You are on page 1of 42

Métodos Perturbativos

Ressonantes
Universidade Federal do Ceará

AMARÍLIO G. C. JUNIOR / PROF. ORIENTADOR: DR. SÉRGIO SOMBRA

Laboratório de Telecomunicações - Ciência e Engenharia de Materiais


Introdução
 Em um método perturbativo ressonante, a amostra é
inserida em um ressoador, e as propriedades da amostra
são calculadas das mudanças na frequencia ressonante
e no fator de qualidade do ressoador causadas pela
amostra.

 Depois de analisar o teoria de perturbação ressonante,


nós discutimos o método de perturbativo de cavidade e
o método perturbativo do ressoador dielétrico para
medidas de permissividade e permeabilidade. Nós
discutimos a medida da impedância de superfície usando
o método perturbativo ressonante.

 Na seção final, nós discutiremos a ressonância de


microonda de campo próximo ,que pode ser usada para
traçar várias propriedades de materiais, inclusive
permissividade, permeabilidade e resistência.
2
Perturbação Ressonante
 Como discutido na Seção 2.1, métodos ressonantes,
inclusive o método do ressoador dielétrico e métodos
perturbativos ressonantes, normalmente têm precisão
e sensibilidade mais altas do que os métodos não
ressonantes.

 Em um método ressoador dielétrico a amostra em


teste ressoa no circuito de medida, e as propriedades
dieletricas da amostra são deduzidas de sua freqüência
ressonante e do fator de qualidade.

 Em um método perturbativo ressonante, a amostra em


teste é introduzida no ressoador, e as propriedades
eletromagnéticas da amostra são deduzidas da
mudança de freqüência ressonante e do fator de
qualidade do ressoador.

3
 Devido a sua alta precisão e sensibilidade, e sua
flexibilidade na preparação da amostra, os métodos
perturbativos ressonantes são extensamente usados
para pequenas amostras de baixa perda e amostras de
formas irregulares.

 Cavidades oco-metálicas e ressoadores dieletricos são


freqüentemente dois tipos de ressoadores usados em
métodos perturbativos ressonantes, e os métodos
perturbativos ressonantes correspondentes são
chamados de métodos perturbativos de cavidade e
método perturbativo ressonador, respectivamente.

 Nesta seção, nós enfocamos na perturbação para


cavidades oco-metálicas, e as conclusões podem ser
estendidas às perturbações a ressoadores dieletricos.

4
 Falando de modo geral, há três tipos de
perturbações de cavidade:

 perturbação forma da cavidade,


 perturbação de parede-impedância,
 e perturbação material.

 Perturbação na forma da cavidade pode ser


alcançada puxando ou empurrando parte da parede
da cavidade. Normalmente, perturbações na forma
da cavidade mudam a freqüência ressonante da
cavidade e a energia armazenada na cavidade, mas
não muda a dissipação de energia na cavidade.

5
 A perturbação forma da cavidade é usada muitas vezes
para retornar a freqüência ressonante de uma cavidade
ressonante.

 A perturbação de parede-impedância pode ser


alcançada substituindo parte da parede da cavidade
mantendo a forma da cavidade inalterada. A perturbação
de parede-impedância é freqüentemente usada para
medir a impedância de superfície condutoras.

 Na perturbação material, um material é introduzido


em uma cavidade, e são mudados a freqüência
ressonante e o fator de qualidade da cavidade.

 A permissividade e a permeabilidade complexa podem


ser determinadas das mudanças da freqüência
ressonante e do fator de qualidade da cavidade devido à
introdução da amostra.
6
 Na discussão seguinte, “método perturbativo de
cavidade” se refere ao “método perturbativo de
material.”

 O método de perturbativo é um método para


encontrar os autovalores aproximados do sistema
ressonante perturbado que não tem muita diferença
do sistema original com autovalores conhecidos.

 O método perturbativo assume que, se os


autovalores do sistema S são conhecidos e o sistema
S' é intimamente semelhante ao sistema S, a
diferença dos autovalores do sistema S‘ dos
correspondentes autovalores do sistema S são
pequenos, e os autovalores do sitema S' podem ser
estimados do sistema S.
7
 Um sistema eletromagnético pode ser definido por vários
parâmetros, como:
 dimensões,
 parede de condutividade ,
 permissividade dielétrica e permeabilidade magnética do
preenchimento médio do espaço da cavidade.

 A permissividade dielétrica e permeabilidade magnética


podem ser números reais ou complexos , e eles também
podem ser tensores.

