ponto de ruptura com a influência européia nas artes
e na literatura, e do ponto de vista da linguística houve a valorização da realidade brasileira rompendo com o PARNASIANISMO e com o romance tradicional, qual coloca o índio europeizado (corajoso, bonito, forte e herói). Apesar de ser uma obra literária MACUNAÌMA personifica os variados traços culturais do Brasil a qual será retratado nessa apresentação. Minha intenção foi esta: aproveitar no máximo possível lendas tradições costumes frases feitas etc. brasileiros [...] Misturei completamente o Brasil inteirinho como tem sido minha preocupação desde que intentei me abrasileirar e trabalhar material brasileiro. Tenho muito medo de ficar regionalista e me exotizar pro resto do Brasil. (...) Enfim é um livro bem tendenciosamente brasileiro. ANDRADE, Mário de. Cartas de Mário de Andrade a Luís da Câmara (carta de 01/03/1927). Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira (ALENCAR, 1995 P. 31) Definir a identidade brasileira através da Obra de Mario de Andrade (1986) e relaciona - lá aos principais teóricos da formação cultural brasileira. Pesquisa bibliográfica e analise através dos clássicos da antropologia brasileira referente a diversidade cultural; Estudo comparativo de diferentes enfoques. Macunaíma no decorrer do livro passa por várias transformações que evidencia as três principais matrizes do Brasil, conforme afirma Darcy Ribeiro (1995) “quando nasce tem matrizes indígena e negra logo em seguida se torna branco” Andrade (1986) forçosamente busca traços homogêneos, mas acaba evidenciado em sua obra a diferença cultural das regiões que ficam nítidas nas misturas das lendas amazônicas e sulista. Macunaíma é considerado por Andrade (1986) “um herói sem nenhum caráter” por analisar a mestiçagem e a dificuldade da interação regional da cultura brasileira, que tem variação geograficamente. A história do “Herói da nossa gente” é narrado em vários lugares, uma hora esta na floresta Amazônica outra nos grandes arranha céus de São Paulo. ANDRADE, Mário de; Macunaíma: o herói sem nenhum caráter. Editora Itatiaia. Belo Horizonte ,1986. BOCAYUVA, Helena; Erotismo à brasileira: o excesso sexual na obra de Gilberto Freyre. Editora Garamond. Rio de Janeiro, 2001. HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. Editora Olympio. Rio de Janeiro, 1978. ORTIZ, Renato, Cultura Brasileira e identidade nacional. Editora Brasiliense. São Paulo ,2003. OLIVEN, Ruben George. A Parte e o Todo: A Diversidade Cultural no Brasil- nação. Petrópolis: Vozes, 1992. RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro: A Formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.