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Ciclo de Palestras UFRRJ

Produção de Polpa
de Celulose
PARA QUE SERVE E DE ONDE VEM?

 Uso :
 Fabricação de papel
 Fabricação de viscose (fio)
 Fabricação de nitrocelulose

 Fibras Vegetais :
 Caule (Ex.: Eucalipto e Pinus)
 Folha (Ex.: Sisal)
 Fruto (Ex.: Algodão)
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA MADEIRA

 Celulose ~45%
 Lignina ~23%
 Hemicelulose ~28%
 Extrativos ~4%

Obs: Dados para folhosas


ORIGEM DA CELULOSE
Vasos
Fibras

Célula
Vegetal

Molécula de
Celulose
Macrofibrila
Cadeia
Polimérica Microfibrila
A FIBRA

Fibra

Lamela
Média

Cimento
Lamela média
Tijolo
(lignina)
Fibra
(celulose)
O QUE É CELULOSE?

 Definição : A celulose é um polissacarídeo linear,


constituído por um único tipo de unidade de açúcar
(D-glucose)
CARACTERÍSTICAS DA CELULOSE

 Nos vegetais, é o principal componente da parede celular (fibra)

 Fórmula – (C6H10O5)n

 Polímero linear – grau de polimerização 1.000 a 15.000

 O grau de polimerização varia de espécie para espécie, mas


sua estrutura química é idêntica para todos os vegetais

 Cor: é naturalmente branca ou incolor

 É oxidável por Cl2, ClO2, NaOCl, H2O2, O2, etc


O QUE É LIGNINA?
 A lignina é um produto polimérico tridimensional cuja
estrutura principal provém da polimerização dos
seguintes precursores primários:

HO- CH=CHCH2OH ÁLCOOL TRANS-P-CUMARÍLICO FENIL

HO- CH=CHCH2OH ÁLCOOL TRANSCONIFERÍLICO GUAIACIL


OMe

OMe

HO- CH=CHCH2OH ÁLCOOL TRANSINAPÍLICO SIRINGIL


OMe
CARACTERÍSTICAS DA LIGNINA

 Principal função na árvore: Conferir rigidez ao tronco

 Fórmula – Não definida (composição típica - C9H8,83O2,37(OCH3)0,96)

 Sua composição típica varia de espécie para espécie

 Cor: Possui grupos cromóforos (C=O, C=C, N=N em sistemas


conjugados) e sua cor varia entre esbranquiçada e marrom

 Algumas de suas ligações são hidrolisáveis por NaOH e NaHS

 Insolúvel – A não ser que haja degradação para um peso


molecular mais baixo, quando passa a ser solúvel em meio
alcalino

 É oxidável por Cl2, ClO2, NaOCl, H2O2, O2, O3 etc


ESTRUTURA DA LIGNINA
COMO MEDIR O TEOR DE LIGNINA?

 Número Kappa
 Titulação de amostra de polpa com permanganato de potássio

Número Kappa Teor de Lignina (%)


188 26,5
92,6 13,4
20,8 3,0
17,1 1,8
15,8 1,3
IMPORTANTE !

“Quem produz a celulose


é a natureza.”

As Fábricas de celulose separam as


fibras removendo a lignina
(polpação de celulose)
PROCESSOS DE POLPAÇÃO
 Mecânico
 Pulverização da madeira tranformando-a em pasta
 Alto Rendimento - >90%
 Baixa qualidade de polpa (não pode ser branqueada)
 Uso em papelão e embalagens
 Químico
 Dissolução e remoção química da lignina
 Rendimento ~50%
 Alta qualidade de polpa
 Uso em papéis de imprimir e escrever, sanitários, fotográficos etc.
 Químico-mecânico
 Remoção da lignina através de processos químicos e físicos
 Rendimento - 50 a 90%
 Qualidade entre o mecânico e o químico
 Uso em papel jornal, e papel de mais baixa qualidade
POLPAÇÃO QUÍMICA
 Processo Soda
 Usado pela primeira vez em 1860
 Reagente de cozimento: NaOH
 Baixa seletividade
 Pouco utilizado (2,9%)
 Processo Sulfito
 Patenteado 1867 e usado pela primeira vez em 1874
 Reagente de cozimento: CaSO3
 pH de cozimento: ácido
 Pouco utilizado (0,3%)
 Processo Sulfato - Kraft
 Inventado em 1879 – Usado em 1885 pela primeira vez
 Reagente de cozimento: NaOH e Na2S
 Processo mais seletivo, preservando mais as fibras
 Principal processo em uso (96,7%)
Ciclo de Palestras UFRRJ