 Quando dizemos que o sistema S é proximo do sistema S',


significa que a maioria dos parâmetros destes dois
sistemas são os mesmos, e um único ou alguns dos
parâmetros do sistema S' é ligeiramente diferente dos
parâmetros correspondentes do sistema S.

8
 Por exemplo, um supercondutor pode ser substituído
por um metal com grande mas finita condutividade ;

 uma região vazia pode ser enchida por um gás de


permissividade dielétrica próxima da unidade;

 um dielétrico sem perda com permissividade


dielétrica real pode ser substituído por um
dielétrico com perda de permissividade complexa;

 e os parâmetros geométricos das duas cavidades


podem ser ligeiramente diferentes.

9
 Considere uma cavidade ressonante feita de um
material perfeitamente condutor, envolvido por uma
superfície S, com volume V. Antes da perturbação, o
campo elétrico é E1, e o campo magnético é H1.

 De acordo com as equações de Maxwell,nós temos

10
 onde ω1 é a freqüência angular ressonante da cavidade
antes da perturbação, e є1 e μ1 são a permisividade e
permeabilidade média na cavidade antes da
perturbação.

 Depois de uma pequena perturbação, o campo elétrico


se torna E2, e o campo magnético se torna H2.

 A pequena perturbação pode ser:

 uma mudança nas propriedades de um grande volume de


material, quando a cavidade está cheia com um gás cuja
permissividade será medida,
 ou uma grande mudança nas propriedades do material
com volume muito pequeno, quando um pequeno objeto
sólido é introduzido na cavidade.

 Semelhantemente, nós temos


11
onde ω2 é a freqüência angular ressonante da cavidade
depois da perturbação, e ε2 e μ2 são a permissividade e a
permeabilidade média na cavidade depois da
perturbação.

12
 Aplicando a matemática necessária as equações
encontramos

 com

13
 Até agora, nenhuma aproximação foi
feita, e a Eq. (6.12) é exata se a cavidade
é feita de um material perfeitamente
condutor.
 A equação (6.12) é a equação
fundamental na teoria perturbativa de
cavidade. A seguir, nós discutimos a
perturbação corpo cavidade, perturbação
material, e a perturbação de impedância
(wall impedance) .

14
Perturbação corpo-cavidade
 Como mostrado na Figura 6.1, antes da perturbação, o
volume e a superfície da cavidade são V1 e S1.

 Depois da perturbação, o volume novo e a superfície nova


se tornam V2 = V1 –∆V e S2 = S1 –∆S respectivamente.

 A permissividade ε e permeabilidade μ medias na


cavidade não mudam. Assim assumindo ∆ε = ∆μ = 0, a
Eq. (6.12) se torna

15
 Como à superfície S2, n × E2 = 0, e a
superfície S1, n × E*1 = 0, de acordo
com o teorema da divergência, nós
temos

16
 Das Eqs. (6.15) e (6.16), nós adquirimos a fórmula de
perturbação para perturbação forma-cavidade:

 Deveria ser notado que na perturbação forma-


cavidade, nenhuma dissipação de energia é
envolvida, assim a freqüência angular ressonante é
um número real: ω = 2πf, onde f é a freqüência
ressonante.
17
 Das Eqs. (6.17) e (6.18), nós temos

18
 W é a energia total armazenada na cavidade original,
∆We e ∆Wm são as médias temporais da energia
elétrica e magnética originais contidas em ∆V. Como
∆V é muito pequeno, nós assumimos

19
 onde ωm e ωe são as densidades de energia
magnética e energia elétrica em ∆V,
respectivamente. Se nós assumirmos que

 onde ω é a densidade de energia do meio espaço na


cavidade, a Eq. (6.19) se torna

 com

20
 O parâmetro da cavidade C é determinado pelo corpo da
cavidade e pela posição da perturbação.

 A equação (6.24) indica que uma perturbação externa


(V>0) aumentará a freqüência ressonante se é feito no
lugar onde o campo magnético domina (C>0), e aumentará
a freqüência ressonante se é feito no lugar onde o campo
elétrico domina (C <0).

 Correspondentemente, uma perturbação dentro (V<0)


abaixará a freqüência ressonante se é feito no lugar onde o
campo magnético domina (C>0) e eleva a freqüência
ressonante se é feito em um lugar onde o campo elétrico
domina (C<0).

