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Universidade Lúrio

Faculdade de Engenharia
Licenciatura em Engenharia
Civil
Discentes: Docentes:
Feliximídio Ilúdia Marcolino João Julieta Chauma
André Oséias Muianga
Zuneid Abdul Carimo
Introdução
Por ser o Homem um ser social, ele vive em sociedade e se relaciona nas
diversas funções ou intervenções em que esta sujeito. Para manter a
coesão e a integração social harmoniosa, o comportamento dos indivíduos
na medida em que desempenham as suas funções e intervenções, deve ser
regulado. Daí que se torna obvio associar a Deontologia às atividade es
Profissionais do Homem.
A Deontologia que pode significar a ciência do dever de uma forma geral, é uma
forma de regular o comportamento dos indivíduos que convivem em sociedade, e
desempenham atividades profissionais já que se faz necessário regular o seu
comportamento também. Trata-se de conjuntos normativos definidos para reger os
direitos e deveres (heterroregulação) dos profissionais no exercício de suas
atividades de forma a alcançar a excelência no trabalho, a confiança do público e
de forma a proteger a reputação da profissão.
Introdução
Nesse sentido, o presente trabalho tem como principal foco de abordagem
a Deontologia de Engenharia. A deontologia é aplicada de forma particulada
a cada área de atuação, o que não foge o caso da engenharia, uma vez
que se trata da ciência dos deveres, a abordagem da Deontologia de
Engenharia far-se-á nos seguintes aspetos:
 Deveres Profissionais com a Comunidade
 Deveres Profissionais Com a Entidade Empregadora e Cliente
 Deveres Profissionais no Exercício da Profissão
 Deveres Recíprocos dos Engenheiros
Introdução
Objetivos
Geral: Abordar de forma objetiva a Deontologia de Engenharia
Específicos:
• Contextualizar a Deontologia na Área de Engenharias;
• Introduzir os Direitos que podem ter os profissionais para com a Ordem
(apoiando-se em casos favoráveis)
• Dar a entender os Deveres dos profissionais com os diversos agentes do seu
meio(apoiando-se nos casos de Moçambique e outros favoráveis).
Metodologia
O trabalho esta dividido em 3 partes, sendo a primeira parte referente
a notas introdutórias que ajudarão na contextualização do Tema; a
segunda parte esta ligada ao desenvolvimento do tema e por
conseguinte dos objetivos específicos; a terceira e última diz respeito a
conclusões que se pode tomar naquilo que se desenvolveu nas partes
antecedentes satisfazendo de tal forma os objetivos traçados a priori.
Para execução deste trabalho foi efetuada uma pesquisa em obras
publicadas sobre o tema com ajuda de internet, e consulta de códigos
publicados pelos organismos que regulam o comportamento dos
Profissionais de Engenharia no Exercício de suas atividades, sempre
tendo em atenção o meio Moçambicano.
Introdução a Deontologia de Engenharia
Deontologia de Engenharia é a ciência que cuida dos direitos e deveres dos
profissionais de engenharia.
Do ponto de vista etimológico, o termo deontologia deriva do grego “deonta”
(dever) e “logos” (razão). Este conceito foi introduzido por Jeremy Bentham em
1834 (Baptista, 2011 citado em Gorgulho & Lopes, 2014), tendo hoje do seu lado a
expressão “Ética Profissional”. Estas duas são um “código de princípios e deveres
(com os correspondentes direitos) que se impõem a uma profissão e que ela se
impõe a si própria, inspirada nos seus valores fundamentais” (Reis Monteiro, 2005,
citado em Gorgulho & Lopes, 2014) Sublinha ainda que estes valores não podem
ser distintos dos valores da sociedade em que determinada profissão se insere,
nem dos valores universais.
Em Moçambique existe uma entidade que alberga os profissionais desta área, com
vista a consciencializá-los sobre seus direitos e deveres enquanto gozam do
exercício de sua profissão, bem como velar por estes e muni-los de informação,
formação e encorajamento na carreira profissional, a OrdEM (Ordem dos
Engenheiros Moçambicanos).
Valores profissionais e códigos de ética e
deontologia
Para Carpeto & Fonseca (2012), os códigos de ética são um conjunto de regras
que buscam dar uma identidade às profissões, orientando e controlando os
comportamentos do grupo a fim de manter a sua coesão e explicitam a forma
como o grupo se compromete a realizar os seus objetivos particulares de acordo
com os princípios universais de ética, muitas vezes estas regras têm valor jurídico:
são prescrições de cumprimento obrigatóriopara os profissionais, sob pena de
aplicação de sanções disciplinares. Têm, assim, como finalidade principal
constituir um guia para os comportamentos individuais no exercício da profissão,
evitando a ocorrência de problemas éticos.
