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História e Geografia de Portugal

abril de 2014
Professor: João Pedro Gonçalves

Mariana Pacheco 6º A
Introdução
Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de História e
Geografia de Portugal e tem como principal objetivo dar a
conhecer à turma uma das formas de repressão da Liberdade
usadas pela ditadura Salazarista, isto é, a PIDE.

Esta pesquisa proporcionou-me conhecer alguns aspetos


políticos da História recente do nosso país, ou seja, o regime
político conhecido como Estado Novo ou Salazarismo. Ao
conhecer a forma como atuava a PIDE e outros mecanismos de
repressão, fico imensamente grata aos que lutaram pela
Liberdade e realizaram a Revolução do 25 de abril de 1974.
Contexto Histórico
Ao longo de 35 anos (1932- 1968) António
de Oliveira Salazar esteve à frente da
política do país, tendo instaurado um novo
regime político de carácter ditatorial –
Estado Novo ou Salazarismo. De forma a
limitar as liberdades individuais foram
criados mecanismos repressivos, entre os
António de Oliveira
Salazar quais a PIDE (Polícia Internacional e de
Defesa do Estado) ou seja, uma polícia
política.
Contexto Histórico (Continuação)
A PIDE passou a ter esta designação em 1945,
pois até esta data existia a PVDE (Polícia de
Vigilância e Defesa do Estado), criada em 1933
por Salazar. Agostinho Lourenço foi o 1º Diretor
da PIDE.

Nesta altura pronunciar a palavra Liberdade era


considerado um crime grave e, deste modo, a PIDE
perseguia todos aqueles que manifestassem o mínimo sinal
de discordância em relação ao Estado Novo.
Contexto Histórico (Continuação)
Desta forma, todos os cidadãos eram
controlados e muitos foram presos sem
qualquer justificação ou julgamento e
torturados (os presos políticos eram
enviados para a prisão de Caxias ou de
Peniche ou para o campo de
concentração do Tarrafal, na ilha de
Cabo Verde) outros, para fugirem à
prisão e à tortura, viveram durante
anos no exílio.
Contexto Histórico (Continuação)
Os elementos da PIDE infiltravam-se
incognitamente na sociedade, poucos
sabiam quem eram e, muitas vezes,
podia ser um vizinho ou mesmo um
familiar.

Aqueles que se opunham ao regime e


se reuniam secretamente corriam
sempre o risco de estar com um
elemento da PIDE infiltrado.
Contexto Histórico (Continuação)
Após o afastamento de Salazar da política
muitos portugueses acreditaram que o seu
sucessor, Marcelo Caetano, seria diferente e
os portugueses finalmente poderiam viver
sem medo e em liberdade. No entanto,
Marcelo Caetano apenas alterou o nome, ou
seja, “uma maquilhagem” aos antigos mecanismos de repressão.
A PIDE passou a designar-se de DGS (Direção Geral de Segurança), mas os
objetivos eram os mesmos, continuar a perseguir os que se opunham aos
ideais do Estado Novo. Por esta altura, as vozes contra o governo eram cada
vez mais fortes e, felizmente para as gerações futuras, este período negro
estava a chegar ao fim. Contudo, jamais se poderiam apagar algumas das
barbaridades cometidas pela PIDE/DGS e das quais falarei de seguida.
Caracterização dos funcionários da
PIDE
A maioria dos elementos da PIDE
ingressaram na corporação entre os
20 e os 30 anos, já depois de se
terem casado (a maioria) e de terem
cumprido o serviço militar
obrigatório, pois este era um
requisito para ingressar nesta
polícia. No entanto, depois de
ingressarem tinham de cumprir um
estágio de 3 meses.
Formação dos elementos da PIDE
A maioria dos elementos da PIDE
eram pessoas com pouca cultura. O
grosso dos elementos tinha apenas
o 1º ciclo, mas havia mesmo alguns
que eram analfabetos.

Quanto à sua profissão, há uma


grande variedade, sendo a maioria da
área dos serviços e comércio,
seguindo-se camponeses e operários.
As mulheres eram no geral
domésticas.
Delegações e Postos da PIDE
A sede da PIDE era em
Lisboa, havendo depois
as delegações de
Coimbra e Porto. Pela
observação do mapa
concluímos que a
preocupação era as
cidades maiores, o litoral
e a zona de fronteira
devido à fuga da
população.
Diretor da PIDE
Delegação da PIDE em Coimbra

Informador da PIDE Arquivos da PIDE


Prisões usadas pela PIDE
A PIDE espiava inúmeros cidadãos e P
E
os motivos eram variados: políticos,
N
culturais… I
C
Às mãos da PIDE foram assassinadas
H
várias pessoas e muitas outras foram E

presas durante vários anos e


torturadas. Os agentes muitas vezes C
A
usavam a chantagem emocional para X
que os prisioneiros acusassem quem I
A
eles pretendiam. Várias mulheres S
estiveram presas com os seus filhos
em condições desumanas.
“O Campo da Morte Lenta”

A prisão mais odiada foi o campo de concentração do Tarrafal, na ilha


de Santiago, em Cabo Verde e que entrou em funcionamento em 1936.
Era chamada o “campo da morte lenta”, porque muitos presos
acabavam por morrer depois de muitos anos presos e de serem
maltratados. Muitos eram presos sem um julgamento, outros viam as
suas penas serem prolongadas indefinidamente. Além das condições
de detenção serem severas, o trabalho obrigatório era muito violento.
Não havia cuidados de saúde e à mínima falta iam para a “frigideira”,
cubículo de cimento onde passavam dias suportando o frio de noite e
as temperaturas altas durante o dia.
Métodos de Tortura usados pela PIDE
O espancamento e as torturas
corporais foram métodos muito
utilizados. Contudo, a partir de 1945
começou a ser substituído pela
“Estátua”, em que o prisioneiro
tinha de estar de pé muito perto da
parede, mas sem se encostar, e
muitas vezes de braços abertos. Este
método foi sendo abandonado
porque esgotava rapidamente o
detido, enquanto a privação do sono
tornava o sofrimento mais longo.
O espancamento foi também muito utilizado,
bem como a privação de comida. O isolamento
seguia-se habitualmente ao interrogatório e
tortura e durava em média 2 meses, mas podia
ir até 6 meses.

