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Surgimento do Estado de Direito
• Iluminismo
• Revoluções Burguesas
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Ato Administrativo
• Segundo Hely Lopes Meirelles: "Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da
Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar,
transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si
própria".
• J. Cretella Junior apresenta uma definição partindo do conceito de ato jurídico. Segundo ele, ato
administrativo é "a manifestação de vontade do Estado, por seus representantes, no exercício
• Para Celso Antônio Bandeira de Mello é a "declaração do Estado (ou de quem lhe faça as vezes -
como, por exemplo, um concessionário de serviço público) no exercício de prerrogativas
públicas, manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei, a título de lhe dar
cumprimento, e sujeitos a controle de legitimidade por órgão jurisdicional".
Tal conceito abrange os atos gerais e abstratos, como os regulamentos e instruções, e atos
convencionais, como os contratos administrativos.
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• Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ato administrativo é "a declaração do Estado ou de
quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime
jurídico de direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário".
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Ato Administrativo
• Os elementos do ato administrativo são:
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• Decorre diretamente da autoexecutoriedade dos atos
administrativos.
Autotutela administrativa
• Súmula STF 346: A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PODE
DECLARAR A NULIDADE DOS SEUS PRÓPRIOS ATOS.
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Autotutela administrativa: Anulação x Revogação
• A anulação se refere a atos inválidos, dotados de alguma nulidade,
seja material seja procedimental. Já a revogação diz respeito a atos
válidos, mas que se revelaram incompatíveis com o interesse público,
seja por motivos que já existiam à época de sua edição seja por
questões supervenientes.
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Havia grande discussão até a edição da Lei Federal nº 9.874/99, que
adotou expressamente o dualismo.
Autotutela administrativa:
Anulação x Revogação
• Para os dualistas, a anulação está sujeita a prazo, enquanto a
revogação pode ocorrer a qualquer tempo, a partir do momento
• Dualistas
Deve ser aplicado o prazo de 5 anos do Decreto
20.910/32 (que trata do prazo para particular
ajuizar demandas em face do Poder Público)
por analogia 19
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Autotutela administrativa: Anulação x Revogação
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Autotutela administrativa: Anulação x Revogação
Lei Federal nº 9.784/99:
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de
vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Art. 51. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode, respeitados os direitos
adquiridos, revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade.
Parágrafo único. Ao beneficiário do ato deverá ser assegurada a oportunidade para se manifestar previamente à anulação ou
revogação do ato.
Art. 52. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que
apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.
III. quando, independentemente do vício apurado, se constatar que a invalidação do ato trará mais prejuízos ao interesse público
do que a sua manutenção, conforme decisão plenamente motivada.
Art. 53. A Administração tem o prazo de cinco anos, a contar da data da publicação da decisão final proferida no processo
administrativo, para anular os atos administrativos dos quais decorram efeitos favoráveis para os administrados, ressalvado o
caso de comprovada má-fé.
§1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
§2º Sem prejuízo da ponderação de outros fatores, considera-se de má-fé o indivíduo que, analisadas as circunstâncias do caso,
tinha ou devia ter consciência da ilegalidade do ato praticado.
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§3º Os Poderes do Estado e os demais órgãos dotados de autonomia constitucional poderão, no exercício de função
administrativa, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, restringir os efeitos da declaração
de nulidade de ato administrativo ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de determinado momento que venha a ser fixado.
Autotutela administrativa: Anulação x Revogação
• A convalidação está em sintonia com o princípio da segurança jurídica. Mas ela
seria um dever ou uma faculdade da Administração Pública?
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LIMITES À AUTOTUTELA
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Limites à autotutela
• Teoria da motivação dos atos administrativos: todo ato
administrativo deve ser motivado.
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Limites à autotutela
• Superação do princípio da supremacia do interesse público
sobre o privado
O Poder Público não deve apenas se valer de seu poder de império para
impor uma solução unilateral a determinada situação que se apresente. Ele
deve ouvir os administrados e buscar uma medida (ou um conjunto de
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• Lei Estadual nº 5.427/2009 – Lei de Processo Administrativo Estadual:
Art. 2º O processo administrativo obedecerá, dentre outros, aos princípios da transparência, legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, impessoalidade, eficiência, celeridade,
oficialidade, publicidade, participação, proteção da confiança legítima e interesse público.
§1º Nos processos administrativos serão observadas, entre outras, as seguintes normas:
I - atuação conforme a lei e o direito;
II - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
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Limites à autotutela
• Patrícia Baptista oferece os seguintes parâmetros para essas hipóteses, com base no
direito italiano e alemão:
a) a regra é a prévia notificação daquele cuja esfera individual venha a ser atingida com
o desfazimento do ato ilegal;
c) nos casos referidos na alínea “b”, embora dispensada de notificação individual prévia,
a Administração tem o dever de informar posteriormente os destinatários da anulação
levada a cabo, conferindo-lhes adequada oportunidade de defesa. Essa comunicação
poderá ser individual, se o número de destinatários do ato comportar essa medida, ou
coletiva, por meio de publicação nos jornais oficiais e de outros meios à disposição do 36
Poder Público.
