• UNIDADE 1 -FUNDAMENTOS NA EDUCAÇÃO DE SURDOS • UNIDADE 2- INTRODUÇÃO À LIBRAS • UNIDADE 3 - SISTEMA DE TRANSCRIÇÃO EM LIBRAS; DATILOLOGIA E ASPECTOS MORFOLÓGICOS • UNIDADE 4 - PRATICANDO A LIBRAS LIBRAS
UNIDADE 1
FUNDAMENTOS NA EDUCAÇÃO DE SURDOS
OBJETIVO:
• Inteirar-se do contexto histórico do surdo na
sociedade, conhecer alguns textos legais que dizem respeito à Libras e rede de apoio disponível Em determinados momentos da história os surdos eram considerados seres incapazes de construir o pensamento formal visto que a ideia de raciocínio estava ligada a fala. Até mesmo direitos legais lhe eram negados. De acordo com o escritor Oliver Sacks, em seu livro Vendo Vozes por volta de 1750 os indivíduos surdos eram privados de alfabetização e instrução, vivendo de maneira desprezível e por vezes sozinhos, ignorados pela própria família que não conseguia comunicar-se de maneira efetiva com eles. A "educação de surdos"começa a se firmar por volta do ano de 1771. O religioso francês Charles L´Épee fundou o Instituto Nacional de Surdos e Mudos em Paris. O abade decidiu aprender a língua de sinais nativa dos surdos pobres que vagavam por Paris. L´Épee desenvolveu o sistema de sinais "metódicos", uma combinação da língua de sinais nativa com a gramática francesa traduzida em sinais, possibilitando ao aluno surdo, através do intérprete de sinais a compreensão e a aquisição dos conhecimentos do mundo (Goldfeld, 2002). Mudanças no rumo da educação de surdos no mundo:
• No ano de 1880 em Milão, na Itália,
aconteceu um congresso onde ficou decidido que o uso de sinais, gestos, ficava proibido e a partir de então deveria se usar o método oralista para a educação Método oralista? O foco está na aprendizagem da fala, isso acontece através de técnicas tais como treinamento auditivo, o desenvolvimento da fala e a leitura labial. Também há a indicação de prótese individual (aparelho auditivo) para reeducar auditivamente o surdo (Dorziat, 1997) É interessante notar que a decisão de se proibir o uso da Língua de Sinais e optar-se pelo oralismo foi tomada por ouvintes, professores surdos não puderam votar. Outros métodos passaram a ser utilizados dentre esses a filosofia da Comunicação Total. Usa-se a oralidade, sinais, leitura labial, soletração manual, escrita, desenho, gestos convencionais. Damázio demonstra que " tanto o Oralismo quanto a Comunicação Total negam a língua natural das pessoas com surdez e provocam perdas consideráveis" Agora passamos ao Bilinguísmo, corrente filosófica atual na educação de surdos (Quadros,1997). O aprendizado passa a se basear não nas experiências orais e auditivas e sim nas visuais. O bilinguismo é uma proposta de ensino usada por escolas que se propõem a tornar acessível à criança duas línguas no contexto escolar. O surdo não é mais alguém a ser reabilitado, mas sim compreendido e aceito na sociedade. A Lei Federal nº 10.436/02 reconhece a Língua Brasileira de Sinais – Libras como meio legal de comunicação e expressão da comunidade surda. O Decreto 5.626/05 vem regulamentar a tal Lei e ainda dispõe sobre a certificação de professor, instrutor e tradutor/intérprete de Libras, o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua para alunos surdos e a organização da educação bilíngue no ensino regular. Nessa perspectiva o profissional intérprete de Libras tem papel fundamental na escolarização do aluno surdo, ele é o mediador linguístico. O código de Ética, estabelecido pela Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (FENEIS) estabelece princípios como confidencialidade, imparcialidade e consciência de sua competência e limitações. Atendimento Educacional Especializado • Atendimento Educacional Especializado em Libras, os conteúdos escolares são repassados em Libras • Atendimento Educacional Especializado para o Ensino da Libras onde o aluno surdo terá aulas de Libras a fim de enriquecer seus conhecimentos especialmente de termos científicos • Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua Portuguesa, serão conteúdos trabalhados por um professor de Língua Portuguesa. Referências: GOLDFELD, Marcia. A criança surda: linguagem e cognição numa perspectiva sociointeracionista, 2ª ed., São Paulo: Plexus Editora, 2002. SACKS, Oliver. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. DAMÁZIO, Mirlene Ferreira Macedo. Atendimento Educacional Especializado: Pessoa com surdez, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_da.pdf>. Acesso em 10 de junho de 2018. QUADROS, R. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.