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Unidade I

TÓPICOS DE ATUAÇÃO
PROFISSIONAL

Prof. Milton Gabriel Junior


Perspectivas da prática profissional
do Licenciado em Letras

 A proposta é o favorecimento da síntese


dos conteúdos estudados que propicie o
entendimento da profissão inserida na
dinâmica da sociedade, com base no
estudo e na reflexão sobre os
conhecimentos referentes a aspectos da
realidade social e da ação profissional.
Os campos de trabalho para o
profissional de Letras

 Objetivo geral: relacionar os


conhecimentos adquiridos na área de
língua materna e língua estrangeira às
possíveis e variadas profissões dentro
da nossa área.

 Objetivos específicos: realizar didáticas


na escola de ensino de língua materna e
língua estrangeira, realizar atividades de
crítica literária, de tradução e de revisão
de textos.
Campos profissionais: Letras

O graduando pode exercer sua profissão na


área da docência, sendo professor no ensino
básico em Língua Portuguesa e/ou Língua
Estrangeira (Inglesa ou Espanhola).
1. Professor do ensino básico (Fundamental
II e Médio) – redes pública e particular
 Professor de língua portuguesa e/ou
professor de língua estrangeira.

2. Professor de língua estrangeira:


 Professor de inglês em escola de idioma.
 Professor de português para estrangeiros.
Campos profissionais: Letras

O graduando que não visa à docência tem


outros campos de atuação:
3. Crítico literário e resenhista – vínculo
com universidade e mídia (jornal, revista,
sites).
4. Escritor literário – publicação autônoma
ou pela editora.
5. Revisor de texto – freelancer ou contrato
com empresa.
6. Tradutor – freelancer ou contrato com
empresa.
7. Pesquisador – aliado a uma instituição
acadêmica ou empresa.
Campos profissionais

Silva, Ana Lúcia Machado da


Tópicos de atuação profissional.
São Paulo: Editora Sol, 2014.
Campos profissionais - professor

 O professor pode trabalhar em rede


pública ou rede privada; por meio de
concurso (municipal ou estadual) poderá
ser efetivado em sua cidade.
 Ao efetivar-se na rede municipal adquiri
um plano de carreira, como na capital
paulista, oferecido para os professores.
 A cada curso feito pelo docente, sua
pontuação aumenta na rede, bem como
seu salário.
 Outra forma de atuação é por meio da
rede privada. Nesse caso, existem
escolas que oferecem salários menores
do que o oferecido na rede estadual.
Campos profissionais - professor

 O professor pode atuar no ensino


básico:

fundamental II e médio

como professor de língua portuguesa e/ou


de língua estrangeira. Há vários
profissionais que atuam com ambas as
línguas nas escolas básicas, mas
geralmente o professor tem preferência ou
maior especialização em uma delas.
Exigências nos campos
profissionais

 Ressaltamos que atualmente a


sociedade exige dos profissionais
constante formação: são os cursos de
formação contínua. Assim, além do
conteúdo sobre língua, literatura,
gramática, semântica etc., espera-se
que o professor tenha conhecimento
sobre área educacional, as teorias
pedagógicas e de qualificação, bem
como de seu próprio papel na
sociedade.
Exigências nos campos
profissionais

 Valorização da prática profissional como


momento de construção de conheci-
mento, ou seja, ação por meio do
conhecimento implícito, interiorizado,
mobilizado pelo profissional no seu dia a
dia, configurando um hábito.
 A criação de soluções é feita pelo
profissional por meio de um processo de
reflexão na ação: análise, contextua-
lização, possíveis explicações ou
compreensão de suas origens, enfim, a
apropriação de teorias sobre o problema
e presente nas soluções encontradas em
ato pelos profissionais.

Exigências nos campos
profissionais

 Há necessidade de o professor, ou
melhor, o futuro professor tomar
consciência de alguns aspectos que
podem ajudá-lo no seu desenvolvimento
intelectual e humano e na melhoria que
ele pode levar a um ambiente que hoje é
considerado empobrecido: a escola.
 Nesse caminho, as novas descobertas e
certezas se elaboram compreendendo
que o ser humano é ao mesmo tempo
sujeito e objeto de sua construção e do
mundo.
Docentes: exemplos

 Formado em Letras e Pedagogia.


