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Conteúdo:

• O Livro de Samuel é um livro de transição - A


transição do último juiz, Samuel, para o
primeiro rei, Saul; a ascensão e o reinado de
Davi.
É o registro da passagem do governo de Israel por juízes ao
governo por reis, e da passagem do governo de Deus, o Rei
invisível — que fez com que fossem diferentes das outras
nações — ao governo de um rei visível que fez com que
fossem como as outras nações.
• 1) O começo da monarquia em Israel;
• 2) A preocupação com a monarquia e com a
lealdade à aliança;
• 3) A arca da aliança representando a presença
de Deus;
• 4) A escolha de Jerusalém como a "Cidade de
Davi";
• 5) A aliança davídica, com suas nuanças
messiânicas;
• 6) O adultério de Davi e suas consequências.
• Os livros de Samuel e Reis formam, juntos, uma
história contínua da monarquia israelita, do
tempo de Samuel até o seu fim, em 587/6 a.C.

Em 587/6 a. C, foi o ano em que


Judá foi levado cativo por
Nabucodonosor (Rei da Babilônia)
• É importante lembrar,
enquanto você os lê,
que na Bíblia hebraica
esses livros pertencem
aos Profetas
Anteriores.
• O livro de Samuel conta a história do começo da
monarquia em Israel até os anos do declínio do
reinado de Davi. A história se concentra em
três personagens fundamentais:
1) Samuel, o último dos juízes e o profeta
que unge os dois primeiros reis; 2) Saul,
o primeiro rei de Israel; 3) Davi, o rei
mais importante de Israel.
O livro em si se divide em
quatro partes básicas, ligadas a
esses três homens.
•Em primeiro lugar, trata-se
exclusivamente de Samuel - (1Sm 1-7)
• O nascimento/chamado e o começo da carreira (1Sm 1.1-4.1a),
• A perda e retorno da arca da aliança (1Sm 4.1b-7.1),
• Uma grande vitória sobre os filisteus (1Sm 7.2-14).
•Em segundo lugar, trata-se tanto de
Samuel como Saul - (1Sm 8-15)
• As afirmações e as advertências de Javé quanto à monarquia
(1Sm 8-12; Dt 17.14-20)
• O começo do reinado de Saul e a rejeição, por parte de Javé,
dele como rei (1Sm 13-15).
•Em terceiro lugar, trate-se tanto de Saul
como de Davi - (1Sm 16-31)
• A história essencial é contada no começo e no fim: a unção de Davi
para substituir Saul como rei (16.1-13) e a morte de Saul e do seu
herdeiro legítimo, Jônatas (cap. 31).
• A história, portanto, se concentra na ascensão de Davi e no declínio
de Saul, bem como na constante perseguição de Saul a Davi para
matar o rival arrogante que pretende usurpar sua dinastia.
•Em quarto lugar, se concentra em Davi -
(2Samuel)
• Embora a preocupação com Saul continue (caps. 1-4;
9; 21) -,enquanto Natã (caps. 7; 12) e Gade (cap. 24)
agora vestem o manto profético de Samuel.
Esboço de 2Samuel com
mais detalhes
• Os capítulos 1-9 narram a história básica do
reinado de Davi, a parte mais importante desta
sendo a aliança no capítulo 7.15-16, que
estabelece a dinastia de Davi "para sempre".
(15) Mas a minha misericórdia se não apartará dele, como a retirei de
Saul, a quem tirei de diante de ti. (16) Porém a tua casa e o teu reino
serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido
para sempre. 2Sm 7:15-16
• Os capítulos 10-20 narram o pecado de Davi
com Bate-Seba, que acaba expondo as
debilidades internas na família de Davi e a
natureza frágil do reino unido.
• Os capítulos 21-24 formam uma espécie de
apêndice que reflete sobre a história de Davi.
1. A HISTÓRIA DE
SAMUEL (1Sm 1-7)
• O narrador pretende apresentar Samuel como
alguém admirável, que serve como o último juiz
de Israel e aquele que sucede Moisés como seu
próximo grande profeta.
Ele também ungirá os dois
primeiros reis de Israel.
1.1. O nascimento e o
chamado de Samuel
1Sm 1.1-4.1a
• Observe o papel decisivo que Ana desempenha
nessa história: uma mulher estéril orando por
um filho (1Sm 1.1-20), dedicando-o a Deus (1Sm
1.21-28) e regozijando-se no Senhor (1Sm 2.1-11).
• Observe, também, como sua oração prefigura
pelo menos dois temas da história - (1) Deus
abençoa o fraco, em vez do forte, e (2) Deus
dará força ao seu rei.
• Faz-se um contraste, então, entre as origens de
Samuel e a iniquidade dos filhos de Eli (1Sm
