As Máquinas elétricas são dispositivos que fazem conversão eletromecânica
de energia. O equipamento que converte energia elétrica (relacionada com tensão e corrente) em energia mecânica (torque, rotação) é denominado MOTOR ELÉTRICO.
Ao contrário, a máquina que converte energia mecânica em energia elétrica é
chamada de GERADOR ELÉTRICO. As máquinas elétricas são reversíveis, isto é, podem operar como motor ou gerador, como ilustra a Fig. 1.1. 1 – Definições das Máquinas Elétricas
Um gerador elétrico deve estar mecanicamente acoplado a uma máquina motriz
(ou máquina primária), capaz de fornecer energia mecânica, para movimentar a parte móvel do gerador. Exemplos de máquinas motrizes são: turbinas hidráulicas, turbinas à vapor, motor à combustão, motor elétrico, turbina eólica, etc. A Fig. 1.2 ilustra alguns exemplos de máquinas motrizes.
Figura 1.2 (A)
1 – Definições das Máquinas Elétricas 2 – Principais Tipos de Máquinas Elétricas
Máquina Síncrona: Não possui torque de partida, portanto é usada
normalmente como gerador. Apresenta velocidade constante, para freqüência constante. O sistema de excitação, geralmente montado no rotor, requer alimentação em corrente contínua. Pode ser usada para corrigir fator de potência no sistema elétrico quando opera na região de sobre-excitação. É um equipamento de alto custo e sujeito a manutenção periódica.
Máquina de Corrente Contínua: Possibilita grande variação de
velocidade, com comando muito simples. Também requer fonte de corrente contínua para alimentação do circuito de excitação, que geralmente é montado no estator. Utiliza escovas e comutador, resultando em altos custos construtivos e com manutenção. Opera muito bem como gerador ou como motor. 2 – Principais Tipos de Máquinas Elétricas
Máquina de Indução (Assíncrona): Opera normalmente como motor e
pode ser trifásica ou monofásica (bifásica). Possui torque de partida, que no caso monofásico é obtido por artifícios especiais. Dispensa fonte CC, sendo robusta, versátil e de baixo custo. É encontrada tanto em grandes potências quanto para potências fracionárias. Como não utiliza escovas, requer pouca manutenção. 3 – SISTEMA TRIFÁSICO
As tensões e correntes do sistema trifásico equilibrado descrevem
funções seno ou cosseno com variação de amplitude em função do tempo, e são defasadas por um ângulo de 120°. 3 – SISTEMA TRIFÁSICO 3 – SISTEMA TRIFÁSICO É possível calcular o valor instantâneo da tensão, ou da corrente, de cada fase a partir das equações. 3.1 – TRANSFORMAÇÃO DE SISTEMAS: TRIFÁSICO PARA BIFÁSICO
A transformação trifásico – bifásico, também chamada de
transformada αβ0 ou transformada de Clarke, consiste em converter três tensões e/ou correntes do sistema trifásico, portanto defasadas em 120°, em duas tensões e/ou correntes defasadas em 90°, portanto, dispostas em quadratura.
O objetivo desta transformação é obter uma redução no
número de variáveis das expressões matemáticas do sistema trifásico, consequentemente, esta redução de variáveis simplifica o modelo matemático do MIT, transformando uma máquina simétrica trifásica em uma máquina simétrica bifásica, mantendo constantes: potência, torque e número de polos. 3.1 – TRANSFORMAÇÃO DE SISTEMAS: TRIFÁSICO PARA BIFÁSICO 4 – INTRODUÇÃO AOS MOTORES ELÉTRICOS
Os motores elétricos podem ser classificados em três tipos: motores
de corrente alternada; motores de corrente contínua; motores universais.
Os motores universais recebem esta denominação, e estão
posicionados entre os demais tipos, porque embora apresentem a construção idêntica à de um motor de corrente contínua, podem ser alimentados com ambas correntes, alternada ou contínua.
