Nocoes de Aciaria 1

NOÇÕES BASICAS DE
REFINO PRIMÁRIO
Noções Básicas de Aciaria (Conversores)
Tópicos abordados:
1 - Introdução
2 - Equipamentos
3 - Matéria prima
4 - Processo de Refino
- reações de refino, formação de escória,
condições de sopro, sopro cominado.
5 - Itens de controle
- rendimento de ferro, consumo de fundentes,
nível de oxidação, acerto simultâneo;
Noções Básicas de Aciaria( Conversores)
- Introdução:
Nascimento do Processo LD;
Henry Bessemer sugeriu em 1856 a utilização de oxigênio puro para a
transformação de gusa em aço, porem não havia oxigênio disponível.
Em 1923 já com produções industriais de oxigênio, F.W. Davis previu a
viabilidade técnica da utilização do O2 puro para refino do gusa.
Em 1938 Maximillianshutte produzia 90% de seu aço Bessemer com
enriquecimento do ar, obtendo aumento de produtividade e qualidade.
Durante a 2ª guerra mundial desenvolvido tecnologia para obtenção de
oxigênio a custo mais baixo, propiciando aumento da utilização na siderurgia.
Em 1952 em Linz, Áustria, tornou-se real a revolucionária idéia de injeção
de oxigênio , de alta pureza para a produção de aço em escala industrial;
Paralelamente em Donawitz, Áustria estudava o mesmo processo, desta
forma abreviação LD, passou a denominar o novo processo de refino, oriundo da
cidades onde foram inicialmente implantados.
- Introdução:
Nascimento do Processo LD;
Evolução do custo de produção de oxigênio e de sua utilização na siderurgia

- Equipamento:
Conversor:
Vaso com carcaça de aço revestido de refratário básico;
Constitui-se de um tronco cone superior, cuja base menor é a boca, uma
secção central cilíndrica e um segmento esférico como fundo;
O volume especifico do vaso varia 0,8 a 0,9m3/t. Nosso caso = 185m3
=0,8m3/t;
Onde se processa as reações de refino.
Lança de O2:
Consiste de 3 tubos de aço concêntricos, interno para injeção de O2 e os
dois externos para a circulação de água de refrigeração.
Mangueiras de água e oxigênio são conectadas na parte superior
Na extremidade inferior é soldada o bico de lança(cabeça), que permite a
injeção do oxigênio a alta velocidade
Atualmente utilizamos cabeça com 5 furos que permite distribuição mais
uniforme sobre o banho
- Equipamento:
Sub-lança:
Consiste de 3 tubos de aço concêntricos, interno para os cabos de
compensação e os dois externos para a circulação de água de refrigeração.
Sub-lança é o equipamento usado para medição de temperatura e carbono
no meio de sopro, que será usado no ajuste da corrida para o fim de sopro, e para a
medição de temperatura e carbono no fim de sopro.
Velocidade de vazamento e segurança do operador
Sopro combinado( KGC ):

Nosso sistema consiste de 8 ventanerias de refratário com tubos de aço de
2mm por onde passar o gás inerte(Ar e N2).
O sopro combinado tem a função melhorar a cinética, principalmente na
3ª etapa de descarburação, facilitando o encontro de C e oxigênio.
O sopro combinado homogeneiza química e termicamente o banho e
melhorar a interação metal/escória.
As pressões chegam a 34Kg/cm2 com vazões de 2,5 a 33Nm3/min.

