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DIREITO INTERNACIONAL

Prof. Dra. Ana Luiza da Gama e Souza


AULA 1 - APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

• Ementa

• Objetivos.

• Conteúdos (Semanas de Aula).

• Mapa Conceitual .

• Material Didático.

• Procedimentos de Avaliação.

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

• OBJETIVOS GERAIS.

 Identificar os principais institutos do direito internacional


e sua efetividade na contemporaneidade;
 Conhecer os elementos conceituais básicos do Direito
Internacional;
 Compreender as características e a dinâmica das relações
jurídicas internacionais e seus efeitos na ordem jurídica
interna;
 Analisar as principais questões globais à luz do Direito.

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• OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Compreender a perspectiva global do Direito, na qual o Estado é


parte em relações com outros Estados e com Organizações
Internacionais;
 Desenvolver a aptidão à pesquisa e a utilização da legislação, da
jurisprudência, da doutrina e de outras fontes do Direito;
 Desenvolver o raciocínio jurídico, de argumentação, de
persuasão e de reflexão crítica sobre as relações entre as
nações, elementos essenciais à construção do perfil do
profissional do Direito;

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Analisar e avaliar a sociedade internacional contemporânea;


 Identificar o campo de incidência do Direito dos Tratados;
 Distinguir os conceitos de Estado e de Organismos
internacionais;
 Compreender a importância do indivíduo como sujeito à
proteção internacional;
 Aplicar os conceitos na compreensão da realidade de um
mundo globalizado.

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MAPA CONCEITUAL

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Conteúdos

Unidade 1

1. O Direito Internacional Contemporâneo


1.1. Vertentes do Direito Internacional: o Direito Internacional
Público e o Privado.
1.2. O Direito Internacional Público
1.2.1. Fundamentos e noções preliminares
1.2.2. A sociedade internacional
1.2.2.1. A globalização: complexidade da noção de sociedade
internacional contemporânea
1.2.3. As pessoas internacionais
1.2.4. As fontes do Direito Internacional

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• Conteúdos

Unidade 2

2. O Estado
2.1.1. Elementos
2.1.2. Redimensionamentos da noção de soberania
2.1.3. Responsabilidade Estatal
2.1.4. Imunidade Estatal
2.1.5. Nacionalidade
2.1.6. A condição do Estrangeiro

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Unidade 3

3. Os Tratados Internacionais
3.1. Definição e conceitos
3.2. Classificação e fundamentos
3.3. Condições de validade, efeitos e execução
3.4. Fases de elaboração
3.5. A relação entre o direito interno e o direito
internacional: dualismo e monismo
3.5.1. A incorporação dos Tratados no Brasil
3.6. Uma perspectiva contemporânea do direito
internacional
3.6.1. O jus cogens e o soft law

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Unidade 4

4.Organizações Internacionais
4.1.1. Objetivo comum e cooperação entre as nações
4.1.2. Personalidade e capacidade jurídica
4.1.3. Competências
4.1.3.1. Os atos unilaterais e seus efeitos jurídicos
4.1.4. A O.M.C.
4.1.5. A O.N.U.
4.1.6. Integração Regional
4.1.6.1. MERCOSUL
4.1.6.2. União Européia

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Unidade 5

5. A pessoa humana no direito internacional


5.1. As três vertentes de proteção da pessoa humana
5.1.1. O Direito Internacional dos Direitos Humanos
5.1.1.1. Os direitos humanos na contemporaneidade
5.1.1.1.1. Sistema Regional
5.1.1.1.2. A Corte Interamericana de DDHH
5.1.2. O Direito Humanitário
5.1.3. O Direito do Refugiado
5.1.4. Asilo
5.2. O Tribunal Penal Internacional

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Unidade 6

6. Solução de controvérsias internacionais


6.1. Mecanismos de pressão
6.2. Diferentes mecanismos de solução pacífica:
jurisdicionais e não jurisdicionais
6.3. As cortes internacionais
6.4. A arbitragem