São geralmente motores de décimos de cavalo vapor (CV),
utilizados principalmente em eletrodomésticos 4 – INTRODUÇÃO AOS MOTORES ELÉTRICOS
Atualmente, os motores de corrente alternada são os mais utilizados
na indústria, especialmente os pertencentes aos subtipos: trifásicos, assíncronos, rotor gaiola de esquilo.
Dentre os diversos tipos de motores elétricos, atualmente, o motor de
indução trifásico é uma das máquinas elétricas mais robustas, amplamente usado na indústria. 4 – INTRODUÇÃO AOS MOTORES ELÉTRICOS 4.1 - MOTOR ELÉTRICO DE INDUÇÃO TRIFÁSICO ASSÍNCRONO – ROTOR GAIOLA DE ESQUILO No passado, eram raros os casos onde os motores de corrente alternada eram utilizados em aplicações que demandavam controle de torque.
Isto ocorria apenas em situações onde os MOTORES DE
CORRENTE CONTINUA não podiam ser utilizados, em decorrência do ambiente de trabalho ou das limitações do comutador.
Entretanto, com o avanço da eletrônica de potência, e o contínuo
aprimoramento dos conversores de energia, como os inversores de frequência, cada vez mais baratos e eficientes, atualmente, um sistema de controle de torque para motores de corrente alternada apresenta vantagens em relação a um sistema para motores de corrente contínua 4.1.2 - Partes Construtivas
O Motor eletrico de corrente alternada trifásico assíncrono é
composto basicamente, por duas partes principais: estator e rotor. 4.1.2 - Partes Construtivas
Do ponto de vista físico a máquina elétrica é dividida em três
partes:
Rotor – é a parte girante da máquina e constituída basicamente
por um eixo, por um circuito magnético e por um ou mais enrolamentos. É comum possuir também um ventilador para bombear para fora o calor gerado internamente;
Estator – é a parte estática da máquina, composta de um circuito
magnético e um ou mais enrolamentos;
. 4.1.2 - Partes Construtivas
O estator é constituído pelas seguintes partes construtivas:
Carcaça – Estrutura cilíndrica de aço, ferro fundido ou alumínio,
serve como suporte para as demais partes construtivas. Nela, normalmente, são fundidas as aletas de refrigeração, para facilitar a troca de calor.
Rolamentos – Proporcionam o posicionamento do rotor e permitem
que este fique livre para girar no interior do estator.
Tampas – Fazem o fechamento da carcaça, protegendo contra a
entrada de corpos estranhos no interior do estator. Também servem como suporte aos rolamentos. 4.1.2 - Partes Construtivas
O estator é constituído pelas seguintes partes construtivas:
Núcleo da Armadura – Formado por lâminas de aço silício
extremamente delgadas e isoladas umas das outras. A construção em lâminas aumenta a resistência elétrica do núcleo, reduzindo as perdas por correntes elétricas induzidas nele. Dispõe de ranhuras, onde são inseridos os condutores do enrolamento da armadura.
Enrolamento da Armadura - Constituído por bobinas isoladas entre
si, alimentadas com tensão alternada trifásica de amplitude e frequência normalmente constantes.
Borneira – Dispõe os terminais do enrolamento da armadura,
facilitando a conexão com a fonte de alimentação. 4.1.2 - Partes Construtivas
O rotor Gaiola de esquilo:
4.1.2 - Partes Construtivas O rotor gaiola de esquilo é constituído pelas seguintes partes construtivas:
Núcleo do rotor - É um cilindro formado por lâminas de aço silício. A
construção em lâminas aumenta a resistência elétrica do núcleo, reduzindo as perdas por correntes elétricas induzidas nele.
Condutores de alumínio são fundidos, ou são inseridas barras
condutoras de cobre, através de ranhuras presentes no núcleo do rotor gaiola de esquilo.
Estes condutores são curto-circuitados em ambas extremidades
através de anéis condutores, formando um objeto parecido com uma gaiola de esquilo.
Não há necessidade de isolação dos condutores em relação ao
núcleo, as correntes elétricas circulam através dos caminhos de menor resistência. 4.1.2 - Partes Construtivas
Os condutores do rotor não possuem terminais acessíveis, ou seja,
motores com rotor gaiola de esquilo não possuem escovas e anéis coletores.