 Trabalho há 3 anos na Prefeitura de
São Paulo como Professora efetiva e
Professora de PLE na Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo
 Objetivo: concluir seu doutorado e
contribuir com a pesquisa na academia.

Ana Katy Lazare Gabriel


Professora e Pesquisadora
EMEF Gilberto Dupas
RF: 807.8424-1
Atuação: línguas para estrangeiros

Juliana Lazare Gabriel:


 3º semestre em Letras
 Aula de inglês na escola de idiomas FISK.
 Recebe por hora/aula.
 Projeto: fazer pós graduação em
Universidades européias.
Exigências nos campos
profissionais

 O aluno, ao decidir pelo curso de Letras,


abre possibilidade de trilhar o caminho
da docência.
 Nesse caminho, as novas descobertas e
certezas se elaboram compreendendo
que o ser humano é ao mesmo tempo
sujeito e objeto de sua construção e do
mundo.
 Durante a graduação, ao conhecer as
várias disciplinas, áreas de pesquisa,
linhas teóricas, aos poucos o estudante
passará a se identificar com determinada
área e começa a traçar seu caminho
profissional.
Campos profissionais

 Um graduando em Letras pode


identificar-se com a área de língua ou da
Linguística e, após se formar, ingressa
em um curso de pós-graduação e se
torna especialista e pesquisador em uma
linha teórica.
 Um graduando em Letras pode
identificar-se com a área da docência e
seguir um caminho de trabalho no
ensino fundamental e médio.
 Um graduando em Letras pode
identificar-se com a área de revisão ou
tradução, não atuando com a docência.
Campos profissionais

 Portanto, devido a vários fatores, como:


 afinidade do estudante com um
determinado âmbito,
 a concentração da instituição em uma
área,
 as oportunidades de trabalho, entre
outros,
 O graduando pode percorrer um
determinado caminho profissional, nos
diferentes caminhos possíveis.
Interatividade

Leia as afirmativas:
I. O curso de Letras abre caminho
para diversidade profissional.
II. O profissional em Letras está impedido
de exercer mais de uma função.
III. O profissional em Letras pode exercer, por
exemplo, a função docente e a de revisor
em concomitância.
a) Apenas I está correta.
b) Apenas II está correta.
c) Apenas III está correta.
d) Apenas I e III estão corretas.
e) Todas as afirmativas
estão corretas.
Resposta

Leia as afirmativas:
I. O curso de Letras abre caminho
para diversidade profissional.
II. O profissional em Letras está impedido
de exercer mais de uma função.
III. O profissional em Letras pode exercer, por
exemplo, a função docente e a de revisor
em concomitância
a) Apenas I está correta.
b) Apenas II está correta.
c) Apenas III está correta.
d) Apenas I e III estão corretas.
e) Todas as afirmativas
estão corretas.
Trabalho da docência

Papel do professor:
 Conhecer o conteúdo sobre língua,
literatura, gramática, semântica etc.
 Conhecer a área educacional, as teorias
pedagógicas e de qualificação.
 Saber seu próprio papel na sociedade e
assumir um posicionamento político.
Silva, Ana Lúcia Machado da
Tópicos de atuação profissional
/São Paulo: Editora Sol,
pág.16,2014.
Características do professor
crítico-reflexivo

 Fazer e pensar a relação teoria e prática.


 Agente em uma realidade social
construída.
 Preocupação com a apreensão das
contradições.
 Atitude e ação críticas frente ao mundo
capitalista e sua atuação.
 Apreensão teórico-prática do real.
 Reflexividade de cunho sociocrítico e
emancipatório.
Características do professor
crítico-reflexivo

Orientações teóricas:
 Marxismo/neomarxismo.
 Construtivismo histórico-cultural ou
socioconstrutivismo ou interacionismo
sociocultural.
Reconstrucionismo social:
 Reflexividade crítica.
 Fenomenologia.
 Apreensão subjetiva do real.
 Reflexividade subjetiva
(compreensividade).
Teoria da ação comunicativa:
 Reflexividade comunicativa.
 Reflexividade hermenêutica.
Características do professor
reflexivo

 Fazer e pensar a relação teoria e prática.


