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CONCEITO CLASSIFICAÇÃO
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PRÓXIMOS
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS EFEITOS
PASSOS
“É contrato segundo o qual uma pessoa confia a outra a guarda de objeto móvel, obrigando-
se a segunda à restituição quando reclamado” (RIZZARDO, 2013, p. 651).
A palavra depósito expressa não apenas o contrato propriamente dito, mas igualmente a
coisa depositada ou o objeto do contrato.
Partes:
• Depositante: quem entrega o bem para ser guardado.
• Depositário: quem recebe o bem para guardar (mero detentor precário da coisa).
É contrato:
• Real
• Bilateral
• Temporário
• Em regra gratuito, salvo estipulação em contrário ou se resultante de ato praticado por
profissão (art. 628, CC)
• Em regra intuitu personae.
V. Restituição da coisa.
• O depositário deve devolver o bem tão logo seja reclamado (é irrelevante se há prazo
contratual ou não).
• Só em casos especiais a devolução pode ser dispensada: quando o objeto for judicialmente
embargado; quando sobre ele pender execução notificada ao depositário; se este tiver
motivo razoável para suspeitar que a coisa foi furtada ou roubada; ou quando o depósito se
fundou noutro depósito, conforme arts. 633 e 368, CC.
II. Depósito necessário: realiza-se no desempenho de obrigação imposta por lei, conforme artigos:
• Art. 647, CC – é depósito necessário:
O que se faz em desempenho de obrigação legal;
O que se efetua por ocasião de alguma calamidade (depósito miserável), como o incêndio, a
inundação, o naufrágio ou o saque.
• Art. 649, CC – o depósito de bagagens dos viajantes ou hóspedes de hospedarias se equipara ao
depósito necessário.
• Art. 651, CC – o depósito necessário não se presume gratuito, mas no caso do depósito de
bagagens o preço está incluído no preço da hospedagem.
Cessa a responsabilidade dos hospedeiros se provarem que os fatos prejudiciais não
poderiam ter sido evitados (art. 651, CC).
Quando decorrente de lei, o depósito necessário segue a lei que o prevê, ou na ausência de
disposição, pelas regras do depósito voluntário – art. 648, CC.
III. Depósito gratuito: o depositário realiza o ato de guarda independente de remuneração (contrato
de favor).
VI. Depósito irregular: tem por objeto coisas fungíveis ou consumíveis. O depositário deve restituir
mesmo gênero, qualidade e quantidade.
Ao depósito irregular aplicam-se às regras do mútuo (art. 645, CC).
VII. Depósito mercantil: é o depósito feito por causa proveniente do comércio, em poder do
comerciante ou por conta do comerciante. É tipicamente oneroso.
Lembre-se: é ilícita a prisão do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito!
(Súmula Vinculante n. 25, STF).
• O depósito necessário admite qualquer meio de prova (art. 648, parágrafo único, CC).
Obrigações do depositário:
• Mesmo cuidado e diligência que teria se a coisa fosse sua (art. 629, CC).
• Restituir a coisa assim que for solicitado (art. 629, CC). Exceções: art. 644, CC (direito de
retenção); art. 634, CC (se houver motivo razoável para suspeitar que a coisa foi dolosamente
obtida, caso em que, expondo o fundamento da suspeita, promoverá o recolhimento do
objeto ao depósito público).
• Restituição da coisa com todos os seus frutos e acrescidos (art. 629, CC).
• Se o depósito foi entregue fechado, colado, selado ou lacrado, nesse mesmo estado deve ser
mantido e restituído (art. 630, CC).
• Restituir a coisa no lugar em que tiver de ser guardada, salvo estipulação em contrário
(art. 631, CC).
Obrigações do depositante:
• Pagar as despesas feitas com a guarda e conservação da coisa e eventuais prejuízos dela
resultante (art. 643, CC).
Regras gerais:
• Art. 632, CC – feito o depósito no interesse de terceiro, a restituição se fará ao depositante com o
consentimento do terceiro.
• Art. 636, CC – o depositário que por força maior houver perdido a coisa depositada e recebido
outra em seu lugar, é obrigado a entregar a segunda ao depositante, e ceder-lhe as ações, que no
caso tiver contra terceiro responsável pela restituição da primeira.
Regras gerais:
• Em regra, o depositário não responde pelo perecimento da coisa, resultante de caso fortuito ou
força maior, devidamente demonstrados (art. 642, CC).
• O depositário pode requerer o depósito judicial da coisa quando, por motivo plausível, não mais a
possa guardar e o depositante não a possa receber (art. 635, CC).
• Art. 637, CC – o herdeiro do depositário, que de boa-fé vendeu a coisa depositada, é obrigado a
assistir o depositante na reivindicação, e a restituir ao comprador o preço recebido. A obrigação
de restituir a coisa, portanto, passa ao herdeiro do depositário.
Se o desvio for de má-fé, incorre o herdeiro na responsabilidade combinada ao depositário
infiel, suportando, inclusive, perdas e danos.
Regras gerais:
• Art. 641, CC – se o depositário se tornar incapaz, a pessoa que lhe assumir a administração dos
bens imediatamente diligenciará em restituir a coisa depositada e, não querendo ou não podendo
o depositante recebê-la, recolhê-la-á ao Depósito Público ou promoverá a nomeação de outro
depositário.
• Resilição unilateral pelo depositante (independente de prazo pré-fixado - art. 629, CC).
• Resilição unilateral pelo depositário – exige motivo plausível – art. 635, CC.
• Decurso de prazo.