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Universidade Nilton Lins

Curso de Graduação em Farmácia

Imunologia:
Características Gerais da Resposta Imune

Disciplina: Imunologia Clínica e Testes Sorológicos – Unidade 1


(Parte 3)
Prof.: MSc. Fabio Vidal
Introdução
 Resposta imune - a um agente estranho ou patógeno -
complexa sequência de eventos.

 Respostas se dá em 2 níveis básicos:


-- o nível mais precoce, imunidade inata;
-- as respostas mais tardias e especializadas, imunidade
adaptativa
Imunidade Inata
 imunidade natural - desde o nascimento em todos os
organismos multicelulares.
 a primeira linha de defesa do organismo = microorganismos
invasores, antes mesmo que haja ativação da resposta
adaptativa
 auxilia na ativação da resposta imune adaptativa e oferece
mecanismos efetores durante essa reposta para a eliminação
de patógenos.
Componentes da Imunidade Inata
barreiras físicas (pele e mucosas dos tratos gastrintestinal,
respiratório, genitourinário e conjuntivais)  impedir a entrada de
microorganismos;

células imunocompetentes circulantes (neutrófilos, eosinófilos,


macrófagos e células natural killer – NK) Fig. 1, fagocitose de
patógenos, lise de células infectadas e produção de citocinas e
quimiocinas
-- citocinas, são moléculas proteicas: ação parácrina e autócrina,
pequena atividade endócrina
-- quimiocinas, citocinas de baixo peso molecular: controle da
migração (quimiotaxia) e da distribuição das células do sistema imune
Componentes da Imunidade Inata
proteínas circulantes com
funções efetoras
-- microbicidas (defensinas)
-- proteínas que opsonizam
patógenos: lecitina ligante de
manose, a proteína C-reativa,
os fatores de coagulação e as
proteínas do sistema do
complemento

Fig. 1- Principais células imunocompetentes circulantes da imunidade inata.


Proteínas efetoras circulantes – complemento
grupo de proteínas plasmáticas  ativadas por agentes
infecciosos = destruição do patógeno = estimulam o processo
inflamatório
ativado por três vias, (Fig. 2) = que culminam na clivagem da
proteína C3 cascatas enzimáticas  mecanismos efetores contra
o patógeno:--
- opsonização
-- fagocitose,
--- produção de anafilotoxinas
---- indução de lise celular
formação do MAC (complexo de ataque a membrana)
moléculas de C3, clivadas fisiologicamente por hidrólise em moléculas C3b, aderem-se
ao patógeno e são estabilizadas, dando continuidade à cascata do complemento.

opsonização do patógeno por


anticorpos; essa ligação desencadeia lectinas ligantes de manose opsonizam o
uma cascata enzimática que culmina na patógeno, desencadeando cascata para a
clivagem da molécula C3. clivagem de C3.

C3 é clivado enzimaticamente em dois fragmentos:


C3a (anafilatoxina)
C3b (adere-se ao patógeno e dá continuidade à ativação
do complemento, além de funcionar como opsonina).

Formação do MAC – C3b aderido ao


patógeno liga-se posteriormente às
moléculas C5+C6+C7+C8+C9, dando A ativação subsequente de C6, C7, C8 e
origem a vários complexos enzimáticos, C9 promove a formação de poros que
clivando C5, formando uma outra induzem a lise osmótica do patógeno.
anafilatoxina C5a.

Fig.2 - Vias de ativação do complemento.


Etapas da Resposta Imune Inata
3 fases: reconhecimento, ativação e fase efetora.
Reconhecimento de estruturas características dos microorganismos
patogênicos,

-- estruturas de reconhecimento associadas à sobrevivência do


patógeno = moléculas de RNA de fita dupla, lipopolissacarídeos,
nucleotídeos CpG não-metilados e as glicoproteínas.