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Unidade 7

7. A cooperação judiciária internacional


7.1. A importância da cooperação para a efetividade do
Direito
7.2. Alguns tratados de cooperação judiciária
internacional
7.3. A Carta Rogatória e a Homologação de Sentença
estrangeira
7.4. A competência internacional

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Unidade 8

8. O direito internacional privado e o conflito de leis no


espaço
8.1. Fundamento do Direito Internacional Privado
8.2. Fontes formais e materiais
8.3. Objeto do Direito Internacional Privado: o conflito de
leis no espaço
8.3.1 Métodos de solução
8.3.1.1. Harmonização
8.3.1.2. Método conflitual
8.3.1.3. A questão da autonomia da vontade na solução de
conflitos de leis no espaço

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Unidade 9

9. A proteção internacional do meio ambiente


9.1. Princípios internacionais
9.2. Principais instrumentos de proteção do meio ambiente
9.2.1. Convenção-quadro das Nações Unidas sobre mudança
do clima e o Protocolo de Quioto.

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Unidade 10

10. Proteção internacional dos espaços: domínio público


internacional
10.1. Mar
10.1.1. Águas interiores e Mar territorial
10.1.2. Zona contígua, Zona econômica, Plataforma continental
e Alto-mar
10.1.3. A Convenção de Montego Bay e a lei 8617 de 4 de
janeiro de 1993
10.2. Espaço aéreo
10.2.1. Princípios elementares
10.2.2. Normas convencionais
10.2.3. Espaço extra-atmosférico

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• Material didático

Nome da obra: Direito Internacional Público: curso elementar


Nome do autor: REZEK, Francisco
Editora: Rio de Janeiro: Saraiva Ano: 2010. Edição: 12ª.
Capítulo: Parte I, Capítulo I - O tratado Internacional
N. de páginas do capítulo: 108 (11 a 119)

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Nome da obra: Curso de Direito Internacional Público


Nome do autor: GUERRA, Sidney
Editora: Rio de Janeiro: Lumen Juris Ano: 2009. Edição: 4ª.
Capítulo: VII - Teoria Geral das Organizações Internacionais
N. de páginas do capítulo: 20

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Nome da obra: Direito Internacional Privado


Nome do autor: RECHSTEINER, Beat W.
Editora: Saraiva Ano: 2010 Edição: 13ª revista e
atualizada
Capítulo: 5 : Cooperação judiciária internacional e regime de
provas nos processos com conexão internacional
N. de páginas do capítulo: 21 (336 a 357)

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PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO

• No Curso de Direito, a avaliação se dá de forma


continuada  antes de cada aula o estudante deverá
solucionar os casos concretos que se encontram na webaula
da disciplina e postar suas respostas no ambiente on line.
• Após a revisão e autocorreção, o estudante deverá refazer
a análise do caso concreto, no ambiente webaula,
acrescentando citações doutrinárias e jurisprudenciais. O
conjunto dos trabalhos práticos realizados ao longo do
período valerão até 2,0 (dois) pontos na AV1, AV2 e AV3.

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

• As AV1, AV2 E AV3 serão realizadas através de provas escritas,


valendo, no mínimo, até 8,0 (oito) pontos, contendo questões
objetivas e discursivas, sendo, ao menos uma das
questões, um caso concreto para análise e resolução.
• A soma de todas as atividades ( provas escritas e resolução
dos casos aula a aula) comporão o grau final de cada
avaliação, não podendo ultrapassar o grau máximo de 10
(dez), sendo permitido atribuir valor decimal às avaliações.
• A AV1 contemplará o conteúdo da disciplina até a sua
realização, incluindo o das atividades estruturadas, nas
disciplinas que as contenham.
• As AV2 e AV3 abrangerão todo o conteúdo da disciplina,
incluindo o das atividades estruturadas.

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Para aprovação na disciplina o aluno deverá:


1. Atingir resultado igual ou superior a 6,0, calculado a partir
da média aritmética entre os graus das avaliações, sendo
consideradas apenas as duas maiores notas obtidas dentre as
três etapas de avaliação (AV1, AV2 e AV3). A média aritmética
obtida será o grau final do aluno na disciplina.
2. Obter grau igual ou superior a 4,0 em, pelo menos, duas
das três avaliações.
3. Frequentar, no mínimo, 75% das aulas ministradas.