PROCESSO KRAFT
CONCEITOS BÁSICOS

 Licor Branco: Solução Aquosa de NaOH e. Utilizado


no cozimento dos cavacos no digestor
 Licor Negro: Solução contendo produtos das reações
de degradação da lignina. É rico em material orgânico
dissolvido.
 Álcali ativo: NaOH + Na2S
 Sulfidez: Na2S / (Na2S + NaOH)

 Carga Alcalina: Relação entre quantidade de álcali ativo


e quantidade de madeira
 tsa: tonelada de celulose seca ao ar (geralmente com
10 % de água)
ETAPAS DO PROCESSO

COZIMENTO
FLORESTA TRANSPORTE
PRODUTOS FINAIS
SECAGEM

PICAGEM
DESLIGNIFICAÇÃO/ EMBALAGEM MERCADOS
BRANQUEAMENTO
ETAPAS DO PROCESSO
FLORESTA – MATÉRIA PRIMA
FLORESTA – MATÉRIA PRIMA
ETAPAS DO PROCESSO
PRINCÍPIO DA PICAGEM

 Transformar as toras de madeira em cavacos de


tamanho e formato homogêneo. Visa facilitar a
penetração/difusão do agente de cozimento.

Penetração

Sentido Difusão
das fibras
PICAGEM - PROCESSO
Cavacos
Descascador

Madeira

Picador
Mesa de Oversize
Cascas Peneira
Abastecimento
Aceite

Finos

Biomassa p/
Caldeiras
Pilha de
Cavaco
Cozimento
PICAGEM - EQUIPAMENTOS
Picador Descascador

Peneira

Pilha de Cavacos
PICAGEM - FOTOS
Estocagem
de Toras

Peneira

Ponte
Rolante

Pilha de Cavacos
ETAPAS DO PROCESSO
PRINCÍPIO DO COZIMENTO

 Separar as fibras da sua organização compacta,


através da dissolução da lamela média, composta
em sua maior parte por lignina, utilizando para
isso temperatura, pressão e agentes químicos.

Licor Branco

Temperatura
Pressão

Licor Branco: Solução aquosa contendo NaOH e Na2S


COZIMENTO
FIBRAS

MADEIRA
EXEMPLOS DE LIGAÇÕES

Muito + Difícil de
Fácilmente Quebrar
quebrável 10%
9%

Fácilmente
quebrável
48%

Ligações
-aril-éter e
-aril-éter
REAÇÕES DA LIGNINA

 Fase Inicial ( T > 50oC)


 Hidrólise -aril-éter Fenólicas
 Hidrólise -aril-éter Fenólicas
 Reações de Condensação
 Fase Principal ( T > 140oC)
 Hidrólise -aril-éter Fenólicas
 Hidrólise -aril-éter não Fenólicas seguidas de Hidrólise -
Aril-Éter Fenólicas
 Reações de Condensação
 Fragmentação de Ligações C-C (T=170oC)

 Fase Residual ( T = 170oC)


 Reações de Condensação
 Fragmentação de Ligações C-C
FASES DA REAÇÃO

23,0
PRINCIPAL

Lignina na
Madeira (%) INICIAL RESIDUAL

1,2
0 180
Tempo de Cozimento (min.)

