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TÉCNICAS DE FISIOTERAPIA

PARA
REMOÇÃO DE SECREÇÕES

Profa. Dra. Ada Clarice Gastaldi


FATORES CONSIDERADOS PARA A SELEÇÃO
DAS TÉCNICAS DE REMOÇÃO DE SECREÇÕES
1 Condições clínicas do paciente
2 Ausculta pulmonar (secreções proximais e distais)
3 Grau de compreensão e colaboração do paciente
4 Condições da musculatura
5 Motivação do paciente e do terapeuta
6 Objetivos do paciente e do terapeuta
7 Eficácia da técnica
8 Efeitos fisiológicos e repercussões da técnica
9 Habilidade do terapeuta
10 Capacidade de ensinar e de aprender a execução da técnica
11 Conhecimento das limitações: da técnica, do terapeuta e do paciente
12 Necessidade de assistência ou equipamentos
13 Fadiga ou esforço requerido
14 Custos diretos e indiretos
15 Evidências clínicas, práticas e científicas
Técnicas de remoção de secreção brônquica

Consenso de Lyon, 1994


Postura
(gravidade)
Técnicas

Ondas de choque Compressão do gás


(variação do fluxo)

Vibrações Percussões
1 – 8 Hz

Pressão Tosse TEF AFE Expiração lenta

ativa passiva
ELTGOL ELPr DA
lenta rápida lenta rápida
Técnicas de remoção de secreção brônquica

Consenso de Lyon, 1994


Postura
(gravidade)
Técnicas

Ondas de choque Compressão do gás


(variação do fluxo)

Vibrações Percussões Oscilação torácica


1 – 8 Hz

Pressão Tosse TEF AFE Expiração lenta

Ciclo ativo ativa passiva


ELTGOL ELPr DA
PEP oscilatória
lenta rápida lenta rápida
PRINCÍPIOS MECÂNICOS PARA AÇÃO
DAS TÉCNICAS DE REMOÇÃO DE
SECREÇÕES

1. Escoamento gravitacional do muco


2. Estilhaçamento do muco por ondas de
choque
3. Cisalhamento do muco – mecanismo de
interação gás – líquido
4. Ação tixotrópica pela ressonância
pulmonar
5. Provável propulsão de fluidos pelo
fechamento das VAs distais, em condições
de baixos volumes (“milking effect”)
RECOMENDAÇÕES E RESULTADOS DA LITERATURA
DRENAGEM POSTURAL

 Diversos estudos e revisões da literatura sugerem que a DP seja sempre


utilizada em conjunto com P, V, TEF e que a técnica parece ser inefetiva
se não for acompanhada de tosse ou manobras de expiração forçada
(Sutton, 1982; Orlandi, 1989)

 A ação da gravidade na DP tem sido demonstrada em pacientes com FC,


bronquiectasias e discinesia ciliar, cuja produção de muco ultrapassa
30mL/dia (Anthonisen, 1964; Langlands, 1967; Thompson, 1968; Van
der Schans, 1997; Bush, 1998; Rubin, 2002).

 Vale ressaltar que os posicionamentos mostram maior influência na CRF,


com ↓ nas posições de DD e Trendelenburg (Jerkins, 1989); na
hematose (Dean, 1985), e padrão ventilatório, o que poderá comprometer
a eficácia da tosse.
RECOMENDAÇÕES E RESULTADOS DA LITERATURA
PERCUSSÃO TORÁCICA

