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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeira

Geologia Marinha

Estratigrafia Sísmica e
Sequência
Aula 1
1. Introdução a estratigrafia -Tradicional
 Conceito
 Princípios da estratigrafia e da geologia em geral
 Correlação estratigráfica

2. Unidades estratigráficas
 Princípios da classificação estratigráfica
 Classificação estratigráfica Prof. Aurio Mendes
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2019
1. Introdução a estratigrafia
 Definições

ESTRATIGRAFA:
Stratum <=Etimologia=> graphein
(latim) (grego)
“camada/estrato/plano” “descrever”

Estratigrafia: ramo da geologia que estuda as rochas estratificadas e


sedimentares, considerando, para as diversas unidades estratigráficas, a
descrição da sequência vertical e horizontal, as correlações e o mapeamento ?
(Weller, 1960).
Estratigrafia: é a descrição de todos os corpos rochosos que formam a crosta da
Terra e sua organização em unidades mapeáveis distintas e úteis, com base em suas
propriedades ou atributos intrínsecos, com vistas a estabelecer sua distribuição e
relações no espaço e sua sucessão no tempo, e para interpretar a história geológica
(Murphy &Salvador, 2003; Guia Estratigráfico Internacional). ? 2
1. Introdução a estratigrafia
 Breve historial
William Smith
Por volta dos anos 1500, na era do
cristianismo, Leonardo Da Vinci ao Pai da estratigrafia
observar fosseis em rochas sedimentares
dos Alpinos italianos deduz que estes
eram remanescentes dos organismos
antigos, e concluiu que as conchas
visíveis nas rochas pertenciam a
organismos que viveram no mar que
cobria a área, marcando inicio da
Sedimentologia e Estratigrafia.

Na segunda metade do século 17, Nicolau


Steno começou a investigar estratos
contendo fosseis nos arredores de Roma.
Com base nestes estudo fez a primeira
aproximação conhecida para colocar os
estratos em ordem deposicional.
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1. Introdução a estratigrafia
 Princípios da estratigrafia
Em 1669, com base nos resultados dos seus estudos, Nicolau
Steno postulou que:

1. Em qualquer sequencia de estratos horizontais, os


estratos mais antigos estão no fundo e os mais joveis no
topo, “Principio da Sobreposição”.

O alicerce filosófico da geologia reside principalmente em seus


princípios, dos quais o uniformitarismo é o principal. Formulado
por James Hutton, ao final do século XVIII, e defendido por
Charles Lyell, no início do século XIX,
 “O presente é a chave do passado’’
2. As camadas se depositam inicialmente em uma posicao
horizontal, ainda que se pocam encontrar mais trade
mergulhando abrutamente, “Principio da
Horizontalidade’’. 4
1. Introdução a estratigrafia
 Princípios da estratigrafia

• Os sedimentos clásticos se depositam em camadas ou estratos, cuja forma, tamanho e


espessura dependem de: espaço disponível para deposição, a geometria do espaço, o
tamanho das partículas e a energia do meio
• Todos os estratos estão separados vertical e lateralmente por superfícies de
estratificação.
• As superfícies de estratificação representam períodos curtos de tempo durante os
quais se interrompeu o processo é deposicional.
• A extensão lateral de um estrato --- limitada.
• Os sedimentos que caracterizam internamente um estrato, podem gradar lateralmente
a outro tipo de sedimento dentro do mesmo estrato.
• Algumas combinações de ambientes deposicionais produzem descontinuidades
abruptas em estratos de similar conteúdo de sedimento.
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• A extensão lateral dos estratos é geralmente muito mais grande que verticalmente
1. Introdução a estratigrafia OUTROS PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS EM GEOLOGIA

 Princípios da estratigrafia Principio da intercepção de camadas


Qualquer corpo geológico ou estrutura que intercepte outro, é mais
Em uma sequencia estratigráfica, os estratos que contém as
recente que o interceptado.
mesmas associações fossilíferas foram formados no mesmo
intervalo de tempo geológico e por processos semelhantes,
Principio da inclusão
“Principio da identidade paleontológica”.
Qualquer estrato que apresente o outro incluso, é mais recente que
os fragmentos do incluído.

