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Universidade Federal Rural de Pernambuco

Departamento de Agronomia
Fruticultura
Prof. Dr. Rosimar dos Santos Musser

Cultura da Aceroleira
Doutoranda: Cristina dos Santos Ribeiro
Introdução
 1955, Universidade Federal Rural de Pernambuco;

 O Nordeste participa com aproximadamente 64% da produção Nacional;

- Pernambuco representa 23,11% da produção nacional;


- Ceará, com 14,32%;
- São Paulo, com 11,39% e;
- Bahia, com 10,48%.

 A acerola está implantada no Perímetro Irrigado Senador Nilo Coelho, em


1.339 há;

 Exportação.
Clima e Solo
Desejado: climas tropical e subtropical
Temperaturas médias entre 25°C e 27°C

Altitude: Desde o nível do mar até 800m

Exigência hídrica: adequada disponibilidade de agua

no solo, 1.300 a 1.700mm bem distribuídos;

Precipitações acima de 1.800mm favorecem a formação de frutos


aquosos com menor teor de açúcares e
vitamina C.

A planta desenvolve-se bem em solos nas faixas de pH 4.5 até


6.5, profundos e argiloarenosos com boa drenagem
Instalação do pomar
Obtenção das mudas:

 Viveiros certificados;

 Procedência do material botânico


propagado;

 Mudas livres de pragas e doenças;

 De 25 à 40 cm;

 Aclimatadas;
Instalação do pomar
Preparo das mudas:

 O uso de sementes é o método mais


comum.

- Colocadas para germinar em


bandejas ou recipientes plásticos;

- As sementes germinam entre 18 a 30


dias após a semeadura, porém, as taxas
63 de germinação são baixas (20% a
30%);

- Alta variabilidade.
Instalação do pomar
Preparo das mudas:

 A estaquia é um método
bastante utilizado em
fruticultura, por ser de fácil
execução e manter as
características da planta
matriz e a uniformidade das
plantas e da produção.

- O material propagativo usado


na estaquia consiste em estacas
semi-lenhosas jovens, retiradas
preferencialmente da parte apical
do ramo.
Instalação do pomar
Preparo das mudas:

 Outro método que pode ser


utilizado na produção de
mudas da acerola é a
enxertia.

- Garfagem no topo em fenda


cheia, proporcionando um
pegamento acima de 70%.

- Quando a muda estiver com 4


a 6 meses, ou diâmetro maior
que 0,5 cm, e a 10 cm ou 15
cm de altura do solo, realiza-
se a enxertia.
Instalação do pomar
Preparo do solo: O preparo do solo para a implantação do pomar de aceroleira
assemelha-se ao executado para outras espécies frutíferas.

- Uma aração seguida de duas gradagens;


- Calagem, se necessária, com base na análise de solo, após a primeira gradagem
- pH ideal entre 4.5 e 5.5
- Preparo com 20 litros de esterco de curral curtido (como fonte de nitrogênio e de
micronutrientes) e de adubos fosfatado e potássico.
Instalação do pomar
Plantio das mudas:

- Sulcos (profundidade de 0,40 a 0,60 m);

- Covas (dimensões de no mínimo 0,40 x


0,40 x 0,40 m e, dependendo do tipo de
solo, podem chegar a 0,60 x 0,60 x 0,60 m).

– Preparo padrão para frutíferas;


- Muda colocada no nível do terreno,
compactando-se a terra em volta do
torrão;

- Mudas com 25 a 40cm de altura, dos 4 aos


6 meses de idade;

- Após o plantio, rega com 10 a 20 L de água.


Instalação do pomar
Plantio: Tutoramento
Quando a muda atinge a altura de
25 cm a 40 cm, faz-se o plantio no
local definitivo.
Instalação do pomar
Espaçamento:

Escolhido em função de:

- Porte da variedade (ereto ou globular);


- Fertilidade do solo;
- Manejo a ser adotado.