É inevitável abordar a Deontologia sem falar da ética profissional, sendo que
muitas vezes tem se designado a deontologia como ética profissional, já que a
ética profissional ou aplicada é uma formalização da ética para cada profissão
(nesse caso a profissão do Engenheiro), onde se definem formas de condutas dos
profissionais da área em suas diversas relações que culminam em códigos
formulados com os respetivos direitos e deveres dos profissionais com base no
comportamento ético, de caracter obrigatório e sujeito a sanções no caso de
incumprimento.
Valores profissionais e códigos de ética e
deontologia
A formalização do modo de comportamento dos profissionais no exercício de suas
profissões, os códigos dai decorrentes tem duas vertentes, uma função sociológica
importante, na medida em que confere uma identidade aos membros de uma
profissão. E por outro lado, levam os profissionais a desenvolver uma cultura comum
de responsabilidade em relação à sociedade e servem como fonte da avaliação
pública de uma profissão, uma vez que permitem que a sociedade saiba o que
esperar dos profissionais, permitindo desta feita que se desenvolva a confiança do
público nos profissionais, já que o público espera que os profissionais se comportem
em conformidade com a deontologia da profissão. É uma questão de criar e manter
uma boa imagem dos profissionais junto dos diferentes públicos.
É importante referir que os códigos que surgem da ética que as associações
profissionais criam, são determinados com base no contexto social e económico
temporal, podendo mudar com o tempo.
Desta feita, os códigos atuais, diferentemente dos códigos das décadas passadas que
davam enfase apenas a logica interna da profissão, buscam dar enfase a outros tipos
de condutas referentes as obrigações para com o público. Isso porque a engenharia
tem um papel importante na sociologia já que as suas ações sempre têm em vista a
melhoria do bem-estar da sociedade.
Razões para Apoiar o Código
Deontológico
De acordo com Davis (1991, citado em Carpeto & Fonseca, 2012) é
importante que os engenheiros cumpram o seu código deontológico por
meio de sua prática profissional, e encorajam os outros a fazer o mesmo
criticando aqueles que não o cumprem, como apontam as razoes abaixo:
1) apoiar o código ajuda a proteger os próprios engenheiros e as pessoas
que lhes são próximas daquilo que outros engenheiros possam fazer;
2) apoiar o código ajuda a garantir a cada engenheiro um ambiente de
trabalho em que a observância do código seja mais fácil;
3) apoiar o código ajuda a evitar que na sua profissão surjam questões
éticas que façam os engenheiros sentir-se envergonhados ou culpados;
4) apoiar o código significa também cumprir a sua parte enquanto
engenheiro; se cada engenheiro cumprir a sua parte, gera benefícios para
toda a classe.
Razões para Apoiar o Código
Deontológico
Através dos pontos supracitados pode-se afirmar que Os princípios
fundamentais da conduta dos profissionais Engenheiros são a verdade, a
honestidade e a confiança no seu serviço à sociedade, um desempenho
ético que demonstre justiça, cortesia e boa fé para com os clientes, colegas
e outras pessoas, a consideração dada aos aspetos sociais, culturais,
económicos, ambientais e de segurança e a utilização eficiente dos
recursos mundiais para satisfazer as necessidades humanas a longo prazo.
Os códigos expressam valores como a reciprocidade, a responsabilidade, a
integridade, o respeito pela vida, honestidade, tolerância e respeito pelas
pessoas e espírito de serviço à humanidade.
Razões para Apoiar o Código
Deontológico
Nota-se ainda que apesar de se preocupar com o público a abordagem
deontológica não parece ser suficiente, isso pode ser notado através de três
visões, por um lado porque os conflitos éticos não acabam pelo simples
facto de existir um conjunto de códigos de conduta, pois os códigos são
limitados, não só como também torna-se difícil que os códigos
acompanhem a evolução tecnológica, já que os dois andam em velocidade
muito distintas.
Por outro lado, não estabelecem regras de qual código seguir em caso de
conflitos entre os dois ou mais princípios éticos aplicáveis a uma dada
situação. Numa outra perspetiva, apesar de os valores serem transmitidos
em códigos deontológicos, para serem eficazes, devem ser interiorizados,
ou seja, devem ser assumidos comos um compromisso pessoal. Só desta
forma é que terá capacidade real de orientar autonomamente o
comportamento humano.
