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ESCOAMENTO EM

ENCANAMENTOS E CONDUTOS
6º Civil
CONDUTOS FORÇADOS OU SOB – PRESSÃO

• Considera–se forçado o conduto no qual o líquido


escoa sob pressão diferente da atmosfera.
• A canalização funciona, sempre, totalmente cheia
e o conduto é sempre fechado. São em geral de
seção circular constante. O fluído pode escoar no
sentido descendente ou no ascendente. São
chamados de tubos ou canos. Um conjunto
(cano) constitui uma tubulação ou
encanamentos.
• Ex : canalizações de distribuição de H2O na
cidade, canalização de recalque, etc.
Conduto forçado ou sob-pressão
CONDUTOS LIVRES
• Os condutos livres apresentam, em qualquer
ponto da superfície livre, pressão igual à
atmosférica. Nas condições limite, em que um
conduto livre funciona totalmente cheio, na linha
decorrente junto à geratriz superior do tubo, a
pressão deve igualar – se à pressão atmosférica.
• Funcionam sempre por gravidade.
• Ex : sistema de esgoto, aquedutos livres, canais
livres, cursos de água naturais.
Conduto livre
NÚMERO DE REYNOLDS
• O número de Reynolds é um parâmetro que leva em
conta a velocidade entre o fluído que escoa e o
material que o envolve, uma dimensão linear típica
(diâmetro, profundidade, etc), e a viscosidade
cinemática do fluído.

• onde:
• V é a velocidade, m/s
• L é uma dimensão linear típica (diâmetro,
profundidade, etc.), m
• n é a viscosidade cinemática da fluído, m²/s
• Número de Reynolds para seção circular

• Para seções não circulares


Experiência de Reynolds
• Observou o comportamento dos líquidos em escoamento
• A) laminar; b) transição e c) turbulento
TIPOS DE MOVIMENTO
• Baseado em suas experiências Reynolds
classificou o movimento em três classes da
seguinte forma:
• Re < 2000 movimento laminar (Geral óleo
viscoso)
• 2000 ≤ Re ≤ 4000 movimento transição
• Re > 4000 movimento turbulento (Geral água)
PERDAS DE CARGA (hf)
• a) No regime laminar a perda de carga é devida inteiramente à
viscosidade do fluído. Aqui a velocidade do fluído junto à
parede é zero.

• b) Quando o regime é turbulento a perda de carga se dá devido


à viscosidade e a rugosidade das paredes da tubulação que
causa maior turbulência ao fluído.
• onde:
• s é a tensão de cisalhamento.
• D é o diâmetro
Perda de carga unitária (J)
• Por definição, perda de carga unitária é a razão entre a perda de
carga contínua ou total (hp) e o comprimento do conduto (L).

• J = hp m/m
• L
• onde:
• hp é a perda de carga entre os pontos (1) e (2)
• L é o comprimento do conduto entre (1) e (2)
Perda de carga ao longo das canalizações

• São as ocasionadas pelo movimento da água


na própria tubulação. Admite–se que esta seja
uniforme em qualquer trecho de uma
canalização de dimensões constantes,
independente da posição da canalização.
Perdas localizadas, locais ou acidentais

• São as perdas ocasionadas pelas peças


especiais e demais singularidades de uma
instalação.
• Ex: curvas, registros, válvulas, cotovelos, etc.
• Estas perdas são importantes nas canalizações
curtas com peças especiais. Nas canalizações
longas, o seu valor é freqüentemente
desprezível, comparada com as perdas ao
longo da tubulação.
FÓRMULAS MAIS USADAS PARA DETERMINAR A PERDA
DE CARGA AO LONGO DAS CANALIZAÇÕES

• Para o regime laminar (Re ≤ 2000)