 É evidente que a mudança máxima na freqüência


ressonante acontecerá quando a perturbação estiver em
uma posição de máximo E e mínimo H, ou máximo H e
mínimo E. A mudança de freqüência devido a perturbação
da forma é listada na tabela 6.1.
21
Figura 6.1. Perturbação de cavidade. (a) Cavidade
original e (b) perturbação de cavidade.

22
Tabela 6.1. Mudança da freqüência ressonante devido a
perturbação ressonante. ω0 e ω são as freqüências angulares
antes e depois da respectiva perturbação.

Perturbação Perturbação
no Interior Fora
Campo Magnético
forte, campo ω>ω0 ω<ω0
elétrico fraco

Campo magnético
fraco, campo ω<ω0 ω>ω0
elétrico forte

23
Perturbação Material
 Perturbação material é extensamente usado na
caracterização de propriedades de materiais.
Para analisar a validez do formula da
perturbação de cavidade convencional para
caracterização de materiais, é importante discutir
as aproximações feitas nas derivações deles.

 Na fronteira da cavidade S, o campo elétrico


antes e depois da perturbação satisfaz n × E∗1 =
0 e n × E2 = 0. De acordo como vetor identidade

24
 Nós temos

 Assim a equação pode ser escrita como

25
 onde ω1e ω2 são as freqüências angulares ressonantes
antes e depois da introdução da amostra, ε1 e ε2, são
as permissividades complexas da metade da cavidade
e da amostra, μ1 e μ2 são as permeabilidades
magnéticas complexas na cavidade , H1 e H2 são o
campos magnéticos da microonda na cavidade antes e
depois da introdução da amostra , E1 e E2 são os
campos elétricos da microonda na cavidade antes e
depois da introdução da amostra, e Vc é a região anexa
na cavidade.

 A equação (6.27) é a fórmula básica para perturbação


de cavidade, supondo que a parede da cavidade é
perfeitamnete condutora e aperturbação é pequena.

26
Perturbação Média Inteira
 Como mostrado na Figura 6.2, neste tipo de
perturbação, a média original inteira (ε1,μ1) é
substituída por uma média nova (ε2,μ2).

 Como resultado, os campos elétricos e magnéticos são


mudados de (E1, H1) para (E2, H2).

 Para satisfazer a exigência de perturbação, as


diferenças da permissividade dielétrica e
permeabilidade magnética entre a original e a nova
média deveriam ser pequenas.

 Este tipo de perturbação pode ser usado para medir as


propriedades eletromagnéticas de gases, e as
propriedades eletromagnéticas do gás podem ser
derivadas da Eq. (6.27).

27
Figura 6.2 Perturbação média total. (a) cavidade com média
(ε1,μ1) e (b) cavidade depois da perturbação com média
(ε2,μ2).

28
Figura 6.3 Perturbação Material (a) cavidade original e (b)
cavidade perturbada

29
Perturbação de Impedância de
Superfície
 Como mostrado na Figura 6.4, para uma cavidade
ressonante, se a impedância de superfície do contorno
é mudada, também serão mudadas as propriedades
ressonantes da cavidade, e tal tipo de perturbação é
chamada de perturbação de impedância - superfície.

 A perturbação de impedância de superfície pode ser


usada para caracterizar a impedância de placas
condutoras substituindo em parte da parede da
cavidade com a amostra.

 Pelo uso deste método, podem ser deduzidas a


reatância da superfície da placa condutora através da
mudança de freqüência ressonante, e a resistência da
superfície da placa condutora pode ser deduzida por
conta da mudança do fator de qualidade.

30
Perturbação de Impedância de Superfície. (a) Cavidade
original com impedância de superfície Zs e (b) perturbação de
cavidade com superfície de impedância Zs+ΔZs

31
Método Perturbativo de Cavidade
 Métodos perturbativos de cavidade são extensamente
usados no estudo das propriedades eletromagnéticas de
dielétricos, semicondutores, materiais magnéticos, e
materiais compostos. São excelentes para a medida de
materiais de baixa perda e materiais de média perda.
Porém, amostras de alta baixa perda fazem
freqüentemente com que os métodos de perturbação de
cavidade convencionais sejam menos úteis.

 Se o fator de qualidade de uma cavidade vazia antes da


perturbação não é alto, a dissipação de potencia da
cavidade vazia pode ser muito maior que a perda devido à
introdução da amostra , e assim a introdução da amostra
apenas afeta o fator de qualidade da cavidade.