 A percussão na área a ser tratada gera fluxos no interior da via aérea,


melhorando a interação gás-líquido. Entretanto, pode diminuir o
calibre de pequenas vias aéreas, colapsáveis, aumentando a
compressão dos brônquios (Selsby, 1990).
 Apesar de ser considerada uma técnica isolada, está geralmente
associada à DP.
 DP e P ↑ volume expectorado em BC estável (May, 1979).
 DP e P ↓ a PaO2 em pacientes com pouca secreção e ↑ em
pacientes com grande quantidade (Connors, 1980).
 DP e P ↑ complacência em pctes em VM (Mackenzie, 1980).
 DP e P ↑ PFE (Desmond, 1983), < declínio VEF1 em 3 anos
(Reisman, 1988) em FC.
 DP e P + bd ↓ Rpulm em FC (Hardy, 1989).
 DP e P melhora a função pulmonar em FC hospitalizado (Cerny,
1989).
 Elimina secreções de pior perfil reológico (Ramos, 2003; Ramos,
2015).
RECOMENDAÇÕES E RESULTADOS DA LITERATURA
PERCUSSÃO TORÁCICA

 Alguns autores consideram que os efeitos deletérios são


maiores que os benefícios obtidos por essas técnicas. Porém
meta-análise Cochrane apontou maior eliminação de
secreções, sem alterações da função pulmonar em pacientes
com DPOC e bronquiectasias (Jones e Rowe, 2002).

 Outra questão levantada é a baixa adesão ao tratamento, que foi


contestada em estudo multicêntrico (Varekojis, 2003).

 As novas técnicas tendem a demorar tanto quanto as técnicas


convencionais na eliminação de muco (Zach, 1987).
RECOMENDAÇÕES E RESULTADOS DA LITERATURA
VIBROCOMPRESSÃO

 Os estudos da literatura podem utilizar a


vibração em conjunto com drenagem
postural e percussão, por vezes denominados
PDPV ou fisioterapia convencional;
 A PDPV pode acarretar melhora na
espirometria em pacientes com fibrose cística
(Brain, 1988), diminuição da amplitude
sonora pulmonar (Ntoumenopoulos, 2012),
aumento do volume de secreção
expectorada (Patterson, 2004; Eaton, 2007),
sendo possível a diminuição do PFE em
pacientes hospitalizados (Orlik, 2000).
RECOMENDAÇÕES E RESULTADOS DA LITERATURA
TOSSE MANUALMENTE ASSISTIDA

 Os benefícios da CT ou TMA em pacientes com lesão medular e doenças


neuromusculares, devido ao comprometimento dos músculos respiratórios com
consequente diminuição dos volumes pulmonares e diminuição da eficácia da
tosse, foram demonstrados por diversos autores. Nestes pacientes, a compressão
provoca aumento do pico de fluxo expiratório, com melhora da tosse e
remoção de secreções (Braun, 1984; Bach, 1993a; Bach, 1993b; Jaeger, 1993;
Bach, 1995; Dean, 1996; Tzeng, 2000; Sivasothy, 2001; Trebbia, 2005; Panitch,
2006; Geiseler, 2008; Brito, 2009; Toussaint, 2009; Lacombe, 2014), porém tem
seus efeitos limitados quando estes pacientes apresentam escoliose (Sivasothy,
2001).
 Não deve ser utilizada em pacientes com DPOC pois a manobra brusca
diminui o PFE (Sivasothy, 2001).
 Estudos em humanos e animais em ventilação mecânica mostram resultados
controversos.
 Em alguns estudos o efeito foi benéfico, com aumento do pico de fluxo expiratório (Silva,
2012; Marti, 2013); diminuição da resistência do sistema respiratório (Avena, 2008;
Silva, 2012); e aumento do volume corrente, da complacência estática e dinâmica e da
oxigenação (Santos, 2009; Della Via, 2012).
 No entanto, em outros estudos ou não houve alteração de parâmetros da mecânica
pulmonar e oxigenação (Unoki, 2003; Unoki, 2004; Unoki, 2005; Guimarães, 2013;
Ntoumenopoulos, 2014), ou o efeito foi negativo, com diminuição do débito cardíaco, piora
da mecânica ou aumento da área pulmonar colapsada (Van der Touw, 1993; Van der
Touw, 1998; Sixel, 2007; Lima, 2008)
RECOMENDAÇÕES E RESULTADOS DA LITERATURA
TÉCNICA DE EXPIRAÇÃO FORÇADA

