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MÚSICA BARROCA

Início do Barroco
Muitas das inovações associadas com a música Barroca foram
estimuladas por um desejo contínuo, já evidente durante
o Renascimento, de recuperar a música da antiguidade
clássica.
Ao final do século XVI, um grupo de poetas, músicos e nobres,
passaram a se reunir na casa do Conde de Vernio(Giovanni de' Bardi)
em Firenze, com a finalidade de discutir assuntos relacionados
às artes, e em especial a tentativa de recriar o estilo
de canto dos dramas Gregos antigos.

Dos encontros da Camerata Fiorentina como


este grupo passou a ser conhecido, surgiu
um estilo musical que estabelecia que:
o discurso era o aspecto mais importante na
música;

O ritmo da música deveria ser derivado da fala, e todos


elementos musicais contribuiam para descrever
o afeto representado no texto, sistematizando-se a
chamada doutrina dos afetos, de grande influência para o
desenvolvimento da música barroca
Início do Barroco

Doutrina dos Afetos

foi uma teoria de estética musical sistematizada e


amplamente aceita pelos músicos do período Barroco,
propondo que recursos técnicos específicos e padronizados
usados na composição podiam despertar emoções no
ouvinte igualmente específicas e comuns a todos
A doutrina teve sua primeira formulação no final
do Renascimento através do trabalho de
músicos florentinos que estavam engajados na ressurreição
da música da Grécia Antiga e que foram os fundadores
da ópera

De acordo com sua interpretação de idéias de Platão, procuravam


estabelecer relações exatas entre palavra e música. Para eles
uma idéia musical não era somente uma representação de
um afeto, mas sua verdadeira materialização
Início do Barroco

Doutrina dos Afetos

Os recursos técnicos da doutrina foram minuciosamente catalogados e


sistematizados por vários teóricos do Barroco como Johann Mattheson.
Mattheson escreveu com especial detalhe sobre o assunto em seu Der
vollkommene Capellmeister (O perfeito mestre de capela, 1739):

disse que os intervalos amplos suscitavam


alegria, e a tristeza era despertada por
intervalos pequenos

a fúria se descrevia com uma harmonia


rude associada a um tempo rápido.

A doutrina teve uma aplicação particularmente importante no


desenvolvimento da ópera
Início do Barroco

Doutrina dos Afetos

A opera seria se estruturava sobre diversas convenções, e


as árias se construíam sobre modelos padronizados para cada tipo
de emoção a ser ilustrada.
Por exemplo:

árias de fúria tipicamente eram em tempos rápidos com muitas vocalizações ,


intervalos amplos e tempos rápidos, frequentemente no tom de ré menor,
enquanto que árias de amor muitas vezes eram compostas em lá maior

Tais convenções eram tão padronizadas que se por


qualquer motivo um cantor não apreciasse uma certa ária
composta para ele podia sem maiores problemas
substituí-la por outra de sua preferência, de outra fonte,
desde que expressasse o mesmo afeto.3
Início do Barroco

Doutrina dos Afetos

Apesar de formulada no Barroco, idéias similares já eram encontradas na Grécia


Antiga na doutrina do ethos aplicada à teoria musical. No período Rococó e no
pré-Classicismo a doutrina teve grandes expoentes em Carl Philipp Emanuel
Bach e na Escola de Mannheim. Durante o Classicismo a doutrina foi
relativamenbte esquecida, mas retomou vigor com os românticos.

Ethos, na Sociologia, é uma espécie de síntese dos costumes de


um povo.

A música popular contemporânea ainda faz extenso uso da


doutrina dos afetos, ainda que o termo seja raramente aplicado, o
que se prova na facilidade do público em identificar rapidamente
uma melodia triste ou jovial.

O cinema e a televisão também se valem do conceito


para enfatizar emoções definidas em suas
produções visuais através da associação de trilhas
sonoras adequadas a cada contexto
Início do Barroco

Não é possível dizer que o início do Barroco já apresentava


um sistema tonal definido, porém se observa uma preferência
gradual pelas escalas diatônicas maiores ou menores, e um
maior senso de centro de atração tonal.

A monodia, combinada com a nova técnica


do recitativo, finalmente permitiu aos
compositores escrever uma ópera, ou seja,
um drama cantado do início ao fim. A
ópera L'Orfeo de Monteverdi de 1607 é
usualmente considerada a primeira obra a
combinar música e drama satisfatoriamente.

Na Alemanha, Heinrich Schütz adaptou as novas técnicas


para alguns de seus motetos sacros policorais, e foi o
compositor da primeira ópera alemã, Dafne (1627).

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