• Para o regime laminar não importa o tipo de tubo, pois a
velocidade junto ao mesmo é zero.
• Neste caso apresentamos somente uma fórmula em três
versões.
• onde: hp é a perda de carga, m
• L o comprimento da tubulação, m
• D o diâmetro da tubulação, m
• Q a vazão que passa pela tubulação, m³/s
• V a velocidade, m/s
• g a gravidade, (9,81 m/s²)
• n é a viscosidade cinemática da fluído, m²/s
• Re número de Reynolds (adimensional).
Para o regime turbulento
• Para o regime turbulento existe na literatura
um grande número de fórmulas. Nós vamos
ver somente as mais utilizadas.
• Fórmula de Hazen–Williams (mais usada no
Brasil)
• A fórmula de Hazen-Williams é recomendada
para d maior a 50 mm (2”). A seguir ela é
apresentada em três versões.
Fórmulas de Fair-Whipple-Hsião
(Recomendada para d≤ 50mm)
Fórmula de Darcy–Neisbach – Apresentação americana ou
fórmula Universal.
Determinação do coeficiente de atrito da
Fórmula Universal ( f )
• a) Aspereza da parede e altura média (e)
• As irregularidades na parede interna de um
conduto provocam a sua aspereza. Seja “e” a
altura média dessas irregularidades.
• b) Camada laminar
• Segundo a hipótese de Prandtl, junto a parede interna do conduto forma-se
uma película de líquido, onde o escoamento é laminar. Em um conduto de
diâmetro D, essa película ou camada laminar tem a espessura:

• onde δ é a camada laminar, m


• f é o coeficiente de atrito (adimensional),
• D é o diâmetro, m
• Re o número de Reynolds (adimensional)..
• Após a camada laminar fica a zona do movimento turbulento. Como a
espessura d é muito pequeno, o escoamento do fluído ocorre, praticante
apenas na zona de movimento turbulento.
• c) Conduto liso e Conduto rugoso – Regime Turbulento
• c.1) Conduto liso
• O conduto liso ocorre quando e<δ/3; É aquele cujas
irregularidades ficam totalmente cobertas pela camada
laminar. O mesmo conduto pode ser liso para um fluído e
rugoso para outro.
• c.2) Conduto rugoso
• Neste tipo, “e” tem interferência direta sobre a turbulência e
portanto, sobre a perda de carga. Nos condutos rugosos
distinguem-se 2 tipos de regime.
• c.2.I) Regime turbulento de transição
• Ocorre quando δ/3<e<8 δ, neste caso, f depende da natureza
do fluído (Re) e da rugosidade relativa (e/D) do tubo. Neste
caso apenas uma parte da aspereza atravessam a camada
laminar, contribuindo com a turbulência.
• c.2.II) Regime de turbulência plena
• Ocorre quando e > 8 δ , neste caso as irregularidades (e) são
muito grandes em relação a espessura (δ) da camada laminar.
As mesmas perfuram totalmente a camada e concorrem para
o aumento e a manutenção da turbulência. Neste regime “f”
depende da rugosidade relativa (e/D) e independe do número
de Reynolds.
FÓRMULAS PARA A DETERMINAÇÃO D COEFICIENTE “F ”

• A- Fórmulas específicas para condutos lisos (regime


turbulento)
• a.1) Fórmula de Von Karman e Prandtl ( para tubos lisos)

• a.2) Fórmula de Nikuradse


• B- Fórmulas específicas para condutos rugosos no regime
turbulento de transição
• b.1) Fórmula de Colebrook

• b.2) Fórmula de Moody


• C- Fórmulas específicas para condutos rugosos no regime de
turbulência plena
• c.1) Fórmula de Von Karman e Prandtl - ( para tubos rugosos)
D - Fórmula Geral para o Cálculo do ¨f¨

• Recentemente, Swamee (1992) apresentou uma equação


geral para o cálculo do fator de atrito válida para os
escoamentos; laminar, turbulento liso, de transição e
turbulento rugoso na forma:

• OBS: o valor de “f ”, também pode ser determinado através de


diagramas tais como o de Moody e o de Rouse.
Rugosidade dos tubos (valores de e em metros)
Recomendações para aplicação da fórmula Universal
PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS EM
CANALIZAÇÕES
• Nas canalizações, qualquer causa perturbadora qualquer
elemento ou dispositivo que venha estabelecer ou elevar a
turbulência, mudar a direção ou alterar a velocidade, é
responsável por uma perda de energia. Em conseqüência da
inércia e de turbilhonamentos, parte da energia mecânica
disponível converte-se em calor e dissipa-se sob essa forma,
resultando uma perda de carga. São exemplos causadores de
perdas localizadas, peças especiais, conexões, válvulas,
registros, medidores, etc.
• Métodos de determinação das perdas de carga localizadas
• A- O primeiro método é pela expressão geral