 Agente em uma realidade pronta e
acabada.
 Atuação dentro da realidade
instrumental.
 Apreensão prática do real.
 Reflexividade cognitiva e mimética
Características do professor
reflexivo

Orientações teóricas:
• paradigma racional-tecnológico;
• cognitivismo;
• ciência cognitiva e teoria do
processamento da informação;
• pragmatismo;
• tecnicismo;
• construtivismo piagetiano.
 Conforme Libâneo, o contexto
econômico e social é o mesmo para
ambas as orientações teóricas da
reflexividade, com cada visão
interpretando-o de forma diferente de
acordo com os interesses políticos e
ideológicos.
 Feldman ( apud PIMENTA e GHEDIN,
2002) a distinção sobre reflexão, que
pode ser considerada como metodologia
de trabalho para resolução de problemas
específicos e também como prática
reflexiva, funcionando como um
programa de orientação geral na
formação de professores.
Quatro fases da reflexão

Resumo do enfoque da reflexão em quatro


fases da reflexão, sendo elas:

1. Descrever: o que estou fazendo?


2. Informar: que significado tem o que
faço?
3. Confrontar: como cheguei a ser ou agir
desta maneira?
4. Reconstruir: como poderia fazer as
coisas de um modo diferente?
O trabalho da docência: desafios
Situação 1 – Uso das TIC

 Os futuros profissionais da educação


finalizam sua formação com pouco ou
quase nenhum conhecimento sobre as
Tecnologias de Informação e
Comunicação – TIC.

 Nas instituições de ensino existe um


crescente interesse em descobrir de que
forma as mídias digitais podem ser
utilizadas como recurso para apoiar a
aprendizagem.
Tecnologias de Informação e
Comunicação – TIC.

 É fala corrente entre os profissionais da


educação que o cotidiano da sala de aula
vem sofrendo profundas
transformações. Os alunos são mais
inquietos, desatentos, menos motivados,
enquanto os professores sentem que o
modelo de aula costumeiramente usado
já não funciona e exige reformulações.
 Em um mundo com mídias cada vez mais
sedutoras e atraentes, as salas de aula
com quadro negro e giz estão se
tornando lugares tediosos.
Docência e reflexão

 Uso das TIC (Tecnologias de Informação


e Comunicação).
Tecnologias de Informação e
Comunicação – TIC.

 Segundo Moran (2007, p. 47): Numa


sociedade cada vez mais conectada,
ensinar e aprender podem ser feitos de
forma bem mais flexível, ativa e focada
no ritmo de cada um. As tecnologias
móveis desafiam as instituições a sair do
ensino tradicional, em que o professor é
o centro, para uma aprendizagem mais
participativa e integrada, com momentos
presenciais e outros a distância,
mantendo vínculos pessoais e afetivos,
estando juntos conectados.
Tecnologias de Informação e
Comunicação – TIC.

 O conhecimento se constrói e cabe aos


educadores mediar esta construção.
Para tanto, o professor deve estar
preparado para trabalhar com as
incertezas e deve conhecer para analisar,
refletir e discutir sobre os objetos de
aprendizagem e seu bom uso pelos
alunos. Normalmente o professor
trabalha com um objetivo e ele cria uma
estratégia de ensino para alcançá-lo. Por
isso, deve conhecer em que grau de
aprendizado se encontram seus alunos
para acompanhá-los nesse processo.
Com as TIC podemos seguir esse
mesmo caminho.
Tecnologias de Informação e
Comunicação – TIC.

 Visando melhorar a qualidade da


educação básica, o Ministério da
Educação, por meio da SEED (Secretaria
de Educação a Distância), passou a
promover várias ações para uma
educação tecnológica de qualidade para
todos.
 Domínio Público – Biblioteca Virtual; E-
ProInfo; E-Tec Brasil; Programa Banda
Larga nas Escolas; Proinfantil; TV
Escola; Universidade Aberta do Brasil
(UAB); Portal do Professor entre outros.
O trabalho da docência: desafios

Tecnologia digital educacional:


