Disciplina de Cirurgia Torácica Sistema Respiratório Universidade Regional de Blumenau Introdução Introdução • Conceito: dilatação permanente anormal de brônquios e bronquíolos, causada por destruição do tecido muscular e elástico, resultante de ou associada a infecções necrotizantes crônicas. Introdução • Foi descrita em 1819, por René Laennec, na França. • Pensava-se que com o advento do antibiótico, a bronquiectasia seria resolvida. • Poucos investimentos em pesquisa clínica: doença negligenciada. Epidemiologia Epidemiologia • Afeta indivíduos em qualquer idade, mas a prevalência aumenta com a idade: idade média de 65 anos.
• Nos EUA, o aumento da prevalência foi de 8,74% de
2000 a 2007.
• Espanha mostrou aumento na hospitalização por
bronquiectasia de 2004 a 2013. Epidemiologia • A bronquiectasia é frequentemente confundida com asma, em crianças: – Em um estudo, 49% das crianças diagnosticadas com bronquiectasia por TC foram previamente diagnosticadas com asma, e o atraso para receber o diagnóstico correto foi de 14,8 anos desde o aparecimento dos primeiros sintomas (EASTHAM, K.M. et al, 2004). Epidemiologia • A prevalência de bronquiectasia é alta em regiões onde as crianças possuem infecções respiratórias recorrentes.
• A maior prevalência da doença é reportada na Ásia:
– Na china,1200 acometimentos em cada 100.000 indivíduos > 40 anos de idade. – Acredita-se que esse valor seja subestimado. Etiologia e fisiopatologia Etiologia Fisiopatologia Fisiopatologia Diagnóstico Diagnóstico • História clínica • Exame físico • Exame radiológico Diagnóstico • História clínica: – Pode ser assintomática. – Principal manifestação clínica é tosse crônica com expectoração espessa de aspecto mucopurulento e odor fétido. – Quanto maior a quantidade de expectoração, maior o grau da bronquiectasia. – Exacerbações: aumento da tosse e produção de secreção, acompanhados ou não de anorexia, febre, dispneia. Diagnóstico • História clínica: – A exacerbação pode evoluir para sepse. – Hemoptise é comum e pode ocorrer a qualquer momento na evolução da doença. Pode ser volumosa (comprometimento da artéria brônquica), mas é raramente fatal. – Frequentemente apresentam sinais e sintomas de doença das vias respiratórias superiores: rinorreia e sinusite. Diagnóstico • Exame físico: geralmente normal. – O estado geral costuma ser bom ou regular. – Inspeção: aumento de FR – Palpação: redução de expansibilidade uni ou bilateralmente, redução de FT – Percussão: hiperssonoridade ou submacicez. – Ausculta: redução de MV Diagnóstico • Exame radiológico: RX – Normal na maioria dos casos – Perda de volume e empilhamento de vasos pulmonares, formando imagens que lembram “linhas de trem” nas bases pulmonares, são sugestivas (mas não definitivas) de bronquiectasia. – Opacidades radiopacas: impactação de muco. Diagnóstico • Exame radiológico: TC é padrão ouro – Sinal do anel com sinete. – Brônquios visíveis a 1-2cm da pleura. – Dilatação da via aérea com perda da forma em funil do brônquio. – Espessamento das paredes brônquicas. Tratamento Tratamento • Avaliação inicial: – Espirometria: avalia a função pulmonar (FEV1) – Avaliação da secreção: identificar possíveis bactérias e guiar antibioticoterapia. – Broncoscopia: é útil em casos de suspeita de corpo estranho, ou pacientes que não conseguem mobilizar secreção para análise. É pouco utilizado em adultos, mais em crianças. Tratamento • O tratamento objetiva eliminar o mecanismo patogênico: – Fortificar e reestabelecer o sistema mucociliar: • Técnicas de fisioterapia • Agentes inalatórios: mucolíticos (N-acetilcisteína) e agentes hiperosmóticos – Reduzir inflamação da via aérea • Terapia com corticoesteroides não é indicada, apesar de ser frequentemente praticada. – Erradicar infecção bacteriana (se presente) • Terapia com macrolídeos em baixas doses • Antibióticos inalatórios: tobramicina, gentamicina Tratamento • Cirurgia: – A ressecção cirúrgica foi muito usada no passado. – Atualmente, sua indicação se restringe a bronquiectasias severas, localizadas, nas quais o manejo clínico falhou, em quando há hemoptise severa. • Ressecção de segmentos ou lobos doentes • Descartar patologias como Síndrome de Discinesia Ciliar, pois esses pacientes possuem comprometimentos multifocais. Conclusão • Trata-se de uma dilatação anormal dos brônquios, causados geralmente por infecção persistente. • Os mecanismos podem perpetuar, levando a comprometimento da função pulmonar. • Manifestações clínicas mais comuns são tosse produtiva e infecções pulmonares recorrentes. • O tratamento clínico depende da etiologia. • O tratamento clínico prevalece, mas existem indicações cirúrgicas. Bibliografia • Chalmers, J. D., Chang, A. B., Chotirmall, S. H., Dhar, R., & McShane, P. J. (2018). Bronchiectasis. Nature Reviews Disease Primers, 4(1). doi:10.1038/s41572-018-0042-3. • GOMES, A.C. Pneumotórax, Livro Virtual da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica, 2015. • PORTO, Celmo Celeno. Semiologia Médica. 6.ed. Guanabara Koogan, 2009. • DynaMed [Internet]. Ipswich (MA): EBSCO Information Services. 1995 - . Record No.116456, Bronchiectasis; [updated 2018 Oct 15, cited place cited date here]; [about 24 screens]. Available from http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=dnh&AN=116456&site=dynamed- live&scope=site. • KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran – Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010;