassar os limites
individuais do trabalhador, como por exemplo, o alcance dos
membros, a velocidade de reação, as capacidades sensoriais,
etc;
- trabalho deve ser suportável ou inócuo ao longo do tempo, isto
é, o trabalhador deve pode executar a tarefa durante o tempo
necessário, diariamente, e se for o caso, durante toda uma vida
profissional, sem levar danos por isso;
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- o trabalho deve ser pertinente na sociedade em que é


executado;

- o trabalho deve trazer satisfação para o trabalhador. É oportuno


chamar a atenção para a possibilidade de uma pseudo-satisfação
do trabalhador, simplesmente por ter-se acostumado à idéia de
que seu trabalho (realizável, suportável e pertinente) não pode
ser modificado. A aceitação de um trabalho por parte do indivíduo
pode ser influenciada pela estrutura da tarefa, pelo treinamento,
pelo ambiente, pelas relações interpessoais, etc;

- trabalho deve ser suportável ou inócuo ao longo do tempo, isto


é, o trabalhador deve pode executar a tarefa durante o tempo
necessário, diariamente, e se for o caso, durante toda uma vida
profissional, sem levar danos por isso;
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1.2. Origem e evolução da ergonomia

Como vimos, desde a Antigüidade o trabalho já era visto como


um fator gerador e modificador das condições de viver, adoecer e
morrer dos homens. Bernardino Ramazzini (1633-1714) no livro
“De Morbis Artificum Diatriba” ou “Doenças dos Trabalhadores”
no capítulo 2 já descrevia as doenças que acometiam os
escribas.
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Historicamente, o termo ergonomia foi utilizado pela primeira, em


1857, pelo polonês W. JASTRZEBOWSKI, que publicou um
"ensaio de ergonomia ou ciência do trabalho baseada nas leis
objetivas da ciência da natureza"

Quase cem anos mais tarde, a ergonomia veio a se desenvolver


como uma área de conhecimento humano, quando, durante a II
Guerra Mundial, pela primeira vez, houve uma conjugação
sistemática de esforços entre a tecnologia e as ciências humanas
e biológicas. Fisiólogos, psicólogos, antropólogos, médicos e
engenheiros, trabalharam juntos para resolver os problemas
causados pela operação de equipamentos militares complexos.
Os resultados desse esforço interdisciplinar foram tão frutíferos,
que foram aproveitados pela indústria, no pós-guerra (DUL e
WEERDMEESTER, 1995).
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Em 1949, um engenheiro inglês chamado MURREL, criou na


Inglaterra, na Universidade de Oxford, a primeira sociedade
nacional de ergonomia, a Ergonomics Research Society.

Em 1959, foi organizada a Associação Internacional de


Ergonomia, em Estocolmo.
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Em 1959, a recomendação n° 112, da OIT - Organização


Internacional do Trabalho, dedica-se aos serviços de saúde
ocupacional, definidos como serviços médicos instalados em um
local de trabalho ou suas proximidades, com as seguintes
finalidades :
-proteger o trabalhador contra qualquer risco à sua saúde e que
decorra do trabalho ou das condições em que ele é cumprido;
-concorrer para o ajustamento físico e mental do trabalhador a
suas atividades na empresa, através da adaptação do trabalho ao
ser humano e pela colocação deste em setor que atenda às suas
aptidões;
-contribuir para o estabelecimento e manutenção do mais alto
grau possível de bem-estar físico e mental dos trabalhadores.
- Nessa conceituação de serviços de saúde ocupacional, verifica-
se a presença do conceito de ergonomia: adaptação do trabalho
ao ser humano.
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1.3. Definições de Ergonomia

Em 1960, a OIT define ergonomia como sendo a "aplicação das


ciências biológicas conjuntamente com as ciências da engenharia
para lograr o ótimo ajustamento do ser humano ao seu trabalho, e
assegurar, simultaneamente, eficiência e bem-estar".

