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LANKER VINÍCIUS

Classificação Legal das Penas


Art. 32 CP
 Privativas de liberdade
 Reclusão
 Detenção
 Restritiva de Direitos
 Prestação pecuniária
 Perda de bens e valores
 Prestação de serviços a comunidade ou a entidades
públicas
 Interdição temporária de direitos
 Limitação de fim de semana
 Pecuniárias
 multa
Penas Privativas de liberdade
Conceito
 A pena privativa de liberdade é aquela
que restringe, com maior ou menor
intensidade, a liberdade do
condenado, e consiste na
permanência do condenado em algum
estabelecimento prisional, por um
determinado lapso temporal.
Penas Privativas de liberdade
Início de cumprimento

 Visando o cumprimento das determinações


constitucionais a respeito da personalidade
e proporcionalidade da pena,
 É imperioso a classificação dos
condenados possibilitando a
individualização da pena, indispensável ao
tratamento penitenciário adequado.
 Individualizar, na execução, consiste em
dar a cada preso as oportunidades e
elementos necessários para lograr a
reinserção social.
Penas Privativas de liberdade
Início de cumprimento - Exame Criminológico
 O que é: procedimento que visa a
individualização para a execução da pena
privativa de liberdade
 Tempo de realização: somente será realizado
após o trânsito em julgado da sentença
condenatória
 Competência : Comissão Técnica de
Classificação de cada presídio, que observará a
ética profissional, terá sempre presentes peças
ou informações do processo e poderá entrevistar
pessoas, requisitar de repartições ou
estabelecimentos privados dados e informações
a respeito do condenado e realizar outras
diligências e exames necessários (art 9° da LEP)
 Obrigatoriedade:
 Reclusão
 o condenado será obrigatoriamente
submetido, no início do cumprimento da
pena, a exame criminológico de
classificação para individualização da
execução (art. 34 do CP e art. 8° da LEP).
 Detenção
 O referido exame também poderá ser
efetuado, facultativamente, no
condenado submetido a regime semiaberto
(art. 35, caput, do CP e art. 8 °, parágrafo
único, da LEP.
Reclusão e Detenção
 Somente os chamados crimes mais graves são
puníveis com pena de reclusão, reservando-se a
detenção para os delitos de menor gravidade.
 A pena de reclusão pode iniciar o seu cumprimento
em regime fechado, o mais rigoroso de nosso
sistema penal, algo que jamais poderá ocorrer com a
pena de detenção.
 Somente o cumprimento insatisfatório da pena de
detenção poderá levá-la ao regime fechado, através
da regressão.
 Entretanto, diante da falta de estabelecimentos
adequados ao cumprimento da pena em regime
aberto, a jurisprudência voltou a se fixar no sentido
de que, nessa hipótese, deve-se conceder a prisão
em domicílio.
Penas Privativas de liberdade
Forma de Cumprimento
 Regime progressivo:
 É um programa gradual de
cumprimento da privação da liberdade,
por fase ou etapas.
 A fase inicial caracteriza-se pelo intenso
controle do interno, assim como pelo seu
regime muito estrito em relação a
condições materiais e liberdade de
movimentos.
 A última etapa é o regime aberto.
 Forma de progressão de regime:
 Iniciando o cumprimento da pena no
regime estabelecido na sentença,
possibilita-se o sentenciado, de acordo com
o sistema progressivo, a transferência para
regime menos rigoroso
 Prazo legal: cumprimento de, ao menos,
um sexto da pena no regime anterior e o
mérito do condenado recomendar a
progressão (art. 112 da LEP)
 Passa-se de uma fase para outra conforme
as condutas e as respostas mais
socializadas do recluso (novo exame
criminólogico).
Penas Privativas de liberdade
Forma de Cumprimento – Fixação do regime inicial

