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DIREITO CIVIL III

Aula 11: CONTRATOS DE EMPRÉSTIMO


Direito Civil III
Contratos de Empréstimo

COMODATO MÚTUO

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CONCEITO E EFEITOS CONCEITO E EFEITOS
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Contratos de Empréstimo

• Empréstimo

Silvio Rodrigues (2011, p. 258) conceitua empréstimo como o contrato pelo qual uma das partes
entrega uma coisa à outra, para ser devolvida em espécie ou em gênero.

São espécies de empréstimo previstas no Código Civil:


 Comodato (artes. 579 a 585, CC);
 Mútuo (artes. 586 a 592, CC).

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Contratos de Empréstimo

• Comodato (arts. 579 a 585, CC)


Define Sílvio Venosa (2014, p. 198) o comodato como o “contrato unilateral gratuito por meio do qual
o comodante entrega bem não fungível para uso ao comodatário, o qual deve devolvê-lo após certo
tempo” (art. 579, CC).

Trata-se de empréstimo de uso porque o objeto é infungível.

Partes:
Comodante: quem empresta a coisa (proprietário ou possuidor);
Comodatário: quem recebe a coisa com obrigação de restituir.

O comodato é contrato:
 Real;
 Unilateral;
 Gratuito;
 Não solene.

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• Comodato (arts. 579 a 585, CC)

São elementos do contrato de comodato:

 A gratuidade;

 A infungibilidade do objeto (que pode ser móvel ou imóvel; corpóreo ou incorpóreo);

 A tradição da coisa para a formação do contrato;

 A temporalidade.

Com a tradição o comodatário terá a posse direta e precária do bem e o comodante a posse indireta.

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• Comodato (arts. 579 a 585, CC)

Obrigações do comodante:

 Permitir ao comodatário a fruição do bem, não perturbando seu uso e gozo;

 Não reclamar a coisa antes do prazo convencionado ou necessário para o uso que se pretende
do objeto, salvo comprada situação de necessidade imprevista e urgente (art. 581, CC);

 Reembolsar ao comodatário as despesas extraordinárias e urgentes que este teve com a coisa;

 Indenizar os prejuízos experimentados pelo comodatário, oriundos de imperfeições ou defeitos


da coisa se os conhecia e não advertiu o comodatário.;

 Receber a coisa a qualquer tempo, mesmo antes de vencido o termo ajustado;

 Indenizar benfeitorias necessárias.

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• Comodato (arts. 579 a 585, CC)

Obrigações do comodatário:

 Zelar pela conservação da coisa (art. 582, CC);

 Manutenção da coisa como se fosse sua;

 Servir-se da coisa de modo adequado, de acordo com a sua destinação;

 Restituir a coisa no prazo avençado ou findo o tempo necessário ao uso;

 Não antepor a salvação de seus próprios bens, à salvação do bem objeto do comodato,
respondendo por perdas e danos se o fizer, ainda que o dano seja decorrente de caso fortuito
ou força maior (art. 583, CC).

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• Comodato (arts. 579 a 585, CC)

Regras gerais:
 Art. 583, CC – se a deterioração da coisa, ou a sua perda, decorreu de um ato culposo cometido
pelo comodatário, responderá o mesmo pelo equivalente mais perdas e danos;

 O contrato de comodato se exaure pelo advento do termo convencionado. Se não houver prazo,
o comodato termina após o comodatário ter usado a coisa para o fim que a emprestou;

 O comodato pode ser resolvido antes do termo se o comodatário descumpre suas obrigações;

 Pode o comodato ser resolvido pela declaração unilateral da vontade do comodante, uma vez
que prove superveniência de necessidade imprevista e urgente;

 Pode haver extinção do comodato pela morte do comodatário, se expressamente o comodato


foi declarado intuitu personae.