Murrel (1965): A ergonomia é o estudo do ser humano em seu


ambiente laboral.
Grandjean (1969): Ergonomia é o estudo do comportamento do
homem em seu trabalho.
Faverge (1970): Ergonomia como a análise dos processos
industriais centrado nos homens que asseguram seu
funcionamento.
Montmollin, M. (1971): Ergonomia é a tecnologia das
comunicações homem-máquina.
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Leplat, J (1972): Ergonomia é uma tecnologia e não uma ciência,


cujo objeto é a organização dos sistemas homens-máquina.

Wisner (1972): A ergonomia é o conjunto de conhecimentos


científicos relativos ao homem e necessários à concepção de
instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados
com o máximo de conforto e eficácia.

Cazamian (1973): A Ergonomia é o estudo multidisciplinar do


trabalho humano que pretende descobrir suas leis para formular
melhor suas regras.

Ernesto McCormick (1976): A Ergonomia é uma disciplina cujos


fins são obter uma efetividade funcional de qualquer equipamento
ou ajuda física que se utilize para manter e melhorar o bem estar
humano mediante um apropriado desenho de implementos,
ajudas e meio ambiente de trabalho.
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César Ramírez Casava (1986).- A Ergonomia como ciência, é a


disciplina metódica e racional com o objetivo de adaptar o
trabalho ao homem e vice versa, mediante a interação ou
comunicação intrínseca entre o homem, a máquina, a tarefa e o
entorno, que configuram o sistema produtivo de toda empresa.
Oborne (1990).- A Ergonomia é uma disciplina das comunicações
recíprocas entre o homem e seu ambiente de trabalho e seu meio
social, cujo objetivo é melhorar as condições de trabalho dentro
de um enfoque sistêmico entre o homem e o ambiente,
proporcionando um conteúdo atrativo, cômodo, fácil e dentro das
normas de segurança e higiene, para aumentar os índices de
produtividade, tanto quantitativos como qualitativos.
Wisner (1987): É o conjunto de conhecimentos científicos
relativos ao homem e necessários para conceber instrumentos,
máquinas e dispositivos técnicos que possam ser utilizados com
o máximo de conforto, segurança e eficácia.
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Wisner (1994): É a arte na qual são utilizados o saber


tecnocientífico e o saber dos trabalhadores sobre sua própria
situação de trabalho.

- Estuda a atividade do homem no trabalho com o objetivo


de contribuir na concepção de ferramentas, máquinas e sistemas
de produção adaptados às características físicas e psicológicas
do ser humano, com critérios de saúde e de produtividade.

- Arte: produz seus próprios conhecimentos sobre as


condições de desempenho do homem numa determinada
situação de atividade profissional;

- Tecnologia: está voltada para a concepção de meios de


trabalho, levando-se em conta as características humanas e
atividade real dos trabalhadores
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Atualmente, vários países estão desenvolvendo estudos e


pesquisa nesta área de conhecimento, dentre eles podemos
destacar: USA, Inglaterra, França, Bélgica, Holanda, Alemanha e
Países Escandinavos.

No caso do Brasil, apesar de relativamente recente, a ergonomia


está-se desenvolvendo rapidamente no meio acadêmico. De fato,
em 31 de agosto de 1983 foi criada no país a Associação
Brasileira de Ergonomia.

Em 1989, foi implantado no Programa de Pós-Graduação em


Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa
Catarina, o primeiro mestrado na área do país.
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É importante salientar que no Brasil, o Ministério do Trabalho e


Previdência Social instituiu a Portaria n. 3.751 em 23/11/90 que
baixou a Norma Regulamentadora - NR17, que trata
especificamente da ergonomia. "Esta norma visa estabelecer
parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho
às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a
proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho
eficiente". Com esta norma começa-se a despertar o interesse
pela ergonomia no meio empresarial brasileiro.
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Da mesma forma, nos USA, o uso corrente da ergonomia no


meio empresarial só aconteceu, de fato, a partir de 1970, quando
a Agência de Segurança e Saúde Ocupacional daquele país -
Occupational Health and Safety Agency (OSHA), criou
regulamentos exigindo das empresas um ambiente livre de
acidentes, saudável e seguro.
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Da mesma forma, nos USA, o uso corrente da ergonomia no


meio empresarial só aconteceu, de fato, a partir de 1970, quando
a Agência de Segurança e Saúde Ocupacional daquele país -
Occupational Health and Safety Agency (OSHA), criou
regulamentos exigindo das empresas um ambiente livre de
acidentes, saudável e seguro.

