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Raul Velloso
Rio de Janeiro, maio 2002
1. Resultados Fiscais
Primeira Fase: 1995 -1998
Taxa SELIC
Taxa SELIC
Ano Deflacionada pelo IPCA
(a.a)
(a.a)
- Receitas temporárias:
a) Venda de concessões telefônicas;
b) PPE (1998, 1999 e 2001);
c) Cobrança de atrasados.
60,00
50,00
40,00
COFINS
PIS/PASEP
30,00
C.S.L.L.
C.P.M.F.
20,00
10,00
0,00
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
70,00
60,00
50,00 I. RENDA
I.R.P. FÍSICA
I.R.P. JURÍDICA
40,00 I.R.R. FONTE
TRABALHO
30,00 CAPITAL
20,00
10,00
0,00
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
Milhões
30,00
25,00
20,00
I. IMPORTAÇÃO
15,00 I.P.I.
I.O.F.
10,00
5,00
0,00
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
R$ milhões
12.000
11.000
10.000
9.000
8.000
7.000
6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
-
FONTE: Ipeadata
3. Explicando a rigidez da Despesa
Explicando a rigidez da despesa
Porque 1999 foi o único ano em que
os gastos foram reduzidos? Como
isso aconteceu?
60
• A participação da despesa
50 49,3 50
48,9
com inativos e pensionistas 45,8
48,5
47
44,1
na despesa de pessoal total 40 40,6
1995 e 2001. 20
2.800,00 0
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Fonte: Velloso, 2002: Quadro 2, p.6-7
Participação de IP em pessoal
Explicando a rigidez da despesa
Despesas não financeiras
Despesas não financeiras por categoria (% PIB)
8
• Os benefícios previdenciários
7
aumentaram de forma
6
significativa entre 1995 e 2001.
5
• Os pagamentos com seguro- 4
desemprego têm oscilado 3
entre 0,5 e 0,6% do PIB.
2
• Os benefícios assistenciais 1
Assistência Social (LOAS) e o 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Pessoal
Fundo da Pobreza – programas Benefícios previdenciários (INSS)
Seguro-desemprego e abono PIS-PASEP
novos – vêm crescendo a taxas Assistência social (sob a LOAS) 8/
Saúde e assistência médica
cada vez mais elevadas. Fundo da Pobreza
Investimentos e outras despesas correntes (OCC)
2000 Cresceu para 6% PIB cresceu 4,4%. Setores Cresceu para 4,6% Deveu-se ao
da economia passaram a Crescimento
pagar contribuição. No vegetativo, sendo
período: 1ª vez, receita valor unitário
> benefícios negativo
Taxas de crescimento real dos benefícios do INSS e da
contribuição sobre a folha (1997-2002) - % PIB
(deflacionadas pelo IPCA)
Ano Taxa de crescimento real das Taxa de crescimento real dos benefícios
receitas
Aposentados e 1 milhão 16 SM
pensionistas da União
dívida. 80
75,2
77,9
71,9
Em 1998, à medida que a crise %
70 70,7
67,6 68,4 69,4
66,9
se acentuava: 71% da receita 60
R
comprometida com PDP, 10% e
50
superávit primário. t
a
20 21,5
15,9
14,6 13,3 13,7
12,2 12,3 11,7
Desde 1999, PDP caiu um 10 9,9 10,8 10,1 11,3
3,5 2,6 3,4
pouco. 0 -2,1
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Em 2001, o superávit primário -10
Ano
se aproxima de 10% da receita,
PDP
graças a mais aperto em OCC Saúde
OCC 10/
Resultado primário (serviço da dívida)
2
para 1,7% em 2000.
1,6
1 1,3 1,1 1,1 0,9 1,2
0,5
IODK oscilado no período.
0 0,1
-0,4
1995
-0,3
1996
-0,4
1997 1998-1 1999 2000
ODC aumentaram
-1
-2
sistematicamente até 1998, mas
declinaram em 1999 e 2000
Pessoal
Inativos
Tanto IODK como ODC caíram
Investimentos e outras despesas de capital (IODK) fortemente em 1999, seguindo o
Outras despesas correntes (ODC) mesmo padrão da esfera federal
Resultado primário 1/
PDP
40
PDP caiu de 68,2% para 61% 30
28,6 30,6 31,5
23
31,7
23,1
31,1
24,1
30,2
19,5 20,8
em 1998. Cresceu em 1999 e 18,3
20 13,5 12,1 12,7
16
10,4 12,9
80
71,5 71 69,5
70 68,1 65,7
60 59,5
50
40
% das receitas 30
20
10 5,6
1,2
0 -3,8
-4,9 -4,5
-10 -11,7
-20
1995 1996 1997 1998 1999 2000
Pessoal
IODK
ODC
Resultado primário (serviço da dívida)
RIGIDEZ DA DESPESA
Conclusões
Entre 1999 e 2001, em função da surpreendente subida da
receita o problema da rigidez das despesas esteve um
pouco encoberto.
Ultimamente, o grau de rigidez tem aumentado ainda mais:
– Peso crescente das TDP:
• A sensação é de que o grande problema fiscal brasileiro é o
previdenciário propriamente dito.
• Na verdade é pouco diferente disso: é a concessão em várias
instâncias de grande número de benefícios praticamente eternos a
pessoas, sem contrapartida suficiente;
• Grande número de benefícios assistenciais de valor unitário, mas
fortemente crescente nos últimos tempos;
• Apesar de quantidade menor, aposentadorias de servidores
públicos em parte desproporcionais às contribuições feitas
Conclusões
Esses problemas tem se agravado – as condições de
credenciamento a todos esses esquemas continuam em grande
medida inalteradas (em alguns casos até mais flexíveis) e também
por causa dos ajustes acima da inflação dos valores unitários;
Os PDP passaram de 41% em 1987 para 80% em 2001 –
praticamente dobrou em 14 anos.
Outras reformas estruturais, que têm peso relevante na evolução
das contas públicas, estão incompletas ou não foram focalizadas
adequadamente. Exemplo: Previdência.
– Mistura das questões previdenciárias com as assistenciais impedem
uma melhor visão sobre o assunto.
Área econômica – desafio: demonstrar sustentabilidade fiscal, ou
seja, ser capaz de manter a dívida sob controle:
– Sem a subida expressiva das receitas, a solução é flexibilizar ao
máximo a despesa, principalmente em relação às TDP
Conclusões
Algumas receitas dadas pelo autor:
1. Aprovar a Lei Complementar que trata do regime previdenciário dos novos
servidores públicos;
2. A separação efetiva do SM relevante para o setor privado do piso dos
benefícios previdenciários e assistenciais;
3. Aprovar EC sobre a contribuição dos inativos e pensionistas,
principalmente aqueles que se beneficiaram ou venham a se beneficiar do
direito à aposentadorias elevadas sem contribuições prévias compatíveis;
4. Submeter novamente ao Congresso itens relevantes da reforma original
da previdência, como a idade mínima para aposentadoria pelo INSS;
5. Mecanismos efetivos de fechamento dos orçamentos atualmente em
aberto da área assistencial, não apenas os reajustes condicionais dos
pisos, mas condicionar a concessão de novos benefícios à efetiva
disponibilidade de recursos;
6. Rever todos os mecanismos assistenciais em vigor a fim de verificar o
alcance dos seus objetivos originais; e
7. Desenvolver esforços para ampliar o contingente de contribuintes para os
esquemas previdenciários ou semi-previdenciários – “incidência
contributiva” – contrapartida em contribuições prévias, presentes ou
futuras
Obrigado a todos pela atenção
dispensada
Boa Noite!