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CRIMES CONTRA A CRIMES CONTRA A INVASÃO CRIMES CONTRA
LIBERDADE PESSOAL DE DISPOSITIVO INFORMÁTICO O PATRIMÔNIO
• Noção: A liberdade individual, como conceito jurídico, pode ser definida como a faculdade de
exercer a própria vontade, nos limites do direito.
• Existem outros crimes em que o bem jurídico liberdade pessoal também é atingido ou
violado, mas nesses outros, tal fato é apenas meio para a obtenção de fins diversos, tais como
econômicos (roubo, extorsão); libidinosos (estupro), em que o atentado à liberdade é
absorvido pelo crime fim.
Constrangimento ilegal
3) Sujeito passivo: qualquer pessoa física, desde que possua alguma capacidade de autodeterminação.
4) Tipo objetivo: constranger alguém a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda. O
constrangimento (coação) deve ser praticado por meio de violência física sobre pessoa (vis absoluta ou
corporal), grave ameaça (vis compulsiva) ou qualquer outro meio capaz de reduzir a resistência da vítima.
Admite-se o constrangimento por omissão.
6) Consumação e tentativa: consuma-se no momento em que o ofendido faz ou deixa de fazer a coisa a
que foi constrangido. É admissível a tentativa.
7) Formas majoradas:
a) quando se reúne um mínimo de quatro pessoas, computando-se inimputáveis e desconhecidos,
que estejam conscientes de concorrer para o mesmo objetivo;
b) quando há emprego de armas próprias (revólver, punhal) ou impróprias (pedras, estilhaços de
vidro, corda, tesoura).
9) Exclusão da tipicidade:
a) intervenção médica, sem consentimento do paciente, se justificada por iminente perigo de vida;
b) coação exercida para impedir suicídio.
Ameaça
1) Bem jurídico: liberdade individual.
2) Sujeito ativo: qualquer pessoa. Se funcionário público, no exercício de suas funções, pode ser abuso
de autoridade (art. 3º da Lei 4.898/65).
3) Sujeito passivo: qualquer pessoa, incluindo a criança, desde que seja capaz de sentir a intimidação.
4) Tipo objetivo: ameaçar significa procurar intimidar, anunciar ou prometer malefício, é prometer a
prática de mal grave a alguém, restringindo sua liberdade psíquica. O mal deve ser grave e injusto. É
necessário que a ameaça seja idônea e séria, para constranger e intimidar, verossímil e não fantástica ou
impossível.
3) Sujeito passivo: qualquer pessoa, ainda que em estado de inconsciência, inclusive a criança,
ainda que seja incapaz de entender a privação da liberdade de locomoção.
7) Formas majoradas
a) haver especial relação entre agente e vítima (ascendente, descendente, cônjuge, companheiro)
ou quando se trata de idoso (maior de sessenta anos);
b) se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;
c) se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias; se a vítima for menor de 18 (dezoito)
anos; ou for para fins libidinosos;
d) se gerar grave sofrimento físico ou moral.
1) Bem jurídico: liberdade pessoal. Busca-se evitar que uma pessoa seja submetida à servidão e ao
poder de fato de outrem.
4) Tipo objetivo: consiste na submissão total do sujeito passivo, suprimindo seu status libertatis. A
vítima é forçada a sujeitar-se a uma situação atentatória aos seus mais básicos direitos. Não é
necessário que a vítima seja transportada ou transferida de um lugar para o outro, nem que seja
enclausurada, ou sofra maus-tratos, desde que haja privações ao seu direito de ir e vir. Ocorre nas
seguintes modalidades:
a) submissão a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva;
b) sujeição a condições degradantes de trabalho mediante restrição, por qualquer meio, de sua
locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto.
6) Tipo subjetivo: dolo. Nas figuras equiparadas é necessário o elemento subjetivo do tipo de reter a
vítima no local de trabalho. Não há forma culposa.
8) Formas majoradas: a pena será aumentada de metade, se o crime é cometido contra criança ou
adolescente ou por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem.
Violação de Domicílio
3) Sujeito passivo: aquele que mora na casa, ou representa o titular do direito de admissão (morador,
proprietário, locatário ou legítimo possuidor).
6) Consumação e tentativa: na modalidade entrar, quando o agente transpõe os limites que separam
a casa ou suas dependências do mundo exterior (delito instantâneo). Na modalidade permanecer, há
uma omissão quando insiste em continuar no local por tempo juridicamente relevante (crime
permanente).
Admite-se tentativa na primeira modalidade.
7) Formas qualificadas:
a) se o crime for praticado durante a noite; em local ermo; ou com o emprego de arma ou violência.
b) se for praticada por duas ou mais pessoas.
c) se o agente for funcionário público fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades
estabelecidas em lei, ou com abuso do poder.
Invasão de dispositivo informático
1) Bem jurídico: a liberdade individual e o direito à intimidade, visto que protege a inviolabilidade dos
dados e das informações existentes nos dispositivos informáticos.
3) Sujeito passivo: o proprietário do dispositivo informático invadido, seja ele pessoa física ou jurídica,
ou qualquer outra pessoa que tenha dados ou informações arquivadas no dispositivo.
4) Tipo objetivo: invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores,
mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir
dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar
vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. Dispositivo informático seria todo aparelho capaz de
receber dados, tratá-los e transmitir os resultados. São exemplos os computadores, smartphones,
tablets etc. O dispositivo pode estar ou não conectado à rede de computadores. Deve haver também a
violação indevida de mecanismo de segurança, que são meios para garantir que somente
determinadas pessoas tenham acesso ao dispositivo. Seriam senhas e login, por exemplo.
5) Tipo subjetivo: dolo com o especial fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem
autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter
vantagem ilícita.
7) Modalidade equiparada: incorre na mesma pena quem produz, oferece, distribui, vende ou
difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta
definida no caput.
8) Majoração de pena:
a) se da invasão resulta prejuízo econômico;
b) se o crime for praticado contra: presidente da República, governadores e prefeitos; presidente do
Supremo Tribunal Federal; presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia
Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou dirigente
máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.
10) Ação penal: pública condicionada à representação, salvo se o crime for cometido contra a
administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito
Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos.
Furto