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1820 e o Liberalismo

Em França, nos finais do século XVIII, surgiram novas ideias


políticas, que puseram em causa a monarquia absoluta:

• Liberdade
• Igualdade
• Separação
dos
poderes

Tomada da Bastilha (14 de Julho de 1789)


As novas ideias liberais não foram aceites nos países
absolutistas. A França e a Inglaterra, em particular,
envolveram-se em conflito.

Napoleão Bonaparte e Beresford, à mesa, disputam a posse do planeta (caricatura).


A França, para dominar a Inglaterra, ordenou o Bloqueio
Continental – o fecho dos portos europeus aos navios ingleses
(1806).
Portugal, velho aliado da Inglaterra, não aderiu ao
Bloqueio Continental e foi invadido pelo exército
napoleónico (1807).
A 1.ª invasão francesa
foi comandada pelo
general Junot (1807).

Para não ser aprisionada,


a família real partiu para o
Brasil.
Portugal foi invadido, três
vezes, pelas tropas francesas.
Em nosso auxílio, a Inglaterra
enviou um exército comandado por
Wellesley.
Durante as invasões francesas, o nosso país viveu
momentos difíceis, como:
• o desastre da Ponte das Barcas (Porto - Gaia), em que
morreu um número indeterminado de pessoas;
• o perigo da invasão de Lisboa, só travada pelas
fortificações das “Linhas de Torres Vedras”.
Terminadas as invasões francesas, em 1811, Portugal
era um país arruinado: campos e fábricas destruídos,
povoações incendiadas, milhares de mortos e muitas
riquezas perdidas.
Em 1820, deu-se uma Revolução Liberal, na cidade
do Porto, em resultado:
• da ausência da família real;
• do domínio inglês em Portugal;
• do estado ruinoso da economia nacional.
Esta
revolução foi
preparada
pelo Sinédrio
- sociedade
secreta, cujo
objectivo era
pôr fim ao
domínio inglês
e fazer triunfar
as ideias
liberais.
Manuel Fernandes Tomás
Após o triunfo da revolução liberal no Porto, seguiu-se a
adesão de Lisboa e do resto do país. Então, formou-se um
governo provisório - a Junta Provisional do Governo do
Reino.

Entrada da Junta Provisional, na Praça do Rossio (1 de Outubro de 1820)


A Junta Provisional do Governo do Reino teve a
missão de governar e organizar as primeiras
eleições para deputados às Cortes Constituintes.
As Cortes
Constituintes
elaboraram uma
Constituição, de
acordo com as
ideias liberais,
que estabeleceu
uma monarquia
constitucional.
A Constituição de 1822
consagrou os princípios
liberais:
• Liberdade dos cidadãos;
• Igualdade – a lei era igual para
todos;
• Divisão de poderes - o poder
do rei foi dividido por diferentes
órgãos de soberania (fim do poder
absoluto do rei).
Com a Constituição de 1822, a organização do
poder mudou totalmente. Atenta nas diferenças:

Monarquia Liberal
Monarquia
ou
Absoluta
Constitucional

Poder Legislativo Cortes


Rei
(Quem faz as leis?) (deputados eleitos)

Poder Executivo Governo


Rei
(Quem faz cumprir as leis?) (Rei e ministros)

Poder Judicial Tribunais


Rei
(Quem julga?) (juízes)
D. João VI regressou a Portugal, em 1821, a fim de ocupar o trono
e jurar a Constituição.
No Brasil, deixou como regente o seu filho mais velho, D. Pedro.

D. João VI e D. Carlota Joaquina D. Pedro IV


As Cortes Constituintes decretaram que o Brasil voltasse à sua
condição de colónia e ordenaram o regresso de D. Pedro. Este não
aceitou tais exigências e proclamou a independência do Brasil –
“Independência ou Morte” (Grito do Ipiranga).
D. João VI morreu em
1826. D. Pedro (o herdeiro
legítimo do trono) era
imperador do Brasil. A
solução encontrada para a
sucessão foi casar D.
Miguel com D. Maria da
Glória (a filha de D.
Pedro), tornando-o regente
de Portugal, após o
juramento da Carta
Constitucional.
D. Maria da Glória
D. Miguel aceitou,
de início, a proposta
de D. Pedro. Mas, em
1828, quebrou o seu
juramento - dissolveu
as cortes e restaurou
o absolutismo.
Então iniciou a
perseguição aos
liberais (muitos deles
refugiaram-se nos
Açores).
D. Miguel
Em 1831, D. Pedro abdicou da coroa brasileira e juntou-se aos
liberais refugiados na ilha Terceira. Assumiu o comando do exército
e, em Julho de 1832, desembarcou na Praia do Pampelido, e
dirigiu-se para a cidade do Porto, que ocupou sem resistência.

Desembarque do Exército Liberal em Arnosa do Pampelido (quadro de Roque Gameiro)


Os miguelistas cercaram a cidade do Porto. Durante o
cerco miguelista (1832-1834), a cidade e a sua população
estiveram sujeitas a bombardeamentos, falta de géneros
alimentares e epidemia de cólera.

O cerco do Porto
Para libertar o Porto,
algumas tropas liberais
dirigiram-se para o Algarve,
avançando de seguida para
Lisboa. Perante esta situação,
os miguelistas, que cercavam
o Porto, partiram em defesa da
capital, acabando por ser
derrotados nas batalhas de
Almoster e de Asseiceira.
A paz foi assinada, em 1834, na Convenção de Évora-Monte.
Derrotado D. Miguel partiu para o exílio. Foi o fim da guerra civil
(1832-1834) e o triunfo definitivo do Liberalismo.

Castelo de Évora-Monte

Castelo de Évora-Monte

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