-- receptores celulares no reconhecimento e ativação celular


durante a resposta imune inata: receptores toll-like (TLR), os
receptores de manose e receptores para opsoninas.
Etapas da Resposta Imune Inata
Ativação  estimulação celular = respostas efetoras adequadas
-- células ativadas  fagocitose
1. aumentam a produção de radicais de oxigênio
2. secretam citocinas = que estimulam o processo inflamatório e a
resposta imune adaptativa
3. desgranulam enzimas capazes de degradar produtos patogênicos
4. aumentam a expressão de moléculas co-estimulatórias e as do
complexo principal de histocompatibilidade (major
histocompatibilty complex – MHC) na membrana celular.
Ápice da cascata: estimulação de linfócitos T, principais
responsáveis pela resposta imune adaptativa (Fig. 3).
TLR – toll-like receptors, por ex., reconhecem
estruturas comuns a patógenos como moléculas ativação celular, potencializando a
de RNA de fita dupla, lipopolissacarídeos, fagocitose, aumentando a produção de
nucleotídeos CpG não-metilados e glicoproteínas. radicais de oxigênio e a secreção de
citocinas, causando o processo
inflamatório.

ativação da transcrição de proteínas que


facilitam o processamento (proteassomo e
transportadoras de peptídeos) e apresentação
de peptídeos antigênicos (moléculas do
MHC), e, também a expressão de moléculas
co-estimulatórias que contribuem para a
ativação dos linfócitos T.

Fig. 3 - Os receptores da imunidade inata


Imunidade Adaptativa
Especificidade

 anticorpo produzido  estímulo  tem ação relativamente


restrita
-- capaz de interagir com grande afinidade com o antígeno
que induziu sua formação
-- mas apenas marginalmente com outras moléculas, mesmo
que semelhantes
-- ao mesmo tempo, a resposta do sistema imune apresenta
outra característica fundamental, a memória.
Imunidade Adaptativa
segundo encontro com o mesmo antígeno = resposta de
características nitidamente diversas das do primeiro encontro
sucesso da Imunologia, a vacinação  a especificidade e a
memória do sistema imune  proteção eficiente do indivíduo
(moléstia infecciosa)

• imunidades inata e adaptativa  fases de reconhecimento,


ativação, efetora e homeostasia
• adaptativa  desenvolvimento da memória imunológica (Fig. 4)
Imunidade Adaptativa

Fig. 4 – Fases de ativação da resposta imune adaptativa.


Imunidade Adaptativa
Principais Células da Resposta Imune Adaptativa
Linfócitos B (LB)
- medula óssea dos seres humanos (e na bursa de Fabricius em aves, de
onde seu nome origina);
- se distribuem nos órgãos linfóides secundários (baço, linfonodos e
tecidos linfóides associados às mucosas) formando folículos linfóides.
Linfócitos T (LT),
- medula óssea,
- timo e ocupam áreas distintas daquelas ocupadas pelos LB, nos órgãos
linfóides secundários (região paracortical dos linfonodos, bainha
periarteriolar no baço).
Imunidade Adaptativa
Principais Células da Resposta Imune Adaptativa
linfócitos T e B apresentam inúmeras diferenças nas moléculas
expressas em suas membranas.
reconhecidas por anticorpos monoclonais  clusters of differentiation
(grupos de diferenciação)  sigla CD seguida de um número.
EX.: células que apresentam CD3 em sua membrana podem ser identifi-
cadas como linfócitos T, ao passo que aquelas que apresentam CD19 são
linfócitos B.
uma célula apresenta diversos marcadores CD em sua membrana, e
ainda, cada CD pode ser expresso por mais de um tipo celular.
 identificação do tipo celular e estado funcional das células.
Imunidade Adaptativa
Principais Células da Resposta Imune Adaptativa
-- os linfócitos B e T apresentam funções muito distintas
LB  receptores de membrana antígeno-específicos (B cell receptors
– BCR)  ativados  diferenciação em plasmócitos = secretar
imunoglobulinas ou anticorpos.

LT  receptores antígeno-específicos (T cell receptors – TCR) 