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• Comodato (arts. 579 a 585, CC)

Regras gerais:

 Tutores, curadores e administradores em geral não poderão dar em comodato bens confiados à
sua guarda sem autorização prévia do juiz (art. 580, CC);

 O comodante pode exigir do comodatário a correta conservação do bem;

 O comodante pode arbitrar e cobrar aluguel, em caso de mora do comodatário, até que o bem
seja devolvido (art. 582, CC e Enunciado n. 180, III Jornada de Direito Civil);

 Havendo dois ou mais comodatários simultâneos, presumem-se solidários (art. 585, CC).

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• Mútuo (arts. 586 a 592, CC)


“Mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis (art. 586, CC), isto é, o contrato pelo qual uma das partes
transfere uma coisa fungível a outra, obrigando-se esta a restituir-lhe coisa do mesmo gênero, da
mesma qualidade e na mesma quantidade” (PEREIRA, 2011, p. 347).

Trata-se de empréstimo de consumo, uma vez que seu objeto é bem fungível.

Partes:
Mutuante: quem empresta o bem (proprietário do bem);
Mutuário: quem recebe a coisa emprestada com obrigação de restituir.

O mútuo é contrato:
 Real;
 Unilateral;
 Gratuito ou oneroso. Presume-se gratuito se não houver disposição expressa em contrário;
 Não solene.

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• Mútuo (arts. 586 a 592, CC)

Obrigações do mutuante:

 Entregar a coisa;

 Responder pelos prejuízos decorrentes de vícios ou defeitos da coisa dos quais tinha conhecimento
e não comunicou o mutuário;

 Não turbar a posse do mutuário.

O mutuante pode exigir garantias de restituição se, antes do vencimento, o mutuário sofrer notória
alteração em patrimônio que faça presumir eventual insolvência (art. 590, CC).

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• Mútuo (arts. 586 a 592, CC)

Obrigações do mutuário:

 Restituir o que recebeu em coisas de mesmo gênero, qualidade e quantidade (art. 586, CC);

 Aumento ou diminuição do preço da coisa podem influenciar na obrigação de restituir?

 Pagamento de juros convencionados (em se tratando de mútuo feneratício/oneroso);

 Responder pelos riscos da coisa, desde a tradição (art. 587, CC).

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• Mútuo (arts. 586 a 592, CC)

Regras gerais:

 Se o mútuo se destina a fins econômicos, presume-se oneroso, salvo estipulação em contrário (art.
591, CC). Autoriza-se, neste caso, a capitalização anual dos juros moratórios.

 O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização de seu responsável, não pode ser reavido
nem do mutuário, nem de seus fiadores, exceto (artes. 588 e 589, CC):
 Se houver ratificação posterior do responsável;
 Se houver ratificação pelo próprio mutuário após emancipação ou maioridade;
 Se, na ausência do responsável, o menor utilizou o empréstimo para adquirir alimentos
necessários à própria subsistência;
 Se o menor tiver bens adquiridos com o fruto de seu trabalho;
 Se demonstrado que o empréstimo reverteu em benefício do próprio menor;
 Se o menor obteve o empréstimo maliciosamente (art. 180, CC).

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• Mútuo (arts. 586 a 592, CC)

Regras gerais:

 O prazo de restituição pode ser livremente ajustado pelas partes;

 Se foi ajustado prazo em favor do mutuário, poderá este realizar a restituição antes do término do
prazo;

 Havendo prazo estipulado o mutuante não pode exigir a restituição antes de seu vencimento, salvo
nas hipóteses:
• De vencimento antecipado das obrigações (art. 333, CC);
• Se exigida garantia do mutuário este não a apresentá-la (art. 590, CC).

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 Regras especiais (art. 592, CC) – aplicam-se quando não houver prazo estipulado:
• Até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas (consumo e semeadura);
• De 30 dias, pelo menos, se for de dinheiro;
• Do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de outra coisa fungível. Neste caso, será
necessária notificação (judicial ou extrajudicial) informando o prazo.

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Assuntos DA
CONTEÚDO da PRÓXIMA
próxima aula:
AULA

Do contrato de depósito.

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