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2. Unidades estratigráficas

I. Princípios da classificação estratigráfica


a) Generalidades

A classificação estratigráfica engloba todas as


rochas da crosta da Terra

Os corpos rochosos apresentam muitas


propriedades perceptíveis e mensuráveis

As unidades classificadas com base em uma


propriedade não coincidem com as unidades
baseadas em outra propriedade

As diferentes classificações são intimamente


relacionadas 7
2. Unidades estratigráficas Extensão areal limitada, e são por isso inadequadas
para a síntese global
II. Classificação estratigráfica Extensão mundial em seu princípio, mas
exigem dados extrínsecos para seu
Os corpos rochosos podem ser classificados com base em reconhecimento e datação,
muitas propriedades que lhes são essenciais Mais promissoras para unidades formais de
Cada classificação exige uma nomenclatura própria
aplicação mundial, pois são baseadas no
tempo de sua formação. Posição na coluna
estratigráfica
O Guia Internacional de Estratigráfica (Murphy & Salvador, 2003) classifica os tipos de
unidades formais em:

Unidades litoestratigráficas – unidades baseadas nas propriedades litológicas dos corpos rochosos
Unidades delimitadas por discordâncias – corpos rochosos limitados no topo e na base por
discordâncias significativas na sucessão estratigráfica.
Unidades bioestratigráficas – unidades baseadas no conteúdo fossilífero dos corpos rochosos
Unidades de polaridade magnetoestratigráfica – unidades baseadas em mudanças na orientação
da magnetização remanescente dos corpos rochosos.
Unidades cronoestratigráficas – unidades baseadas no tempo de formação de corpos rochosos. 8
2.1. Unidades litoestratigráficas
 Definições

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2.1. Unidades litoestratigráficas Nota:
As unidades que compõem uma unidade de
escalão mais alto na subdivisão não necessitam
ser as mesmas em todos os locais.

Grupo – Duas ou mais formações

Formação – É a unidade primária da litoestratigrafia

Membro – É a subdivisão litológica nomeada de uma

formação
Unidades litoestratigráficas formais
Categoria Unidades e termos Camada (bed) – É uma camada distinta dentro de um

estratigráfica estratigráficos membro ou formação


principais
Derrame – É a camada distinta de menor espessura dentro
Grupo
Formação de uma sequência vulcânica
Litoestratigráfica
Membro Supergrupo, Complexo, Suíte ??????????????
Camada(s), derrame(s) 10
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2.2. Unidades bioestratigráficas Uma unidade bioestratigráfica podem ser baseada em
 Definições um único taxon, em combinações de taxa, em feições
morfológicas especificadas, ou em variações em
quaisquer das muitas feições relacionadas com o
conteúdo e distribuição dos fósseis nos estratos

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2.2. Unidades bioestratigráficas
 Tipos de unidades bioestratigráficas

Para Murphy & Salvador (2003), as biozonas são


divididas em cinco tipos principais comumente
utilizados:
zonas de abrangência;
zonas de intervalo;
zonas de assembléia;
zonas de abundância e,
zonas de descendência.
 zonas de abrangência - corpo de estratos que
representa a abrangência estratigráfica e geográfica
conhecida de um taxon específico ou uma
combinação de dois taxa de qualquer hierarquia. Há
dois tipos:
 Zona de abrangência-taxon
 Zona de abrangência – convergente 13
2.2. Unidades bioestratigráficas
 Tipos de unidades bioestratigráficas

Zona de abundância – Conjunto de estratos nos quais


a abundância de um táxon particular ou de um dado
grupo de taxa é significativamente maior do que o
usual ao longo da seção.

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2.2. Unidades bioestratigráficas
 Tipos de unidades bioestratigráficas

 Zona de assembléia – Corresponde ao conjunto de


estratos caracterizado pela ocorrência de três ou
mais taxa em uma assembleia natural, que o
distingue dos estratos adjacentes.

 zonas de descendência – corpo de estratos que


contém espécimes representativos de um segmento
específico de uma linha evolutiva.

As zonas de descendência são a forma mais confiável


de correlação de tempo relativo através do método
bioestratigráfico. 15
2.3. Unidades delimitadas por descontinuidades  São compostas por diversos tipos de rochas
diferentes, mas as propriedades litológicas
dessas rochas,
 São identificadas sem relação com a gênese ou
interpretação do motivo causador das
Unidades delimitadas por descontinuidades são
discordâncias delimitadoras.
corpos de rochas limitados tanto no topo quanto na
O conteúdo fossilífero, ou o intervalo
base por discordâncias significativas.
cronoestratigráfico das rochas de cada lado das
discordâncias delimitadoras só são
significativos para o reconhecimento das
 Os critérios diagnósticos utilizados para
discordâncias delimitadoras.
estabelecer e identificar uma unidade delimitada
por discordância são as suas duas
discordâncias designadas.
 Unidades delimitadas por discordância podem
incluir qualquer número de outros tipos16 de
2.3. Unidades delimitadas por descontinuidades
 Definições