estimulação de outras células  citocinas ou contato intercelular
(função auxiliadora) ou induzindo lesão celular pela formação da
sinapse imunológica (função citotóxica).
Imunidade Adaptativa
Fases da Resposta Imune Adaptativa
-- Reconhecimento
LB e LT  diferenças no processo de reconhecimento de antígenos
- LB: ligação direta com os BCRs (imunoglobulinas) (Fig. 5)
- LT: processamento desses antígenos (Fig. 6)  célula do organismo
e a subsequente associação dos produtos antigênicos processados
acoplados às moléculas do MHC (Fig. 7).
• Logo: reconhecimento antigênico pelos LT  MHC:
- o receptor antígeno-específico do LT reconhece o complexo formado
por uma molécula codificada pelo MHC.
Imunidade Adaptativa
Fases da Resposta Imune Adaptativa - Reconhecimento
4 cadeias polipeptídicas: duas leves (L) e duas pesadas
(H), estabilizadas por pontes de dissulfeto intra e
intercadeias (cinza). As cadeias leves e as pesadas são
dobradas em domínios de globulinas (esferas), possuindo
domínios variáveis (V) e constantes (C). A união dos
domínios variáveis das cadeias leves e pesadas dá origem
ao sítio de ligação do antígeno (Fab – antigen binding
fragment). Os domínios constantes (Fc – fragment
crystallizable ) terminais das cadeias pesadas CH2 e CH3
(IgG, IgA e IgD) e CH2, CH3 e CH4 (IgM e IgE)
caracterizam os isotipos de imunoglobulinas e as funções
biológicas.
Ac produzidos como proteínas de membrana,  receptores de LB
proteínas secretadas estruturalmente idênticas às de membrana,
diferindo na ausência do segmento transmembrana e por uma porção
C-terminal intracitoplasmática.
Fig. 1.5 – Ig
Imunidade Adaptativa
Fases da Resposta Imune Adaptativa - Reconhecimento Fig. 1.6 – Processamento de antígenos.

(A) antígenos de classe II: o


microorganismo ou as proteínas antigênicas
são endocitados e degradados por enzimas
lisossômicas. As vesículas endocíticas
contendo fragmentos peptídicos, então,
fundem-se com as vesículas contendo
moléculas de MHC de classe II, oriundas do
retículo endoplasmático. Os peptídeos ligam-
se às moléculas de MHC II e o conjunto
migra até a membrana celular onde os
peptídeos são apresentados aos LT CD4.

(B) antígenos de classe I: proteínas de origem intracelular (p. ex., antígenos virais) são degradadas em complexos
enzimáticos denominados proteassomos. Os produtos degradados (peptídeos) são, então, transportados para o interior do
retículo endoplasmático, via proteínas transportadoras TAP1 e TAP2, e acoplados às moléculas de MHC de classe I. Estas
migram em vesículas até a membrana citoplasmática, onde apresentam os pepetídeos aos LT CD8.
Imunidade Adaptativa
Fases da Resposta Imune Adaptativa – Reconhecimento
Fig. 7 – (MHC – major histocompatibilty complex)

MHC de classe I – são proteínas de membrana encontradas


em todas as células nucleadas e plaquetas.
Possuem uma cadeia polipeptídica contendo três domínios (α1,
α2 e α3), codificados por genes do MHC. Os domínios α1 e α2
formam a fenda de ligação do antígeno. O domínio α3 está
associado à β2-microglobulina (codificada por gene fora do
MHC) e possui o sítio de ligação para a molécula CD8, durante
a ativação do linfócito T CD8.