2.12-36), a que se seguem o chamado de Samuel
(1Sm 3.1-18) e um sumário do seu ministério,
que conclui essa parte (1Sm 3.19-4.1a).
• Observe como a aceitação de Eli do fato de Javé
rejeitá-lo como sacerdote (1Sm 3.18) realça a
recusa posterior de Saul do fato de Javé rejeitá-
lo como rei.
1.2. A perda e a volta
da arca
1Sm 4.1 b-7.17
• Observe como essa seção é dominada pela
perda e retorno da glória de Deus, associada
com a arca, onde Deus "está entre os
querubins" (1Sm 4.4).
• A arca não é um talismã para Israel usar como
bem quiser (1Sm 4.1b-22), mas nem tampouco
devem os filisteus pensar que conquistaram o
Deus de Israel (1Sm 5), de modo que a arca é
devolvida, ficando a meio caminho do lugar em
que ficará no final (1Sm 6.1-7.1).
• Uns vinte anos depois, Samuel conclama a
nação ao arrependimento, o que resulta na
ajuda de Deus na derrota que Israel impõe aos
filisteus (1Sm 7.2-13, ecos de Juízes).
• Observe como a seção que conclui essa parte
resume o ministério de Samuel, embora haja
mais coisas a dizer sobre ele (o papel de 1Sm
15.34,35 na narrativa de Saul).
2. A HISTÓRIA DE
SAMUEL E SAUL
(1SM 8-15)
• Preste atenção, aqui, na tensão entre a
monarquia em Israel e a lealdade à aliança;
Samuel adverte sobre isso três vezes, e o
primeiro rei vem então representar a
deslealdade à aliança.
2.1. Saul é ungido rei
1Sm 8.1-12.25
• É uma boa ideia ler essa passagem à luz de
Deuteronômio 16.18- 17.20. Observe como ela inicia
(1Sm 8.1-3) com ecos de Deuteronômio 16.18-20
Juízes que distorcem a justiça e demonstram
parcialidade). O restante da seção começa e conclui
com duas advertências sobre os potenciais males da
monarquia, incluindo afirmações sobre o povo
rejeitar o reinado de Javé (1Sm 8.4-22 e 11.14-12.25).
• Essas advertências enquadram as narrativas sobre
como Saul se tornou rei - primeiro sua unção por
Samuel (1Sm 9.1-10.8), que enfatiza o começo
humilde de Saul, e depois sua apresentação ao povo e
a confirmação do seu reinado por este (1Sm 10.9-
11.13), enfatizando a continuidade de Saul com a
tradição profética, sua natureza tímida e seu sucesso
militar (a guerra santa).
2.2. O fracasso do
reinado de Saul
1Sm 13.1-15.35
•Aqui, todo o reinado de Saul (1Sm 13.1) é
reduzido a três incidentes que ocorreram
quando ele já reinava havia um tempo
considerável.
• As duas narrativas que enquadram a narrativa
central demonstram a sua infidelidade à
aliança- oferecendo seu próprio sacrifício (1Sm
13.2-15) e violando as regras da aliança quanto à
guerra santa (1Sm 15.1-35)
O pecado de Acã em
Josué 7
• A narrativa central (1Sm 13.16-14.48) demonstra sua
fraqueza de caráter e seu fracasso pessoal no
engajamento na guerra santa. Cada um desses fatos é
sintomático da sua desobediência geral, e evidencia
sua falta de fé verdadeira em Javé. Este, portanto,
rejeita Saul como o rei de Israel (o que é encapsulado
em 1Sm 15.22,23).
• Observe como, apesar de Saul continuar
vivendo até o capítulo 31, o seu reinado
efetivamente termina em 1Sm 15.35, quando ele
é rejeitado (ainda que lamentado) por Samuel e
por Javé.
3. A HISTÓRIA DE
SAUL E DAVI
(1Sm 16-31)
•Ao ler essa parte da história, repare em
como a ascensão de Davi ao poder, embora
ele seja um fugitivo, é entremeada com o
declínio de Saul.
•É preciso ter em mente que o autor não está
tão interessado, no começo, com a
cronologia dos eventos quanto com seu
significado para a história como um todo.
3.1. A ascensão de Davi
1Sm 16.1-17.58
• Observe como a história inicial da unção de
Davi como rei futuro (1Sm 16.1-13) conclui numa
nota dupla: o Espírito de Javé vem sobre Davi
(1Sm 16.13), mas se afasta de Saul (1Sm 16.14).
• As primeiras duas cenas (1Sm 16.14-23; 17.1-58)
preparam o programa: o relacionamento
positivo inicial de Davi com Saul; o primeiro
feito de Davi - um menino pastor que confia em
Javé ("a batalha é do SENHOR [de Javé]", 1Sm
17.47) mata o herói filisteu Golias (portanto,
sucesso na guerra santa).
3.2. Declínio e
morte de Saul
1Sm 18.1-31.13
• Essa seção começa com uma história que ilustra
o seu tema central: a inveja que Sau1 tem de
Davi e suas tentativas de matá-lo (1Sm 18).