Disponível em: http://www.pjf.mg.gov.br/pgm/documentos/revista2011/artigo10.pdf. Acesso em 20.08.2013.
Limites à autotutela
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Em sentido contrário, deve-se mencionar a crítica de Carlos Ari Sundfeld. Segundo o Prof.
Sundfeld, não se pode transigir com o cumprimento das garantias do contraditório e da ampla
defesa pela Administração antes de se proceder à anulação de um ato administrativo ilegal.
Para os casos excepcionais aventados acima, Carlos Ari Sundfeld propõe, como alternativa de
solução, que, ao invés da anulação imediata sem contraditório, se promova a suspensão
No entanto, mesmo que, de fato, tal solução não importe na anulação formal dos atos ilegais
antes do contraditório, preservando, pelo menos formalmente, o ato enquanto não ouvidos os
interessados, ainda assim na prática ela permite que se suspendam os seus efeitos sem prévia
oitiva.
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OBS: A crítica ora referida foi expressa verbalmente à autora por ocasião da defesa de sua tese de doutorado
defendida na Universidade de São Paulo, em junho de 2006, em que formulou as mesmas proposições
acima reproduzidas.
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Limites à autotutela
• PGE/RJ 17º Concurso: Prova Específica de Direito Administrativo
• Princípio da inafastabilidade;
FunçãoSocial
adotada uma solução de modo discricionário pelo operador do
direito.
• Crítica: alto subjetivismo e insegurança jurídica.
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Teste da proporcionalidade
• Proposta: solução de conflitos entre princípios pelo critério da
ponderação.
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Teste da proporcionalidade
• Ponderação é feita pelo critério da proporcionalidade, que se
subdivide em:
• Adequação: análise se a medida adotada é apta a atingir aos fins
desejados;
• Necessidade: avaliação havia outras medidas menos gravosas, isto
é, menos restritivas a outros princípios; e
• Proporcionalidade em sentido estrito: avaliação do custo/benefício
da medida adotada.
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DIGRESSIONANDO 2:
DOUTRINA DA EFETIVIDADE 48
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Doutrina da efetividade
• Konrad Hesse sintetiza o pensamento constitucional europeu antigo,
nos dizeres de Ferdinand Lassalle:
O Controle da AdministraçãoPública
servirão de parâmetro de validade para todas as demais normas
do ordenamento jurídico, orientando sempre o intérprete e o
aplicador do direito quando determinam o sentido e o alcance
das mesmas, se valendo da argumentação jurídica.
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Doutrina da efetividade
• Efetividade Constitucional – Luís Roberto Barroso
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Doutrina da efetividade
• Filtragem constitucional – Paulo Ricardo Schier. Surgimento
pós-Constituição de 1988:
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VOLTANDO AOS LIMITES À
AUTOTUTELA: 54
ATIVISMO JUDICIAL
Limites à autotutela
Críticas ao ativismo judicial:
COMO REBATER:
COMO REBATER:
a) O Judiciário exerce um papel contramajoritário essencial à manutenção
RÉPLICA:
a) nem todos os países democráticos adotam a judicial review – Holanda e
Nova Zelândia, por exemplo (Robert Dahl);
b) Será que o acesso aos cargos do Judiciário é de fato ampla? Ou há um 56
perfil social dos membros do Judiciário? Lembre-se que a distribuição
de riqueza, educação e poder é assimétrica na sociedade (Robert Dahl e
John Rawls).
Limites à autotutela
• Ainda que não seja imune a críticas, é certo que o papel do Judiciário na
consolidação e na efetivação de direitos fundamentais é um fato hoje
consolidado. Não mais se discute se pode o Judiciário intervir, mas até
que ponto esta atuação pode ir.
Lei 9.784/99, art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar,
modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for
de sua competência.
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à
situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações
antes da decisão.
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• Pode o Chefe do Executivo determinar de ofício o descumprimento de norma que
considere inconstitucional?
Mesmo com a ampliação do rol de legitimados para propositura de ADI pela CF/88, que
passou a incluir o Presidente da República e os Governadores de Estado (estes últimos
sujeitos à pertinência temática- jurisprudência defensiva do STF), o entendimento se
manteve, visto que os Prefeitos não foram contemplados com tal legitimidade e seria
incoerente que estes dispusessem de um poder não extensível aos Chefes do Executivo de
outras esferas de poder.
MAS...
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Casos Concretos
Abrandamento da literalidade da SV nº 3: passados cinco anos do início do pagamento
do benefício, o STF passou a entender ser necessário observar o contraditório e a
ampla defesa:
11/06/2019
Ora, diante do entendimento adotado no MS nº 24.268 e nas decisões que a sucederam,
era razoável esperar que a matéria tivesse se pacificado no sentido da obrigatoriedade do
respeito às garantias constitucionais procedimentais, previamente ao exercício da
autotutela administrativa.
11/06/2019
• A autotutela diz respeito à possibilidade de a própria
Administração Pública anular seus atos viciados e revogar aqueles
que, apesar de lícitos, se mostrem incompatíveis com o interesse
público.
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01.08.2014