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Medicina Legal

Anderson Gaedke
andersongaedke@gmail.com

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Medicina Legal
Não se definiu, até o momento, com precisão, a Medicina Legal, o que se
explica pela abrangência de seu campo de ação e íntimo relacionamento com as
ciências jurídicas e sociais.

Assim, os autores têm, ao longo dos anos, intentado inúmeras definições.

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Medicina Legal
Ambroise Paré a definiu como a “arte de fazer relatórios em
juízo”.

“É a aplicação dos conhecimentos médicos aos problemas


judiciais” (Nerio Rojas).

“A aplicação de conhecimentos científicos e misteres da


Justiça” (Afrânio Peixoto).
Afrânio Peixoto
“A arte de pôr os conceitos médicos a serviço da administração
da Justiça” (Lacassagne).

“A aplicação dos conhecimentos médico-biológicos na


elaboração e execução das leis que deles carecem” (Flamínio
Fávero).

“ Lacassagne

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Medicina Legal
Atualmente define-se como: Medicina Legal é ciência e arte extrajurídica auxiliar
alicerçada em um conjunto de conhecimentos médicos, paramédicos e biológicos
destinados a defender os direitos e os interesses dos homens e da sociedade.

E, para fazê-lo, serve-se de conhecimentos médicos especificamente


relacionados com a Patologia, Fisiologia, Traumatologia, Psiquiatria,
Microbiologia e Parasitologia, Radiologia, Tocoginecologia, Anatomia
Patológica, enfim, com todas as especialidades médicas e biológicas, bem como
o Direito; por isso, diz-se Medicina Legal.

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Medicina Legal
O perito médico-legal há de possuir, portanto, amplos conhecimentos de
Medicina, dos diversos ramos do Direito e das ciências em geral. Hélio Gomes
asseverava ter o perito indispensável educação médico-legal, conhecimento da
legislação que rege a matéria, noção clara da maneira como deverá responder
aos quesitos, prática na redação dos laudos periciais.

Sem esses conhecimentos puramente médico-legais, toda a sua sabedoria será


improfícua e perigosa. E, mais: “o laudo pericial, muitas vezes, é o prefácio de
uma sentença”.

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1) Antropologia Forense. Estuda a identidade e a identificação, seus
métodos, processos e técnicas.

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2) Traumatologia Forense. Trata das lesões corporais e das energias


causadoras do dano.

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3) Sexologia Forense. Versa sobre a sexualidade normal, patológica e
criminosa. Analisa as sutis questões inerentes à Erotologia, à Himenologia e à
Obstetrícia forense.

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4) Asfixiologia Forense. Vê as asfixias em geral, do ponto de vista médico
e jurídico. Detalha as particularidades próprias da esganadura, do estrangulamento,
do enforcamento, do afogamento, do soterramento, da imersão em gases
irrespiráveis etc., nos suicídios, homicídios e acidentes.

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5) Tanatologia. Preocupa-se com a morte e o morto em todos os seus aspectos
médico-legais, os fenômenos cadavéricos, a data da morte, o diagnóstico da morte,
a morte súbita e a morte agônica, a inumação, a exumação, a necropsia, o
embalsamento e a causa jurídica da morte.

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6) Toxicologia. Estuda os cáusticos, os envenenamentos e a intoxicação
alcoólica e por tóxicos, pelo emprego de processos laboratoriais. Graças à sua
notável evolução é, atualmente, especialidade que empresta seu saber à
Medicina Legal.

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8) Psiquiatria Forense. Estuda as doenças mentais, a periculosidade do
alienado, as socioneuropatias em face dos problemas judiciários, a simulação, a
dissimulação, os limites e modificadores da capacidade civil e da
responsabilidade penal.

9) Policiologia científica. Visualiza os métodos científico-médico-legais


empregados pela polícia na investigação criminal e no deslindamento de crimes.

10) Criminologia. Estuda os diferentes aspectos da gênese e da dinâmica


dos crimes.

11) Vitimologia. Trata da análise racional da participação da vítima na


eclosão e justificação das infrações penais.