• Observe como o restante da seção é dominado
pela perseguição de Sau1 a Davi, enquanto este,
por sua vez, tem duas oportunidades de matar
Saul, mas não ousa levantar a mão contra "o
ungido do SENHOR" (1Sm 24 e 26, que
enquadram a passagem em que Abigail salva
Davi da sua própria ira).
• Entremeados nesse tema há (1) outros relatos
do declínio moral de Saul, que no fim consulta
uma médium (cap. 28), encerrando sua jornada
em vergonha (cap. 31); (2) relatos da existência
de Davi como o líder de um bando de revoltosos
em fuga;
• (3) evidências da obediência de Davi a Javé, e uma
consideração sobre o seu caráter (p. ex., sua atitude
generosa para com Saul e Jônatas)- observe,
especialmente, como a fala de Abigail em 25.26-31
não apenas salva Davi de um ato vingativo e errôneo
mas, com efeito, permite que o narrador exprima o
tema pretendido nesses capítulos; e
• (4) as frequentes estadas temporárias de Davi
em território inimigo, onde Deus o protegeu de
agressões e da infidelidade à aliança em
condições que poderiam ter produzido ambos
esses resultados.
4. A HISTÓRIA DE DAVI
(2Samuel)
• Você perceberá que a primeira parte da história
é dominada pelo tema da lealdade de Davi à
aliança, que culmina na aliança davídica; no
entanto, um momento particular de
infidelidade à aliança prepara grande parte das
coisas que dão errado no restante da história (1
e 2Reis).
4.1. A história de Davi
como rei de Judá
2Sm 1.1-4.12
• Essa seção mostra as consequências da morte
de Saul; observe como ela enfatiza a não
participação de Davi na guerra civil que veio a
seguir. Ele pranteia, portanto, Saul e Jônatas
(cap. 1).
• Após o relato em que Davi foi ungido rei de
Judá (cap. 2), ele é notavelmente isentado de
todas as tragédias que vêm em seguida (caps. 3-
4). Fique atento para a rixa entre norte e sul,
que é novamente retomada nos capítulos 19-20
e se torna final em 1 e 2Reis.
4.2. A história de Davi como
rei sobre todo o Israel
2Sm 5. 1-9.13
• Seguindo-se à unção de Davi como o rei de todo
o Israel (2Sm 5.1-5), há uma sequência de
quatro narrativas (2Sm 5.6-7.29) que são
especialmente cruciais:
•(1) a conquista de Jerusalém por Davi,
•(2) a subjugação dos filisteus,
•(3) a mudança da arca a Jerusalém e, acima
de tudo,
• (4) a aliança de Deus com Davi de que “sua
dinastia e seu reino permanecerão para sempre
diante de mim” (NVI) (2Sm 7.1-16), ao que Davi
responde com adoração e gratidão efusivas
(2Sm 7.18-29).
4.3. O Pecado de Davi e
suas consequências
2Sm 10.1-20.26
• Observe agora como o pecado de Davi contra
Bate-Seba e Urias é contado em detalhes. Ele é
narrado no capítulo 10, recontado no 11 e
condenado no 12.
• E observe a ironia no capítulo 11 - o fiel
estrangeiro Urias honra um rei israelita infiel; o
estrangeiro se mantém sexualmente puro
durante a guerra, enquanto o rei tem um caso
com a mulher dele; o rei, que não guerreou
pessoalmente, envia o soldado fiel à própria
morte na batalha.
• O rei é retratado ao longo de toda a narrativa como
alguém que deve prestar contas a Deus pelos seus
atos (observe o quanto o capítulo 12 é crucial para a
visão de Israel sobre a condição de rei), mas, em
contraste com Saul, Davi se arrepende - e se enche
de remorso, então, pela criança que está morrendo,
resultado do seu pecado.
4.4. Reflexões finais sobre
Davi e seu reino
2Sm 21.1-24.25
• Repare como o narrador também resume a
história de Davi, como fez com Samuel e Saul,
antes de ela realmente concluir (1Sm 7.15-17;
15.34,35).
• Mas nesse caso trata-se da organização
deliberada (num padrão concêntrico, não
cronológico) de duas narrativas, dois relatos
dos poderosos guerreiros de Davi e dois
poemas.
• Estes últimos (2Sm 22.1-51 [uma versão de Sl 18]
e 2Sm 23.1-7) relembram, primeiro, os
poderosos atos de Deus em favor de Davi e por
meio dele e, depois, a promessa de Deus
associada à aliança de um trono perpétuo.
• Observe especialmente como ambos os
poemas, do começo ao fim, atribuem a glória a
Deus. Se Davi é "a lâmpada de Israel" (2Sm
21.17), é Deus quem, na verdade, é a lâmpada de
Davi (2Sm 22.29).

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