 A opção pelo regime inicial da execução cabe ao juiz


da sentença.
 Fixação dos regimes menos severos (semiaberto e
aberto)
 além dos requisitos já mencionados no art. 33 do CP
(não-reincidência e quantidade da pena), deve o
juiz observar:
 critérios previstos no art. 59, atendendo à
culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à
personalidade do agente, aos motivos, às
circunstâncias e consequências do crime, bem
como ao comportamento da vítima (art. 33, 3°).
 Condenação por mais de um crime, no
mesmo processo ou em processos
distintos
 a determinação de cumprimento será
feita pelo resultado da soma ou
unificação das penas, observada,
quando for o caso, a detração ou
remição (art. 111 da LEP).
São três os regimes de cumprimento das penas
privativas de liberdade. Art. 33 do CP.
Regimes penais
 Os regimes são determinados
fundamentalmente pela espécie e quantidade
da pena e pela reincidência, aliadas ao mérito
do condenado, num autêntico sistema
progressivo.
 O regime torna-se, agora, o estado de
cumprimento de pena, em que se coloca o
condenado, no tocante à intensidade
modulada de redução da liberdade
Regimes penais
 O regime fechado será executado em
estabelecimento de segurança máxima
ou média; o semiaberto será
executado em colônia agrícola,
industrial ou estabelecimento similar;
e, finalmente, o regime aberto será
cumprido em casa de albergado ou em
estabelecimento adequado.
Regime fechado:
 Com a execução em estabelecimento de segurança
máxima ou média. Art. 34 do CP c/c Art. 33 § 2º, a.
Regras do regime fechado
 No regime fechado o condenado cumpre a pena em
penitenciária e estará obrigado ao trabalho em comum
dentro do estabelecimento penitenciário, na conformidade
de suas aptidões ou ocupações anteriores, desde que
compatíveis com a execução da pena.

 Nesse regime o condenado fica sujeito ao isolamento durante


o repouso noturno (art. 34, § 1º, do CP), porém, na prática,
esse isolamento noturno, com os requisitos exigidos para a
cela individual (art. 88 da LEP), não passa de “mera carta de
intenções” do legislador brasileiro.
Regras do regime fechado
 Quem cumpre pena em regime fechado não
tem direito a frequentar cursos, quer de
instrução, quer profissionalizantes. E o
trabalho externo só é possível (ou
admissível) em obras ou serviços públicos
ou privados, desde que o condenado tenha
cumprido, pelo menos, um sexto da pena.
Regras do regime fechado
 Em condenações a penas prisionais não superiores a quatro
anos, só excepcionalmente se justifica a aplicação do
regime fechado.
 Reconhecida a existência de circunstâncias judiciais
favoráveis, o regime de cumprimento de pena deve ser mais
liberal.
Regras do regime fechado
 Tratando-se de condenado reincidente, ainda assim,
recomenda-se a aplicação do regime semiaberto.
Não é outra a orientação do STJ: “é admissível a
adoção do regime prisional semiaberto aos
reincidentes condenados a pena igual ou
inferior a quatro anos se favoráveis as
circunstâncias judiciais” (Súmula 269).
Regime semiaberto
 A pena deve ser cumprida em colônia agrícola,
industrial ou similar, podendo ser o condenado alojado
em compartimento coletivo. Art. 35 do CP c/c Art. 33 §
2º, b do CP.
Regras do regime semiaberto
 No regime semiaberto não há previsão para o
isolamento durante o repouso noturno.
 O condenado terá direito de frequentar
cursos profissionalizantes, de instrução de 2º
grau ou superior.
 Também ficará sujeito ao trabalho em comum
durante o período diurno, em colônia
agrícola, industrial ou em estabelecimento
similar.
Regras do regime semiaberto
 O trabalho externo é admissível, inclusive na
iniciativa privada.
 Este, o serviço externo, pode ser o penúltimo
estágio de preparação para o retorno do
apenado ao convívio social. O próximo e
derradeiro passo será o livramento
condicional.
Regras do regime semiaberto
 O juiz da condenação, na própria sentença, já
deverá conceder o serviço externo, sendo
desnecessário o cumprimento de qualquer parcela
da pena.
 Ou então, posteriormente, o juiz da execução
poderá concedê-lo desde o início do cumprimento
da pena.
 A exigência de cumprimento de um sexto da pena
verifica-se apenas quanto ao regime fechado(art. 37
da LEP).
Regime aberto
 Fundado na autodisciplina e senso de responsabilidade
do condenado. Art. 36 e 33§ 2º, c ambos do CP.
Regras do regime aberto
 O regime aberto baseia-se na autodisciplina e no
senso de responsabilidade do apenado.

 O condenado só permanecerá recolhido (em casa


de albergado ou em estabelecimento adequado)
durante o repouso noturno e nos dias de folga. O
condenado deverá trabalhar, frequentar cursos ou
exercer outra atividade autorizada fora do
estabelecimento e sem vigilância.
Regras do regime aberto
 Com responsabilidade e disciplinadamente o
detento deverá demonstrar que merece a adoção
desse regime e que para ele está preparado, sem
frustrar os fins da execução penal, sob pena de ser
transferido para outro regime mais rigoroso (art. 36,
§ 2º, do CP).

