MÉTODO DA ANTROPOLOGIA

TEOLÓGICA
Enquanto os filósofos, adotaram o método
da introspecção, exemplo de Fabro; outro o
método fenomenológico-transcendental;
estruturalismo etc... A antropologia
teológica dispõe de um objeto próprio e
também um método adequado para estudá-
lo. Portanto, é licito concluir que ela tem um
válido estatuto, trata-se do estudo dos
princípios bíblicos já constituídos.
Há dois estados de espírito que são
inimigos de uma autêntica
investigação do homem:
a) Somente podemos conhecer o
homem pelos estudos científicos,
descartando a existência de um
elemento espiritual no homem. Não
é nada mais que um produto mais
perfeito da matéria.
b) Outros apostam num futuro
seguro para todo ser humano, já
que todos são “filhos” de um Deus
tremendamente amoroso que
providenciará um final feliz, tanto
aos que se arrependeram, como a
aqueles que ignorantemente foram
apáticos ao sacrifício de Cristo
Jesus. São os adeptos da
concepção universalista.
 Repudiamos os ensinamentos
errôneos anteriormente escritos,
por entendermos que nossa
visão do homem é a de Deus,
que além de criá-lo, tudo sabe
sobre este, que apesar de ter
sido criado de maneira
maravilhosa...
... Encontra-se caído, em estado
de miséria espiritual, que apesar
de ser relativamente eterno
(absoluto só Deus), porém, sério
candidato ao inferno, a não ser
que misericordiosamente e
graciosamente, haja um
encontro com o Deus da Bíblia.
DIVERGÊNCIAS NO ESTUDO DO
HOMEM
a) A idade do homem;
b) Produto do caos, ou de Deus;
c) Criacionismo, evolucionismo ou
criacionismo – evolucionismo;
d) Homem criado mortal ou imortal
fisicamente;
e) Adão primeiro homem, ou
representação da humanidade;
f) Dicotomia, tricotomia ou holístico.
 TRANSIÇÃO DA TEOLOGIA
PARA A ANTROPOLOGIA
O estudo de Deus para o estudo do
homem é natural. O homem não é
somente a coroa da criação, mas
também é objeto de um especial cuidado
de Deus.
A Antropologia teológica ocupa-se
unicamente do que a Bíblia diz a respeito
do homem e sua relação com Deus, a
Escritura é sua única fonte.
 ALGUNS PRESSUPOSTOS
O Homem não é preexistente; A
ideia de que o homem existiu
noutra parte antes de aparecer no
mundo, não se baseia em nenhum
documento ou prova. A Bíblia diz
que o homem foi criado sobre a
terra e que todos procedemos de
Adão.
O Homem não é uma emanação da
substância de Deus.
1. Porque a emanação resultaria em ser
possível a substância de Deus tornar-
se corrupta;
2. Porque a substância é aquilo a que
são inerentes de Deus, possuiríamos
também os seus atributos, como
onisciência, por exemplo;
3. O Homem não é uma forma de Deus.
Isso seria panteísmo.
 A CRIAÇÃO DO HOMEM

1. O começo da humanidade - A
Bíblia começa narrando a criação
do mundo e do homem. Ela
reivindica um criador da matéria e
da natureza, e também do homem.
O mundo e o homem não são
produtos do acaso, mas de uma
mente inteligente. (Vídeo)
 Os primeiros pensadores hebreus,
iluminados pelo Espírito Santo, não
aceitaram a eternidade da matéria
nem a acidentalidade da vida.
Torna-se mais compreensível
quando prestamos atenção na
estrutura de Gênesis, o primeiro
livro da Bíblia, e que é também, o
prólogo das Escrituras.
Há nele três grandes divisões:

1 a 11 - A 12 a 36 - A
história da história dos
criação; patriarcas;

37 a 50 - A
história de uma
nação criada.
 Antes de explicar o
surgimento de Israel, o livro
de Gênesis explica o
surgimento do universo