50 140 170 170 170


Temperatura de Cozimento (oC)
TIPOS DE COZIMENTO

 BATCH (Batelada)
 Cozimento realizado em etapas
 Volume do Digestor – 150-400m3
 4 ou mais digestores em uma planta
 Difícil automação

 CONTÍNUO
 Cozimento por deslocamento de coluna
 Maior capacidade de produção/volume
 1 digestor por planta
 Fácil de automatizar
 Maior uniformidade do produto
 +65% da Produção mundial
DIGESTOR CONTÍNUO

 Características
 Vaso de Pressão (P=7-9 bar e T = 150oC)
 50-60m de altura (mais alto 77,5m)
 Possui aberturas por onde é extraído o
licor (Peneiras de extração)
 Alimentação é feita pelo topo e descarga
pelo fundo
 É subdividido em zonas (Impregnação,
Cozimento, Lavagem)
DIGESTOR CONTÍNUO

Alimentação
Rosca de
topo
Impregnação

Cozimento Peneiras de
Extração

Lavagem

Descarga
IMPREGNAÇÃO E ALIMENTAÇÃO

VAPOR
SILO DE
CAVACO

CAVACOS + LICOR
MEDIDOR DE VAPOR
CAVACOS

VASO
IMPREGNADOR

LICOR BRANCO ALIMENTADOR DE


ALTA PRESSÃO
BOMBA
IMPUREZAS
COZIMENTO – DIGESTOR CONTÍNUO
Gás
Caldeiras

CICLONE
Licor Licor
Branco Evaporação
Negro
Licor
Licor Branco

CAVACOS + LICOR

Licor

Licor

Lavagem
Pasta Não Lavada
DIGESTOR
LAVAGEM E DEPURAÇÃO

Água
Nós SEPARADOR DE FILTRO
NÓS LAVADOR
RADITRIM
Água

DEPURADORES
DIFUSOR
Filtrado
Licor de
Lavagem

Pasta Pasta Lavada


TANQUE DE
EXPANSÃO TORRE DE MASSA
Rejeito MARROM
FILTRO LAVADOR
Chuveiros
Lavadores Tambor
c/ Tela

Coletores de
Filtrado

Tina de
Alimentação

Saída de Polpa
Saída de Lavada
Filtrado
PRINCÍPIO DO FILTRO LAVADOR

Washing
Showers Pulp
Cyinder
Rotation Mat

Take-off
Inlet Inlet doctor
Box Weir
Displacement
Zone Atmospheric
Take-off Zone
Extraction
Zones Gravity
Formation
Zone
Vacuum
Formation
Zone

Repulper

Pulp
Distribution
Baffles
Dilution
COZIMENTO - FOTOS

Linha de
Fibras

Digestor
Depurador
ETAPAS DO PROCESSO
PRINCÍPIO DO BRANQUEAMENTO

 Uma pasta composta apenas de celulose deveria


ser branca
 Os grupos funcionais que conferem cor às
substâncias são chamados cromóforos (a lignina
é um cromóforo)
 A maioria dos cromóforos possui ligações
insaturadas como C=O, C=C, N=N, em sistemas
conjugados.

 Para branquear basta remover ou alterar


quimicamente as substâncias cromóforas.
REAGENTES DE BRANQUEAMENTO
Reagente Função
Cloro Oxida e clora a lignina
(Cl2)
Hipoclorito Oxida, descolore e solubiliza a lignina
(NaClO)
Dióxido 1. Oxida, descolore e solubiliza a lignina
(ClO2) 2. Em pequenas quantidades com Cl2 protege a celulose da degradação
Oxigênio Oxida e solubiliza a lignina
(O2)
Peróxido Oxida e descolore a lignina
(H2O2)
Ozônio Oxida, descolore e solubiliza a lignina.
(O3)
Xilanase Catalisa a hidrólise da xilose e na remoção da lignina