 O maior mérito do regime aberto é manter o


condenado em contato com a sua família e com a
sociedade, permitindo que o mesmo leve uma vida
útil e prestante.
Regras do regime aberto
 José Henrique Pierangeli, ao se referir à
prisão com trabalho: “é a pena por
excelência que encerra todas as qualidades
de uma verdadeira pena. O trabalho é lei
civilizadora do homem;(...)”.
Regime Aberto Domiciliar
O regime de prisão aberta em
residência particular (prisão
domiciliar).
 Art. 117 da LEP.
 Pela regra, jamais se poderá permitir a prisão
domiciliar além das regras estabelecidas pela
LEP.

 Todavia os tribunais superiores começaram a


modificar o entendimento. Assim quando
faltar o albergue ou o estabelecimento
adequado o condenado deverá ir para a
prisão domiciliar.
REGIME INICIAL
 Art. 33 § 2º CP.
 Quando houver condenação por mais de um
crime, no mesmo processo ou em processo
distintos, a determinação de cumprimento será
feita pelo resultado da soma ou unificação das
penas, observada quando for o caso, a detração ou
remição. Art. 111 da LEP.
Linha do Tempo
 Eventos/Incidentes Considerados (cont.):
 Adequações de Pena
 Extinções de Pena (Por exemplo: prescrição)
 Falta Grave
 Alterações de Regime (Ex. Regressões,
Progressões)
 Perda de Dias Remidos por Falta Grave
 Concessão de Livramento Condicional
 Revogação do Livramento Condicional

PODER JUDICIÁRIO DO
PARANÁ
Linha do Tempo
 O primeiro grande desafio é ordenar os
eventos e incidentes em ordem cronológica.
Condenação
Prisão Definitiva
Fuga
Recaptura
Remição
Falta Grave
Alteração de Regime
Comutação

PODER JUDICIÁRIO DO
PARANÁ
Linha do Tempo
 Para ordenar é necessário saber exatamente
qual a data de referência para cada evento.
Condenação
Prisão Definitiva (Data efetiva da Prisão)
Fuga (Data da Fuga propriamente dita)
Recaptura (Data Efetiva de Recaptura)
Remição (Data da Decisão do Juiz)
Falta Grave (Data da Falta, Data da Homologação)
Alteração de Regime
Comutação (25 de Dezembro do Decreto Referente e
não a data da decisão)

PODER JUDICIÁRIO DO
PARANÁ
Condenações
 Para que seja efetuado o cálculo de
pena de forma correta, as condenações
devem estar devidamente
desmembradas, ou seja, precisa ser
indicado para cada artigo se o mesmo é
hediondo ou não, se é reincidente ou
não, se é hediondo para o livramento e
se é hediondo para progressão.
PODER JUDICIÁRIO DO
PARANÁ
Frações
 Para Progressão:
a) 1/6 – Comum
b) 1/6 – Crime Hediondo até 28/03/2007

c) 2/5 – Hediondo Primário após 28/03/2007

d) 3/5 – Hediondo Reincidente após 28/03/2007

 Para Livramento Condicional:


a) 1/3 – Comum Primário

b) 1/2 – Comum Reincidente

c) 2/3 – Hediondo

d) 1/1 – Hediondo Reincidente

e) 1/1
PODER JUDICIÁRIO DO – Revogação para LC
PARANÁ
Eventos Diretamente Relacionados as
Condenações
 Extinção de Pena
 Comutações
 Indultos
 Livramento Condicional
 Revogação do Livramento Condicional
 Adequação de Pena
 Unificação (entendimento - CNJ)
 Somatório de Penas (entendimento - CNJ)
PODER JUDICIÁRIO DO
PARANÁ
Sistema Projudi

Cumprindo Condenação Mais Grave na Linha do Tempo

5 ANOS
Condenação Inicial HED. 2 ANOS
COMUM

Evolução da Condenação 5 ANOS


HED. 2 ANOS
COMUM

Se não existir Condenação Mais Grave a Ser


Cumprida 5 ANOS
Começa a Cumprir a menos Grave HED.
2 ANOS
COMUM

Ocorrendo Nova Condenação, havendo + 5 ANOS 7 ANOS


Grave, Volta a Cumprir a Mais Grave HED. HED. 3 ANOS
2 ANOS
COMUM

A condenação de 2 anos, fica paralisada até


que a Condenação de 7 anos 5 ANOS .
finalize seu cumprimento HED.
2 ANOS 7 ANOS 3 ANOS
COMUM HED.
Progressão e Regressão
 Os regimes de cumprimento de pena direcionam-se para
maior ou menor intensidade de restrição da liberdade do
condenado, sempre produto de uma sentença penal
condenatória.