 Os espaçamentos recomendados são: 5m x 3m; 3,5m x 2.5m e


4m x 2.5m;

 Os espaçamentos utilizados: variam entre 4,0 x 3,0 m a


6,0 x 4,0 m.
Instalação do pomar

O plantio intercalado de variedades de acerola compatíveis é recomendado por


com o objetivo de aumentar o vingamento de frutos, por favorecer a polinização
cruzada entre genótipos diferentes.
Tratos culturais
Controle de plantas daninhas

 Capina manual (mais utilizado) ou


mecanizada Roçagem
 Herbicidas

Obs.: Em todos os casos não ferir o tronco e as raízes, que


são superficiais

Deve ser mantida sem ervas a área de projeção da copa e mais


um metro
Tratos culturais
Consórcio

Nos primeiros anos do pomar, entre linhas => feijáo, amendoim, batata-doce e mandioca
ou fruteiras como abacaxi, mamão ou maracujá

As culturas intercalares devem manter um metro de distância das plantas de acerola e


receber adubação especifica
Tratos culturais
Consórcio

Além de culturas
de maior porte,
como é o caso
do coco e do
cacau
Tratos culturais
Podas

Essencial para a aceroleira


Associada ao sistema de condução adotado
para a cultura

Poda de formação

 Manter copa baixa, em forma de vaso


aberto
 Podar a gema apical da haste única a 50cm
para estimular a brotação das gemas
laterais
 Manter três a quatro ramos principais
(pernadas), dispostos simetricamente e em
diferentes alturas da haste principal, entre
30 e 50 cm de altura
 As pernadas devem ser distribuídas
radialmente nos 20cm terminais da haste
principal
Tratos culturais
Poda de condução ou corretivas

Essencial para a manutenção da conformacão da planta


Deve ser executada após a colheita (após um ciclo fenológico de produção),
quando a planta estiver praticamente sem flores ou frutos
Deve-se eliminar ramos ladrões e mal localizados e também as brotações que
surgem nos ramos principais
Deve-se fazer o "levantamento da saia“da planta a uma altura de 50 a 60cm
para evitar o contato dos ramos com o solo, evitando assim o surgimento de doenças

Poda drástica

Feita anualmente quando a planta estiver em repouso vegetativo (chuvas)


com a finalidade de reduzir o porte da planta a até 2,0m
Tratos culturais
Adubação e calagem

Potássio (K): elemento extraído em maior quantidade


pelos frutos, seguido do nitrogênio (N), cálcio (Ca) e
fósforo (P)

Parcelamentos: N (3), K (2) e P (1), em 5 ou 6 meses

"FTE" de liberação lenta, sendo recomendada a fórmula


"BR 9" que contem zinco (6.0%). boro (2.0%). cobre (0.8%).
ferro (6.0%). Manganês (3.0%) e molibidênio
(0.1 %).

Calagem: Pratica essencial para a cultura


Tratos culturais
Tratos culturais
Irrigação

Métodos de irrigação pressurizados (aspersão e localizada) e por gravidade


(sulcos)
Escolha do método: recursos hídricos, topografia do terreno, clima, solo e
disponibilidade de recursos financeiros
No Vale do São Francisco: Microaspersão e gotejamento
Tratos culturais
Polinização

Aberta
Pragas
Rusticidade da cultura

Bicudo do botão floral Percevejo vermelho


Anthonomus acerolae Crinocem sanctus
Pragas

Cocholinha parda
Coccus hespiridium

Planta atacada pela cochonilha parda


Pragas

Pulgão da aceroleira Percevejo de renda


Aphis spp. Gargaphia torresi)
Pragas

Cigarrinha Moscas das frutas


Aethalion reticulatum
Pragas
Características da incidência de pragas na
aceroleira

Prioridade à utilização de práticas culturais


que reduzam a incidência
Controle biológico
Controle químico: registro de produtos,
período de florescimento, insetos polinizadores e
resíduo
Doenças

Características da incidência de
doenças na aceroleira

Prioridade à utilização de práticas culturais


que reduzam a incidência
Importância da poda
Produtos com curto período de carência
Doenças

Antracnose
Colletotrichum sp
Doenças

Antracnose
Colletotrichum sp

O controle dessa doença pode ser realizado com o uso de fungicidas a base
de cobre, a exemplo do oxicloreto de cobre.
Doenças

Cercosporiose
Cercospora sp.
Doenças

Tobamento ou damping off da muda


Rhizoctonia sp.
Doenças
Lasiodiplodia theobromae

O controle da seca ascendente dos ramos e cancros no caule e ramos


Combate: poda dos tecidos afetados dos ramos e a proteção das feridas com
pasta cúprica

Rhizopus sp
Podridão mole dos frutos Os frutos maduros exibem estruturas
esbranquiçadas. posteriormente tornandose escuras, recobrindo toda a
superfície e caem prematuramente no solo.
Doenças
Fitonematóides - Meloidogyne
Sintomas:
formação de entumescimentos nas raízes, denominados "galhas". Quando a
amarelecimento na parte aérea
Redução no tamanho das folhas e nanismo, podendo resultar em declínio e morte das
plantas.