Matéria prima:
a) Gusa - Proveniente dos altos fornos, parte predominante da
carga metálica, maior responsável pelo fornecimento de calor ao
processo;podendo variar de 75 a 100% da carga;
composição química e temperatura típicas:
%C = 4,2 a 4,4%
%Si = 0,3 a 0,6%
%Mn = 0,3 a 0,7%
%S = < 0,040%
%P = <0,110%
temperatura - 1280 a 1450ºC
Matéria prima:
b) Sucata - Utilizada como refrigerante é imprescindível para
controle térmico do processo de obtenção da temperatura de final de
sopro
A sucata pode ser classificada de acordo com composição
química, dimensão, densidade e grau de contaminação
Sucatas com ligas de elementos com baixa afinidade com o
oxigênio são problemas e devem ser evitadas;
c) Cal - Tem a principal função de favorecer a desfosforação,
também protege o refratário, pois neutraliza a escória ácida gerada no
processo de refino e ajuda na dessulfuração;
d) Cal dolomítica - Tem função de proteger o refratário básico
do conversor pois é rica em MgO
Matéria prima:
e) Fundentes - Tem a função de diminuir a temperatura
líquidas da escória, o que dificulta a formação da camada de silicato,
facilitando a dissolução da cal
f) Minério de Ferro - Utilizado principalmente como agente
refrigerante para controle de temperatura no final de sopro;
g) Oxigênio - De elevada pureza, maior que 99,5% de O2, para
evitar a contaminação do aço pelo N2, utilizado para oxidação das
impurezas do gusa;
O consumo de Oxigênio é de aproximadamente 55Nm3/t de
gusa, a vazão atual varia de 650Nm3/min no inicio do sopro ate
780Nm3/min no fim de sopro. A pressão de oxigênio na entrada da lança
varia entre 8 e 12Kgf/cm2.
Ciclo de operação do conversor
a) Carregamento carga solida - carga de sucata utilizando a
caixa com a sucata previamente pesada. Após o carregamento o
conversor é basculado de forma a assentar a carga e proteger a região de
impacto;
b) Carregamento de gusa - O gusa líquido previamente pesado
é carregado através de panela de gusa.
c) Sopro - O sopro de oxigênio que oxida as impurezas do gusa
transformando-o em aço dura em torno de 17min.
d) Amostragem - Momento de verificar a temperatura e
composição química do aço produzido, pode ser feito com a sub-lança ou
manualmente.
E) Vazamento - Transferencia do aço do conversor para a
panela que será transportada para o lingotamento continuo, durante o
vazamento são feitas adições de ligas de acordo com o tipo de aço.
Refino:
Processo LD
- Injeção de oxigênio para eliminar as impurezas incorporadas
ao gusa durante o processo de redução do minério de ferro nos altos
fornos; Abaixo composição típica do gusa:
- C= 4,3% ; Mn=0,5% ; Si=0,40% ; P=0,080% ; Fe restante
- Oxidação das impurezas que tem afinidade pelo oxigênio;
- Evolução da composição química da escória;
- 3 períodos distintos durante o sopro:
1ª Fase de descarburação
2ª fase de descarburação;
3ª fase de descarburação;
Nos gráficos a seguir poderemos visualizar o comportamento dos
elementos ao longo do sopro.
Refino:
Refino:
Reações mais importantes na 1ª fase de descarburação
Fe + 1/2 O2 = FeO escória
Si + O2 = SiO2 escória
Mn +1/2 O2 = MnO escória
2P + 5/2O = P2O5 escória
Reações mais importantes na 2ª fase de descarburação.

C + 1/2O2 = CO Gás
CO + 1/2O2 = CO2 Gás
FeO + C = CO(gás) + Fe(banho)
MnO + C = CO(gás) + Mn(banho)
Refino:
Na 3ª fase de descarburação:
- Velocidade de descarburação comandada pelo encontro do C e O2;
- Teor de C baixo dificulta o encontro
- Volta a oxidar parte do Fe e Mn
- Aumento do FeO e dissolução da Cal ajuda na desfosforação
Refino:
Diagrama esquemático do sopro de oxigênio na presença da emulsão metal-gas -escória

Noções Básicas de Aciaria (Conversores)
Refino:
Fig. 4 - Diagrama de afinidade do dos elementos com o Oxigênio