AULA 01
O Direito Internacional Contemporâneo.

A globalização econômica como realidade


DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

AULA 01
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“A comunidade de parceiros estratégicos compreende um


seleto grupo de 100 companhias globais que representam
diversas regiões e indústrias selecionadas por seu
alinhamento com o compromisso do Fórum de melhorar o
the state of the world. Eles acreditam no poder de
interação das partes interessadas (multistakeholder) na
condução de mudanças positivas e trabalham juntos no
Forum para ajudar a modelar as agendas da indústria
regional e global...

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

...Parceiros estratégicos provocam um impacto tangível


nas questões globais e na sociedade contribuindo para
melhores decisões políticas, informando as decisões nos
negócios, compartilhando melhores práticas e engajando
as partes interessadas para além dos objetivos
comerciais.”

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
• A
Abraaj Capital
Accel Partners
Accenture
Adecco Group
Adobe Systems Incorporated
Aetna
Agility
Alcatel-Lucent
Alcoa
Apax Partners
ArcelorMittal
AUDI AG ...
Z Zurich Insurance Group

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

“O fenômeno da globalização ou da mundialização lança uma


nova noção de ordem internacional, na qual os Estados-
Nações encontram-se interconectados em uma rede global,
coexistindo com forças supranacionais, intergovernamentais
e transnacionais, estando incapaz de determinar seu próprio
destino fora dos limites dos interesses dos outros atores.”
(David Held)

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

“O progresso científico e tecnológico em curso, associados à


expansão planetária da economia de mercado, ao aumento
contínuo do comércio de bens e serviços , à dependência
crescente das economias nacionais a vista de seu comércio
, às mudanças nos modos de produção, no papel crescente
dos serviços, dos fluxos de capital e das empresas
transnacionais na economia capitalista, à conexão sempre
mais forte das sociedades nacionais e à porosidade das
fronteiras estatais, são algumas das manifestações das
mudanças econômicas e sociais, cuja intensidade, rapidez e
talvez novidade constituam bem uma das marcas distintivas
da mundialização.” (Pierre de Sernaclens)

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Expansão planetária da economia de mercado;


Dependência crescente das economias nacionais a
vista de seu comércio;
Empresas transnacionais na economia capitalista;
Porosidade das fronteiras estatais;

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CONSEQUÊNCIAS DA
GLOBALIZAÇÃO

AULA 01
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DesiGualDades

Consequências

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

“Após 1989 já houve cerca de 60 conflitos armados com mais


de 17 milhões de refugiados. As 225 maiores fortunas do globo
representam 1000 bilhões de euros, que é o equivalente à
renda anual de 45% dos mais pobres da população mundial (2,5
bilhões de pessoas).
As pessoas estão mais ricas que os estados. As 15 pessoas mais
ricas ultrapassam o PIB da África Subsaariana. Em 1960 os 20%
da população que vivia nos países mais ricos tinham uma renda
30 vezes superior a dos 20% mais pobres. Em 1995 a renda é 80
vezes superior.

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Para atender às necessidades sanitárias e nutricionais


fundamentais custaria 12 bilhões de euros, isto é, o que os
habitantes dos EUA e União Europeia gastam por ano em
perfume e menos do que gastam em sorvete. Morrem
anualmente 30 milhões de pessoas por fome. Esta é uma arma
política, uma arma de guerra e cria o "charité business". As
fusões de empresa têm permitido diminuir o número de
empregos. Cada uma das 100 principais empresas globais
vende mais do que exporta cada um dos 120 países mais
pobres. As 23 empresas mais importantes vendem mais que o
Brasil. Elas controlam 70% do comércio mundial.(Cf. MELLO,
Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional
Público. Rio de Janeiro: Renovar, 14 ed, vol I, 2002, p.57)..