O mundo não é produto do acaso

nem o homem um animal irracional
que evoluiu, mesmo sem querer. O
homem e tudo que há no mundo
devem sua existência a Deus.
 O termo mais comum que os
escritores bíblicos usam para
mostrar a criação como ato
divino é o verbo hebraico
“barah”, que não significa criar
do nada”, como alguns dizem,
mas só se usa para ação
divina.
 Algumas dificuldades para lidar
com o termo “barah” na
Septuaginta.
Seus tradutores não conseguiram encontrar
uma expressão adequada na língua grega e
empregaram dois termos para "criar":
- “demiourgein”, que significa "trabalhar com
matéria", "manufaturar";
- “ktzein”, que expressa o “ato decisivo e
básico de trazer à existência, fundar ou instituir
alguma coisa”.
 "Deus não apenas
manuseou a matéria
existente como artífice
(demiourgos); pelo contrário,
Ele mesmo foi Criador
(ktistês) da matéria".
(Filo de Alexandria,
Teólogo Judeu)
 2. A palavra que cria - Nada
havia antes dEle falar. Ele falou,
passou a haver. É a palavra
divina que cria. (“Disse Deus:
haja luz. E houve luz”) Gn. 1.3
“Pela palavra do Senhor foram
feitos os céus, e todo o exército
deles pelo sopro da sua boca”.
(Sl. 33.6)
 3. O lugar do homem -
Diferentemente dos relatos das
religiões orientais, o homem é
mostrado mais como semelhante a
Deus do que semelhante com o
restante da criação (Gn. 1.26-27).
O panteísmo oriental não só é
refutado no relato bíblico, como
nele o homem é elevado sobre a
criação.
 Enquanto que no panteísmo, o
homem e um feixe de capim e um
monte de excremento de vaca têm
o mesmo valor, na Bíblia, ele é o
ápice de um processo criativo. Sua
singularidade reside no fato de ser
ele, da criação, o único que foi
criado à imagem e semelhança de
Deus, e é, também, o único que
pode relacionar-se com Deus.
Conforme Eclesiastes 3.11, ele
é o único a ter a noção de
eternidade: “Tudo fez formoso
em seu tempo; também pôs na
mente do homem a ideia da
eternidade, se bem que este
não possa descobrir a obra que
Deus fez desde o princípio até o
fim”.
Deus pôs no coração humano
a noção de eternidade. Ele é o
único que sabe que vai morrer
e é o único a acalentar a
esperança de viver fora do
corpo. Só o homem tem noção
de tempo como algo que corre
e que vai se acabar.
 “Que é o homem?". Quando
usamos este termo, nos
referimos ao gênero humano,
ao homem e à mulher. Mas o
que significa o termo? Várias
respostas têm sido
oferecidas.
 O homem é "imagem e
semelhança" de Deus. Os
termos hebraicos são
“tselem” e “demut”. Não
aludem à imagem física, pois
Deus não tem corpo. É
Espírito (João 4:24). [Não
aparece no texto hebraico o “vav”]
 Quatro aspectos podem ser
mostrados aqui:
Primeiro: somente o homem recebeu
o sopro de Deus (Gênesis 2:7) e tem
um espírito imortal.
Segundo: somente o homem é um ser
moral, diferente do resto da criação.
Não precisa obedecer a seus instintos.
Terceiro: o homem é um ser racional,
com capacidade de pensamento
abstrato e de produzir ideias.
 Quarto: o homem, à semelhança de
Deus, passa a ter domínio sobre a
natureza e seres vivos. Ele é o
representante de Deus no mundo,
investido de autoridade e domínio.
Ele é divinamente comissionado para
sujeitar a terra. O hebraico é
“kibeshedah”, literalmente, "pisar
sobre". Ele é o administrador de
Deus na terra. Isto nos ajuda a
entender os dois termos.
 4 – Criação precedida por um
conselho? Antes de Moisés tratar
da criação do homem com
maiores detalhes, ele nos leva a
conhecer o decreto de Deus
quanto a essa criação, nas
seguintes palavras: “...façamos o
homem à nossa imagem
conforme a nossa semelhança...”
(Gn. 1.26)
 O verbo façamos enfrenta quatro
interpretações:
1ª Aqui se diz que a Trindade está
conferenciando-se;
2ª Outros dizem que a palavra façamos
expressa o plural de majestade;
3ª Há quem diga que Deus está
dialogando com os anjos;
4ª Outros consideram a palavra
façamos como o plural de auto-
exortação.
 Comentário: Dizem alguns que
o plural de majestade originou-
se em data muito posterior.
Dizer que Deus estava
dialogando com os anjos,
implica em dizer que os anjos
foram co-criadores com Deus, e
que os homem foi criado à
imagem dos anjos também.
A indicação da auto-exaltação, é uma
pressuposição inteiramente gratuita,
a qual não se pode atribuir nenhuma
razão.
Os que defendem se tratar de plural
de majestade, dizem que dizer que
se fala aqui sobre a Trindade, é dizer
que Moisés tinha consciência da
doutrina da Trindade, o que não se
vê em seus escritos nem nos outros
escritores do V.T.
 5- As duas narrativas. A
única narração autorizada
com respeito à origem do
homem que possuímos é
a que se encontra nos
capítulos um e dois do
Gênesis.
A Primeira narração da criação do
homem. Na primeira destas
narrações bíblicas da origem do
homem encontramos
A Primeira a ordem
narração da criação do homem.
Na primeira destas narrações bíblicas da
criadora
origem dodehomem Deus,
encontramos“façamos
a ordem o
criadora de Deus, “façamos o homem à
homem nossa
à nossa imagem,
imagem, conforme a nossa
semelhança”. A criação do homem
conforme
a nossarepresenta
semelhança”. A criação do
e é o ponto culminante de todos
os atos criativos prévios.