MHC de classe II – são proteínas expressas em LB, macrófagos, monócitos, células dendríticas e em alguns LT. São
constituídas por duas cadeias polipeptídicas ligadas não-covalentemente, ambas sintetizadas por genes do MHC. Os domínios
α1 e β1 formam a fenda de ligação do antígeno, e o domínio β2 é o sítio de ligação para a molécula CD4 durante a ativação do
LT. No ser humano o MHC recebe o nome de HLA (human leukocyte antigen). As moléculas de classe I clássicas (HLA-A,
HLA-B e HLA-C) e as de classe II (HLA-DR, HLA-DP, HLA-DQ) são as principais moléculas apresentadoras de antígenos.
Imunidade Adaptativa
Fases da Resposta Imune Adaptativa
-- Reconhecimento
• apresentação de antígenos durante a ativação de LT:
- células apresentadoras profissionais (APCs): células dendríticas, os LB e os
macrófagos
• LBs: ligação direta desses aos BCRs
- o complexo BCR/antígeno é internalizado e processado
- apresentação desses peptídeos antigênicos via MHC de classe II aos LT.
- durante a apresentação: estimulação recíproca do LT e do LB apresentador 
ativação de ambos para suas respectivas funções efetoras, ou seja:
- LT  citocinas  resposta imune
- LB  anticorpos de diferentes classes e afinidade pelo antígeno (maturação de
afinidade de anticorpos)
Imunidade Adaptativa
Fases da Resposta Imune Adaptativa
-- Reconhecimento
• células dendríticas (APCs)  induzir a reposta primária de LT, pois:
- situam-se em locais comuns (pele, p.ex.;) - células de Langerhans,
epitélio do TGI e TR;
- receptores capazes  capturar antígenos;
- migram para regiões dos linfonodos povoadas por LT;
- moléculas co-estimulatórias necessárias para a ativação mesmos.
- no epitélio, em estado imaturo  captura proteínas antigênicas para os
linfonodos drenantes, = apresentação desses peptídeos via MHC aos
linfócitos.
Imunidade Adaptativa
Fases da Resposta Imune Adaptativa
-- Reconhecimento
• células dendríticas (APCs)  induzir a reposta primária de LT
- 4 tipos:
-- células dendríticas linfóides e mielóides (precursores
hematopoéticos)
-- células dendríticas plasmocitóides (grandes produtoras de IFN-α)
-- células dendríticas foliculares
(não-derivadas de precursores hematopoéticos e que apresentam
antígenos complexados a anticorpos ou produtos do complemento
em sua superfície, que são reconhecidos por LB) .
Imunidade Adaptativa
Fases da Resposta Imune Adaptativa
-- Reconhecimento
• 2/3 dos LT  circulação e nos órgãos linfóides secundários
-- apresentam em sua membrana = marcador CD4,
• o terço restante = marcador CD8.
• LT CD8+ = reconhecem (fragmentos antigênicos + moléculas do
MHC de classe I) expressas em todas as células nucleadas do
organismo e em plaquetas (HLA-A, HLA-B, HLAC).
• Esse reconhecimento  permite a citotoxicidade celular  antígenos
estranhos + às moléculas de classe I de uma célula.
Imunidade Adaptativa
Fases da Resposta Imune Adaptativa
-- Reconhecimento
• moléculas de classe I = apresentam antígenos endógenos da célula
 no citoplasma  “vitrine” do metabolismo celular para o SI.

• LT CD4+ = moléculas do MHC de classe II (HLA-DR, HLA-DP,


HLA-DQ)  antígenos exógenos (endocitose e digestão
intracelular de antígenos)  distribuição restrita, por tipos
celulares: células dendríticas, macrófagos ativados e linfócitos B.
Imunidade Adaptativa
Fases da Resposta Imune Adaptativa
-- Reconhecimento
-- Fase de Ativação
-- Fase Efetora:
• Resposta efetora celular
• Resposta TH17
• Imunidade humoral
 Mecanismos de Homeostasia e Regulação da Resposta Imune

Continua na próxima aula!!!


Imunidade Adaptativa
Fases da Resposta Imune Adaptativa
-- Fase de Ativação – dois sinais distintos:
1. Estimulação pelo antígeno
2. Produtos microbianos ou componentes da resposta imune
(citocinas ou moléculas co-estimulatórias – Fig. 1.8)
• sinalização dupla evita reações desnecessárias: respostas contra
antígenos próprios.
• Após ativação de um clone de LT ou LB responsivo ao antígeno 
célula específica prolifera (proliferação clonal)
Imunidade Adaptativa
Fases da Resposta LB e LT necessitam de 2 sinais para
sofrer ativação e proliferação clonal.
Imune Adaptativa
1º sinal: dado pelo próprio antígeno,
- LB se liga diretamente à imunoglobulina de membrana;
- LT, o antígeno é apresentado por outra célula
(p. ex., célula dendrítica) via moléculas de MHC ao TCR.

2º sinal:
- interações de moléculas co-estimulatórias
(p. ex., interação CD28 e B7.1/B7.2 ou CD40 – CD40L)
- estímulo por citocinas
(das células apresentadoras de antígeno/células NK ou
por produtos gerados pelo microorganismo infectante)

Fig. 8 – Ativação de linfócitos


Imunidade Adaptativa
Fases da Resposta Imune Adaptativa

• há diferentes graus de ativação = provocando diferentes respostas


 incluem ou não cada um dos componentes “clássicos” da
ativação do linfócito T.