 Precisa ter objetivos de aprendizagem
bem definidos.
 Ensinar conteúdos das disciplinas e
promover o desenvolvimento de
habilidades para ampliar o cognitivo e
intelecto dos alunos.
Outro desafio é a avaliação:
 Não basta apenas propor a atividade, é
necessário verificar se os objetivos
propostos estão sendo atingidos.
O trabalho da docência: desafios
Situação 2 – Cultura negra em sala
de aula
Erros Acertos
Abordar a história dos negros a Aprofundar-se nas causas e
partir da escravidão. consequências da dispersão dos
africanos pelo mundo e abordar a
história da África antes da
escravidão.
Apresentar o continente africano Enfocar as contribuições dos
cheio de estereótipos, como o africanos para o desenvolvimento
exotismo dos animais selvagens, da humanidade.
a miséria e as doenças (AIDS).
Pensar que o trabalho sobre a A questão racial é assunto de todos
questão racial deve ser feito e deve ser conduzida para a
somente pelos professores reeducação das relações entre
negros para alunos negros. descendentes de africanos, de
europeus e de outros povos.
Acreditar no mito da democracia Reconhecer a existência do racismo
racial. no Brasil e a necessidade de
valorização e respeito aos negros e
à cultura africana.
Situação 3 – ambientes educativos
diferenciados

 1995, Conselho Nacional dos Direitos da


Criança e do Adolescente estabeleceu na
Resolução 41, do artigo 9, o direito à
educação e recreação da
criança/adolescente hospitalizado.
 Classe hospitalar com pacientes da
oncologia: tratamento multidisciplinar,
envolvendo médicos, enfermeiros,
nutricionistas, psicólogos, professores,
assistentes sociais, fisioterapeutas etc.
 Professor: atua junto à família do aluno-
paciente, escola, hospital, e sua maior
competência é para a não rotina da
classe hospitalar.
Classe hospitalar

 Currículo: a classe hospitalar conta com


uma simultaneidade de idades,
conteúdos, séries e metodologias, que
precisam ser respeitadas.
 A referência de classe hospitalar é o
Hospital do Câncer A. C. Camargo, que,
em 1987, firmou convênio entre o
Hospital do Câncer e a Prefeitura de São
Paulo/SME e, em 1992, com a Secretaria
de Estado de Educação.
 Escola Schwester Heine, em 2011,
contava com catorze professoras
municipais e estaduais.
Interatividade

Cabe ao professor,
I. Conhecer o conteúdo sobre língua,
literatura, gramática, semântica etc.
II. Conhecer a área educacional, as teorias
pedagógicas e de qualificação.
III. Saber seu próprio papel na sociedade e
assumir um posicionamento político.
a) Apenas I está correta.
b) Apenas II está correta.
c) Apenas III está correta.
d) Apenas I e III estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão
corretas.
Resposta

Cabe ao professor,
I. Conhecer o conteúdo sobre língua,
literatura, gramática, semântica etc.
II. Conhecer a área educacional, as teorias
pedagógicas e de qualificação.
III. Saber seu próprio papel na sociedade e
assumir um posicionamento político.
a) Apenas I está correta.
b) Apenas II está correta.
c) Apenas III está correta.
d) Apenas I e III estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão
corretas.
Método, língua & Cia.

 Você sabe quais são as cinco coisas que


todo professor de português tem a
obrigação de saber?
 Na concepção de Oliveira (2010), são:
1. o que é ensinar;
2. O que é método de ensino;
3. O que é língua;
4. O que significa saber português;
5. A razão pela qual se ensina português a
brasileiros.
O inatismo, behaviorismo e
interacionismo.

 “O que é ensinar?”, e as concepções de


aprendizagem:
 inatista, parte do pressuposto de que,
após o nascimento da pessoa, os
eventos ocorridos com ela não
interferem no seu desenvolvimento, pois
o ser humano já nasce com
determinadas características, as quais
não mudam no decorrer da vida do
indivíduo, ou seja, já nasce com
conhecimentos inatos (pronta).
 O papel do professor não tem
importância, assim como qualquer
elemento posterior ao nascimento,
não exercerá nenhuma influência
O inatismo, behaviorismo e
interacionismo.

 behaviorista acredita que o ser humano


aprende por meio de estímulos,
respostas, reforço positivo (recompensa)
e reforço negativo (punição). O meio
ambiente passa a ser, então, o único
elemento responsável por esse
processo, a pessoa é um ser passivo
perante o processo de aprendizagem,
pois necessita de algo ou alguém que
origine os estímulos.
 O professor passa ser aquele que sabe
tudo e preenche a mente vazia do aluno,
metaforizada pelo termo latino de tabula
rasa , uma superfície vazia a ser
preenchida.
O inatismo, behaviorismo e
interacionismo.

 interacionista entende que a


aprendizagem não ocorre de maneira
uniforme, porque simplesmente os
alunos são pessoas diferentes, com
histórias de vida distintas.
 Considerando o papel ativo do aluno no
processo de aprendizagem, esse
processo envolve três fatores: o
aprendiz, os elementos de sua natureza
biológica e o meio sociocultural em que
ele está inserido.
 Ensinar passa a significar facilitar a
aprendizagem dos alunos e entender o
aprendizado como fenômeno
sociocultural.
O que é método de ensino?