 Mérito ou demérito do condenado- art.33,parag.2º e 112 LEP.

 Sistema progressivo de cumprimento de pena.


 Na progressão evoluí-se do regime mais rigoroso para outro
menos rigoroso. Na regressão dá-se o inverso.
PROGRESSÃO
 Iniciado o cumprimento da pena no regime
estabelecido na sentença, possibilita-se ao
sentenciado, de acordo com o sistema
progressivo, a transferência para regime
menos rigoroso. Art. 112 da LEP.
Progressão
 2 requisitos: mérito do condenado e
cumprimento de um percentual da
pena no regime anterior.
 Art.112, LEP.
 Art. 118, LEP (Regressão)
 Art. 114, LEP
LEP
 Art. 112. A pena privativa de liberdade será
executada em forma progressiva com a
transferência para regime menos rigoroso, a
ser determinada pelo juiz, quando o preso
tiver cumprido ao menos um sexto da pena
no regime anterior e ostentar bom
comportamento carcerário, comprovado
pelo diretor do estabelecimento, respeitadas
as normas que vedam a progressão.
LEI 8072/90
 Art. 2º, § 2o A progressão de regime, no caso
dos condenados aos crimes previstos neste
artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5
(dois quintos) da pena, se o apenado for
primário, e de 3/5 (três quintos), se
reincidente.
LEP
 Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o
condenado que:
 I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de
fazê-lo imediatamente;
 II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo
resultado dos exames a que foi submetido, fundados
indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e
senso de responsabilidade, ao novo regime.
 Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho
as pessoas referidas no artigo 117 desta Lei.
 Cezar Roberto Bitencort: O
merecimento contudo se dará pelo
valorado bom comportamento
carcerário, certificado pelo diretor do
estabelecimento penitenciário. Não
definiu contudo (...) o que seja esse
bom comportamento, lacuna que
certamente será fonte de profundas
divergências.
 (...) Não se pode esquecer de que o tempo na
prisão arrasta-se letargicamente num clima de
angústia, insegurança e ansiedade, agravando
inclusive a saúde mental do recluso. O
condenado tem o direito público subjetivo de
cumprir sua pena nos termos em que lhe foi
concedido na decisão condenatória, sendo
inadimissível que as deficiências por culpa do
Estado recaia sempre sobre os ombros do
condenado.
Cálculo de Progressão de Regime
 Condenações em 01/01/2000
 5 anos Hediondo e 2 anos Comum
 Em 01/01/2006 teríamos 6 anos de cumprimento de pena
 5 anos cumpridos de 5 anos do hediondo
 1 ano cumprido de 2 anos do comum
 Nesta mesma data, o sentenciado foi condenado a 7 anos
de um novo processo classificado como hediondo
 5 anos cumpridos de 5 anos do hediondo
 1 ano cumprido de 2 anos do comum
 0 anos cumpridos de 7 anos do hediondo
 Em 01/01/2008, 2 anos depois, teríamos a seguinte situação
 5 anos cumpridos de 5 anos do hediondo
 1 ano cumprido de 2 anos do comum
 2 anos cumpridos de 7 anos do hediondo

PODER JUDICIÁRIO DO
PARANÁ
Cálculo de Progressão de Regime
 Em 01/01/2008 cometeu fato novo e foi regredido:
 Data Base: 01/01/2008 – Última prisão
 Situação em 01/01/2008
 5 anos cumpridos de 5 anos do hediondo (Pena Restante 0)
 1 ano cumprido de 2 anos do comum (Pena Restante 1 ano)
 2 anos cumpridos de 7 anos do hediondo reincidente (Pena
Restante 5 anos)
 Data de Progressão = Data Base + 1/6*(Pena Restante do Comum
ou Equiparado na Data Base) + 2/5*(Pena Restante do Hediondo
na Data Base) + 3/5*(Hediondo Reincidente na Data Base) –
Primeiro Dia
 Data de Progressão = 01/01/2008 + 1/6*(1 ano) + 2/5(0 anos) +
3/5*(5 anos)
 Data de Progressão = 01/01/2008 + 2 meses + 0 anos + 3 anos
 Data de Progressão = 01/01/2008 + 3a 2m 0d
 Data de Progressão = 01/03/2011