homem representa e é o ponto

culminante de todos os atos
criativos prévios.
 A segunda narração da criação do
homem é mais elaborada encontra-
se em Gênesis 2.4-35. Visa a ser o
ponto de partida para a consideração
específica da história pessoal do
homem. Encontramos aqui um duplo
ato criador: “Então formou o Senhor
Deus ao homem do pó da terra, e lhe
soprou nas narinas o fôlego de vida,
e o homem passou a ser alma
vivente” (Gn. 2.7)
 Mas a questão distintiva da criação
do homem encontra-se na seguinte
informação: “soprou nas narinas o
fôlego de vida, e o homem passou a
ser alma vivente.” Aqui encontramos
uma criação única, nova, não mera
formação. Deus fez do homem um
espírito, uma pessoa, um ser
consciente e determinante de si
mesmo. Pelo sopro divino o homem
tornou-se espírito imortal.
 6- A origem da mulher - O ser
humano foi elaborado em dois
sexos, a descrição deste
processo encontra-se em Gn.
2.21-23. Esta descrição tem
sido uma fonte de perplexidade
para muitos comentários, e daí
surgiram muitas teorias à guisa
de interpretações.
 Paulo diz-nos que primeiro foi
formado Adão, depois Eva (I Tm
2.13). Com isso quer dizer que o
homem foi antes aperfeiçoado e dele
Deus tomou aquilo com que fez a
mulher. Este ato foi reconhecido por
Adão quando disse: “Esta, sim, é
osso dos meus ossos e carne da
minha carne; chamar-se-á varoa,
porquanto do varão foi tomada” (Gn.
2.23).
Este aspecto genérico da criação do
homem apresenta-se não só no
plano físico como também formando
a base estrutural social na relação
matrimonial. Paulo alonga-se em
considerações sobre este aspecto na
narração do Gênesis e dar-nos um
dos símbolos mais significativos e
formosos da relação entre Cristo e a
Sua Igreja (Ef. 5.23-32).
 POESIA
O HOMEM E A
MULHER