2. Método de ensino é conjunto de princí-


pios teóricos, princípios organizacionais
e ações práticas norteador da
estruturação de um curso, de aulas e
afins; envolve planejamento das aulas,
avaliação da aprendizagem e a escolha
de materiais didáticos.
 constitui-se de três partes:
abordagem,
projeto e
procedimento.
Partes de um método

2. “O que é método de ensino?”:


Método

Abordagem Projeto Procedimento

Teoria da língua Objetivos Técnicas


Teoria da Conteúdo Comportamento
aprendizagem Tipos de atividades
Papéis do aluno
Papéis do professor
Papéis dos materiais
didáticos
O que é língua?

 Cabe ao docente ou aquele que pretende


ingressar na docência que conheça e
saiba os conceitos de língua, para ter
consciência de qual ele irá adotar, uma
vez que o conceito determina a maneira
como ele ensina português.
 Temos duas grandes correntes teóricas
que polarizam as discussões acerca do
conceito de língua: estruturalista e
interacionista.
Estruturalismo

 Para a concepção estruturalista, a língua


é um sistema formado por estruturas
gramaticais interrelacionadas.

 O princípio teórico dessa corrente é a


exclusão do uso linguístico e, por
consequência, do sujeito usuário da
língua, bem como a exclusão das
variações linguísticas provocadas pelos
sujeitos.
Interacionista ou sociointeracionista

 Tal abordagem concebe a língua como


um meio de interação sociocultural, que
pressupõe a presença do sujeito que fala
ou escreve, do sujeito que ouve ou lê,
das especificidades culturais desses
sujeitos, do contexto da produção e da
recepção dos textos.
 a língua precisa ser concebida como um
conjunto de estruturas gramaticais e
lexicais à disposição dos falantes-
ouvintes e dos escritores-leitores para
que eles possam interagir socialmente
em encontros culturalmente marcados.
Professor de línguas

4. “O que significa saber português?”, o


professor de língua precisa ter em mente
que todos os brasileiros sabem
português.

 Saber a língua portuguesa.


X
 Dominar a gramática normativa.
Professor de línguas

Saber português significa:


 ter domínio inconsciente das estruturas
gramaticais da língua;
 ter domínio inconsciente das regras que
regem essas estruturas;
 ter domínio do léxico da língua;
 ter domínio de normas socioculturais de
comportamento que possibilitam a
interação com o outro.
Professor de línguas

5. “Para que ensinar português a


brasileiros?”

 Serve para mostrar ao aluno como


interagir em situação comunicativa ainda
não dominada por ele.

 Ajudar o aluno a aprender a se


comportar linguisticamente,
desenvolvendo sua competência
comunicativa, em diversas situações de
interação social é o objetivo principal
das aulas de língua.
Análise linguística no ensino básico

 O ensino de gramática constituiu um dos


mais fortes pilares das aulas de
português e de línguas estrangeiras,
contudo esse modelo de ensino passou
a ser questionado, uma vez que:
• a ênfase à gramática não melhorou os
resultados, pois as habilidades básicas de
leitura e escrita não foram potencia-lizadas;
• a constatação de que a gramática
normativa apresenta inconsistências
teóricas. Por exemplo, nas análises
sintáticas a classificação do sujeito mistura
aleatoriamente critérios semânticos,
sintáticos e pragmáticos.
 A sala de aula é um local de complexo,
uma vez que temos diferentes crenças,
valores e expectativas em mesmo local e
por isso atualmente muitos pesquisa-
dores afirmam que não devemos
estipular padrões inflexíveis, nem
modelos fixos de ensino.
 A escola não deve formar gramáticos ou
linguistas, e sim pessoas capazes de
interagir e agir em língua de forma
autônoma, seguro e eficaz em todas as
situações comunicativas.
Análise Linguística