12) Infortunística. Preocupa-se com os acidentes do trabalho, com as


doenças profissionais, com a higiene e a insalubridade laborativas.

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Perícias Médico-Legais
Todo procedimento médico (exames clínicos, laboratoriais, necroscopia,
exumação) promovido por autoridade policial ou judiciária, praticado por
profissional de Medicina visando prestar esclarecimentos à Justiça, denomina-
se perícia ou diligência médico-legal. Dispõe sobre as periciais oficiais a Lei n.
12.030, de 17 de setembro de 2009.

Assim, a autoridade policial ou judicial recorrerá ao profissional de Medicina,


ou, onde os houver, ao perito médico-legal ou legista, toda vez que numa ação
penal ou civil lhe deva ser esclarecido um fato médico.

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Perito Criminal

Peritos são expertos em determinados assuntos, incumbidos por autoridades


competentes de os esclarecerem num processo.

É todo técnico que, por sua especial aptidão, solicitado por autoridades
competentes, esclarece à Justiça ou à polícia acerca de fatos, pessoas ou coisas,
a seu juízo, como início de prova. Dessa forma, aduz-se que todo profissional
pode ser perito.

Perito médico é o que cuida de assuntos médicos; evidentemente, ele só


pode ser médico.

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ATUAÇÃO

Embora a atuação do perito se forre de função oficial, ela é limitada, pois


ele não julga, não defende, não acusa.

A ele incumbe apenas apontar às autoridades à frente do processo o


observado hic et nunc no local do crime ou da morte, nas armas, nas lesões,
no exame cadavérico e todos os sintomas detectados no vivo e a respectiva
sequela natural, sem jamais sobrepor-se, através de uma conclusão
emotivada, ao prudente arbítrio do julgador.

Destarte, compete ao perito somente examinar e relatar fatos de natureza


específica e caráter permanente de esclarecimento necessário num
processo.

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A lei autoriza que o exame de corpo de delito se proceda em qualquer dia,
mesmo aos domingos e feriados, em qualquer lugar que não seja a Delegacia de
Polícia (para não ensejar suspeita de coação), a qualquer hora (art. 161 do CPP),
mesmo à noite, desde que haja iluminação suficiente (art. 161 do CPP).

Constitui exceção a necroscopia, que deve sempre ser realizada à luz do dia,
pois um exame cadavérico eivado não mais poderá ser refeito em condições
satisfatórias.

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A necropsia nos casos de morte violenta é obrigatória por força de lei;
todavia, fica a critério do peritus, diante de uma morte violenta, quando não
houver infração penal que apurar, ou se as lesões externas permitirem precisar
as causas mortis e não houver necessidade de exame visceral para a verificação
de alguma causa relevante, fazer o exame interno do de cujus, conforme se
depreende da leitura do parágrafo único do art. 162 do Código de Processo Penal

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Lesão Corporal
Lesão corporal é resultado de atentado bem sucedido à integridade corporal
ou a saúde do ser humano, excluído o próprio autor da lesão. O crime pode
ser praticado por ação ou omissão.

Ofensa à integridade física pode dizer respeito à debilitação da saúde como


todo ou do funcionamento de algum órgão ou sistema do corpo humano,
inclusive se o resultado for o agravamento de circunstância previamente
existente.

Também pode ser qualquer alteração anatômica que não tenha expressa
autorização da pessoa que vai sofrer a alteração, que vão desde tatuagens a
amputações, passando por todas as alterações físicas provocadas pela ação
ou omissão maliciosa de outrem, que pode ter utilizado meios diretos ou
indiretos para gerar o dano.