Refino:
Descarburação:
Direta = C + 1/2O2 = CO Jato de Oxigênio
Indireta = C + FeO = Fe + CO; Escória
3 Etapas distintas:
1ª - Oxidação lenta - em função da oxidação em conjunto dos
outros elementos, principalmente o Si.
Aumenta gradativamente a medida que o Si vai sendo
reduzido.
2ª - Oxidação máxima - limitada pela taxa de fornecimento de
oxigênio e condições de agitação.
3ª - Diminuição da velocidade - redução do teor de carbono,
difusão do carbono ate a interface de reação.
A eficiência é maior para sopro duro, sendo assim, há a
necessidade de ajuste de vazão e altura de lança.
Refino:
Dessiliciação - Grande afinidade pelo oxigênio o Si começa a oxidar logo após o
início de sopro. Oxidado no fim ate o fim da 1ª etapa.
Si + O2 = SiO2
Prejudica a dissolução da cal por tendência a criar silicatos com alta
temperatura de fusão;
Necessidade de sopro mole para aumentar oxidação Fe e deixar a escória
mais reativa, facilitar a dissolução da cal.
Desfosforação - Ocorre na interface metal/escória
2P + 5FeO = 5Fe +P2O5
P2O5 + CaO = 3caO.P2O5 condições para ocorrer:
a)Alto volume de escória
b) Teores elevados de FeO e CaO na escória;
c) Temperatura baixa.
Alta taxa ate 50% sopro, redução na 2ª etapa e crescimento na 3ª etapa
em função da oxidação da escória e aumento da dissolução da cal.
Refino:
Oxidação do Mn - Oxidação acentuada na 1ª etapa, aumentando o MnO da
escória. Mn + 1/2O2 = MnO
- Já na 2ª etapa ocorre a reversão de Mn para o banho
fornecendo O2 para descarburação.
MnO + C = Mn + CO
- Volta a se oxidar no fim de sopro em função de diminuição da
taxa de descarburação;
Oxidação do Ferro - Oxidação acentuada na 1ª etapa de sopro pelo impacto do
jato sobre a massa de ferro.
- Aumenta o FeO da escória, que nesta fase é benéfico para
facilitar a dissolução da Cal.
Fe + 1/2O2 = FeO ( Sopro macio)
- Na 2ª etapa o FeO fornece O2 para descarburação
FeO + C = Fe + CO
- Oxidação na 3ª etapa vota ocorrer mas deve ser minimizada
para obter o melhor rendimento metálico (Sopro duro)
Refino:
Evolução do O2 - Se eleva na 1ª etapa, impacto do jato sobre o banho, atingi valor maior
saturação;
- Reduzido na 2ª etapa pela intensa reação de descarburação;
- Volta a subir rapidamente na 3ª etapa (relação com o C fim sopro)
Refino:
Formação de escória:
Papel fundamental nas reações de refino, tanto na cinética quanto na
composição final do aço, devido equilíbrio escória/banho.
Sistema de muitos componentes difícil de representar graficamente.
É importante no desempenho dos refratários do conversor;
Analise feita através dos três componentes mais importantes. ( FeO, CaO,
SiO2)
Origem dos oxidos constituintes da escória:
SiO2 - Oxidação do elemento do banho
MnO - Oxidação de elementos do banho
FeO - Oxidação de elementos do banho
P2O5 - Oxidação de elemento do banho
Al2O3 - Escória de gusa
CaO - Provem da cal calcítica e cal dolomítica
Refino:
Formação de escória:
- Na 1ª etapa a escória formada é ácida, constituída principalmente de
SiO2, FeO, MnO, que são os primeiros elementos que se oxidam.
- O CaO a partir da cal e o MgO a partir da Cal e do Refratário pouco
tempo depois são incorporados a escória; A dissolução da cal é favorecida na 1ª
etapa em função da oxidação da escória (sopro macio)
- O aumento dos teores de CaO e MgO ocorrem gradativamente ao longo
do sopro em função da dissolução das cales e favorecida pela oxidação do banho.
- A Oxidação do banho formando FeO e a dissolução da cal são fatores
determinantes na alteração da composição da escória.
Refino: Formação de escória
Refino:
Dissolução da cal
- A cal é a componente essencial da escória na fabricação do aço;
- Objetiva-se que a cal seja incorporada (dissolvida) à escória o mais
rápido possível;
- Importante manter a basicidade da escória alta a maior parte do sopro.
- A dissolução é complexa e depende de alguns fatores:
a) Atividade da CaO na escória - 1º minutos de sopro alto teor de SiO2,
baixo teor de CaO e Alto teor de FeO = baixa atividade da CaO
b) Viscosidade da escória - Com teor de FeO alto a viscosidade é baixa e
facilita a dissolução da cal.
c) Temperatura - Aumento de temperatura aumenta a fase líquida e como
a viscosidade é diminuída, é favorável;
d) Superfície de contato - A dissolução é diretamente proporcional a
superfície de contato cal/escória( baixa granulometria e alta porosidade)
e) Agitação do banho - Favorece a dissolução pois diminui a camada
limite e expõe a cal a escória sempre renovada;
Refino:
Condições operacionais ( padrão de sopro):
- Definidas pelo projeto do bocal, vazão de oxigênio, distância
banho/lança e profundidade do banho(relação de penetração L/Lo)
- Sopro macio L/Lo 0,5 a 0,7 e sopro duro L/Lo 0,9 a 1,1
- Estabelecimento do padrão de sopro é indispensável para correta
operação do processo LD.
- As condições sob as quais o oxigênio é fornecido ao metal afetam
o desenrolar das reações de refino.
- Inicio sopro jato incide sobre superfície livre provocando
projeção de partículas para fora do conversor;
- Formação de camada de escória retém as partículas ejetadas,
dando origem a emulsão;
Refino:
Condições operacionais ( padrão de sopro):
L/Lo = 0,5 a 0,7 Macio