 O termo análise linguística denomina


uma nova perspectiva de reflexão sobre
o sistema linguístico e sobre os usos
das línguas, com vistas ao tratamento
escolar de fenômenos gramaticais,
textuais e discursivos. Foi cunhado por
Geraldi no artigo “Unidades básicas do
ensino de português”, na coletânea O
texto na sala de aula , lançado em 1984.
A AL explícita e sistemática é uma
prática que nasceu na escola, sendo,
portanto, parte dos eventos de
letramento escolar.
 A AL constitui um dos três eixos básicos
do ensino de língua:
• ao lado da leitura e da produção de
textos.
• Os estudos dos fenômenos linguísticos
em si mesmos perdem sentido, pois se
considera que a seleção
• O emprego de certos elementos e
estratégias ocorrem em consonância
com as condições de produção dos
textos, de acordo com quem diz, o que,
para quem, com que propósito, em que
gênero, em que suporte etc.
Prática de análise linguística

 Língua: ação interlocutiva e sujeita às


interferências dos falantes.
 Integração entre os eixos de ensino: a
AL é ferramenta para a leitura e
produção textual.
 Metodologia reflexiva, baseada na
indução (observação dos casos
particulares para a conclusão das
regularidades/regras).
 Trabalho paralelo com habilidades
metalinguísticas e epilinguísticas.
 Centralidade dos efeitos de sentido.
 Unidade privilegiada: o texto.
Prática de análise linguística

 Ênfase nos usos como objetos de ensino


(habilidades de leitura e escrita), que
remetem a vários outros objetos de
ensino (estruturais, textuais, discursivos,
normativos), apresentados sempre que
necessário.
 Fusão com o trabalho com os gêneros, na
medida em que contempla justamente a
intersecção das condições de produção
dos textos e as escolhas linguísticas.
 Preferência por questões abertas e
atividades de pesquisa, que exigem
comparação e reflexão sobre adequação e
efeitos de sentido.
Trabalho da docência:
ensino de leitura literária

 Literatura no Ensino Médio consiste,


basicamente, na história da literatura:
autores, obras, datas e características
estilísticas.
 Falta, na verdade, incentivo efetivo de
formação de leitores literários.
 Para formar leitores é necessário
estimular o gosto, predisposição interna
para a leitura, um movimento receptivo ao
texto do próprio leitor, isto é, o ato de ler
só funciona quando parte do interesse do
leitor. É necessário, então, buscar uma
forma eficiente de trabalhar a leitura
literária em sala de aula.
Trabalho da docência:
ensino de leitura literária

 Metodologia no ensino de leitura literária


no ensino básico: metodologia
recepcional, fundamentada na teoria de
Estética da Recepção de Jauss.
O método recepcional envolve cinco etapas:
1. Determinação do horizonte de
expectativas.
2. Atendimento do horizonte de
expectativas.
3. Ruptura do horizonte de expectativas.
4. Questionamento do horizonte de
expectativas.
5. Ampliação do horizonte
de expectativas.
Interatividade

Sobre o ensino de leitura literária no Ensino


Fundamental:
a) Não há necessidade de uma metodologia.
b) A metodologia mais eficaz é aquela usa o livro
literário para discussão de assuntos atuais.
c) O programa escolar não adota metodologia para
a leitura literária, cabendo ao professor a
consciência da necessidade de adotar uma
adequada aos seus objetivos.
d) Pelo fato de os livros didáticos não adotarem
uma metodologia para a leitura literária, o
professor é isento de adotar uma metodologia em
sua prática pedagógica.
e) A metodologia somente é necessária no Ensino
Médio, quando o aluno aprende a
história da literatura e seus diversos
estilos.
Resposta

Sobre o ensino de leitura literária no Ensino


Fundamental:
a) Não há necessidade de uma metodologia.
b) A metodologia mais eficaz é aquela usa o livro
literário para discussão de assuntos atuais.
c) O programa escolar não adota metodologia para
a leitura literária, cabendo ao professor a
consciência da necessidade de adotar uma
adequada aos seus objetivos.
d) Pelo fato de os livros didáticos não adotarem
uma metodologia para a leitura literária, o
professor é isento de adotar uma metodologia em
sua prática pedagógica.
e) A metodologia somente é necessária no Ensino
Médio, quando o aluno aprende a
história da literatura e seus diversos
estilos.
Prática social e o gênero