A tortura psicológica
era também muito
usada, ameaçando os
presos com represálias
nos seus familiares.
Alguns Presos Políticos e Perseguidos
Álvaro Cunhal

Octávio Pato

Mário Soares

Sttau
Monteiro

Henrique Galvão

Aristides de Sousa
Ficha do preso
Testemunhos de Presos
Álvaro Cunhal contou que, da primeira vez em que foi preso, nos
anos trinta do século XX, o colocaram, algemado, no meio de uma
roda de agentes, onde foi espancado a murro, pontapé, cavalo-
marinho e com umas grossas tábuas.
Depois, deixaram-no cair, imobilizaram-no no solo, descalçaram-lhe
os sapatos e meias e deram-lhe violentas pancadas nas plantas dos
pés. Quando o levantaram, obrigaram-no a marchar sobre os pés
feridos e inchados, ao mesmo tempo que voltaram a espancá-lo. Isto
repetiu-se por numerosas vezes, durante largo tempo, até que perdeu
os sentidos, ficando cinco dias sem praticamente dar acordo de si.
Alguns Artistas Perseguidos

José Afonso(cantor e poeta)

Sérgio Godinho(cantor)

António Gedeão(poeta)

Manuel Alegre(poeta)

José Dias Coelho(pintor)

José Mário Branco(cantor)


Em Janeiro de 1961, a operária agrícola do Couço, Maria Rosa Viseu
foi esbofeteada pelas agentes Madalena e Odete, que, depois, lhe
retiraram a cadeira, pondo-a na “estátua”, com os braços elevados à
altura dos ombros.
Quando baixava os braços, obrigavam-na a levantá-los, à força de
murros. Ficou assim durante horas, até à segunda noite, quando
Madalena e a colega voltaram à sala, «sempre à porrada» e sem lhe
permitirem ir à casa de banho, para se lavar, deixando-a «toda suja
de sangue por baixo, já toda ferida». Às duas da tarde, apareceram,
na sala, oito “pides”, que a interrogaram até às três horas da
manhã.
Levaram-na, depois, a uma sala lhe puseram uma espécie de
capacete em metal na cabeça, com duas lâmpadas colocadas na
direção dos seus olhos. Na quarta noite sem dormir, foi novamente
colocada, na “estátua”, mas, não se aguentando mais de pé, Rosa
Viseu caiu no chão. Mais tarde, ameaçaram-na de que ficaria nua e
entraram agentes, que lhe levantaram a roupa, embora não a
tivessem despido. Os interrogatórios prosseguiram ainda por mais
um dia.
Mortos pela PIDE
A PIDE bem como outras forças policiais perseguiram muitos
portugueses e várias foram as mortes provocadas. Aqui estão apenas
dois exemplos, embora no caso de Humberto Delgado tenhamos a

certeza que foi um crime “encomendado” por Salazar.


Tentou
derrubar o
Ceifeira alentejana governo de
que, na sequência Salazar ao
candidatar-se
de uma greve de a Presidente
assalariadas rurais, da República.
Foi derrotado
foi assassinada a em eleições
tiro pela GNR em fraudulentas.
19 de março de Depois de ter estado exilado
Catarina Eufémia 1964. no Brasil, é assassinado bem
como a sua secretária junto à
fronteira espanhola.
Curiosidades
Havia músicas,
filmes, livros e
revistas que
eram proibidos
A Coca-Cola
era proibida.
As pessoas não podiam expor
as suas ideias livremente e
não podiam votar
Finalmente a Democracia e
a Liberdade chegaram
Há 40 anos um grupo de
militares, MFA, “libertou” os
portugueses da opressão, do
medo, da guerra… A Liberdade
passou a ser uma palavra
pronunciada várias vezes.

Tudo começou assim…


Conclusão
Este trabalho foi um pouco difícil de realizar, pois a
informação nos manuais é demasiado simples e a existente
noutros livros tem uma linguagem um pouco complicada. No
entanto, depois de todas as pesquisas fiquei muito
impressionada com algumas coisas que li e imagens que vi.
Espero que todos fiquem a saber um pouco mais sobre a PIDE
e as suas formas de atuação.
De uma coisa tenho a certeza, nós temos muita sorte por ter
havido pessoas corajosas que acabaram com a ditadura fascista.
Viver sem liberdade de expressão e de opinião é uma coisa
terrível.
Bibliografia
Diniz, Maria Emília, História Nove, Lisboa Editora, Lisboa, 2008, pp. 110-112

Horrores e crimes de u ma «polícia». Pelo Repórter Sombra, Lisboa, 1974

Irene Flunser Pimentel, in Vítimas de Salazar - Estado Novo e Violência


Política, João Madeira (coordenador), Luís Farinha, Irene, Flunser
Pimentel, AEsfera dos Livros, 2007, pp. 105-127

Pimentel, Irene Flunser, A história da PIDE, Círculo de Leitores,


Maia,2011, pp.12-72; pp387-390

http://www.historiadeportugal.info/pide/

http://pt.wikipedia.org/wiki/

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