PODER JUDICIÁRIO DO
PARANÁ
 Nas hipóteses de crime hediondo a pena deve ser
cumprida no patamar de 2/5 no caso de criminoso
primário e 3/5 de reincidente, isto após 28/03/07,
antes o lapso é o mesmo. Art. 2°, § 2° da
Lei 8072/90.
 Progressão Per Salto?
Progressão do regime antes do
trânsito em julgado da decisão
condenatória
 Súmula do STF 716.
 Aumento das prisões cautelares, que nem
sempre têm respeitado o limite legal de
duração de 81 dias. A longa demora dos
trâmites processuais, tem levado inúmeros
indivíduos a cumprir grande parte de suas
sanções em regimes mais graves que aquele
aplicado na sentença ou no previsto em lei para
o caso concreto.
 SÚMULA 716

ADMITE-SE A PROGRESSÃO DE REGIME DE


CUMPRIMENTO DA PENA OU A APLICAÇÃO
IMEDIATA DE REGIME MENOS SEVERO NELA
DETERMINADA, ANTES DO TRÂNSITO EM
JULGADO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA.
 Bitencourt : Ninguém desconhece as
deficiências do sistema penitenciário
brasileiro, que, aliás de sistema, só tem
o nome; assim sonegar o direito de
progredir de regime, quando estiverem
satisfeitos seus requisitos formais e
materiais, significa punir mais
severamente ao arrepio do nosso
ordenamento jurídico.
REGRESSÃO
 Por outro lado, instituiu-se também a regressão,
ou seja, a transferência de um regime para outro
mais rigoroso.
 Art. 118 da LEP
 Falta Grave : Art. 50 da LEP.
LEP
 Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade
ficará sujeita à forma regressiva, com a
transferência para qualquer dos regimes mais
rigorosos, quando o condenado:
 I - praticar fato definido como crime doloso ou falta
grave;
 II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja
pena, somada ao restante da pena em execução,
torne incabível o regime (artigo 111).
DETRAÇÃO
 Com a rubrica de “detração”, determina o art. 42 do CP:
“Computam-se, na pena privativa de liberdade e na
medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no
Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o
de internação em qualquer dos estabelecimentos
referidos no artigo anterior”.
 PARA REALIZAR O CÁLCULO DE PROGRESSÃO E
LIVRAMENTO
 1. Qual a data-base? Dia em que começou a cumprir
pena no regime em que se encontra.( Para
livramento a data-base sempre é o primeiro dia de
cumprimento de pena)
 2. Há Detração? Até a data-base cumpriu pena?
 3. A detração será realizada em relação à qual pena?
 4. Qual a fração a ser utilizada?
 5. Multiplicar a pena restante (separar: crime
comum, Crime hediondo primário, crime hediondo
reincidente) pela fração exigida.
 6. O resultado deve ser acrescido da data-base.
Conceito  O livramento condicional é a
concessão, pelo poder
jurisdicional, da liberdade
antecipada ao condenado,
mediante a inexistência de
pressupostos, e condicionada a
determinadas exigências durante
o restante da pena que deveria
cumprir preso.
2. Natureza Jurídica
Incidente da execução penal
Direito subjetivo do condenado
Benefício legal
PRESSUPOSTOS OBJETIVOS –
Art. 83 do CP
O primeiro pressuposto
objetivo indispensável à
concessão do livramento
condicional diz respeito à
natureza e à quantidade de
pena imposta.
 O segundo requisito objetivo é ter o sentenciado
cumprido mais de um terço da pena, se não for
reincidente em crime doloso, e mais da metade se
o for. Tratando-se de crimes hediondos o
livramento condicional só pode ser concedido
cumprido mais de dois terços da pena, exigindo-se,
ainda, que o agente não seja reincidente específico
em crimes dessa natureza.
3. Requisitos Objetivos
 Que o juiz tenha aplicado na sentença pena privativa de
liberdade igual ou superior a 2 anos (art. 83, caput,
CP)
 Que o condenado tenha reparado o dano causado pela
infração, salvo impossibilidade de fazê-lo (art. 83, IV, do
CP)
 Cumprimento de parte da pena (art. 83, I, II e V, do CP)
 (I): cumprimento de mais de 1/3 da pena (crime comum,
não reincidente em crime doloso, bons antecedentes)
 (II): cumprimento de mais de 1/2 da pena (crime comum,
reincidente em crime doloso)
 (V): cumprimento de mais de 2/3 da pena (crime
hediondo, terrorismo ou tortura)
 Reincidente específico em crime dessa natureza não
poderá obter o livramento condicional
 (art. 44, parágrafo único, Lei n. 11. 343/06):
cumprimento de mais de 2/3 da pena (crime de tráfico
de drogas – arts. 33, caput, § 1º e 34 a 37, da Lei n.
11.343/06)
Soma das Penas
 Concurso de crimes reconhecidos na mesma
sentença
 considera-se o montante total aplicado
 Superveniência de nova condenação
 Considera-se a soma das reprimendas
 Crimes praticados sujeitarem-se a prazos
diversos para a concessão do benefício
 Análise individual de cada um e posterior
soma
Cálculo de Livramento Condicional
 Resumo das Penas
Total de 2 anos do comum primário
 Total de 5 anos do hediondo
 Total 7 anos do hediondo reincidente
 Data Base
 No Estado do Paraná, por padrão, é a primeira data de prisão da
condenação mais antiga ativa
 Cálculo
 Data de Livramento = Data Base + 1/3*(Total de Pena Comum
Primário) + 1/2*(Total de Pena Comum Reincidente) + 2/3*(Total de
Pena de Hediondo) + 1/1 * (Total de Pena Hediondo Reincidente) + 1/1 *
(Total de Pena que Teve LC Revogado) – Primeiro Dia
 Data de Livramento = 01/01/2000 + 1/3*(2 anos) + 2/3(5 anos) + 1/1*(7
anos) – 1d
 Data de Livramento = 01/01/2000 + 8 meses + 3a4m0d + 1/1*(7 anos) –
1d
 Data de Livramento = 01/01/2011 – 1d = 31/12/2010