 É eficaz na remoção de secreção e no  do clearance mucociliar das


VA, mostrando-se eficiente na estabilização VA devido à menor pressão
transpulmonar quando comparada a tosse (mecanismo estável).
 A TEF eliminou maior quantidade de partículas radioativas em
pacientes com bronquite crônica quando comparada à tosse, sendo mais
eficaz quando associada à postura de DP (Sutton, 1983; Webber, 1986;
Rubin, 2002), ou ainda associada à drenagem postural e exercício (Baldwin,
1994).
 Segundo Bateman (1981), a TEF elimina as secreções periféricas do
pulmão, sendo eficaz em pacientes com bronquite crônica e com mais que
30mL de expectoração diária; mostrou eliminação de aerossóis de todas
as regiões pulmonares quando associada à drenagem postural
(Jerkins, 1989), sendo mais efetiva nestes pacientes do que nos pacientes
com enfisema (Van der Schans, 1997), sendo útil na remoção de secreções
espessas e escolhida devido ao menor gasto energético imposto (Gallon,
1991).
 No entanto, Selsby (1990), observou deslocamento de aerossóis apenas
na área pulmonar central e a TEF foi menos eficaz que PEP em
pacientes com fibrose cística (Lannefors, 1992).
 Outro efeito positivo associado foi o menor declínio da função pulmonar
3 anos de acompanhamento de pacientes com fibrose cística (Reissman,
RECOMENDAÇÕES E RESULTADOS DA LITERATURA
CICLO ATIVO DA RESPIRAÇÃO

 Alguns autores demonstraram que o ciclo ativo é tão efetivo


quanto a DPP em pacientes com fibrose cística na remoção de
secreções em estudos de curto prazo (Pryor, 1979; van Hengstum,
1988; Thomas, 1995).
 Tem menor potencial para causar ↓ da saturação (Webber,
1990) e permite maior independência aos pacientes.

 Originalmente, foi usada em conjunto com DPP, especialmente a


DP, mas não tem sido demonstrados efeitos vantajosos da posição
de Trendelenburg, então o posicionamento tem sido utilizado com
o propósito de aumentar a ventilação de uma região pulmonar
específica (McIlwaine, 2007).
RECOMENDAÇÕES E RESULTADOS DA LITERATURA
DRENAGEM AUTÓGENA

 Drenagem autógena é tão eficaz como a drenagem postural na mobilização de secreção


em pacientes com CF. Geralmente ensinada e realizada na posição sentada, a DA também
pode ser aplicada durante a DP e em supino. Tem sido sugerido que a adição de
DA à DP pode proporcionar uma melhor remoção secreção do que a DP sozinha. No entanto,
os estudos publicados de drenagem autógena são limitados (Fink, 2007).
 A DA foi estudada em pacientes com FC e DPOC (Savci, 2000), tendo sido comparada com
ciclo ativo, PEP, DPP e flutter.
 Na comparação com ciclo ativo, houve melhor depuração de aerossol (Miller, 1995),
melhor escore de dispneia, ↑PFE e PaCO2 (Savci, 2000). Ambas melhoraram
espirometria (Miller, 1995), PaO2, SaO2 e desempenho ao exercício (Savci, 2000).
 Na comparação com DPPV, Giles (1995) encontrou uma pequena, mas significativa
dessaturação com DPP, e uma melhora pequena, mas significativa na saturação
com DA. Não houve diferença na quantidade de escarro, nem nas variáveis de função
pulmonar.
 Davidson et al. (1992), em estudo cruzado de 2 anos, não encontraram diferenças no estado
clínico ou na PFP, que melhorou em ambos os grupos. No final do primeiro ano, quase
metade do grupo DA recusou-se a mudar para DPP, porque sentiram que a DA foi mais
eficaz.
 Na comparação com PEP, ambos melhoraram a função pulmonar (PFP), sendo que a
DA causou mudança mais significativa na PFP mas produziu menos expectoração do que
PEP (Pfleger, 1992).
 App et al (1998) não encontraram nenhuma diferença na função pulmonar mas houve
melhora da reologia do escarro após flutter.
RECOMENDAÇÕES E RESULTADOS DA LITERATURA
ELTGOL

