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EDUCAÇÃO
MATEMÁTICA: BREVE
HISTÓRICO E UMA
EXEMPLIFICAÇÃO
Prof. Richael Silva Caetano
Psicologia
da
Educação
Matemática
Matemátic
Educação
a
2
1 Breve histórico da área – Psicologia da
Educação Matemática
O primeiro Grupo Internacional de Psicologia da Educação
Matemática (PME) foi criado em 1976 durante o III Congresso
Internacional de Educação Matemática realizado na Alemanha, na
cidade de Karlsruhe.
No Brasil, dois marcos históricos merecem destaque. O
primeiro refere-se à criação do Grupo de Psicologia da Educação
Matemática – que foi constituído em 1996 na Associação
Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP)
– tendo como líder a Prof.ª Dr.ª Márcia Regina Ferreira de Brito,
da Faculdade de Educação da UNICAMP. O segundo refere-se à
realização, pela primeira vez no país, da 19.ª Reunião Anual do
grupo PME, cujo anfitrião foi o programa de pós-graduação em
Psicologia da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE), em3
2 Objetivo da área – Psicologia da
Educação Matemática
O objetivo central dos pesquisadores dessa área é
investigar os processos de ensino e de aprendizagem da
Matemática nos diversos níveis de ensino (da Educação
Infantil ao Ensino Superior) tendo como aporte teorias
da Psicologia.
Segundo Brito (2005), “O objetivo é estudar o ensino
e a aprendizagem da Matemática, bem como os outros
fatores cognitivos e afetivos relacionados a essa
disciplina” (p. 52).
4
3 Psicologia da Educação Matemática
Para uma verdadeira Psicologia da [Educação]
Matemática, precisamos tanto da Psicologia como do
conteúdo matemático. Os matemáticos estabelecem o
conteúdo, mas o psicólogo traz à tona o conhecimento
sobre como o indivíduo pensa e, mais importante,
como estudar o como as pessoas pensam. É esse duplo
conhecimento – conhecimento da estrutura Matemática
e conhecimento sobre como as pessoas pensam,
raciocinam e usam suas capacidades intelectuais – que
fornece os ingredientes para a Psicologia da [Educação]
Matemática (Resnick e Ford, 1981, p. 4), [comentário
nosso], grifo nosso).
5
3.1 Psicologia da Educação Matemática – uma
possível definição
A psicologia da educação matemática é um domínio
recente de pesquisa, reflexão teórica e aplicação prática,
tendo como foco de análise a atividade matemática (...)
e buscando oferecer subsídios especificamente
psicológicos para o debate interdisciplinar referente ao
campo mais amplo da educação matemática. (...) as
contribuições da psicologia da educação matemática (...)
buscam se diferenciar de outras ao reunir
simultaneamente três aspectos: em primeiro lugar, uma
clara preocupação com a atividade mental de um
sujeito humano real, ou seja, inserido em contexto
histórico-cultural específico, onde exercitará diversas6
3.1 Psicologia da Educação Matemática – uma
possível definição
... imitação e o faz-de-conta da primeira infância até a
aprendizagem complexa de heurísticas de resolução de
problemas, no ensino superior), movido por motivações
variadas e diversamente impregnadas de afetos; em
segundo, uma preocupação com a conceptualização
em matemática, dado que a abordagem da
conceptualização em termos genéricos, como propõem
alguns setores da psicologia geral, não dá conta da
agenda de problemas da comunidade de educação
matemática; em terceiro e último lugar, cabe mencionar
finalmente o compromisso com a construção de
conhecimento científico (...) (DA ROCHA FALCÃO,7
3.2 Que tipo de Psicologia?
Nesse contexto, “estamos falando” da Psicologia
Educacional que se constitui, segundo Ausubel (1968),
em um ramo especial da Psicologia preocupado com a
natureza, as condições, os resultados, a avaliação e
retenção da aprendizagem escolar.
As diversas teorias da Psicologia Educacional são
utilizadas para compreender elementos como:
aprendizagem, habilidades, atitudes, motivação, etc.,
que estão presentes no ensino da Matemática.