PODER JUDICIÁRIO DO
PARANÁ
PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS -
Art. 83 do CP
 O primeiro deles é ter o sentenciado "bons
antecedentes".
 Como segundo requisito subjetivo, deve o
sentenciado comprovar "comportamento
satisfatório durante a execução da pena".
 Exige-se, também, que se comprove ter o
sentenciado bom desempenho no trabalho que lhe
foi atribuído.
 Deve o sentenciado comprovar "aptidão para prover
a própria subsistência mediante trabalho honesto".
 Para o condenado por crime doloso, cometido
mediante violência ou grave ameaça à pessoa, a
constatação de que o acusado apresenta condições
pessoais que façam presumir que, uma vez libertado,
não voltará a delinquir (art. 83, parágrafo único, CP)
Exame Criminológico
 Jurisprudência dos tribunais superiores
 O juiz pode determinar a realização do exame, em
decisão fundamentada, sempre que entender que as
circunstâncias do caso concreto justificam a medida.
 Súmula n. 439 do STJ: “Admite-se o exame criminológico
pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão
motivada”
 Realizado por equipe multidisciplinar de peritos
(assistentes sociais, psicólogos, psiquiatras,
educadores), que, obrigatoriamente, fazem
entrevistas e exames no preso, os quais podem trazer
inúmeros subsídios para que o juiz tome a decisão
acertada, concedendo ou negando o benefício
Procedimento
 Requerimento
 próprio sentenciado, seu cônjuge, parente em
linha reta, diretor do estabelecimento, Conselho
Penitenciário, MP, Defesa.
 Certidão carcerária
 Parecer do Conselho Penitenciário (art. 131,
LEP; dispensável)
 Manifestação do MP e, após, da Defesa (art. 112, § 1º
e 2º da LEP)
 Decisão
CONCESSÕES E CONDIÇÕES -
Art. 132 da LEP
 Condições obrigatórias do livramento:
 Obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se

for apto para o trabalho;


 Comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação;

 Não mudar de território da Comarca do Juízo da

execução, sem prévia autorização deste.


 Condições facultativas:
 Não mudar de residência em comunicação ao

juiz e à autoridade incumbida de observação


cautelar e de proteção;
 Recolher-se à habitação em hora fixada;

 Não frequentar determinados lugares.

Obs.: As condições judiciais podem ser


modificadas no transcorrer da execução
Cerimônia de Concessão
 Art. 136, LEP
 Carta de livramento, com cópia integral da sentença em duas
vias
 Cerimônia de concessão
 Data designada pelo Presidente do Conselho Penitenciário
 Leitura da sentença concessiva ao liberando, na presença dos
demais condenados
 Advertência acerca do cumprimento das condições
 Questionamento sobre o aceite das condições
▪ Não aceita: juiz torna sem efeito o benefício.
▪ Aceita: Colocado em liberdade, tendo início o período de prova, que
durará até o término da pena, salvo se houver revogação
Acompanhamento do período de
prova
 Art. 139, LEP
 A observação cautelar e a proteção do reeducando serão
realizadas pelo serviço social penitenciário, Patronato ou
Conselho da Comunidade
▪ Fazer observar o cumprimento das condições