 A técnica é manual e sujeita a diferenças na sua aplicação, porém mostrou-se


reprodutível, mobilizando mais de 80% do VRE em DPOC moderado (Lanza,
2014), e ↑ o clearance de aerossol no pulmão dependente, conforme
proposto pelo autor, em bronquite crônica (Martins, 2012).
 Em bronquite crônica agudizada foi comparada com DP e flutter, resultando ↑
imediato de secreção com todas as técnicas, e ↑ após 30 minutos apenas
para ELTGOL e flutter. Todas não alteraram a função pulmonar ou SaO2
(Bellone, 2000).
 Em 2 estudos houve maior remoção de secreção comparado com flutter,
com ↓do VR e da CPT em pacientes com bronquiectasias (Guimarães, 2012),
e melhora da resistência e condutância de vias aéreas em fibrose cística
adulto (Guimarães, 2014).
 Em lactentes, utilizada isoladamente, ↓ o VC e não altera o PFE em bebês
com broncoespasmo (Lanza, 2011), e melhora Wang escore, e ↓ episódios
de broncoespasmo, retrações, f e FC em bebês com bronquiolite
(Postiaux, 2011).
 Comparada com controle e CPT, ambas melhoram o escore clínico em
bronquiolite (Gomes, 2012).
RECOMENDAÇÕES E RESULTADOS DA LITERATURA
AFE

 Denominada na literatura expiratory flow increase technique (EFIT) ou


increased-exhalation technique (IET), a AFE foi incluída no programa de
tratamento de crianças com bronquiolite.

 Um estudo comparou controle com EFIT e DPV em 81 pacientes.


Imediatamente após, não houve diferença para f, FC e SpO2. No entanto,
após 60 minutos, a f foi menor nos grupos EFIT e DPV (Pupin, 2009).

 Comparada com controle, em 236 pacientes, houve menor tempo de uso


de O2 no grupo IET, sem diferença no tempo de internação (Sanchez,
2012).

 A IET associada à tosse assistida, quando comparada com controle, não


houve diferença no tempo de internação, uso de antibiótico e
suporte ventilatório e houve maior frequência de vômitos para o
grupo IET+tosse assistida.
RECOMENDAÇÕES E RESULTADOS DA
LITERATURA
VIBRADORES MECÂNICOS

 Não há estudos da literatura mostrando


que estes equipamentos são eficazes ou
mais eficazes do que as manobras
manuais.
RECOMENDAÇÕES E RESULTADOS DA LITERATURA
PEP / EPAP

A respiração contra resistência foi inicialmente descrita em pacientes


com DPOC utilizando pursed-lips breathing, com controle do efeito da
pressão com os lábios como resistência e o esforço expiratório (Ingram,
1967; Thoman, 1996). O dispositivo PEP, a “blow botter” foi introduzida
mais tarde (Colgran, 1970; Mestriner, 2009).

O primeiro equipamento PEP comercial (PEP/RMT) foi desenvolvido na


Dinamarca no final dos anos 1970. A proposta foi desenvolver um
dispositivo para remoção de secreções para pacientes hipersecretivos,
para expansão de atelectasias e para diminuição do risco de CPPs (Falk,
1984; Groth, 1985; Ingversen, 1993; Elkins, 2006).
RECOMENDAÇÕES E RESULTADOS DA LITERATURA
PEP / EPAP

PEP pode ser utilizada para melhorar a remoção de secreções


durante infecção de vias aéreas, em PO e pacientes hipersecretivos,
com clearance mucociliar e tosse prejudicados, com o objetivo de
prevenir infecções de repetição e/ou deterioração progressiva da
função pulmonar (Frownfelter, 2008;www.brit-
horacic.org.uk/document-
library/clinicalinformation/physiotherapy/physiotherapy-
guidelines/physiotherapy-concise-guideline/ May 2009).