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

“Os benefícios da globalização têm sido distribuídos


desigualmente, tanto nos países como entre eles. Há uma
crescente polarização entre ganhadores e perdedores. Cresceu
o fosso entre os países pobres e os ricos. Na África Subsaariana
e na América Latina, mais pessoas viviam na pobreza no final
dos anos 90 do que no início da década.” (Comissão mundial
sobre a dimensão social da globalização. OIT. Uma globalização
justa: criando oportunidades para todos. – Brasília: MTE,
Assessoria Internacional, 2005. )

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

“Há desequilíbrio nas regras globais. Regras e instituições


econômicas prevalecem sobre regras e instituições sociais,
enquanto a eficácia das próprias regras e instituições
existentes estão sendo testadas pelas atuais realidades
globais. O comércio de produtos industrializados está liberado,
enquanto a agricultura continua protegida. Bens e capital
movimentam-se muito mais livremente através das fronteiras
do que as pessoas. Em tempos de crise, os países
desenvolvidos têm opções mais amplas de política
macroeconômica, enquanto os países em desenvolvimento
estão sujeitos a exigências de ajuste....

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

...Políticas internacionais são frequentemente implementadas


sem levar em consideração as especificidades nacionais.
Regras globais não equilibradas podem acentuar desigualdades
iniciais. As regras do comércio mundial de hoje favorecem em
geral o rico e o poderoso e podem funcionar contra o pobre e o
fraco, sejam eles países, empresas ou comunidades.(Comissão
mundial sobre a dimensão social da globalização. OIT. Uma
globalização justa: criando oportunidades para todos. –
Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2005. )

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

“Os padrões de migração tem se tornado cada vez mais


complexos nos tempos modernos, envolvendo não somente
refugiados, mas também milhões de migrantes econômicos. No
entanto, refugiados e migrantes, mesmo que frequentemente
viagem da mesma maneira, são fundamentalmente diferentes,
e por esta razão são tratados muito diferentemente pelo direito
internacional. Migrantes, especialmente migrantes econômicos,
escolhem mover-se de forma a melhora as suas perspectivas e
de suas famílias. Refugiados tem que mover-se caso tenham que
salvar suas vidas ou preservar a sua liberdade. Eles não tem
proteção de seus países… se os Estados não os deixam entrar,
então podem estar condenando-os a morte- ou a uma
intolerável vida nas sombras, sem subsistência e sem direitos."
(Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados)
www.unhcr.org/5399a14f9.html
AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

DANOS E AMEAÇAS DE DANOS AO MEIO


AMBIENTE
 Mudanças climáticas
 Desmatamento e desertificação
 Extinção das espécies e biodiversidade
 O problema da escassez de água
 Produção de resíduos
 Questão nuclear
 Acidentes ambientais
 Conflitos

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Qual é o
seu papel no
enfrentamento
destas questões?

E o Direito Internacional Contemporâneo?

Direitos humanos?
Justiça Global?
Sustentabilidade?

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Globalização e cooperação

E a soberania do Estado?

AULA 01
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NOTÍCIAS DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO


COMERCIO

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

04/06/2011 - 00:00 por Reuters


Rússia faz acordo com OMC sobre subsídio agrícola
23/06/11 - 17:13
Putin diz que Rússia convenceu OMC sobre subsídios agrícolas
18/06/2011 - 00:00 por Lisandra Paraguassu
EUA encerram briga da laranja na OMC
30/05/11 - 18:24 por FILIPE DOMINGUES
Espanha nega origem de surto e ameaça recorrer à OMC
16/05/2011 - 00:00 por Antonio Corrêa de Lacerda
Câmbio, competitividade e a OMC
11/05/11 - 12:27
Mantega: OMC deve considerar câmbio na questão comercial
11/05/2011 - 00:00 por Jamil Chade
OMC discute 'guerra cambial'' a pedido do Brasil
10/05/2011 - 00:00 por Jamil Chade
País defende debate sobre o câmbio na OMC
AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
“Os Estados Unidos desistiram de apelar da decisão da
Organização Mundial do Comércio (OMC) que deu vitória ao
Brasil no processo contra as medidas antidumping aplicadas
pelo governo americano na exportação de suco de laranja
brasileiro. Com isso, as sobretaxas ao produto nos últimos
quatro anos terão de ser retiradas em um prazo máximo de
nove meses, tornando o produto novamente competitivo."
Essa foi a primeira vez que os EUA desistiram de um processo
na OMC antes de esgotar todas as possibilidades de apelação.
O fato foi comemorado pelo Itamaraty como uma inclinação
do governo americano de rever uma prática comum nas
relações comerciais, o chamado "zeroing" ou "zeramento".”