 Os PCN dão continuidade a uma tradição


já estabelecida na reflexão sobre o
ensino de língua portuguesa na escola,
segundo a qual a unidade mais
importante de ensino é o texto.
 O texto em suas propriedades formais e
estilísticas particulares, que levará ao
gênero do discurso.
 Os gêneros intermedeiam e integram as
práticas às atividades de linguagem.
Segundo Roxane Rojo (apud FREITAS e
COSTA, 2002), os gêneros são
referências fundamentais para a
construção das práticas de linguagem.
Os gêneros do discurso

 os gêneros do discurso apresentam três


dimensões indissociáveis:

Gêneros do discurso

Temas forma marcas


composicional linguísticas
Os gêneros do discurso

 Os gêneros não podem ser


compreendidos, produzidos ou
conhecidos sem referência aos
elementos de sua situação de produção.
 São elementos essenciais da situação
social mais imediata os parceiros da
interlocução, o locutor e o interlocutor, a
quem a palavra do locutor se dirige.
 São as relações sociais, institucionais e
interpessoais dessa parceria, vistas com
base no foco da apreciação valorativa do
locutor, que determinam muitos
aspectos temáticos, composicionais e
estilísticos do texto ou discurso.
Os gêneros do discurso

 Segundo Bazerman (2009), os gêneros


textuais são formas tipificadas de uso
discursivo da língua, em uma
determinada sociedade e em um
determinado momento histórico.
 O uso social dos textos possibilita que
as pessoas reconheçam quando uma
organização textual funciona bem em
determinada situação e pode ser
compreendida em outras circunstâncias
similares; assim, quando essas pessoas
se encontram em situação similar, a
tendência em produzir enunciados
também parecidos.
Os gêneros do discurso

 Segundo Silveira (2012), seguir padrões


comunicativos, formas padronizadas e
reconhecíveis, com que as pessoas
estão acostumadas a usar gêneros
textuais, estes propiciam que se saiba de
forma antecipada quais serão as reações
das pessoas, pois tais padrões sociais
se reforçam mutuamente.
 Esses padrões são memorizados e
armazenados em longo prazo por
aquelas pessoas que os usam, para se
interacionar com as demais que formam
a mesma comunidade, e por essa razão,
podem ser vistos como esquemas
mentais sociais.
Os gêneros do discurso

 O gênero passa a ser um mecanismo


constitutivo na formação, manutenção e
realização da sociedade, da cultura, da
psicologia, da imaginação, da
personalidade, da consciência e do
conhecimento; sendo assim é interativo
com todos os outros processos que
formam nossas vidas.
 Os textos são produzidos e estes é que
produzem a representação dos fatos
sociais. Estes fatos não poderiam existir,
se as pessoas não os realizassem por
meio da criação de textos (gêneros).
ENSINO DE LEITURA LITERÁRIA

 O papel do professor de língua


portuguesa ou língua estrangeira, no
ensino básico, consiste, entre outros
conteúdos, trabalhar a leitura literária
tanto no ensino fundamental quanto no
ensino médio.

 As leituras do professor, portanto, são


relevantes para a constituição de sua
identidade e desempenho profissional,
refletindo diretamente em sua práxis.
ENSINO DE LEITURA LITERÁRIA

 As práticas de leitura representam para


os professores:
• elevação de autoestima;
• valorização profissional;
• convicção quanto à dignidade da própria
tarefa educacional.

 As leituras do docente são um capital


cultural de valor simbólico e implicam a
construção de conhecimentos,
colaborando para a formação de novos
leitores.
ENSINO DE LEITURA LITERÁRIA

 professor muitas vezes encontra


dificuldades para colocar em prática
todos os conhecimentos adquiridos na
graduação, e, principalmente, em
despertar no seu aluno o gosto pela
leitura, em especial pela leitura literária.
 A educação formal se baseia em
trabalhar com livros didáticos que
oferecem apenas fragmentos de textos
literários, abordando-os do ponto de
vista gramatical ou então em transmitir
dados sobre a história dos autores e das
obras, cobrar exercícios de análise de
textos buscando fazer de todo leitor um
conhecedor da história da literatura.
O Método Recepcional

 Esse método se destaca, porque não se


submete à tradição dominante de ensino,
em que não há a preocupação com o
ponto de vista do leitor. O método é
capaz de possibilitar um dos fatores
vitais à leitura: a fusão da obra com o
leitor, ou seja, a interação de ambos, em
que um completa os espaços vazios
deixados pelo outro.
 A recepção do texto acontece quando há
uma aproximação entre a mensagem e o
receptor e todas as historicidades de
ambos vêm à tona.
O Método Recepcional

 O Método Recepcional envolve cinco


etapas:
1) determinação do horizonte de
expectativas;
2) atendimento do horizonte de
expectativas;
3) ruptura do horizonte de expectativas;
4) questionamento do horizonte de
expectativas;
5) ampliação do horizonte de expectativas.
Trabalho da crítica literária
e da resenha

 O campo de trabalho é mais restrito.