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3.2.1 A origem da Psicologia educacional
Os trabalhos de Thorndike (1911) com
aprendizagem – especialmente sua obra Animal
Intelligence, publicada em 1898, além de suas
ideias sobre a aprendizagem escolar – e os
trabalhos de Hull com crianças e adolescentes,
levaram Crombach (1951) a atribuir, em seu
livro Educational Psychology, a origem desse
ramo da Psicologia a esses dois pesquisadores.
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3.3 Psicologia da Educação Matemática:
um Panorama
Em linhas gerais, as pesquisas desenvolvidas
ultrapassam as questões relativas somente à
aprendizagem de conceitos matemáticos. Elas abordam,
também, os aspectos referentes ao pensamento
matemático avançado, aos fatores afetivos, aos
pensamentos algébrico/geométrico/
estatístico/probabilístico/etc., à avaliação, às crenças, à
tecnologia no ensino de Matemática, aos fatores
culturais, à Formação de Professores (Inicial e
Contínua), à solução de problemas, etc. Tais aspectos,
entre outros, têm se constituído em objeto de10
4 Um exemplo: Gérard Vergnaud
Gérard Vergnaud é um matemático,
filósofo e psicólogo francês. É doutor
em Psicologia pela Universidade de
Paris Sorbonne, cuja tese foi orientada
por Jean Piaget. Nesta universidade,
atuou como docente durante vários anos.
Foi diretor de pesquisa do CNRS
(Centre National de Recherches
Scientifiques), na área de psicologia do
Internacionalmente, possui uma intensa
desenvolvimento atividade como
cognitivo.
orientador e inspirador de trabalhos acerca da didática da
Matemática, da área de Formação de Professores e demais
profissionais de diversas áreas. É considerado como um dos
‘pilares’ do movimento francês denominado movimento 11da
4.1 Noção de RELAÇÃO
A noção de relação é uma noção absolutamente
geral. O conhecimento consiste, em grande parte,
em estabelecer relações e organizá-las em sistemas.
Há relações entre objetos no espaço, entre
quantidades físicas, entre fenômenos biológicos,
sociais, psicológicos. (VERGNAUD, 2009, p. 23)
1 3
×6 ×6
6
15
4.1.1 Cálculo Relacional: 2 Formas de
Dedução
Deduzir novas relações a partir das relações
constatadas e aceitas.
Ex.: “Pedro acabou de jogar duas partidas de bolinha
de gude. Ele perdeu 13 na primeira partida e ganhou 7
na segunda, e ele tem, agora, 45. Quantas ele tinha antes
de começar a jogar?”
Suponhamos que uma criança de 10 anos, bem avançada,
proceda da seguinte maneira: ele tira 7 de 13 e acha 6; ela
soma 6 com 45 e acha 51, que ela dá como resultado. Que
dedução, que cálculo relacional ela fez? (VERGNAUD,
2009, p. 36, grifos do autor)
Estado Primeira parte Estado intermediário Segunda parte Estado final
inicial
−13 +7
45
16
4.1.1 Cálculo Relacional: 2 Formas de
Dedução
Primeira dedução: ela compôs duas relações
entre si para achar uma terceira. Mais
precisamente, ela compôs as duas
transformações −13 e +7 para encontrar o
resultado −6, como mostra o esquema abaixo.
−13 +7
45
−6
14
−7
22
4.2.1 Casos de Transformação: Exemplo B. da
Segunda Categoria do caso Mais Complexo
B. Caso sem informação sobre os estados:
Do mesmo enunciado do exemplo precedente, é
suprimida a primeira informação sobre o número de
caixas que estão no caminhão, inicialmente.
+3 x
−7
14
−5
3
(VERGNAUD, 2009, p. 203)
27
4.3.1 As 6 grandes categorias de relações
aditivas
Quarta categoria: duas transformações se
compõem para resultar em uma transformação.
- Paulo ganhou ontem 6 bolinhas de gude e hoje
perdeu 9 bolinhas. Em tudo, ele perdeu 3.
+6, −9, −3 são números relativos.
+6 −9
−3
richael13@yahoo.com.br
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