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A Revolução de São Domingos e o Brasil

Regencial: Uma proposta de análise


por meio da imprensa periódica do Rio
de Janeiro 1831 -1835

MATHEUS VILELA FREITAS


Introdução
 A Revolução de São Domingos (1791-1804).

“Ê! Ê! Bomba! Heu! Heu!


Canga, mouné de lé!
Canga, do ki la!
Canga, li!”*

* “Juramos destruir os brancos tudo o que possuem; que morramos se falharmos nesta
promessa!”
• Brasil Regencial e a circulação de ideias.

• Caramurus e Liberais Moderados e a construção do Anti-Haitianismo nos


jornais periódicos do Rio de Janeiro.

• Mas afinal, o por que estudar as influências da Revolução de São Domingos no


Brasil Regencial?
Hipótese
• A hipótese deste trabalho permeia o cenário do Período Regencial, acreditando
que tais grupos que disputavam o cenário político utilizavam do temor ao
haitianismo como uma justificativa para seus posicionamentos e suas atitudes, e
assim influenciando de forma direta no tratamento que a sociedade livre dava a
parte da sociedade escravizada e liberta.
• A todos consta que as doutrinas Haitianas são aqui pregadas com impunidade; que
os escravos são aliciados com o engodo da liberdade, e concitados por espíritos
vertiginosos, nacionais e estrangeiros, dentro e fora da Província, para romper nas
mesmas comoções, de que estão os da Bahia dando funestíssimo exemplo: que há na
Corte Sociedades secretas que trabalhão sistematicamente nesse sentido; que têm
cofres para os quais contribui grande numero de sócios de cor, livres e cativos; que
desses cofres saem os subsídios com que se entretêm e mantêm emissários,
encarregados de propagar doutrinas subversivas pelos escravos das fazendas de
lavoura, onde se introduzem a titulo de mascates ou pombeiros! Os membros dessas
Sociedades, e seus fautores, nacionais e estrangeiros, são indigitados pela voz
publica... e todavia parece que a Administração policial da Corte ou tudo ignora, ou
estranhamente descuidada dorme sobre a cratera do vulcão! E entretanto o incêndio
já lavra perto da porta!
Aurora Fluminense, no. 1032, 27 de março de 1835.
Objetivos
• Objetivo Geral
• Compreender como a sociedade regencial ressignificou a Revolução Haitiana e o
Anti-Haitianismo conforme seus interesses e como isto influenciou de maneira
direta/indireta na vida dos negros escravizados.
• Objetivos específicos
• Analisar como o discurso do Anti-Haitianismo esteve presente nos periódicos Aurora
Fluminense e Diário do Rio de Janeiro dos anos de 1831 a 1835 e como tal discurso
influenciou na forma como os negros escravizados e ex-escravizados eram
representados.
Metodologia
• A pesquisa a ser realizada neste trabalho tem como objetivo analisar dois
periódicos que circulavam no Brasil durante o período regencial, sendo eles
Aurora Fluminense e Diário do Rio de Janeiro. Desta forma a metodologia que vem
sendo utilizada é a de pesquisa bibliográfica e documental. Tais jornais
apresentam características e ideais diferentes e buscarei compreende-los através
de uma análise criteriosa, utilizando como embasamento os estudos de Heloisa
de Faria Cruz e Maria Rosário da Cunha Peixoto (CRUZ; PEIXOTO, 2007) e de
Marco Morel (Morel, 2003), buscando compreender a função social e o papel
desenvolvido por estes dois jornais periódicos do período oitocentista.
• A impressa enquanto meio de comunicação social e agente político;
• Busca se constituir dentro de um contexto específico, seja formando opiniões, ou
as modificando.
• O próprio caráter do periódico visa levar até o público leitor uma série de ponto
de vistas, que são construídos ao longo da publicação – seja através das colunas e
matérias, ou mesmo por meio de propagandas .
• Uma agenda política é construída a partir do periódico.
Conclusões
• Fase da atual da pesquisa
Referência
AZEVEDO, Célia Maria Marinho de. Onda negra medo branco: o negro no imaginário das elites no século XIX. São Paulo: Annablume, 2004

CHALHOUB, Sidney. Visões da liberdade. São Paulo: Companhia das Letras. 1996.

GILROY, Paul. O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. São Paulo: Editora 34; Rio de Janeiro: Universidade Cândido Mendes, 2001.

GOMES, Flavio; LIBANEO, Carlos Eugenio. Sedições, haitianismos e conexões no Brasil: outras margens do Atlântico negro. Revista Novos Estudos Cebrap,
São Paulo, n. 63, jul. 2002.

JAMES, C. L. R. Os jacobinos negros. Toussaint L’Ouverture e a revolução de São Domingos. (Trad. port.). São Paulo: Boitempo Editorial, 2000.

MOTT, Luiz. “A revolução dos negros do Haiti e o Brasil”. História: Questões e Debates, Curitiba, 3(4) junho de 1982, pp. 55-62.
MOREL, Marco. As transformações dos espaços públicos: imprensa, atores políticos e sociabilidades na Cidade Imperial, 1820-1840. São Paulo, Hucitec, 2005.

________. O Haiti não foi aqui.. Revista Nossa História, Rio de Janeiro, ano 1, n. 11, p. 58–63, set. 2004.

________. A revolução do Haiti e o Brasil escravista: O que não deve ser dito. 1. Ed. Jundiaí – SP: Paco, 2017.

NISHIKAWA, Reinaldo. O Haiti não é aqui: Discurso antiescravista e práticas escravistas no Brasil (1790-1846). Revista METIS: História & Cultura, v.4. n. 7,
p.11-33.2005.
OBRIGADO!
MATHEUS VILELA FREITAS
MATHEUSVILELAAFREITAS@GMAIL.COM

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