32
 O método perturbativo convencional não pôde dar o
valor correto da parte imaginária da permissividade.

 A situação pode ser até mesmo mais grave: o fator


de qualidade da cavidade pode aumentar até
mesmo depois da introdução da amostra de baixa
perda alta, de forma que a formula da perturbação
de cavidade convencional dará um valor negativo
para a parte imaginária da permissividade.

 A razão principal para este erro é que o formula da


perturbação de cavidade convencional para medidas
de permissividade incorporam muitas aproximações
e suposições.

33
Medida da permissividade
 Se nós introduzirmos uma amostra ao antinodo
de um campo elétrico ou de um campo magnético
em uma cavidade, a freqüência ressonante e o
fator de qualidade da cavidade será mudado. Se
as exigências de perturbação podem ser
satisfeitas, podemos então calcular a
permissividade dielétrica ou a permeabilidade
magnética da amostra atraves das mudanças da
freqüência ressonante e do fator de qualidade.

 Este método de medida está baseado na


perturbação material como discutido acima. Na
maioria dos casos, a perturbação causada pela
amostra pertence a pequenos objetos de
perturbação.

34
Fórmula para o calculo da
permissividade
 Os parâmetros A e B são relacionados à
configuração e ao modo de trabalho da cavidade, a
forma da amostra, e a localização da amostra na
cavidade. Como é difícil de calcular os parâmetros A
e B analiticamente, A e B normalmente são obtidos
por calibração que usa uma amostra padrão de
permissividade conhecida.

35
Medida da Permeabilidade
 Nós assumimos que a amostra magnética é colocada
à posição com campo elétrico zero ou a
permissividade da amostra é ε0. Com as
aproximações feitas, temos as seguintes equações:

 Equações (6.45) e (6.46) pode ser usadas para a


caracterização de materiais magnéticos que usam
método de perturbação ressonante, e,
semelhantemente, os parâmetros A e B são
normalmente determinados através da calibração.
36
Propriedades Ressonantes de
Cavidades com Amostras Carregadas
 Para medir com precisão as propriedades
eletromagnéticas de um material por de inserir o
material em uma cavidade ressonante, é
necessário analisar as propriedades ressonantes
da cavidade da amostra-carregada incluindo a
freqüência ressonante, o fator de qualidade e o
coeficiente de acoplamento.

 Na discussão seguinte, nós nos concentramos na


medida de materiais dielétricos, enquanto as
conclusões obtidas podem ser estendidas à
medida de materiais magnéticos.

37
 A figura 6.5 mostra uma cavidade cilíndrica que
trabalha no modoTE112.

 A seleção do modo TE112 está baseado principalmente


em duas considerações.

 Primeiro, como a força do campo elétrico no modo


TE112 muda ao longo das direções radiais, ela pode ser
usada para estudar a relação entre a perturbação da
amostra e o campo elétrico.

 Segundo, selecionando o modo TE112 em vez do modo


TE111, a área de perturbação e a área de acoplamento
estão separadas, como mostra a Figura 6.5(b), de
forma que o campo dominante à área de acoplamento
é quase inalterado depois da perturbação.

38
Cavidade Cilíndrica no Modo TE112

 Na figura 6.5, a cavidade tem


diâmetro D = 27.0mm e comprimento
L = 44.2 mm, e sua freqüência
ressonante é em torno de 9 GHz.

 A amostra (7) é colocada em um tubo


de quartzo (8) que é firmado através
de parafusos de plástico em dois
recipientes de quartzo tubolado (5 e
6). A amostra é localizada ao centro
da cavidade onde o campo elétrico é o
mais forte e onde a troca de
freqüência é maior.

39
 Dois plungers de metal (3 e 4) são
usados para ajustar a freqüência
ressonante da cavidade. O plungers são
localizados às posições onde o campo
magnético na cavidade é o mais forte. A
cavidade é acoplada a um guia de onda
(1) por uma íris (9). Há um plunger (2)
na posição horizontal para o
acoplamento da íris.

 Variando o comprimento inserção d, o


coeficiente de acoplamento â pode ser
ajustado. Para proteger o corpo
principal da cavidade, cada plunger é
coberto por um parafuso de plástico,
como mostrado na Figura 6.6, e o
espaçamento horizontal do parafuso é
selecionado para ser tão pequeno
quanto possível para aumentar a
facilidade com que as experiências
possam ser repetidas.
40
Figura 6.6 A estrutura mecânica do plungers: 1,
plunger de metal; 2, parafuso de plástico.

41
Fim

42

You might also like