Código Deontológico da Ordem
dos Engenheiros Moçambicanos
A Engenharia é uma profissão que coloca o conhecimento científico ao serviço da
sua utilização prática. No exercício da sua profissão, os Engenheiros criam
impactos na qualidade de vida das pessoas, no ambiente e em todos os sectores
da Economia. Por isso, exige-se aos Engenheiros um comportamento ético
impecável para garantir o sucesso da profissão e impedir situações de corrupção.
O Código Deontológico da Ordem dos Engenheiros de Moçambique tem por
objectivo manter padrões elevados de conduta pessoal e profissional dos
Engenheiros e garantir um comportamento ético no exercício das suas actividades
de forma a dar resposta cabal à responsabilidade social dos Engenheiros perante
a sociedade, a nação e o mundo, e fazer todos os esforços para combater a
corrupção sob qualquer forma e a qualquer nível. O Código Deontológico aplica-se
a todos os membros da Ordem dos Engenheiros de Moçambique
independentemente da categoria ou nível dos mesmos e do país em que se
encontrem.
Código Deontológico da Ordem dos
Engenheiros Moçambicanos
Ao abrigo do artigo 64, nº2 dos Estatutos da Ordem dos Engenheiros de Moçambique,
a Assembleia Geral determina para todos os seus membros:
Deveres do engenheiro para com a comunidade
1. O Engenheiro deve procurar as melhores soluções técnicas, ponderando a economia
qualidade do produto sob sua responsabilidade.
2. O Engenheiro deve defender a saúde pública, o ambiente e a utilização racional dos
recursos naturais.
3. O Engenheiro deve garantir a segurança do pessoal executante das obras, dos utentes
das mesmas e do público em geral.
4. O Engenheiro deve opor-se à utilização fraudulenta, ou contrária ao bem comum,
do seu trabalho.
Código Deontológico da Ordem
dos Engenheiros Moçambicanos
Deveres do engenheiro para com a entidade empregadora e para com o cliente
1. O Engenheiro deve contribuir para a realização dos objetivos económicos e
sociais das organizações em que se integra, promovendo o aumento da
produtividade, a melhoria
da qualidade dos produtos e das condições de trabalho.
2. O Engenheiro deve respeitar o segredo profissional e de informações
confidenciais obtidas no exercício das funções, salvo se, em consciência,
considerar poderem estar em sério risco exigências de bem comum e interesse
público, e nunca em benefício próprio.
3. O Engenheiro só deve responsabilizar-se e ser pago pelos serviços que tenha
efetivamente prestado e tendo em atenção o seu justo valor.
4. O Engenheiro deve recusar a sua colaboração em trabalhos que impliquem
situações ambíguas ou de conflitos de interesse.
Código Deontológico da Ordem dos
Engenheiros Moçambicanos
Deveres do engenheiro no exercício da profissão
1. O Engenheiro deve executar o seu trabalho com competência, honestidade, empenho,
objetividade e isenção.
2. O Engenheiro só deve aceitar trabalhos para os quais seja competente e tenha
disponibilidade.
3. O Engenheiro deve pugnar pelo prestígio da profissão e impor-se pelo valor da sua
colaboração e por uma conduta irrepreensível, usando sempre de boa fé, lealdade e isenção,
quer atuando em associação quer individualmente.
4. O Engenheiro deve opor-se a qualquer concorrência desleal.
5. O Engenheiro deve usar da maior sobriedade nos anúncios profissionais que fizer
ou autorizar.
6. O Engenheiro deve desenvolver o seu conhecimento profissional, procurando manter-
se permanentemente atualizado.
Código Deontológico da Ordem dos
Engenheiros Moçambicanos
Deveres recíprocos dos engenheiros
1. O Engenheiro não deve prejudicar a reputação profissional ou as actividades
profissionais
de colegas, devendo, quando chamado a apreciá-los, fazê-lo com elevação e
salvaguardando a dignidade da classe.
2. O Engenheiro deve recusar substituir outro engenheiro, numa posição contratual
ou em negociação, só o fazendo quando as razões dessa substituição forem
corretas e dando ao colega a necessária satisfação.
3. O Engenheiro deve apoiar na medida das suas possibilidades a formação, treino
e desenvolvimento profissionais de outros engenheiros.
4. O Engenheiro deve contribuir para a boa reputação da Ordem dos Engenheiros
de Moçambique e para o alargamento da sua influência.
5. O Engenheiro deve informar a Ordem de qualquer ofensa criminal ou ato de
corrupção ou desvio das regras definidas neste Código Deontológico e nos
Estatutos levados a cabo por outro Engenheiro e de que tenha conhecimento.
Fim

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