Para caracterizar a lesão corporal é necessário que esteja configurada a


alteração física, mesmo que apenas temporária, sendo que sensações como
desconforto ou dor física não são consideradas como formas de lesão corpora
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Lesão Corporal

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Lesão Corporal
1.º) Se há ofensa à integridade corporal ou à saúde do paciente;

2.º) Qual o instrumento ou meio que produziu a ofensa;

3.º) Se foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura, ou por
outro meio insidioso e cruel (resposta especificada);

4.º) Se resultou incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias;

5.º) Se resultou perigo de vida;

6.º) Se resultou debilidade permanente ou perda ou inutilização de membro, sentido


ou função (resposta especificada);

7.º) Se resultou incapacidade para o trabalho ou enfermidade incurável, ou


deformidade permanente (resposta especificada); nos casos indicados, será
formulado mais o seguinte quesito:

8.º) Se resultou aceleração de parto ou aborto.

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Exame Cadavérico

1.º) Se houve morte;

2.º) Qual a causa da morte;

3.º) Qual o instrumento ou meio que produziu a


morte;

4.º) Se foi produzida por meio de veneno, fogo,


explosivo, asfixia ou tortura, ou por outro meio
insidioso e cruel (resposta especificada).

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. Exame de corpo de delito
(infanticídio)
1.º) Se houve morte;

2.º) Se a morte foi ocasionada durante o parto ou logo após;

3.º) Qual a causa da morte;

4.º) Qual o instrumento ou meio que produziu a morte;

5.º) Se foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura, ou por
outro meio insidioso e cruel (resposta especificada).

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Exame Cadavérico – Gestante
(aborto)
1.º) Se houve morte;

2.º) Se a morte foi precedida de provocação de aborto;

3.º) Qual o meio empregado para a provocação do aborto; 4.º) qual a causa da
morte;

5.º) Se a morte da gestante sobreveio em consequência de aborto ou de meio


empregado para provocá-lo.

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Exame de corpo de delito
(aborto)
1.º) Se há vestígio de provocação de aborto;

2.º) Qual o meio empregado;

3.º) Se, em consequência de aborto ou de meio empregado para provocá--lo,


sofreu a gestante incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30
dias, ou perigo de vida, ou debilidade permanente ou perda ou inutilização de
membro, sentido ou função, ou incapacidade permanente para o trabalho, ou
enfermidade incurável, ou deformidade permanente (resposta especificada);

4.º) Se não havia outro meio de salvar a vida da gestante (no caso de aborto
praticado por médico);

5.º) Se a gestante é alienada ou débil mental.

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Exame de corpo de delito (estupro sem
conjunção carnal)
1.º) Se há vestígio de ato libidinoso;

2.º) Se há vestígio de violência e, em caso afirmativo, qual o meio


empregado;

3.º) Se da violência resultou para a vítima incapacidade para as ocupações


habituais por mais de 30 dias, ou perigo de vida, ou debilidade permanente ou
perda ou inutilização de membro, sentido ou função, ou incapacidade
permanente para o trabalho, ou enfermidade incurável, ou deformidade
permanente (resposta especificada);

4.º) Se a vítima é alienada ou débil mental;

5.º) Se houve outra causa, diversa da idade não maior de 14 anos, alienação
ou debilidade mental que a impossibilitasse de oferecer resistência; nos casos
indicados será formulado o seguinte quesito:

6.º) Se resultou aceleração de parto, ou aborto.


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Auto de corpo de delito (estupro
com conjunção carnal)
1.º) Se a paciente é virgem;

2.º) Se há vestígios de desvirginamento


recente;

3.º) Se há outros vestígios de conjunção carnal recente;

4.º) Se há vestígios de violência e, no caso afirmativo, qual o meio empregado;

5.º) Se da violência resultou para a vítima incapacidade para as ocupações


habituais por mais de 30 dias, ou perigo de vida, ou debilidade permanente ou
perda ou inutilização de membro, sentido ou função, ou incapacidade
permanente para o trabalho, ou enfermidade incurável, ou deformidade
permanente, ou aceleração de parto, ou aborto (resposta especificada);

6.º) Se a vítima é alienada ou débil mental;

7.º) Se houve outra causa, diversa de idade não maior de 14 anos,


alienação ou debilidade mental que a impossibilitasse de oferecer resistência
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Uso de Embrião Pesquisas
Células tronco

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