A partir de então, a ergonomia tem evoluído de forma significativa


e, atualmente, pode ser considerada como um estudo científico
interdisciplinar do ser humano e da sua relação com o ambiente
de trabalho, estendendo-se aos ambientes informatizados e seu
entorno, incluindo usuários e tarefas.
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O desenvolvimento atual da ergonomia pode ser caracterizado,


então, segundo quatro níveis de exigências:

- as exigências tecnológicas: relativas ao aparecimento de novas


técnicas de produção que impõem novas formas de organização
do trabalho;

- as exigências organizacionais: relativas a uma gestão mais


participativa, trabalho em times e produção enxuta em células
que impõem uma maior capacitação e polivalência profissional;

- as exigências econômicas: relativas a qualidade e ao custo da


produção que impõem novas condicionantes às atividades de
trabalho, como zero defeito, zero desperdício, zero estoque, etc.;

- as exigências sociais: relativas a melhoria das condições de


trabalho e, também, do meio ambiente.
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Segundo SADD (1981), os estudos ergonômicos tiveram um


aprofundamento ainda maior com o início dos programas
espaciais e de segurança de veículos automotores, devido a
severas solicitações:

- impostas ao organismo humano dos astronautas em seu


ambiente de trabalho, ou seja, nas cápsulas espaciais e em locais
extraterrenos;

- impostas aos usuários de veículos, em caso de acidentes, bem


como a segurança ativa que estes veículos devem proporcionar
para evitar acidentes.
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Segundo THIBODEAU (1995), "a ergonomia contribui no projeto e


modificação os ambientes de trabalho maximizando a produção,
enquanto aponta as melhores condições de saúde e bem estar
para os que atuam nesses ambientes". Essa abordagem deve
ainda segundo o autor ser "holística e interdisciplinar", exigindo
conhecimento do trabalho/tarefa, do trabalhador/usuário, do
ambiente e da organização.
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Dix e outros (1993), afirmam que "esse fim de século foi


caracterizado pelo surgimento de profissionais trabalhando na
combinação de ferramentas e máquinas para indivíduos, suas
tarefas e suas aspirações sociais. A engenharia industrial, fatores
humanos (human factors), ergonomia e os sistemas ser humano-
máquina são denominações de especialidades profissionais que
atuam nessa área. Mais recentemente, a especialidade
denominada interação ser humano-computador emergiu como
outra especialidade, refletindo as transformações em versões de
computadores digitais interativos e a disseminação e
popularização de computadores pessoais”.
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Esses enfoques que mostram a natureza dinâmica e os limites


tênues entre estas áreas multidisciplinares afins, não podem ser
considerados definitivos e fechados. A evolução da ergonomia e
áreas relacionadas afins, que tem motivado estudos por parte dos
diversos grupos de pesquisa, repercute-se nas abordagens
teóricas, nas técnicas, na terminologia e nas discussões na
literatura, enfatizando a importância dessas áreas emergentes.
Além disso, a ergonomia é direcionada a atividades específicas e
caracterizadas por constantes modificações e inovações, como é
o caso das tecnologias relacionadas à gestão de sistemas de
informação e de conhecimento.
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1.4. Conceitos de Ergonomia