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL DECRETA PRISÃO DE PRESIDENTE DO


SUDÃO
O objetivo do Tribunal Penal Internacional (TPI) é julgar e punir os
responsáveis por crimes contra a humanidade para que não ocorra a
impunidade do passado. Porém, essa corte, desde que foi fundada em
2002, não havia emitido ainda um mandato de prisão contra um líder em
exercício, como aconteceu, agora, com o presidente do Sudão, na África,
Omar al-Bashir.
Essa execução judicial tem levantado controvérsias. Embora a ordem de
captura seja moralmente justificável, ela só pode ser executada no Sudão
e para isso depende do próprio presidente Bashir autorizar seus guardas a
prendê-lo.
Desafiadoramente, o presidente sudanês já declarou a correligionários que
nenhum Tribunal Internacional nem o Conselho de Segurança da
Organização das Nações Unidas (ONU) podem tocar nele.
AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Então, valeu a pena o TPI ter-se exposto a uma ordem de prisão


que poderá não ser cumprida?
O que diz o Estatuto da Corte
Somente os chefes de Estado dos países que ratificaram o
Estatuto da Corte, como França, Itália, Japão, Inglaterra, etc
perdem direito a invocar imunidades pessoais ao serem levados a
Corte Internacional em razão de crimes contra a humanidade. Se
o incriminado for chefe de um Estado que não ratificou o
Estatuto, como China, Rússia, Estados Unidos, Sudão e outros,
ele goza de imunidades...
Face a essa limitação, o Conselho de Segurança da Corte limitou-
se a impor ao Sudão a obrigação de “cooperar com a corte”. De
qualquer sorte, a ordem de captura tem um grande impacto
psicológico e midiático e retira do presidente do Sudão
legitimidade política.
AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

CORTE INTERAMERICANA DE DDHH

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

CASO GARIBALDI
SENTENÇA DE 23 DE SETEMBRO DE 2009

Homicídio do Senhor Sétimo Garibaldi, ocorrido em 27 de novembro de


1998; [durante] uma operação extrajudicial de despejo das famílias de
trabalhadores sem terra, que ocupavam uma fazenda no Município de
Querência do Norte, Estado do Paraná”.

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
IV – Conclusão
36. A Corte chegou à conclusão de violação pelo Estado brasileiro
dos artigos 8.1 e 25.1 da Convenção, o que deve suscitar cuidados
pelos Estados partícipes do Sistema Interamericano de Direitos
Humanos no sentido de fazerem reformas dos poderes judiciários
para adequarem a tramitação do processo ao tempo querido pela
norma e pelos cidadãos continentais, superando a fase de
descumprimento crônico de prazos legais pelo Judiciário e pelo
restante do sistema, como a polícia, no presente caso, em cuja
investigação demorou sessenta vezes mais que o prazo legal de
trinta dias para findar o inquérito.
37. A demora inscreve-se entre os erros judiciários mais graves
praticados pelo Estado, indenizáveis segundo a normativa
internacional. A rapidez processual gera fluidez e respeito nas
relações sociais, propícias ao patamar de desenvolvimento que as
Nações americanas tanto querem experimentar.
AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

NO BRASIL
22 de setembro de 2010

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
DECRETO Nº 7.307, DE 22 DE SETEMBRO DE 2010.
Autoriza a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
República a dar cumprimento à sentença exarada pela Corte
Interamericana de Direitos Humanos. O PRESIDENTE DA
REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,
inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no
Decreto no 4.463, de 8 de novembro de 2002, DECRETA:
Art. 1º Fica a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
República autorizada a promover as gestões necessárias ao
cumprimento da sentença da Corte Interamericana de Direitos
Humanos, expedida em 23 de setembro de 2009, referente ao
caso Sétimo Garibaldi, em especial a indenização pelas violações
dos direitos humanos às vítimas ou a quem de direito couber, na
forma do Anexo a este Decreto, observadas as dotações
orçamentárias.

