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Universidade Federal do Piauí

Centro de Ciências da Saúde


Curso de Farmácia

TECNOLOGIA DE OBTENÇÃO
DE FORMAS FARMACÊUTICAS
SEMI-SÓLIDAS

Out/2009
VIAS DE PENETRAÇÃO

Fármaco

Tecidos Superficiais da Pele

Região Ductos Estrato Córneo


Folicular Sudoríparos Intacto
Penetração
 Pele dilacerada ou escoriada;

 Pele intacta:
 Paredes dos folículos pilosos, das glândulas sudoríparas ou
sebáceas ou por entre as células da camada córnea;

 Principal via  camadas epidérmicas (área superficial; não


contém elementos anatômicos);

 Película que reveste a camada córnea não é contínua e não


apresenta resistência real à penetração; não tem
composição, espessura ou continuidade definidas.
Estrutura da pele
Estrutura da pele
Penetração do fármaco

Estrato córneo
(40% de proteína + 40% de água + triglicérides, ácidos graxos
livres, colesterol e fosfolipídeos)

Canais intercelulares
Componente lipídico (determinante importante do primeiro passo
do processo de absorção)

Tecidos epidérmicos

Derme (vascularizada  circulação sistêmica)


PREPARAÇÕES FARMACÊUTICAS SEMI-SÓLIDAS

• Principais semi-sólidos:

• Pomadas;
• Pastas (Pomadas com elevada % de sólidos insolúveis);
• Cremes (emulsão consistente);
• Géis (Preparações semi-sólidas em que a fase líquida
está confinada dentro de uma matriz polimérica
tridimensional).
POMADAS

• São formas farmacêuticas semi-sólidas de


consistência macia e firme destinadas ao uso
externo, constituídas de um ou mais princípios
ativos incorporados (dissolvidos ou dispersos) ao(s)
excipiente(s).
FATORES DE PENETRAÇÃO DA PELE

• Características físico-químicas do fármaco;


• pH e concentração;
• Condições da pele (intacta, idade, área da pele
tratada);
• Estado de hidratação do estrato córneo;
• Afinidade do fármaco com veículo;
• Promotores: DMSO → DMF → DMA → DCMS.
(Dimetilsufóxido, dimetilformamida, dimetilacetamida e decil-metilsulfóxido)
POMADAS

• Escolha da base:

• Velocidade de liberação desejada;


• Oclusão da pele recomendada;
• Estabilidade do fármaco;
• Influência do fármaco na consistência da base.
POMADAS

• PLÁSTICA: Troca de forma com pequenos esforços mecânicos;

•CONSISTENCIA: Deve ser ótima para facilitar sua aplicação;

•TEXTURA: Uniforme, não deve ser percebido nenhum elemento

sólido;]

•ODOR: Não deve ter odor de ranço.


POMADAS

• Bases usadas:
• Bases de hidrocarbonetos (oleosas): vaselina;
vaselina branca; pomada amarela e óleo mineral;
• Bases de absorção: petrolato hidrófilo e lanolina
anidra;
• Bases removíveis com água: pomada hidrófila
(LSS, álcool estearílico, vaselina branca,
propilenoglicol e água);
• Bases hidrossolúveis: pomada de polietilenoglicol.
Bases comuns para Pomadas

 Hidrocarbonetos
 Vaselina
 VaselinaBranca
 Pomada Branca
 Óleo Mineral
 Bases de Absorção
 Lanolina (Gordura de Lã Hidratada)
 Lanolina Anidra (Gordura de Lã Refinada)
Bases para Pomadas
POMADAS

• Conservantes mais usados:


• Sais quaternários de amônio.
• Ácido benzóico;
• Ác. sórbico;
• Fenóis;
• Parabenos;
Aplicação Pomada Oftálmica
Insumos

Ambiente

Equipamen
tos
Atividade de amplo espectro
Efetivo a baixas concentrações - toxicidade
Compatíveis com os outros ingredientes
Estável – Temperatura & pH
Facilidade de analise
Incolores e inodoros
Lipo e/ou Hidrossolúvel
POMADAS

• Preparação:
• Por incorporação:

Mistura dos ingredientes

Tanque com agitadores

Laminador
Preparação de pomadas
 Incorporação
 Componentes são misturados por vários meios, até
a obtenção de um composto uniforme;
 Fusão
 Alguns ou todos os componentes são misturados ao
serem fundidos e resfriados;
 Conservação
 Envolve antimicrobianos e antioxidantes;
 Acondicionamento
 Potes, frascos e principalmente bisnagas
POMADAS

Figura 2: Tanque de aço inoxidável e laminador

Fonte: Ansel et al, 2000.