O termo ergonomia é derivado das palavras gregas ergon


(trabalho) e nomos (regras). De fato, na Grécia antiga o trabalho
tinha um duplo sentido: ponos que designava o trabalho escravo
de sofrimento e sem nenhuma criatividade e, ergon que
designava o trabalho arte de criação, satisfação e motivação. Tal
é o objetivo da ergonomia, transformar o trabalho ponos em
trabalho ergon.
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Para WISNER (1987), a ergonomia se baseia, essencialmente,


em conhecimentos no campo das ciências do ser humano
(antropometria, fisiologia, psicologia, uma pequena parte da
sociologia), mas constitui uma parte da arte do engenheiro, à
medida que seu resultado se traduz no dispositivo técnico. O
mesmo autor coloca que, embora os contornos da prática
ergonômica variem entre países e até entre grupos de pesquisa,
quatro aspectos são constantes, quais sejam:
- a utilização de dados científicos sobre o ser humano;
- a origem multidisciplinar desses dados;
- a aplicação sobre o dispositivo técnico e, de modo
complementar, sobre a organização do trabalho e a formação;
- a perspectiva do uso destes dispositivos técnicos pela
população normal dos trabalhadores disponíveis, por suas
capacidades e limites, sem implicar a ênfase numa rigorosa
seleção.
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Segundo SANTOS e ZAMBERLAN (1992), a "ergonomia tem


como finalidade conceber e/ou transformar o trabalho de maneira
a manter a integridade da saúde dos operadores e atingir
objetivos econômicos. Os ergonomistas são profissionais que têm
conhecimento sobre o funcionamento humano e estão prontos a
atuar nos processos projetuais de situações de trabalho,
interagindo na definição da organização do trabalho, nas
modalidades de seleção e treinamento, na definição do mobiliário
e ambiente físico de trabalho".

Conforme MINICUCCI (1992), a "ergonomia reúne


conhecimentos relativos ao ser humano e necessários á
concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam
ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficiência
ao trabalhador. A mesma trabalha essencialmente com duas
ciências: a Psicologia e a Fisiologia, buscando também auxílio na
Antropologia e na Sociologia".
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Definição IEA (International Ergonomics Association)

“ A ergonomia é o estudo científico da relação entre o homem e


seus meios, métodos e espaços de trabalho. Seu objetivo é
elaborar, mediante a contribuição de diversas disciplinas
científicas que a compõem, um corpo de conhecimentos que,
dentro de uma perspectiva de aplicação, deve resultar em uma
melhor adaptação ao homem dos meios tecnológicos e dos
ambientes de trabalho e de vida”.
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A ergonomia, entre outros assuntos, procura estudar:

- as características materiais do trabalho, como o peso dos


instrumentos, a resistência dos comandos, a dimensão do posto
de trabalho;

- o meio ambiente físico (o ruído, iluminação, vibrações, ambiente


térmico);

- a duração da tarefa, os horários, as pausas no trabalho;

- o modelo de treinamento e aprendizagem.

- as lideranças e ordens dadas.


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Além disso, a ergonomia procura realizar diversos tipos de


análises:

- análises das atividades físicas e cognitivas de trabalho;

- análise das informações;

- análise do processo de tratamento das informações.

Ela foge da linguagem simples das aptidões que define apenas


as qualidades exigidas do operador para a execução do trabalho,
procurando informações mais amplas a respeito das condições
materiais necessárias para executá-lo. Leva em conta termos
como: esforço, julgamento, atenção, concentração, percepção,
motivação que o psicólogo, ás vezes, não leva em consideração,
orientando-se apenas no sentido da seleção.
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Uma ampla definição é dada por VIDAL et al. (1993), segundo a


qual a "ergonomia tem como objeto teórico a atividade de
trabalho, como disciplinas fundamentais a fisiologia do trabalho, a
antropologia cognitiva e a psicologia dinâmica, como fundamento
metodológico a análise do trabalho, como programa tecnológico a
concepção dos componentes materiais, lógicos e organizacionais
de situações de trabalho adequadas às pessoas e aos coletivos
de trabalho. Tem ainda como meta de base a discussão e
interpretação sobre as interações entre ergonomistas e os demais
atores sociais envolvidos na produção e no processo de
concepção, buscando entender o lugar do ergonomista nestas
ações, assim como formar seus princípios deontológicos".
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Para o Instituto de Ergonomia da General Motors - Espanha, a