• onde: K = coeficiente (Tabela)


• V = velocidade média (m/s)
Valores de K usados na equação geral
Outros valores de k usados
• B- O Segundo método é o dos comprimentos virtuais ou
equivalentes
• O segundo método de calculo das perdas localizadas é pelo
dos comprimentos virtuais ou equivalentes. Este método
consiste em adicionar a extensão da canalização, para simples
efeito de cálculo, comprimentos tais que correspondam à
mesma perda de carga que causaria as peças especiais
existentes nas canalizações. A cada peça especial corresponde
um certo comprimento fictício e adicional. Levando-se em
consideração todas as peças especiais e demais causas de
perda, chega-se a um comprimento virtual de canalização.
• Neste caso o comprimento utilizado para determinar as
perdas totais (perdas ao longo da canalização mais as perdas
localizadas) é a soma do comprimento real da tubulação mais
o comprimento equivalente correspondente a cada peça
especial, podemos resumir isto na seguinte equação:

• LEquivalente é retirado de tabelas depende do tipo de peça e


do material usado (aço, PVC, etc.)
• As fórmulas para determinar as perdas já foram vistas:
• 1. Formula de Hazen-Williams

• 2. Formula Universal
• Importância relativa das perdas localizadas
• As perdas podem ser desprezadas nas tubulações longas cujos
comprimentos excedam cerca de 4000 vezes o diâmetro. São
ainda, desprezíveis nas canalizações em que a velocidade é
baixa (V<1,0m/s) e o número de peças especiais não é grande.
• Por exemplo, as perdas localizadas não são levadas em conta
nos cálculos das linhas de adutoras, rede de distribuição, etc.
São levadas em conta no caso de instalações prediais e
industriais, encanamentos de recalque, nos condutos forçados
das usinas hidráulicas, etc.
• VELOCIDADES MÍNIMAS
• Para evitar deposição nas canalizações, a velocidade mínima
geralmente é fixada entre 0,25 a 0,40 m/s, dependendo o seu
valor da qualidade da água. Para as águas que contém certos
materiais em suspensão, a velocidade não deve ser inferior a
0,50 m/s.(no caso esgoto por exemplo).
• A velocidade mínima não é estabelecida para os sistemas de
distribuição de água potável.
• VELOCIDADES MÁXIMAS
• As velocidades máximas são estabelecidas devido:
• a) condições econômicas
• b) efeitos nocivos dinâmicos (sobre pressão prejudicial)
• c) limitação de perda de carga
• d) desgaste e corrosão
• e) ruídos desagradáveis
• A) Sistema de abastecimento de água

• B) Canalizações prediais

• C) Cuidados no caso de velocidades muito elevadas


• É muito importante assimilar que no caso de tubulações
funcionando com velocidades elevadas as perdas de carga
localizadas passam a ter valores que chegam a ultrapassar os
valores das perdas ao longo das linhas.
LINHA DE CARGA- POSIÇÃO DOS ENCANAMENTOS-
ACESSÓRIOS
• 1) Linha de carga e linha piezométrica
• A linha referente a uma canalização é o lugar geométrico dos
pontos representativos das três cargas, ou seja, de posição, de
pressão e de velocidade.
• 2) Consideração prática
• Na prática a velocidade da água nos encanamentos é limitada
admitindo–se por exemplo, 1,0 m/s como velocidade média,
resulta a seguinte carga de velocidade.