A expiração contra resistência temporariamente aumenta a CRF e o


VC em combinação com técnicas para mobilizar e eliminar
secreções.
RECOMENDAÇÕES E RESULTADOS DA LITERATURA
PEP / EPAP
PEP + TEF é efetiva para remoção de secreções (Falk, 1984; Groth, 1985; Mortensen, 1991;
Bellone, 2002; Darbee, 2004), melhor manutenção da função pulmonar, melhora da função
física em FC (Groth, 1985; McIlwaine, 1997, 2001 e 2013).

Alguns estudos mostram efeitos semelhante a outras técnicas, como DP (Falk, 1984;
Tonnesen, 1984; Tyrell, 1986; Bellone, 2002; Pryor, 2010), ou superior à oscilação torácica,
DPP e OscPEP (McIlwaine, 1997, 2001 e 2013).

PEP foi a técnica de preferência por adultos e crianças em vários estudos (Falk, 1984; Olseni,
1994; McIlwaine 1997; Constantini, 1998; Gaskin, 1998; McIlwaine, 2001) (Olsén, 2014).
↓ das exacerbações em pacientes com bronquite crônica (MGRMachado)

EPAP melhora dos sintomas em pacientes com apneia obstrutiva do sono. Pode ser uma
alternativa em pacientes com distúrbio leve a moderado e que não toleram CPAP (Wu, 2013)

↑ da CV e CVF em pacientes com esclerose múltipla (Westerdahl, 2015)

Maior CRF, ↓ do gradiente A-a e ↓ na ocorrência de atelectasias em PO de cirurgia


abdominal (MGRMachado). Restaurou a função pulmonar e mobilidade torácica, não
diferente de BiPAP em PO cirurgia bariátrica (Brigatto, 2014)
RECOMENDAÇÕES E RESULTADOS DA LITERATURA
OSCILAÇÕES TORÁCICAS