ergonomia é definida "como uma metodologia multidisciplinar que
tem como objetivo a adaptação da técnica e as tarefas ao ser
humano. Desta adaptação, há de derivar-se em um menor risco
no trabalho, maior conforto no posto de trabalho, assim como um
enriquecimento dos conteúdos dos mesmos. Todos estes
aspectos são compatíveis com uma melhor produtividade,
através, entre outros, da otimização dos esforços e movimento no
desenvolvimento das tarefas, de uma diminuição da probabilidade
de erros, da melhora das condições de trabalho".
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Pode-se constatar, em todos os conceitos formulados, que a


ergonomia está preocupada com os aspectos humanos do
trabalho, em qualquer situação onde este é realizado e, desta
maneira, ela busca não apenas evitar aos trabalhadores postos
de trabalhos fatigantes e/ou perigosos, mas procura colocá-los
nas melhores condições de trabalho possíveis, de forma a
aumentar a eficácia do sistema de produção.

A ergonomia tem sua base centrada no ser humano e esta


antropocentricidade pode resgatar o respeito ao ser humano no
trabalho, de forma a se alcançar não apenas o aumento da
produtividade, mas sobretudo uma melhor qualidade de vida no
trabalho.
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1.5. As diferentes abordagens em ergonomia


MARCELIN e FERREIRA (1982), comentam que a maioria
dos conhecimentos utilizados pela ergonomia não são próprios
dela, mas "emprestados" de outras disciplinas, particularmente da
fisiologia e da psicologia do trabalho. A organização e a utilização
desses conhecimentos. em uma determinada situação de
trabalho, ou seja, a metodologia empregada, esta sim, é própria
da ergonomia. A. WISNER, considera mesmo, ser a metodologia
o domínio preferencial das pesquisas em ergonomia.
Uma das metodologias mais utilizadas na atualidade, em
especial nas escolas de linha francesa, é a de Análise
Ergonômica do Trabalho - AET, que procura estudar o trabalho
não só na sua dimensão explícita (tarefa), conforme definido pela
engenharia de métodos, mas, sobretudo, na sua dimensão
implícita (atividades), característica do conhecimento tácito do
pessoal de nível operacional.
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A prática da ergonomia, segundo SANTOS e FIALHO (1995),


"consiste em emitir juízos de valor sobre o desempenho global de
determinados sistemas ser humano(s)-tarefa(s). Como tais
sistemas normalmente são complexos, envolvendo expectativas
relativamente numerosas, procura-se facilitar a avaliação sobre o
desempenho global apoiando-se no princípio da análise/síntese".
Atualmente, dentro da ergonomia estuda-se também a
macroergonomia, que surgiu a partir dos estudos de HENDRICK
(1994). Segundo este autor, a ergonomia está na sua terceira
geração:
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A primeira geração concentrou-se no projeto de trabalhos


específicos, interfaces ser humano-máquinas, incluindo controles,
painéis, arranjo do espaço e ambientes de trabalho. A maioria das
pesquisas referia-se à antropometria e a outras características
físicas do ser humano. Esta aplicação continua a ser um aspecto
extremamente importante para a prática da ergonomia em termos
de contribuições para a segurança industrial e para a melhoria
geral da qualidade de vida.

A segunda geração da ergonomia se inicia com à ênfase na


natureza cognitiva do trabalho. Tal ocorreu em função das
inovações tecnológicas e, em particular, do desenvolvimento de
sistemas informatizados (ergonomia de software).
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A terceira geração da ergonomia resulta do aumento progressivo


da automação de sistemas em fábricas e escritórios, do
surgimento da robótica. Esta geração da ergonomia privilegia a
macroergonomia ou seja a organização global em termos de
máquina/sistema, e se concentra no desenvolvimento para
auxiliar os controladores de processo a decidir sobre a adoção de
cursos de ação que atendam aos múltiplos objetivos do mesmo.

Segundo MESHKATI (1993), a macroergonomia consiste na


"análise das interfaces tecnologia-organização-ser humano e das
interações cultura-gerenciamento-tecnologia", ou "o estudo dos
fatores humanos num nível macro ou num sistema pessoas-
tecnologia mais abrangente, que está relacionado com as
interações entre (sub-) sistemas tecnológicos e (sub-) sistemas
organizacionais, gerenciais, pessoais e culturais".
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Para BROWN JR (1990), "a macroergonomia entende as


organizações como sistemas sócio-técnicos e incorpora conceitos
e procedimentos da teoria dos sistemas sócio-técnicos ao campo
da ergonomia".

