Professional Documents
Culture Documents
Grande
Escola de Música
Disciplina:
No Brasil desde o período da Colônia podemos afirmar que o violão (que veio
através dos Jesuítas) foi essencialmente um instrumento de acompanhamento
das danças populares, modinhas e serenatas
(Bartoloni, 2000)
Incapacidade artística do Violão
“O violão esteve presente na sociedade brasileira, tanto nos
círculos da elite quanto nas manifestações das camadas
mais populares. Assumiu lugar único, enquanto meio de
execução e corporificação de representações sociais,
constituindo-se num ponto de partida privilegiado para
investigar a particular dinâmica assumida pela cultura
musical no Rio de Janeiro de fins do século XIX às primeiras
décadas do século XX. (TABORDA, cap. 4 — grifo nosso).”
Devido a sua origem e a soma de diversos fatores:
- Arquetípico das seresteiras “orquestras de pobre”, precariamente empregado (ninguém vivia da música e
muito menos tocando violão);
- No amadorismo com que se aprendia e executava. Escassa ou nula instrução formal (não havia onde
aprender a tocar) e principalmente autodidata (aprendido na prática e na tradição ora).
Estas condições teriam dificultado sua mobilidade social e, consequentemente, o da parcela da população que
ele representava.
“O reconhecimento do violão como instrumento popular por excelência, não
apenas pelo desempenho enquanto suporte harmônico dos gêneros da música
típica, mas pela associação às camadas desfavorecidas da sociedade, foi o mote
para sustentação do discurso erigido a partir de princípios do século XX, no qual,
uma vez que essencialmente popular, o violão deveria ser banido dos
círculos onde a verdadeira arte seria praticada . (TABORDA, 2011, pp.
196).”
A produção de discos e a chegada do rádio, nas primeiras décadas do século XX, surge
uma relação de poder ímpar na socialização da música
Agustín Barrios
Américo Jacomino
Josefina Robledo
Pioneiros do Violão Brasileiro
Paraguassú (1894-1976)
Garoto
(1915-1955)
Canhoto
1889-1928
Armandinho (1902-1976)
Dilermando Reis (1916-1977)
Américo Jacomino (“Canhoto”)
• O primeiro violonista paulistano a se destacar no
cenário musical brasileiro
• Praticamente autodidata, era chamado de Canhoto,
pelo fato de tocar o instrumento invertido, na
posição própria a um canhoto, mas sem inverter as
cordas do violão.
1889-1928
Feitos
• Apresentação no Conservatório Dramático e
Musical de São Paulo
• Como compositor, explorou vários gêneros
musicais nacionais como choros, maxixes e
Canhoto aos vinte e um anos de
valsas, além de gêneros estrangeiros como idade, ocasião em que se exibia
tangos argentinos e milongas. com o cantor Paraguassú em
espetáculos de cinema, teatros,
circos e cafés.
Mas seu maior sucesso, talvez o maior de todos os
tempos, veio em 1925: “Abismo de Rosas”
• Em 1918 : Primeiro
sucesso, “Nhá Maruca
foi s’embora”
• Em 1922: “Triste
Carnaval”
Garoto (Aníbal Augusto Sardinha)
• Aos dezesseis tocava vários instrumentos da
família do violão
• Passou a maior parte da sua vida tocando
violão como acompanhamente.
• Atuou em diversas emissoras de rádio.
• No final de 1938, partiu para os Estados
Unidos (“A caminho dos EUA”)
Paulista de Guaratinguetá, era
filho de imigrantes portugueses
• Em 1940, tocou na Casa Branca
para o presidente Franklin
Roosevelt.
• Gravou setenta e duas músicas (72)
• Ao contrario de Canhoto, Garoto
gravou somente sete valsas. O
gênero mais gravado foi justamente
o choro, com vinte e quatro
gravações.
• Garoto foi muito mais intérprete de
outros compositores, nas Fez questão de carregar
gravações, do que autor de suas seu próprio nome na
excursão pelos Estados
próprias música Unidos.
Seu Legado
• Alcançou grande êxito como compositor e instrumentista, inovando e
influenciando seus contemporâneos no campo da harmonia
instrumental e firmando-se como um dos precursores da Bossa Nova.
• Na composição, inovava com seus acordes dissonantes e escalas de
tons inteiros.
• Foi um músico precoce e lamentavelmente morreu jovem, vítima de
problemas cardíacos.
Dilermando Reis
(1916-1977)