• grande heterogeneidade da própria resposta imune frente a


estímulos aparentemente iguais

• a participação desses diversos elementos  diferentes respostas


imunes  variados estímulos.
Imunidade Adaptativa
Fases da Resposta Imune Adaptativa
-- Fase Efetora  Após expansão clonal:
• os linfócitos ativados  diferenciação  exercer funções efetoras
celulares e/ou humorais.
• RESPOSTA EFETORA CELULAR
 diferenciação de LT CD4+:
-- estimulação de demais células da imunidade adaptativa e inata
-- padrão de resposta gerado
(caráter efetor: celular (resposta do tipo 1 – Th1) ou humoral
(resposta do tipo 2 – Th2).
Imunidade Adaptativa
-- Fase Efetora  RESPOSTA EFETORA CELULAR

LT CD4+  diferenciam-se em 2 subgrupos celulares:

• LT CD4+ auxiliares do tipo 1


• LT CD4+ auxiliares do tipo 2

 diferença marcante: produção de distintos grupos de citocinas


Imunidade Adaptativa
-- Fase Efetora  RESPOSTA EFETORA CELULAR

LT CD4+1 = citocinas associadas à resposta Th1 (IFN-γ)


LT CD4+2 = citocinas polarizadas ao padrão Th2 (IL-4, IL-5 e IL-10)

 grupos de citocinas estão relacionadas às respostas efetoras e a


polarização da resposta para um padrão Th1 ou Th2 ou inibição do
padrão não estimulado.

 Se houver diferenciação para uma resposta Th1, as citocinas secretadas


durante essa resposta inibirão respostas Th2, fazendo com que haja
predominância da primeira.
Imunidade Adaptativa
-- Fase Efetora  RESPOSTA EFETORA CELULAR

• Diferenciação LT CD4+ para o padrão Th1:

-- microorganismos intracelulares (vírus, certas bactérias e parasitas)


-- em geral, produção de IL-12 na resposta imune inata  estimula
a produção de IFN-γ por células NK.

-- a citocina induz: maior produção de IL-12 (por macrófagos) 


favorece a diferenciação do LT CD4+ não-primado em LT CD4+
ativado  polarizado para o padrão Th1.
Imunidade Adaptativa
-- Fase Efetora  RESPOSTA EFETORA CELULAR
• função efetora de LT CD4+ Th1  associada à:
- potencialização da fagocitose
- produção de anticorpos opsonizantes
- ativação do complemento.
• IFN-γ produzido pelas células Th1 estimula:
- macrófagos  produzir ERO e enzimas lisossômicas  destruição de
patógenos intracelulares.
- essas células  expressam maior quantidade de moléculas de MHC e co-
estimulatórias,  favorecendo a apresentação de antígenos a LT e a
ativação dos mesmos (Fig. 9).
Imunidade Adaptativa -- Fase Efetora  RESPOSTA EFETORA CELULAR
LT CD4+ Th1

Nesse processo ocorre:


- potencialização da fagocitose
- aumento da produção de radicais de
oxigênio e de enzimas lisossômicas pelos
macrófagos
- aumento da expressão de moléculas MHC e
co-estimulatórias
Essa citocina aumenta a produção de IL-12,
- e ainda a produção de anticorpos
principalmente por macrófagos, favorecendo a
opsonizantes, estes, particularmente as IgGs,
diferenciação dos LT CD4+ não-primados em
ativam o complemento.
LT CD4+ ativados e polarizados para o padrão
Th1.

Fig. 1.9 – Patógenos intracelulares estimulam a produção de IL-12 durante


a resposta imune inata, induzindo a produção de IFN-γ por células NK.
Imunidade Adaptativa
-- Fase Efetora  RESPOSTA EFETORA CELULAR

• Diferenciação de LT CD4+ para o padrão Th2:

-- helmintos e alérgenos  estimulação crônica de LT  sem uma


resposta inata representativa ou ativação de macrófagos.

- estimulação crônica de LT pelo antígeno = hipóteses para a diferenciação


Th2  IL-4 para a diferenciação Th2.
Imunidade Adaptativa
-- Fase Efetora  RESPOSTA EFETORA CELULAR

- LT CD4+  principais produtores de IL-4


(linfócitos não-primados secretem pequenas quantidades dessa citocina em
sua ativação inicial)

- persistência do antígeno - na ausência de um processo inflamatório


intenso - com grande produção de IL-12,  aumenta concentração de
IL-4 no microambiente  polarização para a resposta Th2.