 Em FC, dois importantes estudos de longo prazo não foram favoráveis à


utilização da HFCWC.
 Sontag et al. (2010) em estudo multicêntrico, randomizado e com 3 anos de
acompanhamento, compararam HFCWC, flutter, e DPP em 166 pacientes. O
estudo foi descontinuado após 1,4 anos devido a uma taxa de 34% de abandono.
 51% eram do grupo DPP, 26% do grupo flutter e 9% do grupo HFCWC.
 Apesar disso, a única diferença significante observada foi uma taxa de declínio anual
maior do que o previsto para FEF25-75 para o grupo HFCWC (Sontag, 2010).
 McIlwaine et al. (2013) publicaram os resultados de um estudo canadense,
randomizado e controlado multicêntrico de um ano comparando PEP e HFCWO
em 107 pacientes. Só foram incluídos pacientes aptos a realizar as duas
técnicas. A aderência foi alta (94%), com apenas 3 abandonos que não foram
alocados na sua técnica de preferência. O desfecho primário do estudo foi
número de exacerbações, sendo necessário a utilização de antibióticos com
maior frequência no grupo HFCWC.
 A avaliação econômica mostrou que o HFCWC custou 10 vezes mais que a PEP (McIlwaine,
2013).
 Revisão recente concluiu que a HFCWC pode ter efeito negativo no bem
estar do paciente, medido pela função pulmonar e pelo número de exacerbações
(revisão McIlwaine 2014)
RECOMENDAÇÕES E RESULTADOS DA LITERATURA
FLUTTER, SHAKER E ACAPELLA
As oscilações durante a expiração diminuem as
propriedades viscoelásticas das secreções e esta
alteração tem efeito no transporte de muco, que é dependente
da oscilação e da frequência (Dasgupta, 1998; App, 1998;
Tambascio, 2011). A resistência e força expiratória adequadas
para obter o melhor efeito são individuais e podem diferir de
uma sessão de tratamento para outra (Alves, 2008;
Physiotherapy for people with cystic fibrosis: from infant to
adult. 2009. p. 12 e 22. www.ecfs.eu/ipg_cf/booklet).
PEP oscilatória tem se mostrado efetiva para remoção de
secreções (van Vinden, 1998; Newbold, 2005; Althaus, 1989;
Konstan, 1994; Ambrosino, 1995; Tambascio, 2011).
Alguns estudos mostraram que a PEP oscilatória é tão
efetiva quanto outras técnicas de remoção de
secreções, como a PEP e o ciclo ativo (Konstan, 1994; Pryor,
1994; Newbold, 2005; Bellone, 2008).
RECOMENDAÇÕES E RESULTADOS DA LITERATURA
FLUTTER, SHAKER E ACAPELLA
A expiração contra resistência pode ter diferentes objetivos na remoção de
secreções das vias aéreas. Um é o aumento da CRF e VC de modo a recrutar
unidades alveolares colapsadas para que o ar atinja “atrás” das secreções e
possa mobilizá-las e elimina-las (Falk, 1984; Groth, 1985; McIlwaine, 1997, 2001 e
2013). Outro é movimentar o PIP perifericamente promovendo uma maior
CVF e melhor fluxo no final da expiração, o que permite, assim, depurar áreas
periféricas estreitadas ou que não entraram em colapso em partes não
“alcançáveis” dos pulmões (Oberwaldner, 1986; Pfleger, 1992; Darbee, 2004).

Uma PEP oscilante pode ser utilizada para remoção da secreção ou alterar a
qualidade do muco pelo efeito das vibrações (Konstan, 1994; App, 1998; de Lima,
2005; Tambascio, 2011).

Em comparação com outras técnicas de remoção de secreções, diferentes


aplicações de PEP oscilatória demonstraram ser pelo menos tão eficaz quanto
outras técnicas, dando possibilidades de considerar as preferências
individuais de cada paciente e uma flexibilidade para mudar técnica se a
aderência ao tratamento for baixa (Olseni, 1994; Konstan, 1994; van Vinden,
1998; Newhouse, 1998; Oermann, 2001; Thompson, 2002; Glerant, 2007).
RECOMENDAÇÕES E RESULTADOS DA LITERATURA
VENTILAÇÃO PERCUSSIVA INTRAPULMONAR

 Embora pesquisas sobre VPI sejam limitadas, dois estudos


demonstraram que ela pode ser tão eficiente quanto o
aerossol e DPPV avaliados por espirometria em curto prazo e
garantir a expectoração de secreções em pacientes com FC
(Natale, 1994; Homnick, 1995).

 A terapia é bem tolerada para pacientes estáveis. (Egan)

 Pode ↓ o tempo de internação na UTI em pacientes com DPOC


agudizados não intubados (Vargas, 2005; Antonaglia, 2006).

 A utilização de VPI e HFCWC em pacientes com doença


neuromuscular não apresenta resultados consistentes pois os
estudos foram realizados com grupos pequenos (Reardon, 2005;
Lange, 2006; Chaisson, 2006).
RECOMENDAÇÕES E RESULTADOS DA LITERATURA
BAG-SQUEEZING