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Art. 2o Este Decreto entra em vigor na data de sua


publicação.
Brasília, 22 de setembro de 2010; 189º da Independência e
122º da República. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Paulo de Tarso Vannuchi

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

BENEFICIÁRIOS PARENTESCO TOTAL


*Iracema Garibaldi(Esposa) - US$ 52.142,86
Darsônia Garibaldi Filha - US$ 21.142,86
Vanderlei Garibaldi Filho - US$ 21.142,86
Fernando Garibaldi Filho - US$ 21.142,86
Itamar Garibaldi Filho - US$ 21.142,86
Itacir Garibaldi Filho -US$ 21.142,86
Alexandre Garibaldi Filho - US$ 21.142,86

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

E no âmbito das relações privadas, o que mudou?

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Facilidade para estabelecer relações das mais diversas


naturezas com pessoas e empresas localizadas em diversas
partes do mundo.
AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Mas e as diferenças nos sistemas jurídicos?

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Convenção de Direito Internacional Privado de Haia
Uma organização mundial...
Com mais de 60 Estados membros representando todos os continentes, a
Conferência de Haia de Direito Internacional Privado é uma organização
intergovernamental de caráter global. Mescla de diversas tradições
jurídicas, ela desenvolve e oferece instrumentos jurídicos multilaterais
que correspondem às necessidades mundiais.
Um crescente número de Estados não-membros está aderindo às
Convenções da Haia. Assim, mais de 120 países participam hoje nos
trabalhos da Conferência.
Que estende pontes entre os sistemas jurídicos...
As situações pessoais, familiares ou comerciais que estão relacionadas a
mais de um país são habituais no mundo moderno. Estas podem ser
afetadas pelas diferenças que existem entre os sistemas jurídicos vigentes
nesses países (...)
http://www1.stf.gov.br/convencaohaia/conferenciaDireito/conferenciaDireito.asp>)

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

O PÚBLICO E PRIVADO NO DIREITO


INTERNACIONAL

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

“A bipartição clássica entre público e privado é aplicada ao


Direito Internacional, sobretudo nos países com línguas
neolatinas, ao passo que, nos países de tradição anglo-
saxônica, se optou por utilizar a expressão international
law ou Volkerrecht para designar o ramo privado e a
expressão conflict of laws ou Privat Internationales Recht
para o ramo privado.”

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Objeto do Direito Internacional Público Contemporâneo

 Relações entre Estados e outros sujeitos de direito


internacional público.

Objeto do Direito Internacional Privado

 Relações entre sujeitos de direito privado com conexão


internacional e também relação entre indivíduos e o
Estado.

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Contemporaneamente os limites entre a esfera privada e a


pública se tornaram fluidas também para o direito
internacional diante dos novos desafios.

 Normas de direito internacional cada vez mais integram o


direito interno dos Estados e são aplicadas às relações privadas.
 O indivíduo torna-se sujeito de direito internacional (DDHH).
 Aplicação da jurisprudência das cortes
supranacionais/transnacionais.

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

O ser humano como centro das políticas do Estado.

AULA 01
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

El Comité entiende que la OMC contribuye considerablemente


a la reforma de la gobernación mundial y forma parte de la
misma. Esta reforma debe ser impulsada por una
preocupación por la persona y no sólo por consideraciones
puramente macroeconómicas. Las normas de derechos
humanos deben conformar el proceso de formulación de la
política económica internacional a fin de que los beneficios
para el desarrollo humano de la evolución del régimen del
comercio internacional sean compartidas equitativamente por
todos, en particular por los sectores más vulnerables.
(E/C.12/1999/9. 26 de novembro de 1999 do Comitê de
Direitos econômicos, sociais e culturais)
AULA 01

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