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CORREÇÃO DA ATIVIDADE

KARL MARX (1818-1883)


ÉMILE DURKHEIM (1858-1917)
MAX WEBER (1864-1920)
Prof. Dra. Thais Alves Marinho
Por que a educação para Émile
Durkheim tem uma função moral?
 Durkheim busca consolidar a sociologia como ciência do conhecimento, e por isso buscou
determinar o objeto e um método sociológico. Dentro da concepção positivista a
sociologia deve ser uma ciência objetiva, e por isso, ele propões “ver o fato social como
coisa”, ou seja, analisar os fatos sociais com objetividade, sem envolver a
subjetividade. Para atender a essa proposta, as opiniões pessoais dos sociólogos não
devem se misturar às teorias que eles formulam. Em segundo lugar, deve-se partir das
coisas para as ideias a fim de se chegar à verdade científica. Em terceiro lugar, os fatos
sociais devem constituir o objeto de estudo da sociologia. Por fatos sociais entende-se
formas de pensar e de agir que são comuns em meio à sociedade (geral), que são
independentes das manifestações individuais (externos) e que se impõe ao indivíduo
coercitivamente (coercitivos).
As diferentes funções da nova sociedade industrial não estavam reguladas, visto que
existiam constantes conflitos entre empresários de setores distintos por causa da
concorrência e entre estes e os trabalhadores assalariados devido às lutas por melhores
salários. O desenvolvimento econômico e técnico não foi acompanhado por um
desenvolvimento moral, e isso gerou segundo Durkheim um estado de anomia. A
sociedade industrial passa por uma crise moral, principalmente no setor industrial e
comercial. Durkheim ressalta a importância dos fatos morais na integração dos homens à
vida social. Moral é tudo o que é fonte de solidariedade, tudo o que força o indivíduo a
contar com seu próximo, a regular seus movimentos com base em outra coisa que não os
impulsos de seu egoísmo, e a moralidade é tanto mais sólida quanto mais numerosa e
fortes são estes laços.
 Durkheim apegado aos princípios positivistas iluministas do século
XIX defende que a educação tem uma função moral, que busca
através da socialização superar o individualismo crescente nas
sociedades industriais ocasionado pela alta divisão do trabalho.
Quanto mais individualista em termos de crenças e valores é uma
sociedade, mais importante se torna resolver o problema de como
preservar uma parte da consciência coletiva, vista como o cimento
moral da solidariedade humana. Assim, a educação assume a
condição de pedra fundamental de preservação da coesão social,
é essencialmente o processo pelo qual aprendemos a ser membros
da sociedade. No entanto, devido a crescente diferenciação entre
os diversos grupos, castas e classes que compõem a sociedade
moderna, a educação adequada é aquela própria ao meio moral
que cada um compartilha.
Por que a educação para Weber tem
uma função de desencantamento?
Para Weber os indivíduos são livres pra darem sentido pra suas ações sociais, no entanto, é
comum que determinada ordem se estabeleça nos grupos sociais. Essa ordem com
frequência passa a dominar as motivações e sentidos individuais dados às ações sociais,
até o ponto de existirem relações sociais, ou seja, reciprocidade nos significados dados às
ações. Weber analisa que a ordem dominante passou a ser racionalizada e burocratizada, o
que alterou radicalmente os modos de educar. Agora a lógica da educação estava em
racionalizar, orientar o indivíduo para o lucro, o cálculo de custos e benefícios o que requer
profissionais treinados e que visem objetivos, livre de concepções mágicas e de desígnos
sobrenaturais, ou seja, desencantado. A educação, a medida que a sociedade se
racionaliza, se torna um fator de estratificação social, um meio de distinção e obtenção de
honras, poder e dinheiro.
No modelo ideal weberiano a educação é portanto socialmente direcionada a três tipos de
finalidades: despertar o carisma, preparar o aluno para uma conduta de vida e transmitir
conhecimento especializado. Mas que ao invés de qualificar culturalmente como nas
sociedades dominadas pelas formas tradicionais, ou despertar o carisma, como nas