Hidróxido Hidrolisa a clorolignina e a lignina solúvel


(NaOH)
EDTA ou DTPA Remove íons metálicos
BRANQUEAMENTO

Evolução Histórica do Branqueamento


1799 Pó de branqueamento (Cloro + Cal)
1804 Primeiro branqueamento com cloro, em escala industrial
1895 Reator “Bellmer” (tipo de tanque com agitadores estáticos)
1925 Branqueamento contínuo, em equipamento vertical
1930 Obtenção de pasta branqueada até alvura 70%
1946 Dióxido de cloro usado em seqüência de branqueamento
1960 Obtenção de pasta sulfato branqueada até alvura 90%
1970 Deslignificação com oxigênio, em primeiro estágio
1980 Uso de oxigênio na extração alcalina
PRINCÍPIO DO PROCESSO

 O Branqueamento ocorre em estágios


 Estágios Ácidos ( Oxidação da Lignina )

 Estágios Alcalinos (Solubilização da Lignina Oxidada)

 Variáveis Importantes
 Kappa (Lignina Residual) de entrada

 Temperatura (Cinética da Reação)

 Consistência da Polpa

 pH
DESLIGNIFICAÇÃO COM O2
Água
REATOR 2 FILTRO
REATOR 1

Pasta

Branqueamento
T = 80 ºC
P = 7 bar T = 100 ºC
pH = 11 P = 4 bar
( 0,5 h) pH = 11
(1 h)

Pasta Depurada TANQUE

O2 NaOH O2
BRANQUEAMENTO
Água Água Água Água Água
SO2 SO2 SO2

Filtrado Filtrado
Filtrado EOP Alcalino Filtrado E Alcalino Filtrado
D0 Ácido T = 80 ºC D1 Ácido Ácido
P = 4 bar T = 70 ºC D2
T = 50 ºC pH = 11 T = 65 ºC pH = 11
pH = 2 pH = 4 C = 10% T = 80 ºC
C = 10%
C = 10% C = 10% ( 1h ) pH = 4
( 1h )
(1 h) ( 2h ) C = 10%
(2h)

Pasta TMB

H2O2
HCl ClO2 NaOH O2 HCl ClO2 NaOH HCl ClO2
BRANQUEAMENTO - FOTOS

Filtros Lavadores

Branqueamento
Deslig. O2
ETAPAS DO PROCESSO
SECAGEM E ENFARDAMENTO
Torre de
Massa
Mesa
Formadora
Secador

Enfardamento
Depuração

Prensas

Cortadeira
DEPURAÇÃO

 Tem a função de remover as impurezas contidas


na polpa

Areia e Shives
Cinzas

Pitch
Plástico
DEPURAÇÃO – PENEIRAS PRESSURIZADAS

Fluxo de
Polpa (2,5%)

Fendas da
Peneira
DEPURAÇÃO - CLEANERS
MESA PLANA (FOURDRINIER)
Desaguamento Desaguamento por
Gravidade Alto Vácuo
Desaguamento por Desaguamento por
Caixa de Médio Vácuo Rolo de Sucção
Entrada

1.5% 4% 12% 24%


28%

Custo de Retirada de Água : U$ 0,014 /t celulose


MESA PLANA - FOTOS
PRENSAS
Primeira
Prensa
Terceira
Prensa
28%

45% 53%

Segunda
Prensa

Custo de Retirada de Água : U$ 1,9 /t celulose


SECADOR

Folha

90% Ar Quente

Custo de Retirada de Água : U$ 22 /t celulose


SECADOR - FOTOS

Secador

Interior do
Secador
ETAPAS DO PROCESSO
CORTADEIRA
Facas
Circulares
Faca
Voadora

Descarga
CORTADEIRA - FOTOS

Cortadeira
ENFARDAMENTO
Fardos (250kg) Prensa
Encapadeira Unidade (2t)
Dobradeira Unitizadora
Impressão

Capa
1a Amarradeira
2a Amarradeira
Empilhadeira
ENFARDAMENTO - FOTOS
Prensa
Amarradeiras

Fardos
Fardo de Unitizados
Celulose
ETAPAS DO PROCESSO

COZIMENTO
FLORESTA TRANSPORTE
PRODUTOS FINAIS
SECAGEM

PICAGEM
DESLIGNIFICAÇÃO/ EMBALAGEM MERCADOS
BRANQUEAMENTO
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PERGUNTAS?
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