- outros fatores  favorecem as respostas Th2 (p. ex.: perfil genético do


hospedeiro)
Imunidade Adaptativa
-- Fase Efetora  RESPOSTA EFETORA CELULAR

• funções efetoras celulares relacionadas com a resposta Th2


caracterizam-se:

- ativação de mastócitos e eosinófilos,  mediada por IgE

- estimulam a liberação grânulos ricos em produtos inflamatórios:


citocinas, aminas e substâncias vasoativas (Fig. 10).
Imunidade Adaptativa -- Fase Efetora  RESPOSTA EFETORA CELULAR
LT CD4+ Th2
No padrão Th2 há principalmente:

- a produção de IL-4, IL-5 e IL-10  estimulam a ativação


de mastócitos e eosinófilos mediada principalmente por
IgE

- e suprimem a ativação de macrófagos e das respostas Th1.

Fig. 10 – Antígenos que causam estimulação crônica de LT,


sem uma resposta inata representativa ou ativação de
macrófagos, normalmente induzem à diferenciação de LT
CD4+ para o padrão Th2.
Imunidade Adaptativa
-- Fase Efetora  RESPOSTA EFETORA CELULAR

outro grupo de LT  LT CD8+

-- ativadas através de reconhecimento do antígeno associado à


molécula de MHC de classe I + moléculas co-estimulatórias ou
citocinas

-- capaz de matar qualquer outra célula que apresente o mesmo


antígeno em sua superfície celular.
Imunidade Adaptativa
-- Fase Efetora  RESPOSTA EFETORA CELULAR
outro grupo de LT  LT CD8+

-- citotoxicidade mediada pelos LT CD8+  por exocitose de


grânulos ricos em granzimas e perforinas  formação de poros
na membrana da célula-alvo e a ativação de caspases = apoptose
dessa célula. E ainda, através de:

-- apoptose da célula-alvo  ligação da molécula Fas (expressa na


célula-alvo) com o seu ligante FasL (expresso no LT CD8+) 
ativação de caspases (Fig. 11).
Imunidade Adaptativa
-- Fase Efetora  RESPOSTA EFETORA CELULAR

Após a ativação essas células são capazes de matar qualquer outra


célula que apresente o mesmo antígeno em sua superfície celular.

Fig. 11 – Os LT CD8+ são ativados através do antígeno associado à


molécula de MHC de classe I, na presença de moléculas co-
estimulatórias ou citocinas.
Imunidade Adaptativa
-- Fase Efetora  RESPOSTA Th17
Evidências de terceiro padrão de resposta: observadas em modelo experimental
de encefalomielite auto-imune (EAE)

 induzida em animais nocautes para citocinas do padrão Th1


 classicamente associado à patogênese dessa doença
 esperava-se que esses animais fossem menos suscetíveis ao
desenvolvimento da EAE
tal hipótese não foi comprovada, sugerindo tipo de resposta
diferente dos padrões Th1 e Th2  Th17 (subgrupo de LT produzia
IL-17
Imunidade Adaptativa
-- Fase Efetora  RESPOSTA Th17

resposta Th17 = pró-inflamatória, expressam citocinas: IL-6 e TNF,


quimiocinas e metaloproteases (processos auto-imunes graves)

--- diferenciação para o padrão Th17  IL-6 e TGF-β

 diferenciação de LT CD4  em células produtoras de IL-17  expressão de


receptores para IL-23 (proliferação e pela manutenção desse padrão - Fig. 12).
Imunidade Adaptativa
-- Fase Efetora

Os linfócitos T CD4 podem se diferenciar para três padrões


de resposta efetora (Th1, Th2 ou Th17). Essa diferenciação
é dependente do estímulo antigênico e do microambiente
(p. ex., estímulo de citocinas).

Fig. 12 – Diferenciação de linfócitos T CD4.


Imunidade Adaptativa
-- Fase Efetora  IMUNIDADE HUMORAL
 mediada por anticorpos secretados por plasmócitos nos órgãos
linfóides e na medula óssea
liberadas na circulação e exercem suas funções efetoras em
sítios distantes dos seus locais de origem.