sociedades dominadas pelo carisma, a educação estava sendo moldada apenas para uma
pedagogia do treinamento, com o objetivo de tornar o indivíduo um perito. Ele via, então,
que esse modelo de educação impossibilitava o desenvolvimento do talento humano e
escraviza o homem a um só jeito de pensar.
 Para Weber a educação na sociedade moderna passou a ser um pacote
de conteúdos e de disposições voltados para o treinamento de indivíduos
que tivessem de fato condições de operar as novas funções que surgiram
a partir do processo de racionalização e burocratização do Estado, da
economia e da própria vida cotidiana, que passa a ser orientada pela
lógica do lucro, do cálculo de custos e benefícios e precisa de
profissionais treinados para isso. Assim o indivíduo moderno deveria ser
livre de concepções mágicas, para a qual não existe mais lugar
reservado à obediência que não seja a obediência ao direito racional.
Assim, a educação não é mais a preparação que o membro do todo
orgânico aprenda sua parte no comportamento harmônico do organismo
social, como propôs Durkheim. Não é tampouco vista como possibilidade
de emancipação com base na ruptura com a alienação como propôs
Marx. Ela passa a ser na medida em que a sociedade se racionaliza,
historicamente, um fator de estratificação social, um meio de distinção, de
obtenção de honras, de prebendas e poder e de dinheiro. Assim a
educação deveria despertar o carisma, preparar o aluno para uma
conduta de vida e transmitir conhecimento especializado. Logo a
educação deve produzir um homem culto, de acordo com o ideal de
cultura de onde está inserido e que implica em prepará-lo para certos
tipos de comportamento interior (ou seja, para a reflexividade) e exterior
(ou seja, um determinado tipo de comportamento social) que deveria ser
voltado a especialização de um cargo para que ocupe uma posição de
prestígio material na sociedade.
Por que a educação para Marx tem
uma função de emancipação?
 Para Marx a sociedade está organizada a partir de suas bases
materiais, ou seja, o que define a organização social é a produção
material de bens. Essa produção material de bens, por sua vez, é
organizada pelo modo de produção. Marx observa que a lógica
que motiva essa produção e organização social, é a luta de classes.
Portanto, o motor da história para Marx é a luta de classes, e
consequentemente a desigualdade.
 Ele observa que para garantir a produção material de bens, a
sociedade está organizada em infraestrutura (modo de
produção=economia) e superestrutura (demais instituições = estado,
direito, religião, educação, família, jornalismo), e que a função
desta última é garantir que a diferença entre as classes perdure. O
principal instrumento utilizado pela superestrutura é a ideologia, ou
seja, um sistema de regras, valores, crenças que garante aos
indivíduos compreensão de mundo até o limite da conveniência da
luta de classes, ou seja, a alienação.
 Marx entendia que a educação tinha como função a
emancipação findando a alienação do trabalho provocada
pela divisão do trabalho na fábrica capitalista, superando
então a alienação política, econômica e ideológica da classe
dominante. Nesse sentido a educação deveria muni-lo de
ferramentas que possibilitassem a todos os indivíduos o acesso
a todas as posições disponíveis na estrutura social. Logo a
educação deveria desenvolver a percepção do conjunto do
processo produtivo moderno, contemplando três dimensões:
uma educação mental, uma educação física e uma educação
tecnológica. Promovendo assim uma educação elementar para
o trabalho intelectual, a educação do corpo tal como oferecida
nos ginásios esportivos e no treinamento militar e a iniciação
das crianças jovens no manejo de instrumentos e das máquinas
dos diferentes ramos da indústria, tarefa que deveria ocorrer
em concomitância com o trabalho das “crianças “ na fábrica,
dos 9 aos 17 anos. O intuito é substituir o indivíduo parcial,
“mero fragmento humano que repete sempre uma operação
parcial, pelo indivíduo integralmente desenvolvido, para o qual
as diferentes funções sociais não passariam de formas diferents
e sucessivas de atividade “.

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