A macroergonomia, portanto, entendendo as organizações como


sistemas abertos, em permanente interação com o ambiente e,
evidentemente, passando por processos de adaptação e, ao
mesmo tempo, passíveis de apresentar disfunções
organizacionais, que se refletem nas suas performances e muito
particularmente, no subsistema social, através da metodologia
própria da ergonomia - a análise ergonômica do trabalho -
desenvolve a análise do trabalho, e promove o tratamento da
interface MÁQUINA - SER HUMANO – ORGANIZAÇÃO.
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Da mesma forma, WISNER (1982), propõe uma


abordagem mais ampla da ergonomia, designada
antropotecnologia, quando do processo de transferência de
tecnologia, de um país para outro, de uma região para outra de
um mesmo país, ou também, de um laboratório de pesquisa para
o setor empresarial. Segundo este autor, além das considerações
ergonômicas tradicionais, é necessário, também, levar em
consideração os aspectos de natureza contingencial: cultura,
geografia, aspectos sócio-econômicos, clima, etc.
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Em sua evolução conceitual, verifica-se que a ergonomia, hoje,


se constitui numa ferramenta de gestão empresarial. De nada
adianta a certificação de qualidade de processos e produtos, se
não se consegue certificar sentimentos, crenças, hábitos,
costumes, isto é, certificar o ser humano. Uma das formas de
compatibilizar os sistemas técnico e social, é evidentemente, o
que preceitua a ergonomia : a visão antropocêntrica.
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Em sua evolução conceitual, verifica-se que a ergonomia, hoje,


se constitui numa ferramenta de gestão empresarial. De nada
adianta a certificação de qualidade de processos e produtos, se
não se consegue certificar sentimentos, crenças, hábitos,
costumes, isto é, certificar o ser humano. Uma das formas de
compatibilizar os sistemas técnico e social, é evidentemente, o
que preceitua a ergonomia : a visão antropocêntrica.

O centro das atenções no ser humano, isto é, a


antropocentricidade da ergonomia, favorece não só mudanças
organizacionais, como também alavanca mudanças no conceito
de produtividade, este sendo visto à partir da qualidade de vida
no trabalho, observando, dentre outros parâmetros : a
participação do trabalhador, a liberdade para a criação e a
valorização do saber fazer, isto é, do conhecimento tácito.
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Neste sentido, então, pode-se classificar a ergonomia de três


maneiras:

1) Quanto a abrangência:

- Ergonomia de Posto de Trabalho: abordagem microergonômica;

- Ergonomia de Sistemas de Produção: abordagem


macroergonômica.
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2) Quanto a contribuição:

- Ergonomia de Concepção: é a aplicação de normas e


especificações ergonômicas em projeto de ferramentas e postos
de trabalho, antes de sua implantação;

- Ergonomia de Correção: é a modificações de situações de


trabalho já existentes. Portanto, o estudo ergonômico só é feito
após a implantação do posto de trabalho;

- Ergonomia de Arranjo Físico: é a melhoria de seqüências e


fluxos de produção, através da mudança de layout das plantas
industriais (por exemplo: mudança de um layout por processo
para um layout por produto);

- Ergonomia de Conscientização: é a capacitação das pessoas


nos métodos e técnicas de análise ergonômica do trabalho.
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3) Quanto a interdisciplinaridade:

- Engenharia: é o projeto e a produção ergonomicamente


corretos, garantindo a segurança, a saúde e a eficácia do ser
humano no trabalho;

- Design: é a aplicação das normas e especificações ergonômicas


no projeto e design de produtos;

- Psicologia: recrutamento, treinamento e motivação do pessoal;

- Medicina e Enfermagem do Trabalho: é a prevenção de


acidentes e de doenças do trabalho;

- Administração: gestão de recursos humanos, projetos e


mudanças organizacionais.
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1.6. Os diferentes tipos de ergonomia