▪ Proteger o beneficiário, orientando-o na execução de


suas obrigações e auxiliando-o na obtenção de
atividade laborativa
▪ A verificação de fato que justifique a modificação das
condições ou a revogação, deverão ser informados
mediante relatório ao Conselho Penitenciário.
Estudo durante o período de prova
 Lei n. 12.433/11
 Possibilidade de o condenado que já se
encontra em livramento condicional remir
parte da pena pelo estudo (Art. 126, § 6º,
LEP)
 Razão: 1 dia de pena para cada 12 horas de
estudo, divididas em pelo menos 3 dias
(art. 126, § 1º, I, da LEP).
Revogação
 Juiz das execuções
 De ofício
 Requerimento do MP
 Representação do Conselho
Penitenciário
 Oitiva do condenado (art. 143, LEP)
REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA –
Art. 86 do CP
É causa de revogação obrigatória do
livramento condicional a condenação à pena
privativa de liberdade em sentença
irrecorrível:
I. Por crime cometido durante a vigência do
benefício;
II. Por crime anterior, observado o disposto no
artigo 84.
 Revogado o livramento pela condenação por crime
cometido durante a vigência do benefício não se
desconta da pena o tempo em que esteve solto o
condenado e não terá direito a livramento na
condenação anterior. Se o livramento for revogado,
porém, pela condenação por crime anterior à concessão
do benefício, computar-se-á como tempo de
cumprimento da pena o período de prova e não perde o
direito ao livramento. (Art. 141 e 142 da LEP).
Causas de revogação facultativa
 Art. 87, CP
 Se o liberado deixa de cumprir qualquer das
obrigações impostas na sentença
 Não se desconta da pena o período do livramento e o
condenado não mais poderá obter o benefício
 Se o liberado for irrecorrivelmente condenado, por
crime ou contravenção, a pena que não seja privativa
de liberdade
 Delito anterior ao benefício – descontado o tempo de
livramento
 Delito na vigência do benefício – não haverá desconto
Suspensão do Livramento
Condicional
 Art. 145, LEP
 Prática de nova infração penal
 Juiz poderá, ouvidos o Conselho Penitenciário
e o MP, suspender o curso do livramento e
determinar a prisão do condenado.
 Efetiva revogação dependerá da decisão final a
ser proferida no processo que apura o novo
delito
Prorrogação do período de prova
 Art. 89, CP
 Considera-se prorrogado o período de prova
se, ao término do prazo, o agente estiver
sendo processado por crime cometido em
sua vigência (art. 89, CP)
 Durante a prorrogação o sentenciado fica
desobrigado de observar as condições
impostas
Extinção da pena
 Findo o prazo de prova, sem que tenha
havido prorrogação ou revogação do
benefício, o juiz, após ouvir o MP, deve
decretar a extinção da pena.
Execução provisória
É cabível o livramento condicional
durante a execução provisória
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
 Noção
 É o fim do direito de punir do Estado.
 Causas extintivas: Art. 107 CP – Rol exemplificativo.
 Morte do Agente.
 Indulto.
Indulto e Graça:
 São providências de ordem administrativas (portarias,
decretos, decisões), deixadas a relativo poder
discricionário do Presidente da República, para
extinguir ou comutar penas.
 Não cabe: para crimes hediondos e equiparados.
 Formas: Pleno e parcial.
 Indulto e Comutação:
 É concedido por Decreto Presidencial.
O juiz apenas verifica a adequação do
reeducando ao Decreto.
É concedido no processo de cada apenado,
como a progressão e a condicional:
a. É elaborado o Decreto Presidencial.
b. É solicitado pelo condenado; Advogado; MP;
Conselho penitenciário ou Autoridade
Administrativa do Presídio.
c. Vai para parecer do Conselho.
d. Parecer do MP
e. Concluso para Decisão.