POMADAS

• Preparação:
• Por fusão:

Fusão dos ingredientes

Mistura com agitadores

Resfriamento
POMADAS

Método de Fusão

Componentes

Fundidos e misturados

Solidificação

Componentes que Voláteis


não foram fundidos

Termolábeis
POMADAS

Figura 3: Batedeira com parede dupla e batedeira planetária

Fonte: www.erli.com.br
Processo Industrial

 O arejamento do semi-sólido deve ser evitado, uma vez que


pode conduzir à instabilidade e variação da densidade do lote,
resultando numa variação do peso de uma pomada ou de um
creme no seu recipiente;
 Misturadores planetários selados.

www.amadio.com.br/006a.htm
www.maquindal.pt/2002c/pastbatplanbis.htm
Processo Industrial
Processo Industrial
Processo Industrial

Reator para cremes


/pomadas, com camisa,
500 Lts, 02 agitadores na
parte superior e turbina na
parte inferior, suporta
vacuo, levantamento do
cabeçote através de
pistões .
Processo Industrial

Moinho Coloidal METEOR, mod. Rex 2 Enchedora para semi-sólidos


Processo Industrial
Processo Industrial
Processo Industrial
Processo Industrial
Processo Industrial
Processo Industrial
Controle de Qualidade

 Descrição;
 Conteúdo de envase;
 Umidade;
 Densidade;
 Teor;
 Contagem microbiológica:
 Ausência de Patógenos
 Fungos e leveduras (Máx. de 100 UFC / g).
 Odor;
 pH
SEMI-SÓLIDOS

 Pastas :
 São dispersões de grandes concentrações de substâncias
insolúveis pulverizadas (20 a 50%) numa base oleosa ou
aquosa.

 Geléias:
 São bases solúveis em água preparadas a partir de gomas
naturais como a tragacanta, a pectina, os alginatos, e a
boroglicerina, ou de derivados sintéticos de substâncias
naturais como a metilcelulose e CMC.

 Géis:
 São geralmente semi-sólidos transparentes contendo a
substância ativa solubilizada.
GÉIS

São formas farmacêuticas semi-


sólidas, formadas por um sistema
disperso de pelo menos duas
fases, uma sólida e outra líquida.
Vantagens
 · Menos gorduroso
 · Fáceis de aplicar
 · Efeito emoliente e refrescante
 · Facilmente removíveis
 · Textura leve e aparência
atrativa
Desvantagens
 · Limite no uso de aditivos -
Incompatibilidades

 · Tendem a ressecar a pele


quando hidroalcóolicos
Desvantagens
 · Custo de alguns polímeros
 · Má dispersão – formação de
grumos
 · Desenv. de microorganismos 
bolores

 · Secam rapidamente – glicerina


Classificação
 Quanto a composição:
· lipogéis
· hidrogéis - géis clássicos
· géis naturais e sintéticos
Propriedades dos lipogéis

 Possuem propriedades
emolientes
 Não oclusivos e não
comedogênicos
 Adequados para incorporação
de lipídeos
Propriedades dos lipogéis

 Boa conservação
 Baixa viscosidade
 Tolerância fisiológica.
Hidrogéis (géis hidrófilos):

 água, glicerol e propilenoglicol


geleificado:

goma adraganta, amido,


derivados da celulose e
polímeros carboxivinílicos.
Propriedades dos Hidrogéis

- Refrescantes
- Permitem formulações livres de óleo
- Formam uma película fina e
transparente
- São laváveis
- São favoráveis a liberação de
substâncias ativas
Classificação
 Quanto a origem

 Naturais: celulose
 Sintéticos:
derivados do ácido
poliacrílico (Carbopol)
PVP
PEG
Penetração cutânea
 Como são formados por
macromoléculas coloidais, não
conseguem atravessar a epiderme
intacta e não demonstram afinidade
pelas proteínas da pele, não tendo
absorção cutânea.
GÉIS

O tipo de polímero empregado na


formulação de gel pode influenciar no
comportamento reológico e na
estabilidade física do produto e até
mesmo, afetar a aceitabilidade deste pelo
consumidor.
GÉIS

A reologia tem sido assunto de grande e crescente


importância para as indústrias cosmética e farmacêutica,
tendo em vista que a consistência e o espalhamento dos
produtos devem ser reproduzidos de lote para lote,
assegurando a qualidade tecnológica do produto acabado.
GÉIS

Geralmente, as substâncias formadoras de géis são


polímeros que quando dispersos em meio aquoso
assumem conformação doadora de viscosidade à
preparação

(Maia Campos et al, 1999).