Na aplicação prática, várias têm sido as designações dadas a


ergonomia. Sem procurar estabelecer uma tipologia ergonômica,
apresentaremos a seguir uma categorização definida a partir das
diferentes designações encontradas na literatura:

Ergonomia de projeto: é a incorporação de recomendações


ergonômicas no estágio inicial do projeto de postos de trabalho;

Ergonomia industrial: é a correção ergonômica de situações de


trabalho industrial já implantadas;

Ergonomia do produto: é a concepção de um determinado objeto,


a partir das normas e especificações ergonômicas, definidas
preliminarmente.
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Ergonomia da produção: é a ergonomia de chão de fábrica,


baseada na análise ergonômica dos diversos postos de trabalho.

Ergonomia de laboratório: é a pesquisa em ergonomia, realizada


em condições controladas de laboratório. Alguns autores, como
MONTMOLLIN, afirmam que não se trata verdadeiramente de
uma pesquisa ergonômica, pois ela não é realizada em situação
real de trabalho.

Ergonomia de campo: é a pesquisa em ergonomia, realizada em


situação real, utilizando-se como metodologia a análise
ergonômica do trabalho.
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1.7. Objetivos da Ergonomia

A Ergonomia tem como objetivo a adaptação e melhoria das


condições de trabalho ao homem tanto em seu aspecto físico
como psíquico e social. Para isto, a Ergonomia se baseia em oito
princípios e sete objetivos de crescimento:

1) Os dispositivos técnicos devem ser adaptados ao homem.

2) O conforto não é definitivo, é um ponto de coincidência entre


uma técnica concreta e um homem concreto.

3) O conforto no trabalho não é um luxo e sim uma necessidade.

4) Os grupos de população tem que levar em conta seus


extremos.
Segurança do Trabalho – Ergonomia

5) Umas boas condições de trabalho favorecem um bom


funcionamento do sistema.

6) As condições de trabalho devem abranger as repercussões


que tem na saúde e sobre a vida particular e social da pessoa.

7) A organização do trabalho deve contemplar a necessidade de


participação dos trabalhadores.

8) O homem é criador e tem que facilitar sua criatividade.


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Objetivos de crescimento

1) A harmonia entre o homem e o meio que o rodeia.

2) O conforto e a eficiência produtiva.

3) Melhorar a segurança e o ambiente físico no trabalho.

4) Diminuir a carga física e nervosa.

5) Reduzir o trabalho repetitivo.

6) Melhorar a qualidade do produto.

7) Criar postos de conteúdo mais elevado.


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1.8. As diversas áreas da ergonomia aplicada ao trabalho

É sem duvida no trabalho que a ergonomia apresenta a sua maior


contribuição que está implícita na origem da palavra, ou seja, a
ergonomia significa no fundo “as regras para se organizar o
trabalho”.

Neste caso, a ergonomia tem cinco grandes áreas aplicadas no


trabalho:
Segurança do Trabalho – Ergonomia

Área 1. Ergonomia da organização do trabalho pesado.

Trata-se de planejar o sistema de trabalho em atividades


fisicamente pesadas, ou seja, atividades de alto dispêndio
energético no sentido de que não seja fatigantes; a fadiga
decorrente da atividade fisicamente pesada é aquela que vem
com o acumulo de ácido lático no sangue, com a possibilidade de
acidose metabólica; nesta área da ergonomia também estudamos
o trabalho em ambientes de altas temperaturas, devido à enorme
freqüência com que o trabalho pesado é complicado pelas
condições adversas de temperatura do ambiente.
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Área 2 – biomecânica aplicada ao trabalho.


“Biomecânica” significa o estudo dos movimentos humanos sob a
luz da mecânica; esta é, sem duvida, a área de maior aplicação
prática da ergonomia em relação ao trabalho; nesta área
estudamos a coluna vertebral humana e a prevenção das
lombalgias; estudamos as diversas posturas no trabalho e
prevenção da fadiga e outras complicações; estudamos a
mecânica dos membros superiores e as causas de tenossinovites
e outras lesões por traumas cumulativos nas “ferramentas” de
trabalho no ser humano; e ainda, estudamos o que acontece com
o ser humano quando trabalha na posição sentado; naturalmente,
deduz-se as principais regras para se organizar o posto de
trabalho sentado.
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Área 3 - Adequação ergonômica geral do posto de trabalho.