Descontinuidades – interrupções no processo


deposicional que implicam em ausência do registo
material (tangível) e consequentemente do tempo
geológico (intangível mas quantificável)
Unidade delimitada por descontinuidades – corpo
de rochas limitado na base e no topo por
descontinuidades significativas, designadas
especificamente, presentes na sucessão
estratigráfica e que tenham preferencialmente
extensão regional ou interregional (Murphy &
Salvador, 2003).
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2.3. Unidades delimitadas por descontinuidades

Tipos de descontinuidades
Paraconformidade: descontinuidade estratigráfica
em que se mantém o paralelismo entre os materiais
inferiores e superiores, a superfície é como um Descontinuidades:
plano de estratificação, sem que seja necessário a
existência de sinais. A diastema é um caso de  Não erosionais: Paraconformidade
paraconformidade cuja duração de tempo é muito  Erosionais: Inconformidade, Discordância,
curta e difícil de determinar
Desconformidade: descontinuidade estratigráfica Desconformidade
em que os materiais inferiores e superiores a
descontinuidade mantem um paralelismo, mas a
superfície de interrupção é uma superfície de
erosão. A disconformidade = interrupção na
deposição + processo erosivo
Discordância: descontinuidade estratigráfica em
que os estratos inferiores e superiores a
descontinuidade apresentam angularidade e a
superfície de interrupção é uma superfície de
erosão. Tectonismo e deformação
Inconformidade: quando um conjunto de estratos 18
sedimentares assenta sobre materiais do
2.3. Unidades delimitadas por descontinuidades

Tipos de unidades delimitadas por descontinuidades

Hiato = momento de não deposição


Hiato ?
Vazio erosional = erosão
Lacuna ?
Lacuna = Hiato + Vazio erosiona
Vazio erosional ?
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2.3. Unidades delimitadas por descontinuidades

Tipos de unidades delimitadas por


descontinuidades
 A presença ou ausência de descontinuidades delimitadoras é o único critério diagnóstico
para o estabelecimento, definição, reconhecimento e ampliação de unidades delimitadas
por descontinuidade.
 A definição dessas unidades deve enfatizar a discussão da natureza, posição e
caracterização das descontinuidades.
 As unidades delimitadas por descontinuidades devem ser estabelecidas somente
onde e quando atenderem uma necessidade que as demais unidades
estratigráficas não preenchem.
 Uma unidade delimitada por descontinuidades deve ser ampliada lateralmente somente
até onde suas duas discordâncias delimitadoras podem ser reconhecidas.

O sintema é a unidade básica delimitada por descontinuidade


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2.4. Unidades cronoestratigráficas
 Definições

Categoria Unidade
estratigráfica geocronológica
equivalente
Eonotema Éon
Eratema Era
Sistema Período
Cronoestratigráfi Série Época
ca Estágio Idade
Sub-estágio Sub-idade (ou
21
idade)
2.4. Unidades cronoestratigráficas
 Tipos de unidades cronoestratigráficas

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Guia Estratigráfica
Internacional

Pagina 10 – Normas de
Nomenclatura
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25
Pratica 1

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Exemplos1:

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Exemplos1:

28
SEMINÁRIO – AMBIENTES E SISTEMAS DEPOSICIONAIS
TERRÍGENOS

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SEMINÁRIO – AMBIENTES E SISTEMAS DEPOSICIONAIS
TERRÍGENOS
GRUPOS
I. Depósitos de leques aluviais (características da porção apical, características da porção distal);
II. Depósitos fluviais (Depósitos de rios entrelaçados; Depósitos de rios meandrantes);
III. Depósitos de sistema desértico (Lagos de desertos e sabkhas associadas; Uedes; Campo de dunas
eólicas);
IV. Depósitos deltaicos (Depósitos deltaicos dominados por acção fluvial, Depósitos deltaicos
caracterizados por estratificação cruzada sigmoidal, Deltas com frente deltaica do tipo flysch (flysch-
like delta front));
V. Depósitos de ambientes dominados pela acção de maré (Depósitos de planície de maré,
Depósitos de canais de maré, Delta dominado pela acção de maré, Estuário, Barras de maré,
Plataforma dominada pela maré); 30
To be continue

Aula2
4. Estratigrafia de sequencia

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