L/Lo > 0,8 Duro
Refino:
- Efeito das condições de sopro sobre as variáveis do processo
Variável Sopro
Duro Macio
% FeO da escória Diminui Aumenta
% P e % Mn do Aço Aumenta Diminui
Vida da lança Diminui Aumenta
Desgaste do refratário Diminui Aumenta
Cascão na boca Metal Escória
Cascão lança Aumenta Diminui
Projeção de escória Diminui Aumenta
Rendimento metálico Aumenta Diminui
Refino:
- O sopro macio provoca:
Escória mais reativa teor de FeO mais alto - aumento excessivo da
velocidade de descarburação - excesso de formação de gases = projeção +
baixo rendimento + desgaste do refratário;
- O sopro duro provoca:
Nível de oxidação da escória baixo - escória “seca” - dissolução
incompleta da cal = problema de desfosforação;
A prática aconselhável é um sopro misto:

- Variar a relação de penetração ao longo do sopro - Obter rápida
formação de escória reativa( sopro macio) + descarburação eficiente
durante a 2ª etapa de sopro e escória com nível de oxidação adequado no
final de sopro(sopro duro);
Itens de controle:
1º Rendimento de Ferro: Índice que mostra a capacidade de transformar
carga em aço liquido.
RENDIMENTO = (PESO DE AÇO LÍQUIDO / CARGA METÁLICA) * 100
- A carga metálica é o somatório de gusa e sucata carregados no conversor,

- O peso de aço líquido é determinado através das dimensões da placa multiplicado
um fator kg/metro mais as perdas com sobras.
Fatores que podem interferir no rendimento de ferro:
- A escória que passa do ct para panela de gusa .
- Gusa que passa junto com a escória para o pote skimmer durante a escumagem.
- As balanças de gusa e sucata quando não estão aferidas;
- Projeção de metal durante o sopro;
- Sobra de aço no conversor
- Erro na medição das placas, pelo rolo medidor(comprimento) e ajuste das medidas
do molde(espessura e largura).
- Erro na avaliação ou falta de informação das perdas de aço durante todo processo de
fabricação do aço(retorno, sobra de panela, sobra de distribuidor, etc...)
Itens de controle:
1º Rendimento de Ferro:
Rendimento de ferro em 2005
92
91,5
91
90,5
90
89,5
2004 2005 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Porque controlar o rendimento?

É um dos indicadores mais importantes do custo da GGMA.
Itens de controle:
Acerto Simultâneo: É o resultado de acerto da corrida no fim de sopro(C e
temperatura)
- Permite vazar a corrida rapidamente, aumenta a produtividade
- O acerto simultâneo esta diretamente ligado a utilização da sub-lança e a
precisão do modelo dinâmico.
- Nosso acerto: Cfs +/- 0,02% e temp. fs +/- 15ºC
Alvo
Temp. Obj
Controle dinâmico ( adição de minério)
Medição durante sopro(sub-lança)

Temp.
Rota original
Rota corrigida
C obj C
Itens de controle:
Consumo de fundentes: É a quantidade de cal calcítica e dolomítica
consumida na produção de aço líquido.( Kg/ ton de aço)
- Importante o controle em função do custo da produção de aço;
- O consumo esta diretamente ligado ao teor de Si do gusa, tipo de aço e
condições do refratário dos conversores.
- Modelo de ajuste calcula a quantidade ideal de cal para cada corrida;
Itens de controle:
Nível de oxidação:É o teor de oxigênio dissolvido no aço líquido(PPM);
Método de medição:Imersão de células eletroquímicas no banho, fornece diretamente
o teor de O2 dissolvido;
- Baixa movimentação do banho no final de sopro, mesmo com a correção da lança;
Itens de controle:
- Nível de oxidação alto = maior consumo de fe-ligas, desgaste de refratário;
- Sopro combinado, injeção de gás inerte( Argônio e Nitrogênio) pelo fundo do
conversor aumenta a movimentação reduzindo o nível de oxidação do banho.
Teor de O solúvel no banho em função do Carbono de fim de sopro

Itens de controle:
Para cada 100 ppm de O são necessários 30Kg de Al para desoxidação
Nivel de oxidação do banho
720
700
680
PPM
660
640
620
600
2005 2006 jan fev mar

Nocoes de Aciaria 1

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Evolução do custo de produção de oxigênio e de sua utilização na siderurgia

Sopro combinado( KGC ):

As pressões chegam a 34Kg/cm2 com vazões de 2,5 a 33Nm3/min.

Reações mais importantes na 2ª fase de descarburação.

Diagrama esquemático do sopro de oxigênio na presença da emulsão metal-gas -escória

Fig. 4 - Diagrama de afinidade do dos elementos com o Oxigênio

L/Lo = 0,5 a 0,7 Macio

A prática aconselhável é um sopro misto:

- A carga metálica é o somatório de gusa e sucata carregados no conversor,

Rendimento de ferro em 2005

Porque controlar o rendimento?

Medição durante sopro(sub-lança)

Teor de O solúvel no banho em função do Carbono de fim de sopro

Nivel de oxidação do banho

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