 Uma primeira recomendação importante é que a educação e treinamento dos


terapeutas é essencial para melhorar a confiabilidade e, potencialmente, a
eficácia da técnica, e, segundo, os resultados da sua utilização dependem da
habilidade do praticante e do tipo de equipamento utilizado.
 O papel da hiperinflação manual na remoção de secreções ainda não está bem
definida e não foi devidamente estudado. Apesar disso, é comumente
empregado no manejo de pacientes entubados por fisioterapeutas, de modo
empírico, e que, na sua rotina, observam que a técnica pode ser eficaz na
mobilização de secreções e pode contribuir para melhorar a atelectasia.
 É comumente utilizada em uma posição de drenagem assistida por gravidade,
além das vibrações da parede torácica. Os mecanismos sugeridos são de que
esta técnica pode melhorar o transporte mucociliar são, sem dúvida,
multifatoriais. Claramente, mais pesquisas são necessárias para estabelecer a
confiabilidade, segurança e eficácia da técnica, especialmente em comparação
com outras modalidades de tratamento, incluindo posicionamento, exercício e
mobilização.
 Mais resultados de ensaios clínicos randomizados controlados utilizando um
grande número de pacientes, possivelmente multicêntrico, permitirá ao
fisioterapeuta fazer escolhas embasadas cientificamente de tratamento para
pacientes na UTI (Denehy, 1999)
TOSSE HUFFS, HUFFING OU
EXPIRAÇÕES FORÇADAS
 Fase inspiratória (inspiração profunda)
 Fase expiratória
1-) Glote fechada:  pressões intratorácica e  Inspiração a médio volume
intra-abdominal pulmonar
(ação dos musc. abdominais)
 Não há o fechamento da glote
2-) Glote aberta: • Efeito explosivo violento
quando pressão intratorácica atinge limite  Compressão e expiração forçada
• Diafragma eleva-se
rapidamente
TOSSE VERSUS TEF
 Volume inspirado  Volume inspirado
máximo médio
 Fechamento da  Glote aberta
glote  Menor pressão
 Maior pressão intratorácica
intratorácica  Ponto de igual
 Ponto de igual pressão localizado
pressão localizado mais
mais centralmente perifericamente
RECOMENDAÇÕES E RESULTADOS DA LITERATURA
IN-EXSUFLATOR

 Em pacientes que não atingem um pico de fluxo de tosse


suficiente para remover secreção, a MI-E reduz a morbidade e
mortalidade (Strickland, 2013).
 Sua utilização é altamente recomendada para pacientes com DM
Duchenne (Finder, 2004; Birnkrant, 2010). Um protocolo de utilização
aplicado por 3 anos diminuiu os episódios de hospitalização
(Bach, 1997).
 Em pacientes com amiotrofia espinhal tipo I houve diminuição de
insuficiência respiratória aguda e de reintubação durante as
hospitalizações (Bach, 2002).
 Pacientes com disfunção bulbar e pico de fluxo de tosse <2,7L/s e
baixa capacidade de insuflação melhoraram o pico de fluxo (Sancho,
2004).
 Em pacientes com ELA o fluxo aumentou somente nos pacientes com
<50% (Mustfa, 2003).
RECOMENDAÇÕES E RESULTADOS DA LITERATURA
IN-EXSUFLATOR

 Pacientes com lesão medular C1-C7 tiveram aumento de CVF,


VEF1 e PFE (Pillastrini, 2006).
 Está associado com complicações, deve ser administrado com
cautela em crianças com fraqueza para tossir (Bott, 2009).
 Os resultados com pneumopatas são controversos. Houve
melhora de dispneia e SaO2 em pacientes com asma, enfisema e
bronquiectasias (Barach, 1954), no entanto, no estudo de Sivasothy
(2001) houve diminuição do pico de fluxo de tosse em pacientes com
DPOC após compressão manual.
 O equipamento tem seu benefício comprovado como adjunto da
terapia de remoção de secreções em pacientes com doença
neuromuscular ou injúria traumática do sistema nervoso central.
No entanto, é necessário melhor investigação em pacientes
pediátricos e com doença pulmonar obstrutiva crônica.

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