• Costuma –se por isto, para efeito de estudo posição relativa


dos encanamentos admitir a coincidência das linhas de carga
e piezométricas.
• 3) Perfis do encanamento em relação a linha
de carga
• A posição do encanamento em relação à linha de água tem
influência decisiva no seu funcionamento.
• No caso geral de escoamento de líquidos, são considerados
dois planos: o da carga efetiva (PCE), referente ao nível de
montante, e o de carga absoluta (PCA), este depende da
pressão atmosférica.
• CASOS:
• I – A tubulação OO1 está inteiramente abaixo da linha de
carga AA’. A pressão relativa em todos os pontos da tubulação
é positiva. Esta é a situação que o engenheiro deve preferir,
sempre que possível. Funcionamento ótimo.
• Na prática procura–se manter a canalização pelo menos 4
metros abaixo da linha piezométrica. Nos pontos mais altos da
canalização, devem ser instaladas ventosas, válvulas que
possibilitam o escapamento de ar acumulado. Nos pontos
mais baixos da canalização, devem ser previstas descargas
com registros para limpeza periódica do encanamento e
também para possibilitar o seu esvaziamento, quando
necessária.
• II – A canalização apresenta o tronco EF acima L.C.E. (AA’),
mas abaixo de L.C.A e (ANB’).
• Neste tronco (EF) a pressão relativa é negativa. Seu
funcionamento é regular, porque se formar as bolsas de ar no
trecho (EF), diminuindo a vazão.
• III – A canalização esta abaixo L.C.A, mas um trecho dela
acima da P.C.E. Nesta situação oescoamento só será possível
se a tubulação for previamente escorvada e funcionará como
sifão. No trecho localizado acima da L.C.E, a pressão efetiva é
negativa e as condições de funcionamento sãopiores do que
no caso anterior.
• IV – O trecho RS do conduto está acima do L.C.A, mas abaixo
do P.C.E. Neste caso a vazão além de reduzida é imprevisível.
Os dois trechos ORM e MSO1, podem ser interligados por
uma caixa de passagem localizada em M, com objetivo de
evitar os inconvenientes decorrentes da situação.
• V – Canalização passa acima do P.C.E e L.C.A mas abaixo do
P.C.A . Trata-se de um sifão funcionando nas piores condições
possíveis. Nestes casos, são tomadas as medidas necessárias
para o escoramento por meio de dispositivos mecânicos.
• VI – A canalização corta o plano de carga absoluto (P.C.A). O
escoamento por gravidade é impossível, pois há necessidade
de recalque no primeiro trecho OT
GOLPE DE ARIETE
• Até agora estudamos tubulações , nas quais o escoamento da
água se processa em movimento permanente. Quando o
movimento não for permanente, isto é, quando a pressão e a
vazão, em cada seção transversal, variam com o tempo, o
teorema de Bernoulli não é mais aplicável, em virtude de
ocorrência de um dos fenômenos mais interessantes e
complexos da Hidráulica, o golpe de ariete.
• Denominamos golpe de ariete à variação da pressão acima e
abaixo do valor de funcionamento normal dos condutos
forçados, em conseqüência das mudanças das velocidades da
• água, decorrente de manobras dos registros e regulagem das
vazões.
• O fenômeno vem normalmente acompanhado de som que faz
lembrar marteladas, fato que justifica o seu nome. Além do
ruído desagradável, o golpe de ariete pode romper as
tubulações, danificar aparelhos e prejudicar a qualidade de
produtos fabricados por máquinas afetadas por meio
• de sistemas hidráulicos.
• Por todas estas razões, o engenheiro deve estudar
quantitativamente o golpe de ariete e os meios disponíveis
para evitá – lo ou suavizar seus efeitos.
• Para eliminar ou diminuir o golpe de ariete é
usado:
• (1) válvula de alívio
• (2) câmara de ar comprimido
• (3) chaminé de equilíbrio
• Propagação da onda e aumento da pressão
• a) Celeridade da onda (C)
• b) Aumento da pressão
• Tempo necessário para a onda de pressão ir da válvula ao
reservatório e a ela voltar, denomina – se de período da
tubulação. (σ).

• onde: L = comprimento da canalização


• C = celeridade
• σ = período da tubulação ou fase
• O tempo de fechamento da válvula ou registro é um
importante fator . Se o fechamento for muito rápido , o
registro ficará completamente fechado antes da atuação da
onda de depressão. Por outro lado, se o registro for fechado
lentamente, haverá tempo para atuar a onda de depressão
antes da obstrução completa.
• Daí a classificação das manobras de fechamento.
• 1 - Manobra rápida (sobrepressão máxima)

• t = tempo de fechamento do registro ou válvula


• 2 - Manobra lenta

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