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Geomorfologia - Aula 1

Prof. : Romildo Aparecido Soares Junior


Definição de Geomorfologia

Geomorfologia é a ciência que estuda


a gênese e a evolução das formas de
relevo sobre a superfície da Terra,
onde estas formas são resultantes
dos processos atuais e pretéritos
ocorridos nos litotipos existentes
(CHRISTOFOLETTI, 1980).
Willian Morris Davis
A geomorfologia toma forma no final
do século XIX pelas mãos de
William Morris Davis, que também
é considerado o pai da geografia
americana;
Nesse tempo, a idéia prevalecente
sobre a criação do relevo era do
catastrofismo como causa
principal;
Davis e outros geógrafos começaram
a demonstrar que outras causas
foram responsáveis pela
modelagem da superfície da
Terra.
ANTONIO CRISTOFOLETTI
Professor e Bacharel em geografia;
Foi coordenador da Revista
Geografica, de 1976 a 1999.
O Professor Antonio Christofoletti é
autor de oito livros sobre
geomorfologia, e é responsável
pela elaboração de três livros
didáticos para o terceiro grau
sobre o assunto.
Agentes de Formação do Relevo
Geomorfologia é o ramo da Geografia responsável
pelo estudo do modelado do relevo e seus
processos de formação;
Existem dois agentes de formação
geomorfológica: internos (endógenos) e externos
(exógenos);
Agentes Endógenos: Tectonismo, vulcanismo, abalos
sísmicos, orogênese e epirogênese;
Agentes Exógenos: intemperismo – químico,
físico e biológico;
Agentes de Formação do Relevo Agentes
Exógenos: intemperismo

O intemperismo refere-se às alterações físicas e


químicas a que estão sujeitas as rochas e
minerais na superfície da Terra. Diferente de
erosão, que consiste no transporte de partículas
e matéria, o intemperismo é a quebra e
alteração de materiais nas proximidades da
superfície para produtos que estão mais em
equilíbrio com as novas condições físicas e
químicas impostas.
Intemperismo físico

• Desagregação de fragmentos cada vez


menores
• Conservando as características de seus
minerais
• Aumentando a superfície de contato dos
fragmentos
• Colabora com o intemperismo químico
• Mais intenso em regiões desérticas e de clima
• semiárido.
Intemperismo físico: Expansão térmica

A variação de temperatura produzida pela


insolação durante o dia e pelo resfriamento
noturno desempenha papel importante na
desintegração das rochas, principalmente em
regiões áridas ou semi-áridas. As rochas
fragmentam-se em partículas granulares ou em
escamas de tamanhos variados, dependendo
das características litológicas e da intensidade
do fenômeno.
Intemperismo físico: Expansão térmica
Intemperismo físico: Congelamento

As grandes alternâncias de temperaturas diárias


nas regiões frias e temperadas, acompanhadas
de congelamento e descongelamento, são
também muito eficazes na desagregação das
rochas.
As rochas desagregadas por sucessivos
congelamentos e descongelamentos da água
nos poros, fendas ou diáclases foram
submetidas a um processo denominado de
cunha de congelamento.
Intemperismo físico: Congelamento

Bloco de gnaisse sofre


ação do gelo
Intemperismo físico: abrasão e erosão

As rochas podem desgastar-se pela abrasão


mecânica, seja pela fricção, quando desliza
sobre outra, ou pelo impacto de grãos
transportados contra o substrato. Abrasão é o
processo físico de friccionamento, polimento ou
raspagem pelo qual as partículas de rocha
(geralmente microscópicas) são erodidas pela
fricção da água corrente, ondas, correntes
marinhas, vento, geleiras, etc.
Intemperismo físico: erosão pluvial
Intemperismo físico: erosão fluvial
Intemperismo físico: erosão eólica
Intemperismo físico: erosão marinha
Intemperismo físico: cristalizacao de sais

O crescimento de cristais nos interstícios, fissuras


ou fendas favorece a desintegração das rochas.
O crescimento desses cristais nas rochas
fraturadas provoca uma pressão e,
consequentemente, o alargamento das fraturas.
Este tipo de processo é de importância local.
Intemperismo físico: cristalizacao de sais
Intemperismo químico

O intemperismo químico é um conjunto de reações que


levam à modificação dos minerais que compõem a
rocha devido ao rompimento do equilíbrio do conjunto de
íons que os constituem, assim formando os solos.