 É conhecido como indulto natalino –


Decreto no final do ano.
 Comutação = Redução da pena.
Momento da aferição do requisito:
 25/12/do ano anterior – 25/12/ano atual.
 Concessão: Durante a execução da pena.
Abolitio criminis Art. 5º, XL CF
 OBS:. ABRANDAMENTO PUNITIVO
 Quando uma punição é abrandada por lei
posterior. Art. 16 da 6368/76 c/c 28 da 11343/2006.
PRESCRIÇÃO
 É a perda do poder-dever de punir do Estado por
não exercitar a pretensão punitiva ou pretensão
executória durante certo espaço de tempo.
Contagem do Prazo Prescricional
 É feita de acordo com a regra do art. 10 do
CP, computando-se o dia do começo e
contando os meses e anos de acordo com o
calendário comum
Cálculo do prazo prescricional.
 O prazo prescricional é sempre calculado em
função da pena privativa de liberdade. Antes da
sentença condenatória, toma-se por base a máxima
pena em abstrato que poderia sofrer o réu.
 Já se a pena já estiver fixada, o calculo será feita
tomando como base o tempo total de pena
aplicado.
Tabela do Prazo Prescricional (art. 109)
PENA PARA O CRIME PRAZO
PRESCRICIONAL
Inferior à 1 ano 2 anos ou 3 anos (após
05/05/2010)
De 1 até 2 anos 4 anos
Mais de 2 anos até 4 anos 8 anos
Mais de 4 anos até 8 anos 12 anos
Mais de 8 anos até 12 anos 16 anos
Mais de 12 anos 20 anos
Influência de Causas e Circunstâncias
na Contagem do Prazo Prescricional.
Circunstâncias Judiciais (art. 59).
 Não são levadas em conta para aumentar o prazo
prescricional.
 Circunstâncias Agravantes e Atenuantes.
 Não são levadas em conta para aumentar o prazo
prescricional
Causas de Aumento e
Diminuição de pena.
 Devem ser consideradas no cálculo da
prescrição pela pena abstratamente prevista.
 Observação: neste calculo deve ser
observado a pior das hipóteses possíveis
para o réu, isto é, o máximo da pena que ele
poderia receber em caso de condenação.
Aumento de pena no caso de
concurso de crimes.
 Não pode ser considerada no cálculo da
prescrição porquanto nestes casos os crimes
devem ser considerados isoladamente.
 (art. 119).
Causas interruptivas da Prescrição
Punitiva. Art. 117 do CP
 Vejamos:
a) Recebimento da Denúncia ou queixa
b) Publicação da Sentença de Pronúncia
c) Acórdão confirmatório da Pronúncia
d) Publicação da Sentença ou Acórdão
Condenatórios Recorríveis;
e) Pelo inicio ou continuação do cumprimento da
pena;
f) Pela Reincidência.

 A interrupção da prescrição em relação a qualquer


um dos autores estende-se aos demais.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE OU
SUPERVINIENTE
 É Aquela que ocorre entre a publicação da
sentença condenatória e seu trânsito em
julgado.
PRESCRIÇÃO RETROATIVA
 A prescrição retroativa é contada para trás,
isto é, relativamente à período anterior à
sentença condenatória.
Períodos para reconhecimento da
PPP retroativa:

a) Entre a data do recebimento da denuncia


ou queixa e a pronuncia.

b) Entre a data da pronuncia e sua


confirmação por acórdão.
c) Entre a pronúncia ou seu acórdão
confirmatório e a publicação da sentença
condenatória.

d) Entre o recebimento da denúncia ou queixa


e a publicação da sentença condenatória.
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA
VIRTUAL OU ANTECIPADA
 Nesta modalidade de prescrição o prazo
prescricional exigido pela lei ainda não ocorreu
efetivamente. Entretanto, o juiz, na perspectiva de
que na sentença condenatória será fixada a uma
pena que autoriza o reconhecimento da prescrição,
concede esta desde já.
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO
EXECUTÓRIA
 É quando o Estado, após o trânsito em
julgado da sentença condenatória, perde o
poder-dever de impor ao condenado a
respectiva sanção penal, em virtude do
decurso do tempo transcorrido.
 Efeitos
 A PPE atinge apenas os efeitos primários, os
efeitos secundários não.
 Termo inicial
 O prazo da PPE tem início: Art. 112 do CP
a) A partir da data do trânsito em julgado da

sentença condenatória para a acusação.


b) Da data em que transita em julgado decisão
que revoga o livramento condicional, o
“sursis”.
c) Do dia em que a execução da pena é
interrompida por qualquer motivo.
Pena Restante Art. 113 do CP
 Contagem do Prazo Art. 110 do CP
 O cálculo da prescrição da pretensão penal
executória é sempre efetuado com base na
pena fixada na sentença.
Causas de interrupção da PPE:
Art. 117 do CP.
 Início do cumprimento da pena.
 Continuação do cumprimento da pena.
 Reincidência.
Efeitos da reincidência na
prescrição executória.
 Aumenta em 1/3 a contagem do prazo
prescricional .
 Interrompe o prazo prescricional da PPE.

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