Através principalmente da “antropometria”, pode –se medir as


dimensões humanas e seus ângulos de conforto/ desconforto, e
com base nisso planejar postos de trabalhos corretos, tanto para
se trabalhar sentado quanto para se trabalhar de pé semi-
sentado, tanto para o trabalho leve quanto para o pesado, etc.
Como regra básica, a ergonomia se contenta quando se
consegue planejar um posto de trabalho/condição de trabalho que
atenda a 90% da população, e para isso, o conhecimento do
padrão antropométrico da população trabalhadora se constitui em
item fundamental.
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Área 4 – Prevenção da fadiga no trabalho.

Em geral, a ergonomia trata da prevenção da fadiga física, e as


demais atividades de recursos humanos nas organizações tratam
de prevenir a fadiga psíquica; neste caso, procura-se entender a
fundo por quê o trabalhador entra na fadiga, e a ergonomia
propõe regras capazes de diminuir ou compensar os fatores de
tal sobrecarga.
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Área 5 – Prevenção de erro humano.

Comelá,
Vamos on! It can‘t
não go
podemos
errarevery
wrong todas...
time...
Segurança do Trabalho – Ergonomia

Área 5 – Prevenção de erro humano.

Esta é uma área relativamente nova da ergonomia, que procura


fundamentalmente adotar as medidas necessárias para que o
indivíduo acerte no seu trabalho; naturalmente nem toda forma de
erro humano é devida a condições ergonômicas adversas porém
elas se constituem em causa relativamente freqüente de erro
humano; e conhecer as regras norteadoras para aumentar a
confiabilidade humana no desenho de painéis e de demais
elementos do posto de trabalho se constitui mandatório,
principalmente quando a ocorrência de erro humano pode originar
tragédias, por exemplo, na condução de aeronaves ou mesmo na
supervisão do funcionamento de uma planta química perigosa.
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1.9. Os degraus da intervenção ergonômica

1º Passo: Transformar condições primitivas em postos de


trabalho.
Este é o trabalho de 80% pelo menos das soluções ergonômicas
comumente aplicadas nas empresas; não temos dúvidas de que
grande parte de nossos trabalhadores executam suas atividade
em condições absolutamente primitivas, sem qualquer conforto,
sentindo dores durante o dia e se recuperando parcialmente à
noite; e muitas vezes sem conseguir identificar que as condições
de trabalho são tão ruins, porque não conhecem nada de
diferente.
Segurança do Trabalho – Ergonomia

2º Passo: Melhorar as condições de conforto relacionadas ao


ambiente de trabalho.

Especialmente importante é a questão do conforto térmico para


trabalhos intelectuais, de nível de ruído e de iluminação correta
para se realizar a atividade.

3º Passo: Melhorar o método de trabalho.

Esta é uma das áreas mais sutis da ergonomia; se é verdade ser


relativamente fácil enxergar as condições biomecânicas
desfavoráveis, é muito difícil fazer a imersão no método de
trabalho, e daí reduzir melhorias de alto significado para o
conforto e produtividade para o trabalhador.
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4º Passo: Melhorar a organização do sistema de trabalho.

Muitas vezes o sistema de trabalho é organizado segundo uma


linha de montagem, com uma série de situações antiergonômicas
inerentes as mesmas; atualmente, o sistema é freqüentemente
organizado sob a forma de células de produção, porém mantendo
os mesmo problemas da linhas de montagem; na maioria das
vezes, não há qualquer racionalidade na organização do
trabalho, com suas conseqüências sobre o trabalhador.
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5º Passo: Ergonomia na concepção.

Trata-se da etapa mais avançada, na qual, antes de se


encomendar uma máquina, antes de se construir uma fábrica ou
um escritório, procura-se estudar o impacto ergonômico sobre as
pessoas, fazendo-se as devidas adequações.

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