 O graduado em Letras pode atuar
como crítico literário e/ou resenhista.
 Crítico literário: conhecimentos
específicos e aprofundados em uma
crítica literária para poder analisar
uma obra literária.
 O graduado precisa ingressar no mundo
da academia como pesquisador, em curso
de pós-graduação (Mestrado e
Doutorado).
 Não há de fato no Brasil um profissional
que sobreviva apenas de crítica;
geralmente tem emprego fixo
em outra área, como a docência.
Crítica literária

 Programa Rumos Literatura 2007-2008:


lançado pela Universidade Federal de
Santa Catarina teve, entre outros
objetivos, incentivar a escrita de novas
reflexões críticas, mapear os críticos
literários brasileiros contemporâneos.
 Total de 577 inscrições provenientes
de 24 estados.
Crítica literária

Maiores números do total de inscrições


foram:
 São Paulo (180), Rio de Janeiro (82),
depois Minas Gerais (47), Rio Grande do
Sul (42) e Paraná (41).
 Demais estados inscritos: Alagoas (5),
Amapá (1), Amazonas (7), Bahia (26),
Ceará (20), Distrito Federal (21), Espírito
Santo (7), Goiás (25), Maranhão (2), Mato
Grosso do Sul (12), Mato Grosso (4), Pará
(4), Paraíba (2), Pernambuco (17), Piauí
(4), Rio Grande do Norte (3), Santa
Catarina (19), Sergipe (4) e Tocantins (2).
Trabalho da resenha

 Resenha é um gênero textual, que pode


ser produzida por diversos grupos
sociais: alunos no ensino básico,
pesquisadores, jornalistas, entre outros.
 A resenha está relacionada ao
profissional que, vinculado a uma mídia
– revista, jornal, sites –, publica
periodicamente, tornando a resenha uma
das suas fontes de trabalho e tornando-
se, por conseguinte, um resenhista.
Trabalho da resenha

 A resenha traz um imediatismo muito


maior do que a da crítica literária; não há
o aprofundamento de conteúdo na
resenha, como é esperado em texto de
crítica literária.
 Existem resenhistas sérios e notórios,
com vínculos empregatícios com jornais
e revistas. Um deles é o falecido Daniel
Piza, que foi colunista durante anos no
jornal O Estado de S. Paulo.
 Outro exemplo de resenhista é Bernardo
Carvalho, do jornal Folha de S. Paulo.
Papel do resenhista:

 É comentar uma obra recém-publicada,


indicando-a positiva ou negativamente
aos leitores, e seus comentários, sua
forma de escrever, criam um perfil no
imaginário do leitor do jornal.
Interatividade

Alguns nomes que fundaram a crítica


literária moderna no Brasil são bastante
citados nas bibliografias, entre eles estão:
a) Eni Orlandi; Nagamine Brandão; Ducrot.
b) Alfredo Bosi; Antonio Candido;
Perrone-Moisés.
c) Ezequiel Teodoro da Silva; Regina
Zilberman; Beth Brait.
d) Samir Meserani; Valdir Barzotto;
Marcuschi.
e) Irandé Antunes; Roxane Rojo; Travaglia.
Resposta

Alguns nomes que fundaram a crítica


literária moderna no Brasil são bastante
citados nas bibliografias, entre eles estão:
a) Eni Orlandi; Nagamine Brandão; Ducrot.
b) Alfredo Bosi; Antonio Candido;
Perrone-Moisés.
c) Ezequiel Teodoro da Silva; Regina
Zilberman; Beth Brait.
d) Samir Meserani; Valdir Barzotto;
Marcuschi.
e) Irandé Antunes; Roxane Rojo; Travaglia.
ATÉ A PRÓXIMA!

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