Eixo – O núcleo do rotor é montado em torno ao eixo e neste
encontra-se fixado. As funções do eixo são: Servir como suporte ao núcleo do rotor e transmitir o torque à carga.
Ventilador – Fixado ao eixo, tem função de forçar ventilação pelo
interior do estator. Enrolamento de estator trifásico Rotor tipo gaiola de esquilo Rotor gaiola de esquilo Rotor tipo bobinado 4.2 - Produção do Torque Eletromagnético
Do ponto de vista eletromagnético a máquina elétrica é dividida em
duas partes:
Indutor ou Campo – responsável pela magnetização do circuito
magnético da máquina;
Induzido ou Armadura – é o local onde ocorre a conversão
eletromecânica de energia. 4.2 - Produção do Torque Eletromagnético
Quando o enrolamento da armadura é alimentado, é estabelecido um
campo magnético girante, resultante dos campos pulsantes gerados em cada fase, estabelecidos pelas tensões defasadas de 120° elétricos, e pela defasagem de 120° geométricos entre os enrolamentos da armadura.
As linhas de força, produzidas pelo campo magnético girante,
cortam os condutores (barras) do rotor, induzindo nestes uma força eletromotriz, portanto, o enrolamento da armadura constitui um circuito eletromagnético responsável por induzir uma força eletromotriz nos condutores do rotor. 4.2 - Produção do Torque Eletromagnético
A força eletromotriz induzida dá origem às correntes alternadas no
circuito do rotor. Estas correntes geram campos magnéticos em volta dos condutores do rotor.
Estes campos magnéticos interagem com aqueles produzidos na
armadura pelo campo girante, gerando forças de atração e repulsão nos condutores do rotor, impulsionando este no mesmo sentido de giro do campo magnético girante.
O termo “assíncrono” presente no nome deste motor é devido ao
seu funcionamento, porque a rotação do rotor não é sincronizada com a do campo magnético girante. 4.2 - Produção do Torque Eletromagnético
A velocidade do rotor é sempre inferior à velocidade do campo
girante, isto é, a velocidade síncrona.
O funcionamento do motor assíncrono depende desta diferença de
velocidades, chamada escorregamento.
Se o rotor atingisse a velocidade síncrona, seus condutores não
seriam cortados pelas linhas de força do campo girante, e consequentemente, não surgiriam as correntes induzidas e o torque do motor seria nulo. 4.2 - Produção do Torque Eletromagnético
O motor assíncrono também é conhecido como motor de indução. O
termo “de indução” vem do fato de que a corrente no rotor não provém diretamente de uma fonte de alimentação, mas é induzida nele pelo movimento relativo dos condutores do rotor e do campo girante.
O motor de indução pode ser comparado com um transformador,
onde o enrolamento da armadura seria o enrolamento primário, e os condutores do rotor constituiriam o enrolamento secundário. 4.2 - Campo Magnético Girante
O campo magnético girante, produzido no estator, gira na velocidade
síncrona, e esta velocidade depende apenas da frequência da tensão aplicada ao estator, e do número de pólos da máquina. O número de rotações por minuto (RPM) do campo magnético girante pode ser calculado através da equação. 4.2 - Campo Magnético Girante No rotor, a rotação varia de acordo com a carga aplicada ao eixo. Quanto maior é a carga, maior é o escorregamento, consequentemente, menor é a rotação. O número de rotações por minuto do rotor pode ser calculado através da equação.
O escorregamento pode ser calculado através da equação.
4.3 – Conceitos Básicos
Graus Elétricos e Graus Mecânicos
Por definição, um par de polos corresponde a 360º elétricos ou 2π
radianos elétricos. A Fig. 1.4 representa esta definição. Sistema Trifásico Campo magnético girante • Os enrolamentos trifásicos localizados no estator e representados pelos enrolamentos aa’, bb’ e cc’ estão deslocados de 120 graus entre si. Quando uma corrente alternada senoidal circula por um enrolamento ela produz uma força magneto motriz senoidal centrada no eixo do enrolamento. Motor de Indução Trifásico