• neutralização de toxinas e microorganismos  ligação dos


anticorpos a sítios do patógeno com as células do hospedeiro =
neutralizando a infectividade do microorganismo;
• opsonização do patógeno  fagocitose ao se ligar a receptores
para a porção constante das imunoglobulinas;
Imunidade Adaptativa

-- Fase Efetora  IMUNIDADE HUMORAL

• citotoxicidade celular dependente de anticorpos  ligação de


células NK e outros leucócitos a células revestidas por
anticorpos = destruição delas;

• ativação da via clássica do complemento = lise do


microorganismo  liberação de anafilotoxinas  processo
inflamatório.
Mecanismos de Homeostasia e Regulação da Resposta Imune
respostas imunes a um antígeno estranho  finalizadas após a
eliminação do antígeno  evitar malefícios ao organismo 
resposta imune exacerbada (homeostasia)
ausência do estímulo antigênico aos linfócitos
-- apoptose (não recebem sinais que estimulam sua sobrevivência)
-- interação de moléculas indutoras de apoptose (Fas e FasL)
- FasL  estimulação dos linfócitos durante a resposta imune
- interação da molécula inibitória CTLA-4 (cytotoxic T lymphocyte
antigen 4) + moléculas B7  inibe a proliferação de linfócitos e
estimula o declínio das suas atividades
estabelecimento da homeostasia durante uma resposta a um antígeno estranho
Mecanismos de Homeostasia e Regulação da Resposta Imune

mecanismos regulatórios para manutenção da homeostasia


frente aos antígenos próprios (tolerância imunológica)

-- diferentes níveis do desenvolvimento dos linfócitos, e durante as


respostas imunes efetoras.

-- tolerância central (maturação dos linfócitos)  induzida durante


a migração dos LT no timo e durante a maturação dos LB na
medula óssea.
Mecanismos de Homeostasia e Regulação da Resposta Imune
mecanismos regulatórios para manutenção da homeostasia

-- indução de apoptose de clones auto-reativos


-- indução de anergia (estimulação de um LT na ausência de
moléculas co-estimulatórias)
-- no caso dos LB, a reedição do BCR, ou mesmo por
hipermutações somáticas.
-- controle extrínseco desses clones: citocinas supressoras, ausência
de fatores de crescimento e mediadores importantes na resposta
imune, ação direta de linfócitos T regulatórios (Tregs) 
tolerância periférica.
Mecanismos de Homeostasia e Regulação da Resposta Imune
mecanismos regulatórios para manutenção da homeostasia
tolerância periférica: prevenir respostas auto-imunes
-- inativação funcional sem morte celular, ou indução de anergia, e
supressão imunológica promovida por linfócitos T CD4+
regulatórios.
-- Tregs naturais, ou linfócitos T CD4+CD25+ (timo) - mecanismo
de supressão ainda é desconhecido;
• contato celular: interação com moléculas co-estimulatórias
regulatórias (CD28 e CTLA-4).
• suprimem a ativação e funções efetoras de LT auto-reativos, caso
sejam ativados na periferia.
Mecanismos de Homeostasia e Regulação da Resposta Imune
mecanismos regulatórios para manutenção da homeostasia

-- atividade regulatória  induzida em linfócitos T não-primados


por numerosos fatores ambientais: células regulatórias induzidas, os
LT CD4+ (Tr1) ou iTreg, e as células Th3.
-- Em contraste às Tregs naturais (nTreg), a maioria das iTreg 
medeiam a supressão via secreção de citocinas
-- nTregs  5% a 10% dos LT CD4+ periféricos de humanos e
camundongos
-- capazes de suprimir uma ampla variedade de células imunes, tanto
da resposta imune inata quanto da adaptativa.
Mecanismos de Homeostasia e Regulação da Resposta Imune
mecanismos regulatórios para manutenção da homeostasia
-- Treg induzidas (Tr1 e Th3)

- promovem supressão via citocinas

- Tr1 produz principalmente IL-10

- Th3 produz TGF-β

- Encontradas: mucosa intestinal.


Referência Bibliográfica

In book: Imunologia Clínica na Prática Médica, Edition: 1, Chapter:


Imunologia Básica para o Clínico, Publisher: Atheneu, Editors: Júlio C.
Voltarelli, pp.3-26.

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