Observa-se que o intemperismo químico se torna mais


acelerado à medida que o intemperismo físico avança,
devido ao aumento de área superficial específica (ASE)
dos minerais.
Intemperismo químico

A água é o principal agente do intemperismo químico. Ao


interagir com o CO 2 da atmosfera, acaba por adquirir
caráter ácido;

Quando a água entra em contato com o solo, tem seu pH


diminuído;

A degradação incompleta da matéria orgânica forma vários


tipos de ácidos orgânicos que se incorporam às águas
percolantes, as deixando muito ácidas, e com isso
aumenta seu poder de ataque aos minerais;
Intemperismo químico: Carbonatação
Intemperismo químico: Carbonatação
Intemperismo químico: Hidratação

A hidratação constitui a adição de água num mineral e sua


adsorção dentro do retículo cristalino. Certos minerais
são passíveis de receber moléculas de água em sua
estrutura, transformando-se física e quimicamente. Na
hidratação, os minerais expandem-se. A desidratação
representa o fenômeno inverso, no qual o mineral perde
água quando tem o seu volume reduzido.
Intemperismo químico: Hidratação

Anidrita Gipso
Intemperismo químico: Dissolução

A dissolução talvez represente o primeiro estágio do


processo de intemperismo químico. Determinados
minerais ou rochas são mais facilmente dissolvidos pela
água do que outros. A halita, a calcita, a dolomita, o
gipso e o calcário são particularmente susceptíveis à
dissolução. Os sais minerais, via de regra, são
facilmente solúveis em água. Outros minerais são mais
resistentes ou mesmo insolúveis. Em condições
normais, o quartzo como referimos, é praticamente
insolúvel. Geralmente, um aumento de temperatura
contribui para maior solubilidade dos minerais.
Intemperismo químico: Dissolução
Intemperismo químico: Hidrólise

A hidrólise consiste na reação química entre o mineral e a


água, isto é, entre os íons H+ ou OH− da água e os íons
do mineral. A decomposição dos silicatos (feldspatos,
micas, hornblenda, augita, etc.) processa-se através da
hidrólise, ou seja, da ação da água dissociada.
Intemperismo químico: Hidrólise
Intemperismo químico: Oxidação

Uma das principais reações que ocorrem durante o


intemperismo químico é a oxidação. Quando a água
com oxigênio dissolvido penetra no subsolo, a oxidação
processa-se primeiramente nos primeiros metros
superficiais, cessando totalmente o lençol freático.

No processo de oxidação, o oxigênio reage com os


minerais, principalmente com aqueles que contêm ferro,
manganês e enxofre. A oxidação é favorecida pela
presença de umidade. Na ausência de água, é pouco
efetiva.
Intemperismo químico: Oxidação
Intemperismo biológico

É o processo de transformação das rochas a partir


da ação de seres vivos, como bactérias ou até
mesmo animais. Incluem-se nesse processo as
raízes das árvores, as ações de bactérias, a
decomposição de organismos ou excrementos,
entre outros.
Intemperismo biológico: Crescimento de Raízes
Intemperismo biológico: Animais

Cavar animais como musaranhos, toupeiras,


minhocas e até mesmo formigas contribui para o
desgaste biológico. Em particular, esses animais
criam buracos no solo por escavação e movem
os fragmentos de rocha para a superfície. Como
resultado, esses fragmentos ficam mais
expostos a outros fatores ambientais que podem
melhorar ainda mais seu intemperismo.
Intemperismo biológico: Animais
Intemperismo biológico: Homem

Como qualquer outro animal, os seres humanos


também podem contribuir indiretamente para o
intemperismo biológico. Simplesmente
caminhando e correndo, as partículas do solo
são esmagadas em pedaços menores. Outras
atividades humanas, como o plantio e a
construção de estradas, também podem
contribuir para o desgaste biológico.
Intemperismo biológico: Homem

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