Combate:
Mudas sadias em substrato isento de fitonematoides Plantio em
áreas livres do nematoide
Doenças

Quando o plantio é realizado sob a presença de fitonematoides,

Efetuar o monitoramento da população, uso de cobertura morta, aplicação de


resíduos orgânicos ou compostos sob a forma líquida ou sólida. A adubação e
irrigação adequadas também favorecem a tolerância da cultura e sustentabilidade
no agrosistema .

Incorporar no solo leguminosas, no inicio de florescimento (Crotalaria spectabilis


e C. paulinea) 20 dias antes do plantio das mudas sadias

Redução de nematóides das galhas (55-66%) 90 dias após a aplicação de


Bacillus thuringiensis e S. thuringiensis var. israelensis
Colheita

O sucesso da colheita e da comercialização de qualquer


fruto depende de vários fatores, incluindo:

- A escolha da variedade;
- O adequado manejo no campo;
- A correta identificação do ponto de colheita e;
- O manuseio pós-colheita adotado.

Para a acerola, alguns desses fatores assumem


importância ainda maior quando se verifica a alta
perecibilidade dessa fruta.
Colheita
Alterações no fruto maduro

Degradação de clorofila paralelamente ao aparecimento de carotenóides;


Decréscimo na acidez
Aumento dos açúcares redutores
Acentuada perda na vitamina "C“
Colheita
Recomendações

Fase mais delicada do cultivo da acerola


Colher nas horas mais brandas do dia
No período de produção plena, colher 2 a 3 vezes por semana ou diariamente
Rendimento de uma pessoa: 40 a 50kg de frutos por dia
Colheita
Estádios de maturação do fruto (duração de 5 dias em média)

1. totalmente verde;
2. virando mais verde que amarelo;
3. início da pigmentação. com predominância de amarelo;
4. predominância de vermelho;
5. totalmente vermelho;
6. roxo ou vermelho escuro

Quando colher???

Destino:

Polpa: predominância do vermelho intenso


Vitamina C: até estádio 3
Colheita
Recomendações do IBRAF (1995) para frutos de acerola

Brix: entre 7 e 7.5 ;


Vitamina "C": 1.200mg/100g de polpa:
Cor: mais de 80% rosada, virando para o vermelho;
Tamanho do fruto: mais de 15mm de diâmetro; Peso do
fruto: mínimo de 4,9 g:
Firmeza da fruta, ausência de ferimentos.
Pós-colheita
Frutos colhidos com predominância do amarelo sobre o verde e armazenados em
embalagens permeáveis
vida útil pós-colheita de 7 dias sem frio
10 a 15 dias com uso do frio (+ 7°C).

Após a colheita a acerola suporta de 4 a 5 dias a temperatura ambiente


Colheita verde => 6 a 7 dias

Refrigeração após a colheita


Possibilita a comercialização da fruta fresca em mercados próximos por
10 dias
Pós-colheita
Recomendações do IBRAF (1995) Colheita

Transporte para unidade beneficiador

Seleção

Colheita Lavagem

Congelamento frutas Transformação polpa


inteiras congelada

Acondicionamento Despolpamento
Pesagem Acondicionamento
Soldagem Pesagem
Rotulagem Soldagem
Congelamento Rotulagem
Congelamento
Pós-colheita

Congelamento frutas Transformação polpa


inteiras congelada

Acondicionamento Despolpamento
Pesagem Acondicionamento
Soldagem Pesagem
Rotulagem Soldagem
Congelamento Rotulagem
Congelamento
Avaliação econômica

Coeficientes de produção e
rentabilidade da exploração

Os custos de implantação,
manutenção e produção de um
pomar de aceroleira variam
de acordo com o local de
implantação, a finalidade da
produção e as práticas culturais
adotadas.
Avaliação econômica

Coeficientes de produção e
rentabilidade da exploração

Os custos de implantação,
manutenção e produção de um
pomar de aceroleira variam
de acordo com o local de
implantação, a finalidade da
produção e as práticas culturais
adotadas.
Avaliação econômica

Coeficientes de produção e
rentabilidade da exploração

Os custos de implantação,
manutenção e produção de um
pomar de aceroleira variam
de acordo com o local de
implantação, a finalidade da
produção e as práticas culturais
adotadas.
Avaliação econômica

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