GÉIS

Logo, pode-se definir o gel como


uma preparação semi-sólida composta de partículas
coloidais que não se sedimentam (ficam dispersas).
GÉIS

TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO
CREMES

• São preparações feitas por uma mistura


relativamente estável e homogênea de dois líquidos
imiscíveis.
CREMES

• A emulsão será O/A ou A/O dependendo:

• Natureza dos agentes;


• Quantidade;
• Tipo e concentração dos tensoativos.
CREMES

Conceitos importantes:

• Tensão interfacial: é a força que faz com que dois líquidos


insolúveis e imiscíveis resistam a fragmentação em
pequenas gotículas quando postos em contato;

• Tensoativos: São substâncias que reduzem a resistência


a fragmentação, podendo levar o líquido a reduzir-se a
gotas ou partículas menores.
EMULSÕES

Òleo Água
Tensoativo
EMULSÕES

• Emulsivo ideal:

• Compatível com as outras matérias-primas;


• Não interferir na eficácia e estabilidade do PA;
• Estável antes e depois da preparação;
• Não ter odor ou cor forte;
• Não tóxico.
EMULSÕES

• Preparação de emulsões:

Fase interna Fase externa

Mistura das fases

Arrefecimento
EMULSÕES

Figura 4: Batedeira com parede dupla e batedeira planetária

Fonte: www.erli.com.br
EMULSÕES

Figura 5: Misturador planetário selado

Fonte: www.erli.com.br
DESENVOLVIMENTO - EMULSÃO

Escolha do tipo de emulsão

Escolha da fase oleosa

Escolha do agente emulsionante

Avaliação da consistência

Controle de qualidade

Estudo de estabilidade
EMBALAGEM E ROTULAGEM

• Acondicionamento:

• Tubos de estanho;
• Tubos de alumínio;
• Latinhas de metal;
• Potes plásticos (polietileno, polipropileno);
• Bisnagas plásticas.
Batedeira planetária,
marca AMADIO,
Modelo LAS20, com
tacho encamisado,
cap. 20 lts.
BAT AMADIO-50L

Batedeira planetária, marca


AMADIO , modelo LAS50 , Cap.
50lts
BAT AMADIO 150 LAS
Batedeira TIPO PLANETÁRIA
MARCA AMADIO MODELO 150
LAS
- Tacho em inox com sistema de
aquecimento.
REA INOXIL 500 VC

Reator para cremes


/pomadas , com camisa , 500
Lts , 02 agitadores na parte
superior e turbina na parte
inferior , suporta vacuo ,
levantamento do cabeçote
através de pistões .
Envasadora

Medida volumetrica por pistons e/ou pressão,


Aço inox 316 L, pode possuir camisa com
aquecimento e/ou misturadores mecanicos.
Envasadora

Destaque para o agitador mecanico


Tubeta Envasadora e fechadora de
bisnagas de aluminio, marca Meteor,
modelo Tubetta, com aquecimento
eletrico no funil, painel com inversor,
etc...
Detalhe do envase e vedamento
EMBALAGEM E ROTULAGEM

Figura 6: Envasadora semi-automática e automática

Fonte: www.erli.com.br
EMBALAGEM E ROTULAGEM

Figura 7: Máquina para rotulagem de tubos

Fonte: Ansel et al, 2000.


EMBALAGEM E ROTULAGEM

Figura 5:Máquina envasadora automática

Fonte: www.amard.com.br/ maquinas/atpp-e.jpg


EMBALAGEM E ROTULAGEM

Figura 6: Máquina envasadora automática e acondicionamento secundário

Fonte: www.amard.com.br/ maquinas/atpp-e.jpg


CONTROLE DE QUALIDADE

• Teste de separação de fases

• Teste do tipo de emulsão


• Por coloração;
• Por condutividade;
• Por diluição.

• Peso/volume médio
CONTROLE DE QUALIDADE

• pH
• Aspecto
• Viscosidade

• Densidade
CONTROLE DE QUALIDADE

• Teor
• Microbiológico
FIM

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